sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O QUE LULA FEZ PARA CAETÉS? RAFAEL BRASIL

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Caetés e o Nordeste serviram para edulcorar o mito Lula, do nordestino pobre que saiu da miséria e chegou à presidência da república. Mas o que ele fez pela cidade em oito anos de governo, noves fora o de Dilma seu poste? NADA. Nadica de nada. E na cidade eram governos petistas, que quase acabaram com nosso  município, que está sendo recuperado graças ao esforço do grupo do atual prefeito Armando Duarte.
Amanhã vem seu poste Haddad, fazer uma manifestação em Garanhuns e Caetés, para fazer filmagens e reforçar este mito de barro e de corrupção. E reforçar a mitologia de um presidente que nada fez pela sua terra de origem, que, ao contrário de muitos, fizeram muito pelas suas cidades, e muitas de grande porte. Vade retro, PT nunca mais!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

MULHERES, DIREITOS E SALÁRIOS - RAFAEL BRASIL

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Evidentemente, só um idiota retrógado, acha que mulher deve ganhar menos que homem exercendo a mesma função. Porém, existem funções mais condizentes com os gêneros únicos, primordiais e diferentes, digamos assim. Na saúde, mulheres, na construção civil, homens, com as exceções de praxe. Até um macaco amestrado sabe disso. Só as feministas radicais militantes torcem o nariz para esta singela realidade.
Quando trabalham na mesma função, e por terem mais direitos, o que é natural e correto, as mulheres perdem porque sai mais barato contratar homens, que não engravidam, só para ficarmos neste exemplo. Cabe ao estado e a sociedade criar mecanismos para desonerar as folhas de pagamento das mulheres, buscando compensar este problema, dentre outras medidas que desconheço. Mas o estado não manda no mercado. Se for para ter maiores lucros, o mercado é quem decide, simplesmente. E vai contratando mais homens porque simplesmente é mais negócio. Estatísticas do próprio IBGE constatam este fato. 
A sociedade deve discutir o que fazer para resolver este problema, que não pode ser resolvido apenas no grito, ou pelo fígado dessa gente.  O feminismo militante e politicamente correto é uma das pragas do mundo contemporâneo. Vade retro!

terça-feira, 28 de agosto de 2018

BOLSONARO NA GLOBO, DOIS A ZERO - RAFAEL BRASIL


Muito boa a participação de Bolsonaro no Jornal Nacional agora. Firme, com um discurso direto ao povo, com uma linguagem simples para os brasileiros que não o conhecem e os que ainda tem preconceito contra direitista. Afinal ser de direita, desde a redemocratização, passou a ser um palavrão. A propaganda comunista, intensa na imprensa, e nas chamadas classes falantes, associou a direita ao fascismo, ou os seguidores de ditaduras. Para a esquerda, ditadura só de direita, mesmo. Esquecem que as ditaduras de esquerda mataram e oprimiram quase a metade da população terrestre no sangrento século XX. Todas as ditaduras de direita não deram nem um Pol Pot, que matou cerca de 3 milhões de pessoas no Camboja. Mentir é um mantra comunista, quem estuda sabe. E o povo quer ordem, gosta de família, quer sair da pobreza e detesta bandido. O discurso conservador é forte, e o povo é saudavelmente conservador. Ótimo.

domingo, 26 de agosto de 2018

QUEM TEM MEDO DE BOLSONARO? RAFAEL BRASIL

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Vejo diária e constantemente nas mídias, o pavor que a provável vitória de Bolsonaro causa em muitos setores da sociedade, mais especialmente as chamadas classes falantes. Todos apontam retrocessos, seja na condução da economia, bem como no suposto discurso fascista, quando o candidato fala contra a violência e contra a política de direitos humanos adotada há décadas no país com o assessoramento de burocratas da ONU e acadêmicos nacionais, seguidores desta agenda. Na verdade, o maior problema nacional é a violência. E, dentre inúmeras causas, uma das principais, é o abrandamento das penalidades aos criminosos, em outras palavras a impunidade.
Com o aparelhamento das escolas e universidades há décadas, a esquerda detém a hegemonia cultural do país, impregnando todos os setores do estado, inclusive o judiciário. Assim todos corroboram com teses mais do que fajutas de que a criminalidade deve-se quase exclusivamente às causas sociais, que o Brasil encarcera muito, daí a política de desencarceramento. E que o povo deve continuar desarmado , mesmo em casa, pois não é permitida nem a posse de armas de fogo. Claro que todas estas idéias fogem completamente ao senso comum, portanto são essencialmente fajutas, e muitas são ancoradas em estatísticas simplesmente mentirosas.
Portanto, Bolsonaro representa a voz do povo, queiram ou não os intelectuais esquerdistas, atores midiáticos e até boa parte da Igreja Católica, ainda corroída pelo comunismo.
Além do mais tem a economia. Acusaram-no justamente de ser estatista, ou seja, ter um pensamento semelhante à esquerda, mas ele chamou para coordenar a economia o economista Paulo Guedes da corrente liberal da gema, digamos assim, e que fala justamente das privatizações, a começar pela petrossauro, e aponta por uma ampla reforma do estado. Mesmo assim muitos fazem beicinho para ele, mesmo sabendo-se que nenhum outro foi explícito no que se refere à economia.
Faltam dois meses para as eleições. Enquanto tentam encontrar um candidato de centro, ou seja lá o que isso for, Bolsonaro representa este brasileiro que quer simplesmente melhorar de vida, estudar, trabalhar e viver longe de bandidos. Simples assim, mas complicado para quem foi responsável ou mesmo conivente com este desmonte do país, notadamente em frangalhos. Estes prestarão contas à História.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

POSTE DE LULA INDICIADO NA JUSTIÇA - RAFAEL BRASIL


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Foi mais rápido do que imaginávamos. O poste de Lula, Fernando Haddad, vira réu em processo que indicou muitas fraudes na construção de ciclovias na cidade de São Paulo quando foi prefeito com uma administração desastrosa, ,tanto que perdeu a reeleição no primeiro turno.
Não tem ninguém limpinho no PT, isto é fato mais do que comprovado, pois este partido tornou-se a maior organização criminosa jamais instalada no poder numa democracia ocidental.
Uma das alternativas da ORCRIM, é Jaques Wagner, candidato a senador e ex governador da Bahia. Mas como eles mentem pra cacete, vão encontrar mais uma estória enrolada para seus milhares de militontos. 
Aliás idiota é o que não falta na esquerda sob a hegemonia petista. É a turma que segue cegamente a esdrúxula narrativa do gópi. Capim  é filé pra essa gente, afinal Deus limitou a inteligência dos homens, só não a burrice.

QUEM VAI PARA O SEGUNDO TURNO COM BOLSONARO? RAFAEL BRASIL

Já dizia o velho Ulysses Guimarães, "tem ocasiões em que quanto mais se bate num candidato ele cresce. Que nem fermento". É o que está acontecendo com Bolsonaro até a esta altura do campeonato. A grande questão nacional é a violência, depois desemprego. Não é a economia, mas a violência, idiotas.
Também, militantes políticos e ativistas no judiciário querem mexer com os sentimentos religiosos do povo, com ações visando a legalização do aborto, a introdução de coisas como ideologia de gênero e gaysismo nas escolas por exemplo. Em poucas palavras o povo é saudavelmente conservador, como Bolsonaro. Simples assim, ele tem um discurso conservador, e este discurso é forte. Como os outros são da esquerda ninguém se contrapõe, e ele corre solto na frente. Agora vão pegar pesado na televisão, aliás nunca a mídia foi tão canalha e mentirosa. Mas até agora os tiros saíram pela culatra. Ótimo, o Brasil precisa se livrar de muita coisa mesmo, mas tudo é um processo, um longo processo. E vamos acompanhando.
Tudo indica que a disputa do segundo lugar para o segundo turno se dará entre Haddad, o poste de Lula, e Marina, que atrai interesses até dos tucanos. Mas os tucanos preferem tudo, menos Bolsonaro, e estão, há tempos , com o bico queimado. Afinal mentir muito faz mal, quem duvida?

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A cabeça de Bolsonaro - ENTREVISTA COM PAULO GUEDES



Quem é o economista com grande ascendência sobre o líder das pesquisas em questões econômicas

O primeiro encontro entre o capitão da reserva Jair Bolsonaro e o economista Paulo Guedes se deu em um hotel na Barra da Tijuca, no Rio, durou mais de cinco horas e terminou com uma espécie de declaração de amor do segundo para o primeiro. “Ele disse que havia sido sondado por todos os governos desde Delfim Netto, mas que só agora via a possibilidade de um casamento entre a ordem, representada por Bolsonaro, e o progresso, representado por ele mesmo”, conta Beatriz Kicis, presidente do Instituto Resgata Brasil e uma das intermediadoras do contato. O encontro ocorreu em 13 de novembro de 2017. Desde então, “ordem” e “progresso” conversam todos os dias e, em público, são só elogios um para o outro. Guedes diz que Bolsonaro é “um cara de princípios”. Bolsonaro, por sua vez, diz que Guedes é seu “Posto Ipiranga”, em alusão ao comercial de TV, à sua confessa ignorância sobre economia e à suposta irrestrita confiança que deposita no conselheiro. O fato de terem saído de ambientes tão díspares, porém, chama atenção — como fica claro nas já demonstradas e gritantes diferenças de ponto de vista entre o agora candidato à Presidência da República pelo PSL e seu agora principal assessor econômico e possível ministro da Economia em caso de vitória (veja a entrevista abaixo).
Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago, tradicional berçário de economistas ultraliberais, os chamados Chicago Boys, onde nasceram nomes como Milton Friedman e Thomas Sargent. Aos 68 anos, ele não é novato na política. Em 1989, assessorou o então candidato à Presidência Guilherme Afif Domingos, para quem montou um programa liberal que, segundo afirma, já previa o tripé de políticas monetária, cambial e fiscal para derrubar a hiperinflação. Guedes é um crítico ácido dos planos econômicos da época, inclusive o Real, que, conforme diz, demorou mais de cinco anos para ser concluído. Mas, em relação às próprias ideias, não economiza na vaidade: “Eu já afirmava lá atrás que não tinha como combater inflação sem política fiscal. Agora, trinta anos depois, o Chico Lopes (ex-presidente do Banco Central) me disse, no aniversário do Armínio Fraga, que eles me deviam uma desculpa e que eu estava trinta anos à frente”.
 Chicago boy – Nos Estados Unidos, virou discípulo de Friedman. Não é dado a “grandes luxos”, mas gosta de esquiar em família. Com Bolsonaro, diverge sobre Previdência e privatizações
Chicago boy – Nos Estados Unidos, virou discípulo de Friedman. Não é dado a “grandes luxos”, mas gosta de esquiar em família. Com Bolsonaro, diverge sobre Previdência e privatizações (Oscar Cabral/Divulgação/Álbum de família/Arquivo Pessoal/Sergio Moraes/Reuters)
Guedes é um expoente discreto da geração de economistas cariocas que fez fortuna no ramo financeiro, embora sua gênese seja a academia. A carreira de professor universitário teve início com tripla jornada: na PUC-Rio, na Fundação Getulio Vargas e no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). A vida acadêmica no Rio foi interrompida quando ele recebeu convite para lecionar na Universidade do Chile no momento em que o país vivia o auge da ditadura — Augusto Pinochet implantava lá a agenda econômica de Friedman. “O reitor me ligou oferecendo salário de 10 000 dólares. Eu ganhava o equivalente a 3 000 dólares dando aulas em três faculdades. Foi uma proposta irrecusável”, afirma. A experiência durou seis meses. Guedes se espantou quando, certo dia, a polícia política de Pinochet apareceu para uma inspeção em sua sala na universidade. “Mas a gota d’água para a volta foi um terremoto que assustou muito minha mulher.”
 Atrasou - Guedes diz que deu a receita do tripé para corrigir a hiperinflação antes de FHC (ao lado, em 1994) implantá-lo e que o Plano Real demorou demais para ser concluído
Atrasou - Guedes diz que deu a receita do tripé para corrigir a hiperinflação antes de FHC (ao lado, em 1994) implantá-lo e que o Plano Real demorou demais para ser concluído (Gustavo Miranda/Agência o Globo)
Em 1983, ao participar de uma reunião do FMI nos Estados Unidos, o banqueiro Luiz Cezar Fernandes o convidou para abrir a corretora (depois banco) Pactual. Passou quinze anos na instituição, trabalhando ao lado de André Esteves e nas operações de renda fixa, das quais, afirma, saíam 85% dos bons resultados do negócio. Guedes não administrava nem gostava de fazer contas — era a cabeça que pensava novas estratégias. A parceria se desfez em 1998. “Eu queria um banco de investimentos. O Luiz Cezar queria um banco comercial. Preferi sair”, diz Guedes. Divergências na estratégia também motivaram, em 2003, sua saída do ­Ibmec, órgão de pesquisa voltado para o mercado financeiro, que depois migrou para o ensino superior. Dessa vez, Guedes almejava uma expansão mais agressiva e seu sócio, Claudio Haddad, desejava que a instituição se mantivesse menor e filantrópica — ao menos para fins fiscais. Nos cinco anos seguintes, Guedes permaneceu no ramo, investindo na Abril Educação com Roberto e Giancarlo Civita, donos da Editora Abril, que publica VEJA. Em 2006, criou a BR Investimentos, que, em 2013, foi comprada pela Bozano Investimentos, com foco na área de saúde. Hoje, divide seu tempo entre a Bozano e, claro, a agenda de Bolsonaro. Guedes acredita que um deputado que construiu sua carreira como estatista tenha se transformado num liberal. Também não acha relevante que Bolsonaro se apresente como símbolo da ordem e da segurança, mesmo não tendo proposto um único projeto sobre o assunto em três décadas de vida pública. Considera ainda que, apesar de seus elogios à ditadura militar, Bolsonaro é um democrata. Diz que está com “Bolsonaro 100%” e já se movimenta em alguns momentos como se fosse ele próprio o candidato a presidente. Teve até conversas com o DEM para estabelecer um novo padrão de negociações políticas.
 Ex-futuro candidato - Huck: receio de FHC
Ex-futuro candidato - Huck: receio de FHC (Rafael Campos/TV Globo)
Guedes é falante. Dizem os mais chegados que tem temperamento forte e defende seus argumentos com ênfase e palavrões. O estilo “motoniveladora” já podia ser percebido nas peladas que costumava disputar com amigos. Conta um deles que, quando o meio-campista e torcedor do Flamengo pegava na bola, era do tipo que “saía atropelando”. Uma certa truculência também pontua seus debates acadêmicos. Quando, por exemplo, em outubro de 2014, falou sobre desigualdade em um debate com o economista francês Thomas Piketty, sumidade no assunto e autor de O Capital no Século XXI, disse que destruiria “com argumentos franceses” a tese de que a distribuição de renda tem piorado no mundo. Atropelou, mas não destruiu.
Os mais próximos dizem que Guedes não é de “grandes luxos”. Gosta de ir a jantares, mas só de vez em quando toma um vinho, “por causa dos amigos”. É fã dos Beatles, aprecia ir a shows de música e prefere circular de Uber ou táxi a guiar o próprio carro. Ainda toca piano e lê três livros por semana ao mesmo tempo. Prefere temas científicos. “Não gosto de ficção. Gosto do que é real”, afirma. Admiradores o descrevem como “um estrategista brilhante”, críticos dizem que é teórico demais e não tem paciência para a gestão. Por enquanto, suas ideias o catapultaram ao posto de todo-poderoso de Bolsonaro, o economista que faz a cabeça do candidato. Seu temperamento pode ser empecilho para que permaneça no cargo em caso de vitória do ex-capitão? Essa nem o Posto Ipiranga sabe responder.
Com reportagem de Fernando Molica

“Não sou suicida nem idiota”

O senhor é um economista renomado, banqueiro, Ph.D. por uma das melhores universidades do mundo. Jair Bolsonaro é um candidato vindo de um círculo no qual o senhor nunca transitou. Como ocorreu esse encontro? Ele me chamou para conversar depois de ter lido um artigo em que eu dizia que o Ciro Gomes era o legítimo candidato da esquerda e ele, Bolsonaro, o legítimo representante da direita. Foi o Winston Ling (empresário e presidente do conselho de administração da Petropar) que comentou esse artigo com ele. E, de repente, quatro ou cinco pessoas me ligaram ao mesmo tempo pedindo que eu fosse conversar com Bolsonaro. Isso foi no fim de 2017, quando eu ainda estava auxiliando Luciano Huck. Avisei o Huck que iria falar com Bolsonaro, e ele não viu problema algum. E, quando falei com ele, saí da bolha.
O que significa sair da bolha? A bolha é São Paulo, Rio, Florianópolis. Somos nós, a Folha de S.Paulo, a Globo, a VEJA. A bolha diz assim: “Ah, esse cara é chato, disgusting (repugnante, em inglês), tosco”. A bolha pensa em direitos humanos, que são demandas legítimas, corretas e sofisticadas da sociedade. Só que o povo está lá fora gritando socorro porque não sabe se levará um tiro hoje ou amanhã. Então, quando falei com ele, tudo ficou muito claro para mim. O que ele representa? A ordem, que é a função básica de qualquer governo. É isso que as pessoas querem. E é isso que ele defende quando fala de segurança. O que Bolsonaro fala remete aos preceitos liberais mais genuínos, que são a preservação de vidas e de propriedades, e que nortearam todo o pensamento dos constitucionalistas britânicos do século XVII.
Como foi a sua transição de Luciano Huck para Jair Bolsonaro?  Procurei Luciano em 2016 e disse a ele que um tsunami aconteceria em sua vida. Ele tinha, então, mais de 40 milhões de seguidores nas redes sociais. Eu disse: “Você está ferrado porque vai ser presidente da República!”. Ele disse que não havia a menor possibilidade, que ele era “irmão” do Aécio (o senador tucano Aécio Neves era, então, o possível candidato do PSDB à Presidência) e que seria chamado de moleque pelo Fernando Henrique Cardoso caso entrasse para a política. Eu disse a ele que Aécio seria fulminado pela Lava-Jato por causa das denúncias envolvendo Furnas e que ele próprio pediria a Luciano que se candidatasse. Eu não tinha informação nenhuma, era um palpite. Essa conversa foi presenciada pelo Gilberto Sayão (banqueiro carioca). Seis meses depois, Luciano me liga dizendo que eu havia acertado todas as minhas previsões. Aécio o havia procurado oferecendo a vaga de vice. Ele sugeriu, só de sacanagem, ser ele mesmo o candidato à Presidência e Aécio ficar com a Vice. Chocado, Luciano me disse que Aécio tinha topado. Desde então, nós dois ficamos em contato. Depois da vitória de João Doria para a prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique também visitou o Luciano e sugeriu que, se ele fosse pré-­candidato pelo PSDB, teria chances reais de concorrer, já que o partido estava então rachado entre Alckmin e Aécio e poderia se unir em torno de um novo nome. Fernando Henrique se tocou, bem depois de mim, que o Luciano era um outsider como Doria e que o brasileiro queria votar em outsiders. Luciano, então, me disse: “Paulo, esse cara ia me chamar de moleque um ano atrás. E ele não fala que precisa de mim por causa dos meus milhões de votos, e sim porque ‘pode me ajudar’. Ninguém foi honesto comigo como você. Mas, olha, agora estou mesmo na campanha. Vamos nessa”. Ele montou uma equipe, e eu me dispus a ajudá-lo. Sugeri que o Armínio Fraga ficasse com a parte econômica. Armínio me disse: “Como assim? O apresentador de TV? Mas eu estou com Aécio!”. Aí eu expliquei tudo e ele topou. Montaram plano, equipe, tudo. Armínio estava a fim de ir de qualquer jeito para o governo. Ele gosta. É um cara espetacular. Mas, no fim de novembro, Luciano desistiu da ideia. E, então, eu me senti apto a ajudar Bolsonaro, com quem já havia me encontrado uma vez.
Em sua trajetória parlamentar, Bolsonaro já demonstrou claramente que é um estatista e não tem simpatia por medidas de ajuste. O senhor acha que ele se tornou um liberal? É o que eu digo a ele: “Se você não gosta do que a esquerda fez, gosta de uma economia mais aberta, então você quer uma economia liberal de mercado”. E ele não gosta do que a esquerda fez. A reforma da Previdência, por exemplo, não é ponto pacífico ainda no nosso programa. Ele me diz: “Paulo, você quer atropelar o Congresso? Os caras não conseguem aprovar nada, e você quer matar no peito? Você quer pegar o dinheiro dos velhinhos? E os 9 bilhões que deram ao Joesley?”. Aí eu explico a ele que as coisas não são bem assim, sou enfático quando digo que precisa haver reforma e que o presidente precisa encaminhá-la. É uma conversa respeitosa que temos. Às vezes é mais tranquila, às vezes, antagônica, mas sempre franca, porque ele é um cara de princípios.
Bolsonaro já demonstrou claramente sua admiração pela ditadura militar. O senhor também acha que ele se tornou um demo­cra­ta? Bolsonaro faz parte de um enredo que está sendo escrito pela sociedade. Passamos por trinta anos de social-democracia e agora o povo dá sinais de que quer mudar. E ele é o agente da mudança. Sobre a questão da ditadura, acredita que os militares foram chamados pela sociedade porque a esquerda queria dar um golpe. Bolsonaro vê os militares como defensores da ordem. Mas ele mesmo diz que é preciso virar a página sobre esse assunto. A verdade é que, em vez de ameaça à democracia, Bolsonaro pode ser o primeiro presidente a amputar os próprios poderes presidenciais, retirando dinheiro do governo central e transferindo-o a estados e municípios. Isso é precisamente o contrário do que ocorre em um regime antidemocrático, porque regimes totalitários tendem a concentrar o dinheiro e o poder no topo. Bolsonaro está disposto a fazer o contrário, a descentralização de recursos que os constituintes tanto pediam. E ele fala que não quer ser reeleito porque quer dar o exemplo de como se faz política. Quem, além dele, disse isso?
Bolsonaro não conseguiu reunir o apoio de outros partidos para sua candidatura, mesmo sendo líder nas pesquisas sem Lula. Se eleito, como teria uma base forte para aprovar as reformas que o senhor considera imprescindíveis? Já contabilizamos mais de 110 parlamentares que nos apoiam em questões temáticas. Nada de toma lá dá cá, nada de ministérios. Vamos ter de dez a quinze ministérios, menos da metade do que temos hoje. É um novo eixo que se forma. Porque, ainda que um dirigente par­tidário não entenda a mudança, ele vai ver que sua bancada vai aderir a alianças temáticas porque o próprio povo vai pressionar para isso.
Se os deputados votarão por princípios e com base em alianças temáticas, também o fariam num governo Alckmin, Marina, Ciro ou Haddad. Não votarão por princípios apenas no governo Bolsonaro, certo? Votarão por princípios em governos de candidatos que têm agendas temáticas. Esse é o caso de Bolsonaro e Marina, com sua agenda ambiental.
O fato de ter uma agenda temática não impediu Bolsonaro de negociar o apoio do PR, do notório Valdemar Costa Neto. Os evangélicos estão com Bolsonaro, e por isso ele queria o Magno Malta como vice. O PR não quis dar essa garantia, então Bolsonaro rejeitou. Não foi Valdemar Costa Neto que disse não. Foi Bolsonaro. E toda a imprensa criticou essa aproximação, mas aplaudiu quando o Centrão se alinhou ao Alckmin.
Se Bolsonaro ganhar, a Fazenda será um superministério e o senhor, um superministro? A decisão dele é ter apenas um interlocutor em cada área. Na defesa, por exemplo, é o general Augusto Heleno. Na economia, sou eu. Não se trata de superministro, mas de tornar a gestão mais eficiente.
E como seria um programa Paulo Guedes de ajuste fiscal? Venho trabalhando nisso nos últimos trinta, quarenta anos. Não é algo que surgiu do nada. Mas tem algumas premissas. Começa com um programa de privatizações. Calculamos que temos cerca de 1 trilhão de reais em ativos a ser privatizados, incluindo as ações do Tesouro na Petrobras.
Privatizaria o quê? Bolsonaro já disse que não quer privatizar tudo. Que não quer privatizar Itaipu, Nuclebrás etc. Mas eu defendo privatizar tudo mesmo. O meu papel é sugerir tudo. Mas a decisão é dele. A história recente mostra que não há mais defesa para a manutenção dessa quantidade de estatais. Os grandes escândalos de corrupção aconteceram dentro delas. Petrobras, Caixa, Banco do Brasil. São empresas que perderam a capacidade de investimento, não conseguem se modernizar, competir. Por que os Correios são uma estatal? Não faz o menor sentido. Essa seria a primeira medida. Temos ainda mais de 700 000 imóveis da União que podem ser vendidos. Com isso, calculamos mais cerca de 800 bilhões a 1 trilhão de reais. Somadas essas duas medidas, já são 2 trilhões de reais que poderíamos usar para reduzir a dívida, que hoje é de 4 trilhões. Depois, fa­ría­mos concessões de tudo relacionado à infraestrutura.
Tudo? Qual seria o limite? Não há limites. A questão das concessões ainda está sendo estudada, e não conseguimos avaliar quanto arrecadaríamos, porque é incalculável. Há estradas, hidrovias, reservas para exploração do turismo. As possibilidades são enormes. Temos duas consultorias especializadas em infraestrutura e logística que estão montando um plano.
Um plano dessa magnitude exigiria a participação de investidores estrangeiros. É claro. China, Canadá, Estados Unidos. Todos querem investir. Os juros estão muito baixos no mundo todo e há uma enorme liquidez circulando. O Brasil perdeu grandes oportunidades de atrair o investidor privado nos últimos anos.
Bolsonaro já revelou ter restrições ao investimento chinês, sobretudo nos setores mineral e agrícola. O senhor concorda? Ele mantém seu ponto de vista. Mas eu digo sempre a ele que a força de um país hoje vem de sua capacidade tecnológica, de sua potência comercial e de suas Forças Armadas. Nada disso está associado à exploração de minério. Vamos trabalhar para destravar setores que têm limite de capital estrangeiro. Também precisamos discutir a desvinculação das receitas. E desvincular significa habilitar a classe política a fazer o que ela é paga para fazer: aprovar verba no lugar certo.
Como assim? Em vez de haver um ministro do Planejamento dizendo para onde vai o dinheiro, os deputados terão de aprender a votar o direcionamento dos recursos para onde eles são necessários.
Mas isso implica mudança consti­tu­cional. Precisaríamos de uma emenda constitucional, sim, mas não logo de cara.
Os deputados seriam responsáveis por todos esses recursos? Os próprios constituintes defendiam a descentralização de recursos na esfera federal. Sempre que recursos foram centralizados, o Estado corrompeu a classe política. Todos os heróis da redemocratização foram aniquilados pelo Estado. Olhe onde o Lula está. O gasto público é o grande vilão. Foi esse sistema centralizado que permitiu que Lula mandasse fazer um estádio de futebol para o time dele, que desse dinheiro a ditadores simpáticos a seu governo, que comprasse apoio de governadores, como Sérgio Cabral. É esse poder absoluto, que chega a ponto de um grupo político desenhar os vencedores do setor privado, que mina a democracia. A democracia não delega tantos poderes a um indivíduo. É por isso que esse “Estado-máquina” precisa ser desmontado. Porque, quando você descentraliza o poder, você resolve. O mote do nosso programa é “mais Brasil, menos Brasília”. Vamos simplificar a estrutura tributária e injetar na veia de estados e municípios, para que as pessoas vejam o dinheiro irrigando o seu cotidiano.
O senhor considera que irrigar estados e municípios e garantir apoio de alianças temáticas seria suficiente para assegurar governabilidade, em caso de vitória? Tenho feito alguns movimentos para me antecipar. Eu tive, há cerca de dois meses, uma conversa com o DEM, em que falamos justamente sobre uma reforma política para que as alianças sejam em torno de programas partidários a partir do ano que vem. Por exemplo: se um partido fecha questão para apoiar a reforma que descentraliza recursos, quem votar contra está expulso. O próprio DEM deu a isso o nome de “fidelidade programática”, e eu achei lindo. Quando o partido foi criado, deixando de ser PFL, suas lideranças me pediram que redigisse um programa liberal para o partido. Ou seja, ainda que elas não estejam com Bolsonaro, eu acredito que defendam ideias de centro-direita, como nós. O PSD de Guilherme Afif Domingos também. O Afif é um liberal, desenhei o programa dele quando ele concorreu à Presidência, em 1989. Ou seja, é um parceiro natural que pode trazer organicamente um PSD limpo para essa aliança de centro-direita. O que prevemos, para governar, é uma aliança de centro-direita conservadora nos costumes e liberal na economia. E repito: Bolsonaro já disse que, se eleito, não governará mirando reeleição. Ele mesmo diz: “Eu quero um mandato só para dar o exemplo, porque a reeleição faz mal ao país”. O FHC errou lá atrás ao usar isso porque, a partir de então, todos os presidentes passaram a governar para se perpetuar no poder.
O senhor tem todo um governo na cabeça. Bolsonaro, não. Se o senhor sai do governo, acaba o governo Bolsonaro? Não acho. Ele tem sido muito generoso ao dizer que não tem plano B. Ele fala isso para me prestigiar. Agora, se ele quiser um governo liberal, é só levantar a mão que muita gente vem para ajudar. Affonso Celso Pastore, Carlos Langoni, Gustavo Franco. Tem uma porção de gente que se atrai pela economia de mercado. Para a bolha, eu posso ser importante. Mas 99% de quem vota em Bolsonaro não está nem aí para mim. Querem ordem. Eu não me atribuo grande importância porque ele já existia quando eu cheguei.
O senhor precisa explicar as coisas de modo muito didático para Bolsonaro? Eu acho que a bolha trata Bolsonaro com muito desrespeito, como se fosse um cachorro vadio. Lula era melhor do que ele do ponto de vista intelectual? Não era, era um operário malandro. Ah, mas sabia negociar política, né? Agora, esse tipo de negociação nos levou aonde estamos hoje. Não acho que a inabilidade do Bolsonaro em pensar nesse tipo de acordo o descredencia para se tornar um presidente.
O que o faria não estar num possível governo Bolsonaro? Eu acredito num cenário de um sujeito chegando para acabar com a velha política, que foi condenada à morte pela Lava-Jato. Esse sujeito representa a ordem. Então, eu não vou me negar a dar a ele o progresso das ideias liberais para ajudar esse governo a acontecer. Estou com ele 100%. Agora, se a mídia detonar o cara, nenhum partido der governabilidade e ele mesmo não quiser fazer as reformas, o que eu vou fazer? Não sou suicida nem idiota. Estou lutando por uma grande visão. Se ninguém entender, como já aconteceu antes, paciência. No Plano Cruzado, quando eu dizia que tudo ia dar errado, me chamavam de Beato Salu (referência ao místico personagem da novela Roque Santeiro). Eu estou seguro da história que vislumbro. Tive a visão do Luciano ­Huck muito antes de Fernando Henrique, que chegou atrasado. Saí da bolha e vi o Bolsonaro subindo. Acho que estou no caminho certo. O Bolsonaro não está fazendo nada de errado. São os políticos que têm de se reinventar. Escutei algo parecido do Eduar­do Campos pouco antes de sua morte. Perguntei por que ele não estava com Lula, como sempre esteve. Ele me disse: “Não sou santo, fiz política do jeito que todo mundo sempre fez. Só que não dá mais, isso vai acabar mal”. O cara era sagaz. Morreu.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

"Calando a história - A extrema esquerda quer proibir que Hugo Studart fale sobre o Araguaia", por J.R. Guzzo


O jornalista e historiador Hugo Studart, de Brasília, escritor premiado em seus livros sobre o regime militar e merecedor do apreço de organizações que agem em defesa dos direitos humanos, é um exemplo admirável do tipo de perseguido político que haveria num Brasil governado pelas forças de esquerda que estão hoje por aí.

Em seu último livro, “Borboletas e Lobisomens”, que está sendo lançado neste momento, Studart faz uma reconstituição altamente minuciosa da chamada “Guerrilha do Araguaia” ─ na qual um pequeno grupo armado de extrema esquerda, centrado no PCdoB, tentou derrotar em combate as Forças Armadas do Brasil, nas décadas de 60 e 70, em confins perdidos na região central do país.

Hoje, mais de 50 anos depois, organizações que se definem como “progressistas” ou de “ultra-esquerda”, entraram em guerra contra o livro de Studart.

Se estivessem no poder, proibiriam a publicação de “Borboletas e Lobisomens” e aplicariam uma punição exemplar ao autor ─ alguma pena prevista, possivelmente, nos mecanismos de “controle social dos meios de comunicação” que prometem adotar em seu futuro governo.

Como não podem fazer isso, colocaram em ação o sistema de difamação, sabotagem e notícias falsas que mantém na mídia e nas redes sociais para tumultuar o lançamento.

Ao mesmo tempo, sua tropa foi posta na frente da livraria escolhida para a noite de autógrafos, no Rio de Janeiro, com a missão de intimidar os presentes e perturbar seu acesso ao local.
O delito de Studart foi mencionar em seu livro algumas realidades incontestáveis e incômodas para os interessados em manter de pé lendas e mitos sobre o que entendem ser o heroísmo dos “combatentes” da aventura do Araguaia.

Basicamente, o jornalista escreve que diversos membros da guerrilha trocaram rapidamente de lado, assim que foram acossados pela tropa do governo ─ e fizeram acordos com os militares para delatar os companheiros e ajudar os militares na sua captura e destruição.

Refere-se, também, à uma lista de “guerrilheiros” que, em troca da delação, receberam identidades falsas e se beneficiaram de programas de proteção a testemunhas operados pelos serviços de repressão; encontram-se, até hoje, entre os “desaparecidos” do Araguaia. Studart cita ainda uma das líderes do movimento que, na verdade, era amante de um agente das Forças Armadas e agia a seu serviço na guerra contra os companheiros.

Registra assassinatos cometidos entre eles ─ as chamadas “execuções” ou “justiçamentos”.

Enfim, no que talvez seja o ponto no qual mais irrita os inimigos do seu livro, o autor demonstra que o longo culto ao Araguaia pela esquerda é, em boa parte, uma questão de dinheiro.

Tem a ver com a operação do sistema de indenizações e benefícios que o contribuinte brasileiro paga até hoje, e continuará pagando pelo resto da vida, para pessoas que conseguiram se certificar como “vítimas do regime militar”.
Borboletas e Lobisomens” é um livro de 658 páginas, com uma lista de 101 obras consultadas pelo autor, tanto sobre o episódio do Araguaia em si como sobre História em geral; entra na relação até a “Metafísica” de Aristóteles. Studart ouviu depoimentos de 72 participantes e familiares, consultou 29 documentos de militantes da operação e teve acesso a cinco documentos militares, inclusive de classificação confidencial e secreta. Ao logo de todo o livro, trata os envolvidos, respeitosamente, como “guerrilheiros” ou “camponeses”.

O relato de delações, homicídios e colaboração com os militares ocupa apenas uma porção modesta do vasto conjunto da obra.

Mas a Polícia do Pensamento que opera na esquerda brasileira não admite a publicação de nenhum fato que possa contrariar sua visão oficial de que houve no Araguaia um conflito entre heróis do PCdoB e carrascos das Forças Armadas ─ principalmente se esse fato é verdadeiro. Este é o único tipo de liberdade de expressão que entendem.

domingo, 12 de agosto de 2018

PICOLÉ DE CHUCHU - Rafael Brasil - setembro de 2006




Que candidato ruinzinho esse tal de Alkmin! Maluf deu uma dentro em o classificar de um picolé de chuchu. Ô cara sem gosto e, sobretudo, sem idéias. Lula, com a cara de pau que deus lhe deu, mente descaradamente, e ele nada responde. Parece um robô falando, embora sem a mesma “graça “ dos mesmos. Fala desapropriadamente, fora do contexto e do lugar. Não quer ser oposição, quem já viu oposição não falar mal do governo? E Lula vai ganhar de lavada. E a oposição tem que explicar aos seus seguidores, porque trocou Serra por esse burocrata Paulista. E, por mais quatro anos, vamos ter que agüentar um governo que admite que para governar, atola as mãos em merda. Agora vai ser mais merda para todo o lado.

Confiante na vitória, Lula fala em pacto nacional. Essa história. ouço desde a antiga ditadura militar, como seu principal negociador , o finado Petrônio Portela. Alguém lembra dele? “O pacto nacional”, palavras bonitas que enchem a boca dos analfabetos políticos, e, claro, dos muito espertos, que não são poucos na terra de Macunaíma. Há mais de vinte anos fizemos um pacto nacional, pela democracia, elegendo através do Colégio Eleitoral, Tancredo Neves, lembram-se? Pacto aliás ,que Lula e seus seguidores se recusaram a participar, como sempre, fazendo beicinho para as negociações políticas. Hoje se aliam até com cachorro atropelado, como diria Nélson Rodrigues. Porém, os espertinhos querem reformar a constituição, em seu proveito,e quem sabe, com características autoritárias, tão comuns ao pensamento de esquerda? Seria hilário, um Hugo Chávez de barbas, com cara de matuto a empolgar as multidões! São Lula, o santo do bolsa esmola! O único campeão da ética e dos bons costumes políticos, deste enorme, quente, e corrupto país. Ave Lula o campeão dos fracos e dos oprimidos. Mas, é difícil. Difícil enrolar a todos nesses tempos de internet, e, apesar do nosso sistema educacional, nem todos são analfabetos. Menos mal, mas muitos letrados ainda votam nele. Como Paulo Betti, acham que não se faz política sem meter a mão na merda. Diria que depende do tamanho da merda, né? Os escolarizados que votam nele, no mínimo, acham que os meios justificam os fins. Se ou outros fizeram, o resto é que se dane. E o povo quer esmola mesmo, pois é miserável. E quem é miserável qualquer coisa serve, menos a indiferença.
Além de um pacto nacional, o noço grande líder, “planeja” uma reviravolta na economia, abandonando a ortodoxia, e adotando o chamado desenvolvimentismo. Aí que mora o perigo. Gastos e gastos e mais gastos. Sem mexer na estrutura tributária. De onde tirar? Já sinto algo metendo a mão no meu bolso...Ademais, se tudo fosse assim tão simples, alguém já teria feito, não? Claro, isso é um aceno para as esquerdas,m que de tão tontas, ainda tem gente que vai votar nele, crendo ser tudo de ruim que acontece ao governo resume-se a eterna conspiração das elites. Que alegremente se reúnem, para sorrateiramente foder o povo. Que de tão inocente, gosta de votar em corruptos. E como! Mas com chuchu na oposição, tudo ficou mais fácil. É só encomendar o terno, e não escorregar muito. Não fazer muitas besteiras, além da conta. E afinal, esse governo pode tudo. Ou quase tudo. 

VAIAS E VAIAS - Rafael Brasil, julho de 2007



VAIAS E VAIAS

Nunca gostei de vaias. Existem, aquelas espontâneas , como a que Lula recebeu no Maracanã. ÙÙÙÙ. Uníssona, sonora vaia, como diria Nelson Rodrigues. Existem as orquestradas, geralmente por grupos antidemocráticos, e que atingem um público mais restrito, como dos auditórios das universidades, tal qual a vaia que deram em dona Ruth Cardoso, se não me engano, na UNB. E mesmo a que deram em Roberto Campos, quando se não me engano da visita de Henry Kissinger, lá pelos idos dos anos sessenta, na mesma UNB. Ouvi uma sonora vaia na então primeira dama Geralda Farias num show musical, lá no Teatro do Parque no Recife, lá pelos idos dos anos setenta, quando anunciaram seu nome no microfone oficial do teatro. Como seu marido, Antonio Farias era prefeito biônico do Recife, representando a odiada ditadura, foi uma, digamos,boa vaia, ou vaia do bem. Uma vaia que ficou na história foi a que recebeu Ceausescu, o ditador Romeno, que convocou o povo justamente para ouvi-lo, como era o costume das ditaduras comunistas. Ao invés de aplaudi-lo, o povão oprimido tascou uma sonora vaia que não parou mais. A vaia depôs o presidente, levando-o exatamente para o xilindró, e depois para uma execução sumária pelas forças de segurança, certamente por queima de arquivo. Bom para o oprimido povo Romeno e claro, para a democracia.
A vaia de Lula foi uma uníssona e sonora vaia, como disse anteriormente. Nunca ninguém, foi vaiado tão acintosamente como o presidente no maracanã. Sociólogos e politicólogos de plantão encheram de tinta os jornais, ressaltando que a mídia, mais precisamente a Rede Globo quase omitiram o fato, certamente para não desgostar o presidente e seu comissariado de plantão, que logo ressaltariam as pesquisas de opinião, constatando a popularidade presidencial, etc. e tal. O próprio presidente comparou o fato de ser vaiado quase inconcebível, para ele foi como se levasse uma vaia na festa de aniversário de um amigo.
Para mim a festa foi boa, a vaia melhor. Foi sonora uníssona e democrática. O povo carioca está de parabéns, ressaltando seu espírito rebelde e libertário. Mais precisamente a classe média que é a principal formadora de opinião. A vaia presidencial foi um alerta para o presidente e seus áulicos, que o poder, enfim , é fugaz, e é preciso baixar a bola, ou o topete. Sobretudo na política, que muda como as nuvens, já dizia uma velha raposa política mineira, que morreu sem deixar saudades, por isso me omito em citar seu insignificante nome. Lula e o PT metidos em escândalos de corrupção. ÚÙÙÙ! Lula e seu governo que não fizeram nenhuma reforma institucional diga de nome. ÙÙÙÙ! Lula e sua turma que quiseram restringir a liberdade de imprensa. ÙÙÙÙ! Lula e sua turma que protegem Renan Calheiros, e outros notáveis corruptos da vida nacional. ÙÙÙÙ! Vaia para ele. Viva ao povo do Rio de Janeiro e Lourenço meu grande primo véio, que tanto espelha o espírito carioca de independência, liberdade e idiotice ao mesmo tempo. Quarem mais vaias? Elas voltarão, para o bem geral da nação e da nossa sempre frágil democracia. Saravá.

MAROLAS - Rafael Brasil, novembro de 2008.



MAROLAS


A atual crise que passa o capitalismo mundial dá um regozijo gostoso nos intestinos dos velhos marxistas. Sempre que pinta uma crise, vem à memória dos velhos comunas a crise final do capitalismo, tão decantada, como o fim do mundo cristão. O assunto estava na geladeira, pois o velho capitalismo mostrava sinais de robustez há pelo menos duas décadas. E já chega aqui, mais rápido do que supunham os analistas governamentais, que aliás, logo mudariam de linguagem. A crise é braba, e ninguém sabe nem de longe o seu desfecho. Como sempre, a grande maioria dos analistas de plantão, sobretudo os que ganham muito dinheiro, erraram feio. E ainda estão errando, como os analistas de botequim. Dão palpites a esmo. Geralmente errados. Quem se habilita? Enquanto isso, o desemprego bate às portas da população, sempre com as barbas de molho. Em se tratando de Brasil, é melhor não esperar para ver. Pagar as contas, não aumentar despesas. Apertar o cinto. Enquanto isso, o governo trata de apertar o cinto para os piores dias que certamente virão. Certo, mas por que não fizeram isso antes? Deixaram as reformas no meio do caminho, e optaram por inchar mais a máquina pública, aumentando as despesas. Como sempre, o governo Lula optou pelo caminho mais fácil. E nós, brasileiros, ainda agüentamos este estado e corrupto. Até quando?
Ainda mais, que estão aproveitando a crise para estatizar mais. O banco do Brasil comprou a nossa caixa, um dos bancos de São Paulo. A Petrobrás continua estatizada, uma verdadeira caixa preta. Quando o preço do barril de petróleo baixa no mercado internacional, nada acontece nas bombas de gasolina. Mudanças de preços, só para cima. Diferente da estatização dos bancos europeus, que só estão estatizando diante da enorme crise econômica, os estatocratas daqui estão aproveitando o momento para colocar mais peso nas costas do povo, em detrimento de uns poucos que lucram e sempre lucraram muito com a situação. E assistimos , como sempre, passivamente a tudo isso. 

"Os ativos do Brasil", por Gustavo Krause


Amanhecer no Brasil é sentir o peso da crise prolongada e se perguntar: o Brasil tem jeito? Dá para apostar no futuro do Brasil?
Uma percepção mais clara exige ir além da conjuntura e olhar o Brasil em perspectiva ao longo das sete últimas décadas. Às vésperas das eleições, é possível contrapor ativos aos passivos que tanto nos angustiam.
O primeiro ativo completa trinta anos – a Constituição Federal de 1988 – que estabeleceu os marcos legais e institucionais de democracia política. Na superfície, os defeitos da democracia saltam aos olhos; na profundidade, as virtudes da democracia respondem com flexibilidade, resiliência, capacidade de adaptação e garantem a emergência da autonomia individual inserida no espaço público da cidadania. Testada em vários momentos, a democracia brasileira será submetida à tentação populista e autocrática.
De outra parte, o país fez uma opção pela economia de mercado. Lamentavelmente, o capitalismo de laços e o patrimonialismo capturaram o estado brasileiro. Estamos pagando um preço alto. Ainda assim, há um Brasil que dá certo: é o que trabalha mais do que pode frente a um que pode mais do que trabalha. A economia de mercado e a livre iniciativa são ativos que precisam de mais Brasil e menos Brasília.
Segue-se o paradoxo da décima economia mundial: uma economia grande e um país injusto. Transformar este passivo em ativo requer a convergência de políticas públicas permeadas por uma educação de qualidade em todos níveis e com os olhos voltados para as transformações do século XXI.
Outro ativo é fazer valer o primado da igualdade de todos perante a lei. Estamos no caminho. Passos largos foram dados na construção de uma ética pública que vai além da ética na política; que não se constitui, apenas por meio regras e sentenças judiciais no combate à corrupção e à impunidade, mas que se consolida numa cultura punitiva a toda e qualquer transgressão.
Cabe, por fim, uma palavra sobre o protagonismo brasileiro na perspectiva ambiental. Os fatores que respondem por uma economia de baixo carbono fazem parte dos nossos recursos naturais. É preciso um grande esforço de incompetência governamental para não assegurar sustentabilidade ao desenvolvimento econômico. Sem descambar para o ufanismo dos “risonhos e lindos campos”, basta olhar para o sol e os ventos de um nordeste renovável pelo conceito de uma matriz energética limpa.
Democracia, livre iniciativa, equidade social, ética e sustentabilidade são os pilares das nações desenvolvidas.
Gustavo Krause é ex-ministro da Fazenda 

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

*Fernando Gabeira: Para onde correm os candidatos


- O Estado de S.Paulo

Se a esquerda está resignada a perder agora para ressurgir adiante, é um equívoco

Tive a oportunidade de conhecer as posições de alguns candidatos à Presidência ao participar de uma sabatina. Tentarei um projeto, como realizei nas eleições passadas, de entrevistar todos os outros, independentemente da pontuação em pesquisa. De um ponto de vista jornalístico, é interessante saber o que se passa na cabeça de alguém que decide ser candidato num momento tão complicado no País. Mais do que ninguém, tenho dúvidas sobre o futuro do próximo presidente, sobretudo a partir de uma quase certeza de que a renovação do Congresso será modesta.

Minha visão da conjuntura recomenda algo que chamo, brincando, de catastrofismo emancipatório, expressão que o sociólogo Ulrich Beck usa diante das mudanças climáticas. Isso significa deixar de apenas falar do desastre, mas encarar a situação com a clareza de que o dilema é cooperar ou morrer.

Creio que a esquerda também conta com uma grande crise adiante. Mas ela se fragmentou e parece ter se resignado a perder as eleições e ressurgir adiante como alternativa. Se for isso mesmo, é um equívoco.

Não creio que uma próxima crise possa ser vista como um movimento de gangorra que alterne forças esgotadas do sistema político-partidário. Um período PSDB, outro período PT, como se a sucessão no poder fosse natural como o ritmo das estações de ano.

Para mim, vivemos uma ofensiva das forças tradicionais semelhante, em muitos aspectos, à que houve nos EUA. No Brasil, esse movimento vem de longe. A esquerda cultural sempre foi dominante. Mas, quando ela passa a ser também a cultura do governo, a contestação de suas ideias ganhou muito mais força. Isso porque a maioria no Brasil – acho eu com minha experiência de lutas minoritárias – é conservadora. Nem sempre o aval que ela dá para dirigir o País se estende a questões de comportamento. É um pouco como política externa. Você faz a política do país, e não a do partido vencedor.

Isso não significa conformar-se a uma situação estática. É possível em debates pacíficos encontrar soluções razoáveis.

Toco neste tema cultural por duas razões. A primeira, porque não é o mais importante quando se constata que a democracia brasileira está em risco. Em seguida, porque no fundo sou muito cético a respeito do poder da política sobre estes temas diante do impacto do avanço do capitalismo, da interconexão do mundo, do avanço tecnológico.

Um ponto central em que a política importa muito é na escolha do sistema educacional. Nesse campo, questionei Bolsonaro sobre seu projeto de escolas militarizadas. E certamente questionarei a esquerda sobre o método Paulo Freire. Mas isso é apenas um aspecto que pode evoluir para uma discussão mais ampla e, quem sabe, um quase consenso para seguir adiante.

É um lugar comum responder educação quando se pergunta por um grande problema no Brasil. E os candidatos respondem também com a mesma ênfase. No entanto, ela ainda não foi discutida com muita clareza e o tempo é muito curto.

Por que essa necessidade enfatizar programas diante de uma previsível crise que pode congelar as melhores expectativas? Porque programa é uma destas coisas que podem sobreviver à crise, como um elemento da nova fase.

O problema da segurança pública é outro que merece um esforço de cooperação. O próximo presidente tem de saber o que fazer, pelo menos um pouco mais que os anteriores, que subestimaram o tema.

Mas tudo isso se faz à sombra de uma dificuldade maior: as relações do eleito com o Congresso, algum tipo de reforma política.

É difícil de reformar uma estrutura entrincheirada, na qual a maioria quer manter os velhos vínculos franciscanos do toma cá, dá lá. Às vezes penso que uma solução francesa poderia ajudar. Consiste em separar as eleições presidenciais das parlamentares. Depois de eleger um presidente, a maioria teria a chance de dotá-lo de uma grande bancada de apoio.

Uma solução mais audaciosa seria escolher de uma vez o parlamentarismo. Traria a vantagem de resolver mais rápido as inevitáveis crises, e talvez por meio de sucessivas quedas de gabinetes pudesse surgir um senso de responsabilidade inexistente hoje.

Tenho apenas intuições. Mas é um problema que marcará a próxima Presidência. Os partidos conseguiram, por meio do dinheiro público, um passaporte para manter seu velho jogo. Naturalmente, vão clamar pela legitimidade do voto conseguido em circunstâncias desiguais.

Mais influenciável que o governo, o Congresso pode ser controlado também por pressão popular. Alguns desastres foram evitados assim. Nem todos. Em alguns momentos, decidem enfrentar a opinião pública, sobretudo quando seus interesses diretos estão em jogo.

A única possibilidade no horizonte seria uma pressão conjugada do eleito e da opinião pública. Ainda assim, isso demandaria uma grande sensibilidade para avançar sem romper.

Todo este cenário é envolvido numa situação econômica grave, com demandas sociais crescentes.

É com este olhar preocupado que sigo os candidatos à Presidência. Qualquer um deles vai enfrentar o problema. Quem achar que pode ir tocando o barco sem mudanças pode desembocar numa crise mais grave.

E quem achar que tira proveito dela para voltar ao poder vai se perder mais no caminho.

Talvez marcado pelas próprias experiências, um quadro de profunda crise, esquerda fragmentada e direita em ascensão me parece complicado demais para leituras equivocadas.

A viagem à Rússia reforçou em mim a ideia de que outras variáveis, às vezes, conseguem neutralizar nas pessoas os anseios por democracia. As pesquisas na América Latina já indicam um crescimento dos que a dispensariam na vida política de seu país.

É um momento distinto da alegria das Diretas Já. O processo político-partidário se degradou, afastou-se da sociedade. O segredo é não jogar fora o bebê com a água do banho. E, se possível, reanimá-lo.
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*Jornalista

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

"Coxinhas e mortadelas juntos", por Carlos Alberto Sardenberg


O partido do senador Fernando Collor, o PTC, fez aliança com o Podemos para apoiar a candidatura presidencial de Alvaro Dias. Em Alagoas, Collor é candidato a governador e tem como seu vice o vereador Kelmann Vieira, do PSDB, do tucano Geraldo Alckmin.

No Ceará, o PT descartou o senador José Pimentel, intenso militante, que queria tentar a reeleição, e deu seu lugar na chapa para o “golpista” Eunício Oliveira, do “traidor” MDB. 

Assim, o governador petista Camilo Santana tem ampla aliança na sua campanha pela reeleição. A outra vaga ao Senado ficou para Cid Gomes, do PDT, irmão de Ciro, que acaba de ser fritado pelo PT.

O PP está no centrão, portanto na chapa de Geraldo Alckmin. Mas o presidente do PP, Ciro Nogueira, já avisou que lá no Piauí é Lula e não abre. Não sendo Lula candidato, bom, será preciso outra conversa, não é mesmo?

A gente que está fora da prática política estranha. As alianças federais e estaduais não têm o menor conteúdo ideológico. Os cabeças de chave ainda apresentam programas — até são obrigados a isso. Mas os coadjuvantes das chapas não precisam. Não falam de programa, mas de governo, quer dizer, de participação no futuro governo.

Em resumo, a gente diz: não tem a menor lógica. Mas tem, sim. E até se pode dizer que é uma lógica econômica — a de eliminar ou reduzir a concorrência para obter controle do mercado.

Imagine que o petista Camilo Santana se recusasse a formar chapa com os “golpistas” que derrubaram Dilma. O MDB e o PDT seriam obrigados a formar suas próprias chapas, com candidatos a governador e senador. Ampliava-se assim a concorrência eleitoral, o que, aliás, daria mais opções ao consumidor, quer dizer, eleitor.

Mas concorrência é boa para o consumidor. As empresas gostam mesmo é de uma boa reserva de mercado e/ou monopólios.

Assim, na política. Fazendo aquelas amplas alianças, os caras reduzem ou eliminam a concorrência, controlam o mercado eleitoral e garantem suas eleições.

Simples, não?

Os bobos somos nós. O que achamos estranho, para eles é absolutamente normal.
Tira o dinheiro

Aliás, esse conceito de normal está espalhado.

Por exemplo: tem muito assalto a banco pelas cidades do interior remoto. Com a polícia praticamente inexistente, fica fácil para bandidos da capital fazer um tour por algumas localidades e levar o dinheiro das agências.

De tanto acontecer, virou normal. Até que bancos — sobretudo o BB e o Bradesco — que têm mais capilaridade, encontraram uma solução simples. O que os bandidos querem? 

Dinheiro vivo. Logo, tirando dinheiro vivo das agências desaparece o objeto do roubo, e acabou-se o problema.

Sucesso. Todo mundo ficou sabendo que não tinha mais papel moeda por aquelas cidades do interior.

E os aposentados, a maioria recebendo um salário mínimo, e acostumados a pegar o dinheiro vivo?

Paciência. Que paguem suas contas pelo meio eletrônico. Muitos não se dão bem com essas coisas. Além disso, e o dinheirinho do dia a dia?
Paciência, virem-se.

O pessoal se vira: por exemplo, as pessoas entram na fila do banco e ficam esperando aparecer alguém que pague uma conta em dinheiro. Aí entra algum no caixa, o funcionário chama o primeiro da fila e paga o que der. Ou então os aposentados vão receber em agências de cidades maiores.

Ficou assim, normal: agência bancária sem dinheiro.

Tira o bronze

Outra: tem muito roubo nos cemitérios municipais de São Paulo. Com o policiamento praticamente inexistente — devem achar que os caras já morreram mesmo — fica fácil para a bandidagem fazer um tour pelas alamedas e levar as peças artísticas dos túmulos e todo o material nobre (como cobre).

Virou normal.

Até que os usuários, ou os parentes de usuários, encontraram solução simples: em vez de cobre, registrar os nomes e datas em placas de latão ou acrílico. Em vez de colocar peças decorativas valiosas, chamar um bom grafiteiro. Pintura, ninguém leva, óbvio.

Como? Mais policiamento? Bobagem, já está resolvido.

Em tempo: não tem nada disso nos cemitérios privados.

ANISTIA - RAFAEL BRASIL

Quando jovem, participei da campanha pela anistia. A reinvicação era que ela seria geral e irrestrita, o que foi conseguido. A campanha tinh...