quinta-feira, 27 de setembro de 2018

"Haddad é Lula (sem tornozeleira)", por Guilherme Fiuza


Haddad é Lula. E está à solta. Assim é no mundo do crime: você derruba um chefe, eles põem outro no lugar ─ e o negócio segue em frente.
Depois de três décadas de crise de identidade, o Partido dos Trabalhadores enfim chegou à perfeição: deu ao Brasil o primeiro candidato a presidente escolhido na cadeia. Agora o PCC sabe quem é que manda.
Representante do maior assalto já perpetrado no mundo democrático ocidental, Fernando Haddad disse que recebeu uma missão “do Lula”: olhar nos olhos do povo e construir um país diferente. A melhor maneira de construir alguma coisa aqui, responderia o povo, começa com a devolução do dinheiro que vocês nos roubaram.
Nada feito. Não tem devolução, só gastança. Dilma Rousseff, por exemplo, notória regente da segunda metade do assalto, não só está solta (é a maior vergonha da Lava Jato, sem dúvida), como lidera a campanha mais cara para o Senado ─ superando inclusive vários presidenciáveis.
Contando ninguém acredita.
O Brasil não quer falar disso. Talvez você se lembre, caro leitor, no auge da explosão da Lava Jato, com tubarões petistas sendo presos em série até a deposição da companheira presidenta, o que projetavam os que projetam: o PT nem terá candidato em 2018; talvez sequer exista mais.
Pois bem, aí está: os que projetam estão projetando o PT no segundo turno.
O Brasil virou isso: um lugar onde todo mundo fica tentando adivinhar o que vai acontecer e se dispensa de pensar.
Foi assim que chegamos à primeira eleição presidencial após o assalto petista… sem discutir o assalto petista. A campanha simplesmente não trata disso ─ e o respeitável porém distraído público resolveu comprar esse lunático dilema esquerda x direita.
Eis o furo de reportagem: é isso que se discute na campanha sucessória de 2018 ─ essa falsa pantomima ideológica. Agora tirem as crianças da sala: até aqui, o debate eleitoral falou mais de ditadura militar (meio século atrás) do que de petrolão.
O que fazer com o Brasil? Botar em cana por vadiagem? Já que Lula canta de galo e protagoniza o debate de dentro da cadeia, melhor soltá-lo e botar o Brasil no seu lugar. Chega de intermediários.
Se o Brasil não sofresse de amnésia profunda e falta de juízo, Fernando Haddad não teria coragem nem de se candidatar a vereador pelo PT. Mas ele está por aí dizendo que “é Lula” ─ dizendo que “é” um condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que responde a mais meia-dúzia de processos de onde provavelmente virá uma boa ampliação de sua temporada no xadrez.
Seria uma vergonha, mesmo para quem não tem um pingo dela. E sabe por que não é, Brasil? Porque você está aí muito ocupado em adivinhar o que vai acontecer, enquanto se entretém lendo essas pesquisas que colecionam erros clamorosos às vésperas de todas as eleições.
Você não se importa: será que o Lula vai ser preso? Não acredito. Será que o Lula vai ser candidato? Talvez. A ONU mandou liberar…
Pare com esse jogo fútil, Brasil. Se olhe no espelho. A quadrilha que te humilhou e te jogou na maior recessão da sua história está aí, sambando na sua cara. Tome juízo. Deplore esse escárnio.
Não posso, responde você. Eles me disseram para parar com a onda de ódio…
Deixa de ser tolo, Brasil. O PT plantou o ódio na população como truque propagandístico – Lula está há duas décadas ensinando o povo a não acreditar na Justiça, na imprensa livre e nas instituições de seu país. É a incitação contra o inimigo imaginário para semear o “nós contra eles”: há uma elite demoníaca pronta para devorar tudo e eu vou salvar vocês dela, etc, etc.
Foi por trás desse véu que o PT, ele mesmo, devorou tudo – e continua aí, vendendo a salvação.
O fenômeno Bolsonaro é parte da reação, às vezes cega, às vezes furiosa, a essa impostura. E a tentativa de assassinato do candidato é o desfecho óbvio desse “nós contra eles” que Lula e o PT plantaram muito bem plantado.
O autor do atentado foi filiado por sete anos ao PSOL, o partido pacifista que incendeia museu, barbariza o patrimônio público e privado e protege black blocassassino. Apontar e repudiar esses picaretas que te sugam o sangue é disseminar o ódio, Brasil?
Acorda, companheiro. Antes que seja tarde.

Com Blog do Augusto Nuns, Veja

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

"A Venezuela Não Será Aqui", por José Carlos Aleluia


“A omissão, o ocultamento da verdade, a negação, são atitudes criminosas da pior categoria moral e da pior baixeza em termos políticos e sociais considerando a situação dos venezuelanos”.

A corajosa declaração do secretário-geral da Organizações dos Estados Americanos, o uruguaio Luís Almagro, deveria estar fixada em todas as calles de nossa América Latina. Um farol a orientar o rumo de nossa geopolítica regional. Uma premissa a ser levada em conta na eleição presidencial aqui no Brasil.
Tão grave quanto calar-se diante da crise humanitária causada pelo socialismo bolivariano no país vizinho é ignorar a ameaça que nos ronda diante da possibilidade de uma eleição movida pelo ódio trazer de volta a face brasileira dessa mesma tragédia.
Movidos pelo populismo mais rasteiro, por uma fraude eleitoral praticada à luz do dia e pela incitação a um messianismo político de fazer corar o mais imoral dos estrategistas, o projeto de poder do PT assombra as bases de nossa democracia.
Para eles não é o futuro Brasil que está em jogo. É o revanchismo de um partido que se nega a reconhecer a culpa pela maior crise econômica de nossa história. Que se nega a admitir a cumplicidade diante da fome e da miséria provocada por sua ideologia. O partido que mandou às favas qualquer resquício de dignidade política ao guiar-se em função de um culto personalista em plena democracia liberal do Século XXI.
Almagro trouxe uma grande provocação: Devemos eliminar a opção de oferecer assistência humanitária ao povo venezuelano porque o Regime de Maduro se nega a receber? Está de acordo com a nossa Ética negar ao povo venezuelano tratamentos de hemodiálise, fórmulas para bebês, vacinas, comida, quando o sofrimento e a morte hoje alcançam milhões? “Aceitar a negativa da ditadura em receber ajuda para o povo não é cumprir o direito internacional humanitário. É violá-lo”.
Relevar a manipulação política com a qual o PT ataca nossa democracia não é “ser moderado”. Admitir a farsa da candidatura de Lula como brecha eleitoral não é “ser democrata”. Aceitar como parte do jogo a narrativa criminosa que incita a divisão, o ódio e a divergência é somente parte desta mesma omissão.
É preciso sair de cima do muro do politicamente correto e se posicionar de forma firme em defesa dos valores humanistas que forjaram este e os demais países ocidentais. Não mais temer a histeria esquerdista ao se levantar em defesa da família, das instituições e da moral cristã que é a base de nossa sociedade.
Não se enganem: esta é uma luta por liberdade Qualquer neutralidade neste momento faz parte da mesma fórmula da indiferença que faz ditaduras serem perenes. A Venezuela não pode, não deve e não será aqui.
José Carlos Aleluia é deputado federal

O que está em jogo nesta eleição - OLAVO DE CARVALHO


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Os militares que nos governaram a partir de 1964 NADA FIZERAM para impedir que os comunistas e seus sócios voltassem um dia ao poder. Mas estes, tão logo se apossaram do Estado, tudo fizeram para conservá-lo em suas mãos PARA SEMPRE, bloqueando todos os canais de expressão e de ação das preferências majoritárias. Construíram uma democracia para eles mesmos, excluindo os outros, os estranhos, os não-ungidos — nós, a nação brasileira, o povo inteiro. Carimbaram-nos de nazistas, homofóbicos, intolerantes, assassinos de gays, mulheres, índios e judeus, para nos manter para sempre em silêncio, de cabeça baixa e rabo entre as pernas. O que chamam de democracia é, literalmente, o que Lênin denominava CENTRALISMO DEMOCRÁTICO — a democracia da elite mafiosa, onde o povo não entra. Manter e eternizar esse esquema de poder, baseado no roubo, na mentira, na censura e na opressão, é o que chamam de “estabilidade democrática”. Esse castelo de iniquidades tem de ruir, e todos os seus ocupantes privilegiados têm de pagar pelos seus crimes.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Consultoria Eurasia discorda do Ibope e vê Bolsonaro presidente


Novo relatório da consultoria Eurasia aponta vitória de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad no segundo turno, com 55% dos votos.

Já o Ibope, na pesquisa divulgada ontem, aposta numa vitória do petista com 43%. O próprio Ibope, na pesquisa anterior, havia indicado um empate entre os dois candidatos.

Para a Eurásia, a rápida melhora do estado de saúde de Bolsonaro aumenta suas chances.

“Embora não acreditemos que ele participará de eventos de campanha em locais abertos, ele parece saudável para começar a gravar vídeos para televisão e mídias sociais em uma tentativa de reduzir sua rejeição, que aumentou na pesquisa Ibope de 42% para 46%”, diz o relatório.

A consultoria acredita que a dinâmica eleitoral tende a favorecer mais Bolsonaro no segundo turno.

“Em um momento no qual os eleitores estão procurando um presidente que represente a mudança do atual establishment político, que reduzirá a corrupção e o crime, Bolsonaro pode explorar tanto sua falta de envolvimento com a Lava Jato, quanto sua posição linha dura contra os criminosos para ganhar votos de centro-direita e anti-PT. Além disso, em um eventual segundo turno, ambos os candidatos dividem 50% do tempo da televisão, dando a Bolsonaro muito mais exposição para se defender e atacar o fraco histórico de corrupção do PT”, escreve a Eurasia.



Com O Antagonista

Um novo Brasil - Rodrigo Gurgel

Resultado de imagem para rodrigo gurgel

Na semana passada, na Biblioteca Nacional, em Brasília, onde fui falar sobre Euclides da Cunha e "Os Sertões" — a convite do Luiz Carreira, curador da exposição "Eu leitor" —, constatei, mais uma vez, que, longe do eixo Rio-São Paulo, muito distante do que a mídia pró-Haddad tenta mostrar, longe dessa cultura repetitiva, indolente e cheirando a maconha, de artistas seminus, cantores de 70 anos que se comportam como se tivessem 15, escritores que repisam as vanguardas do século passado e intelectuais que só conseguem papaguear slogans leninistas, há uma multidão de jovens que estuda realmente.

Eles querem rever o Brasil. Querem reencontrar a cultura que lhes foi subtraída pelos professores esquerdistas, de boina do Che Guevara e estrela vermelha na camiseta amassada. Querem o Brasil sem filtros marxistas. Querem a verdadeira filosofia, que não está nos manuais da Marilena Chauí. Querem a verdadeira educação, que não está nos panfletos do Paulo Freire. Querem o cristianismo real, que não pode ser encontrado na baboseira ideológica de Frei Beto e Leonardo Boff.
Esses jovens do Brasil esquecido, do Brasil que só é lembrado e visitado quando se deseja trocar voto por Bolsa Família, querem ler José de Alencar inteiro, mas sem os manuais que disfarçam o ufanismo nacionalista de esquerda exaltando indianismo, palmeiras e sabiás. Querem reler Machado de Assis, mas sem os manuais esquerdistas que enaltecem o Bruxo do Cosme Velho por seu ceticismo, pelo cinismo de olhar enviesado que sempre desconfia do homem, que deseja encontrar segundas intenções em cada mínimo gesto, que desacredita das virtudes, da ética, da verdade. Esse jovens querem revisitar a Semana de 22 inteira, mas não querem ser guiados pelos manuais esquerdistas que endeusam Oswald de Andrade e seu marinetismo de segunda mão, seus divertimentos literários desconexos e superficiais.
É exatamente desses jovens que nós precisamos: jovens que repudiam a explicação do nosso país por meio de meia dúzia de leis sociológicas marxistas; jovens que abandonam o materialismo e voltam a olhar para o Eterno, para o que está além do homem; jovens que estão cansados da lenga-lenga jacobina e dos professores que caem de joelhos, babam e têm orgasmos quando citam Foucault, Derrida, Deleuze e toda a caterva que, nas universidades, desfralda a bandeira da perversão, do relativismo e do texto obscuro que é só uma nova forma de ignorantismo.
Esse jovens estão cansados de fórmulas fáceis — querem conhecimento verdadeiro, querem ir às fontes.
O Brasil respira, meus caros. Graças a Deus.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O retrato espontâneo: Bolsonaro tem 31%, contra apenas 17% de Haddad


O retrato mostrado pela pesquisa espontânea da FSB para o BTG/Pactual é muito diferente do cenário estimulado. Neste, Jair Bolsonaro tem 31%, contra apenas 17% de Fernando Haddad. 

Enquanto a diferença das menções a Bolsonaro num e noutro cenário é de apenas 2 pontos, a de Haddad é de 6. 

Nesse caso, a diferença dos votos de Bolsonaro (31%) para a soma de todos os concorrentes (34%) é de apenas 3 pontos, o que aponta para uma possibilidade maior de vitória no primeiro turno.

Vera Magalhães, O Estado de São Paulo

domingo, 23 de setembro de 2018

"Adversários forjaram Bolsonaro", por Ruy Fabiano

Não adianta dizer que, em suas três décadas de parlamentar, Bolsonaro aprovou quase nada. Seu protagonismo deriva não do que fez, mas do que impediu (ou ajudou a impedir) que se fizesse: o triunfo do projeto bolivariano de poder do PT, que vê no banditismo uma força revolucionária, a ser fortalecida

Parte do êxito da candidatura Bolsonaro decorre menos de seus méritos, em regra negados, e mais da truculência com que é desconstruído pelos adversários. Exageros, que levam concorrentes entre si a se unir contra um inimigo comum, acabam frequentemente saindo pela culatra. É o que ocorre.
O eleitor percebe que alguma coisa está fora do lugar.
O natural é que ele seja combatido no campo das ideias. Dizer que ele não as tem é uma maneira simplista de evitar o único campo efetivo em que, nos termos da democracia, pode ser refutado.
Os adversários, no entanto, optam pela adjetivação, quando não pelo insulto. O senador Álvaro Dias, por exemplo, chamou-o de “bandido” e “vagabundo” e atribuiu à facada o seu protagonismo (o que é uma inversão, já que o protagonismo é que motivou a facada). Num tom quase de celebração, disse que “ele está quase morto”.
Os demais não ficam muito atrás: “nazista, fascista, homofóbico etc.”. Por aí, não se chega a lugar nenhum, nem se compreende o fenômeno de massas em que ele de fato se transformou. Sem dispor de prefeituras, governos, sindicatos ou verbas do fundo partidário e eleitoral, arrasta multidões por onde passa – e é o único, hoje, a fazê-lo. Não é uma opinião, mas um fato.
As últimas caravanas de Lula, inclusive pelo Nordeste, com apoio de prefeituras, governos e sindicatos, não lograram a mesma performance. E isso está patente em vídeos disponíveis na internet. Há um fenômeno novo na política que está sendo negligenciado – e, por isso mesmo, não compreendido.
É dever de jornalistas e intelectuais fazê-lo, mas estão contaminados pela febre ideológica, que obscurece o raciocínio. Sem essa premissa – decifrar o fenômeno -, o combate será vão.
Paulo Guedes, assessor econômico de Bolsonaro, resumiu, ao menos em parte, o que ocorre. Disse que o êxito do candidato decorre de um tema central: segurança pública.
Tudo o mais, neste momento, disse ele, inclusive a economia, é acessório. E Bolsonaro, goste-se ou não – e a ira dos adversários apenas ajudou a consolidar esse aspecto -, é o único dos candidatos a ter sua imagem associada ao restabelecimento de uma lógica elementar, clamada pela imensa maioria da população: bandido não pode virar mocinho. E não se combate o crime hostilizando a polícia.
Isso remete aos equívocos com que, nas últimas décadas, a segurança pública foi tratada, em sucessivos governos, submetida a um viés ideológico que associa crime a injustiça social.
A Lava Jato deixou claro esse equívoco, ao mostrar que a praga comparece também no andar de cima.
O establishment político brasileiro – e aí se incluem mídia e academia – fechou-se numa bolha e descolou-se da realidade. Restou-lhe dizer o de sempre, que o povo não sabe votar.
Entre balas perdidas e achadas, a sociedade, que padece de um massacre civil de 60 mil homicídios anuais, clama por ordem.
Daí o retorno da mística militar, nosso sebastianismo republicano. Bolsonaro é beneficiário da desordem e anomia que contaminaram e puseram em xeque a democracia brasileira.
Não adianta dizer que, em suas três décadas de parlamentar, aprovou quase nada. Seu protagonismo deriva não do que fez, mas do que impediu (ou ajudou a impedir) que se fizesse: o triunfo do projeto bolivariano de poder do PT, que vê no banditismo uma força revolucionária, a ser fortalecida.
As forças de centro, ao aderir ao furor ideológico da extrema esquerda, perderam a oportunidade de oferecer uma saída alternativa ao país. Nesses termos, instaurou-se o Fla x Flu ideológico, que, inapelavelmente, marcará estas eleições.
Ruy Fabiano é jornalista 

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

*Fernando Gabeira: Pão, pão, queijo, queijo


- O Estado de S.Paulo

É com a realidade que está aí que teremos de construir nossos sonhos, ainda que modestos

Ando muito pelo Brasil, mas não faço pesquisas. Nem pergunto em quem o interlocutor vai votar. Apenas converso. E com isso vou formando um quadro que, às vezes, é confirmado pelas pesquisas que dizem ter estreita margem de erro.

Faz algum tempo que tento me acostumar com a realidade que vem pela frente, um confronto polarizado entre dois líderes populares, Lula e Bolsonaro. Como um está na cadeia e o outro no hospital, a eleição ganha um tom de realismo fantástico. É preciso abstrair a dimensão romanesca e cair na realidade: um dos dois será vitorioso, com todas as consequências que isso implica.

Senti no Nordeste que Lula tem muita força. Na Bahia, sobretudo, um sentimento de gratidão a Lula e a popularidade do governo local indicam uma supremacia da esquerda. No Norte, Sudeste e Sul, ouço muito o nome de Bolsonaro. Se o que vi tem o valor de uma pesquisa espontânea, minha inclinação é supor que a aspiração de mudança está encarnando nele.

Às vezes tendo a imaginar se essa imensa resistência ao governo de esquerda não se parece com o susto que os franceses tiveram com o Maio de 1968, optando pela volta de De Gaulle.

Não vejo o momento que virá pela óptica dos anos 60 no Brasil, pelo menos não o descreveria como Roberto Campos ao analisar a queda de Goulart e a tomada do poder pelos militares. Para ele, a alternativa eram anos de chumbo ou rios de sangue. E também não é, como às vezes dizemos brincando, um dilema entre Venezuela e Filipinas. O presidente das Filipinas é um peso-pesado no gênero. E um destino venezuelano é altamente improvável. Maduro não se aguentaria tanto tempo se não tivesse cooptado as Forças Armadas com empregos que rendem muito aos generais. No Brasil isso seria diferente.

Ainda assim, descartando modelos mais assustadores, viveremos uma situação delicada. As duas forças em presença são dificilmente conciliáveis.

Nos Estados Unidos, apesar da rivalidade, em alguns e raríssimos momentos democratas e republicanos reconhecem o interesse nacional. Já a polarização brasileira, de uma certa forma, reduziu as chances de um esboço de projeto nacional para enfrentar a crise e reconstruir o País. Certamente cada uma das partes tem o seu. Mas ele dificilmente atravessa os limites dos seus entusiasmados seguidores.

O estímulo ao equilíbrio deve vir da sociedade, mas isso não é fácil quando a maioria dos eleitores pende para uma visão mais radical. O discurso do equilíbrio é sentido como uma das formas de manter o sistema político-eleitoral. As expectativas são muito maiores.

Num posto de gasolina da estrada, um homem com um longo chapéu de palha me disse: “Voto no Bolsonaro porque é preciso virar a mesa”. Nesses momentos sinto a fragilidade dos instrumentos com que deveríamos contar quando o presidente assumir: Congresso e Supremo Tribunal.

O Congresso, na verdade, é a força sobre a qual a sociedade ainda pode exercer uma influência maior. Ainda assim, com discretíssimas mudanças será sentido mais como parte do problema do que como solução.

O Supremo... Bem, o Supremo todos sabemos que está parcialmente empenhado em neutralizar a Lava Jato. Cada vez que concede um habeas corpus, liberta um condenado, desmembra um processo para tirá-lo de Curitiba, está alimentando o desejo de uma renovação pela direita.

Vejo um amplo jogo de grandes forças sociais e, diante dele, poucas as chances da intervenção individual. Reconheço que vivemos num país com alto nível de imprevisibilidade. Mas, com os dados que tenho, creio que a tarefa será cada vez mais pensar os próximos passos, estabelecer um roteiro de redução de danos. É uma tarefa para todos os que querem sair do atraso, incluídos os eleitores mais moderados dos dois líderes.

Ultimamente têm surgido alguns livros no Brasil sobre a decadência da democracia, que não sofre mais golpes de Estado, mas simplesmente transita para regimes autoritários. Os livros são ótimos, porém o cenário dos últimos anos no Brasil é um livro aberto. Várias vezes o Congresso votou projetos absurdos sabendo que estava cavando um abismo maior entre os políticos e a sociedade. Os escândalos de corrupção, que levaram um grupo para a cadeia e deixaram seu principal aliado agonizando diante da pressão policial, tudo isso contribui para um desencanto geral com o sistema político-partidário.

Não se trata de um “bem que avisei” ou de caça aos culpados, apenas uma constatação importante de como será difícil a nova fase.

Se uma visão mais moderada perder a batalha eleitoral, e isso me parece provável no momento, não terá perdido com isso a sua importância. Ela pode ser um fio de esperança para que surja um projeto de reconstrução mais consensual. E ser uma espécie de algodão entre cristais, lembrando que a guerra fria acabou e é necessário superar os grandes dilemas ideológicos para recuperar o tempo perdido.

A polarização entre dois líderes populares de certa forma simplifica e torna o processo mais caloroso ainda. Mas revela como surgem os líderes nacionais no Brasil democrático. Eles simbolizam também a força da comunicação oral. São capazes de transmitir a mensagem que a forma literária dos intelectuais não consegue.

Claro que seu discurso também é lido, perpassa os jornais e revistas. No entanto, é a linguagem oral, com seus erros, hesitações e exageros, que consegue chegar ao coração dos eleitores em escala nacional. Outros podem usá-la sem êxito. Entra aí um outro fator importante: o papel do indivíduo, sua trajetória e personalidade.

Poderia divagar muito sobre o dilema brasileiro. Poderia até desejar que não fosse assim. Mas seria perda de tempo. Se não estou muito equivocado, essa é a realidade que está aí. E é com ela que teremos de construir incessantemente nossos sonhos, ainda que modestos.
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*Jornalista

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

O verdadeiro começo do fim - Carla Pola


Da página da Carla Pola:
O verdadeiro começo do fim
2018-09-12 | Carla Pola

Engraçado. Hoje eu me peguei pensando no Lula. Imagino o quanto deve estar desesperado por ter que passar o bastão para o Haddad.
Como psicopata que é, conforme o livro de Ponerologia o coloquei na categoria dos caracteropatas, aqueles que precisam de holofotes, que precisam aparecer o tempo todo subjugando todos a sua volta.
O Lula foi um homem que passou por cima de tudo e de todos para chegar ao poder. Entregou companheiros de sindicato aos militares, destruiu a vida de muitos, comandou a fundação do PT e soube trazer o partido em rédeas curtas. Junto com o assassino Fidel Castro fundou o Foro de SP que vem destruindo os países da América Latina.
Jamais foi comunista, jamais foi esquerdista (ideologicamente falando), mas entendeu cedo que o poder que queria estava na esquerda; ou seja, o poder total. O domínio sobre tudo e todos.
É um animal político, geralmente todos os psicopatas do meio político são. Calculista, foi um mito criado pela esquerda. O falso romantismo de se ter um operário no poder, no caso dele um falso operário.
Na verdade, as mentiras contadas com uma naturalidade de impressionar qualquer pessoa normal sempre foi o tom de seu poder. Nada e nem ninguém o preocupa a não ser ele mesmo.
Usou as pessoas até mesmo preso. Manteve a corrida eleitoral até hoje sob seu domínio, não se preocupou nenhum pouco que estava prejudicando seu partido e muitos candidatos, o negócio era ele continuar nos holofotes, sob as luzes da ribalta.
É público e notório que muitos petistas não o suportavam, caso do José Dirceu, por exemplo. Só o aguentavam porque inteligente e espertamente Lula conseguiu manter o poder concentrado nele.
Jamais deixou que alguém crescesse mais do que ele dentro do próprio partido, mas hoje teve que passar o bastão para o Haddad disputar a Presidência.
Deve ter sido duro para ele.
Muitos especialistas acreditam na capacidade que o Lula ainda tem de transferir votos. Também acho que ele transfere, mas não no percentual que muitos colocam. Não vejo o Haddad no 2º turno, sinceramente.
A casa do Lula começou a cair quando resolveu fazer caravanas pelo Brasil. Foi um fiasco no nordeste, no sul então nem se fala! A máscara já havia caído.
A imprensa esquerdista se desespera, pois o mito criado era e sempre foi uma farsa.
Aos poucos os petistas se afastarão dele, na política não há vácuos, com o tempo ele será só notícia em páginas policiais. José Dirceu tentará reorganizar o PT, mas não creio que conseguirá. A legenda está queimada.
Também não sei se o tirarão da cadeia. Lembremos que o Toffoli é vassalo do Dirceu e não do Lula. Acho que o Dirceu prefere que ele permaneça mais um tempo atrás das grades a fim de não o atrapalhar.
As cortinas começam a se fechar para um falso mito criado pela esquerda, para um homem que não honrou a esposa em vida e nem mesmo na morte; para um homem que sempre foi pequeno, mas achou que era grande.
As luzes começam a se apagar uma a uma para um homem que sempre só quis ser o Fidel Castro brasileiro.
Por onde um psicopata passa, ele deixa um rastro de destruição e dor. Assim foi Lula em toda sua vida a ponto de acabar com uma nação.
Para um caracteropata como ele o dia de hoje deve estar sendo mais difícil que o dia de sua prisão.
As visitas à Curitiba diminuirão com o passar do tempo, ele sairá da mídia como político e só aparecerá como bandido. Em breve ninguém dará bola se ele for para um presídio. A esquerda seguirá outro líder. Outro psicopata, mas, mesmo assim, outro líder.
Durante anos sonhei com esse momento e parecia que nunca chegaria. Chegou. Claro que não no tempo que eu desejava, mas no tempo de Deus que é sempre o tempo certo.
Adeus Lula, feche as cortinas e apague a luz. O palco político se fechou para você.
PT saudações!

Fascismo e fascistas - Olavo de Carvalho

Fascismo e fascistas

Nunca é demais lembrar aos antifascistas de plantão que o fascismo é, aliás tanto quanto o marxismo, uma ideologia organizada e racional da qual eles não sabem ABSOLUTAMENTE NADA, o que lhes garante a deliciosa liberdade de poder aplicar a quaisquer opiniões soltas que lhes desagradem o nome desse fenômeno, imantado de evocações macabras quase sempre sem a menor relação com a realidade histórica correspondente. Basta lembrar que, no Brasil, o único governo fascista que tivemos foi o de Getúlio Vargas, do qual esses mesmíssimos antifascistas se orgulham de ser herdeiros e imitadores. O debate político brasileiro é um bate-boca no hospício entre loucos que disputam o monopólio da privada.

Filosofia no Brasil - Olavo de Carvalho

Filosofia no Brasil

As principais ocupações de um filósofo universitário brasileiro hoje em dia são: (a) desentender as idéias dos filósofos do passado para poder continuar a discuti-las sem jamais chegar a entendê-las; (b) criar e destruir respostas para alguns interessantes e divertidos enigmas lógicos como o problema de Gettier ou o paradoxo de Russell, de cuja solução ou falta dela não resultará absolutamente nada; (c) controlar meticulosamente o número de publicações em revistas especializadas e participações em congressos filosóficos necessário para conquistar e manter um posto capaz de equilibrar o orçamento doméstico; (d) concordar com os pares em todas as questões essenciais da vida, como por exemplo votar no Haddad para presidente da República.

A missão da Fôia - OLAVO DE CARVALHO

A missão da Fôia

Só a total ignorância do que seja o movimento comunista pode justificar que se veja no famoso plano de dominação continental do PT seja um mero boato, seja uma realidade material, como tendem a vê-lo, respectivamente, a esquerda chique e a direita brega.
A dialética interna do movimento comunista emprega sistematicamente a técnica chamada do “pé na porta”, que consiste em avançar exigências ousadas para forçar a aprovação de outras mais moderadas, entendidas como etapas preliminares para a realização daquelas ou como substitutivos aceitáveis caso elas se revelem prematuras ou utópicas.
Se os detalhes divulgados não se integraram formalmente no plano geral do Foro de São Paulo, ajudaram a formulá-lo e a torná-lo, por contraste, mais anestésico. Mas que esse plano É de dominação continental comunista é algo que ninguém que haja lido os documentos internos daquela entidade pode negar. A Fôia de S. Paulo, mentirosa e fingida como sempre, desmente as hipóteses de detalhe para com isso negar a realidade do conjunto. Ocultar, camuflar e adocicar os planos do Foro de São Paulo tem sido a missão da Fôia desde 1990.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

MENTIR É UM MANTRA COMUNISTA - Rafael Brasil


 "Posa à vontade no hospital, simulando armas em punho. Já ensaia os primeiros passos e está a cada dia melhor. O repouso forçado, em vez de atrapalhá-lo, parece que o ajuda, ao poupá-lo de alguns debates e dar-lhe gás para o segundo turno. Poderá fazer campanha do hospital, do mesmo modo que Lula faz da cadeia". Assim disse o cientista político gramsciano da USP, Marco Aurélio Nogueira, sobre Bolsonaro, equiparando sua situação com a de Lula. Existe coisa mais canalha? Afinal, é  mais do que substantiva a diferença de um hospital para uma cadeia. Óbvio ululante.
Estes pulhas mentem sistematicamente, este é da chamada esquerda moderada. Afinal o mantra comunista é mentir, vide o panfleto de Trotski, seguido e amado por comunistas de todos os quadrantes, "Moral e Revolução". Em síntese, para o partido, ou a causa, vale tudo, em contraposição a um suposto comportamento da chamada burguesia neste sentido. A mentira é mais palatável desinformando, e de preferência com títulos acadêmicos. Vá tomar no cú, Marco Aurélio!

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

"Luzia abrindo cabeças', por Fernando Gabeira


Luzia já não está mais entre nós. Depois de 11.500 anos, sucumbiu à crise brasileira no último dia de Pompeia, o incêndio que levou os afrescos que sobreviveram ao vulcão Vesúvio.

A noite do incêndio foi uma das mais difíceis para mim. Pesadelo, tristeza, raiva e uma dose de culpa. No Congresso, destinei verba parlamentar para o Museu Nacional. O desastre mostrou como era pobre nossa visão de tapar buracos no orçamento de organismo que precisa de uma proteção sistêmica.

Infelizmente, compreendi tudo isso muito tarde, daí minha tristeza e raiva com as chamas. Na verdade, não foi apenas a passagem de Luzia que abriu minha cabeça.

À volta ao jornalismo, tratando de pequenos museus locais, sobretudo em lugares que precisam deles para encontrar sua identidade e agregar valor às suas riquezas naturais, compreendi que eles não são um fardo que deva ser tratado com migalhas. Na viagem à Rússia, onde escritores, sobretudo do século XIX, são cultuados, e há museus de todo tipo, ficou claro para mim que não se trata apenas de preservar a memória, mas transformá-la também numa fonte de renda através do turismo.

Em viagens pelo Brasil, vejo quase toda semana algum tipo de museu. Mantido por um empresário, o Instituto Ricardo Brennand, em Recife, é uma boa surpresa. Nele existem, entre outros, os quadros do holandês Frans Post, que nos deixou belas imagens sobre o Brasil Colonial. É uma coleção que só perde para a da própria Holanda.

Tive boa impressão do Museu Mazzaropi, em Taubaté, construído numa área em que também foram reproduzidos os cenários dos seus filmes: é um hotel fazenda.

Aqui no Brasil, temos um pouco o complexo do novo mundo, da permanente construção e destruição. Nosso lema parece ter surgido da frase de Marx, que também é o título do livro de Marshall Berman: “Tudo que é sólido desmancha no ar”.

Na semana do incêndio, trabalhava , precisamente, em algo ligado a essa frase. É o projeto do trem Minas-Rio, comprado em Três Rios sem ajuda do governo. Ele vai ligar nove cidades, inclusive Cataguases, Minas.

Passei por algumas delas e, em Cataguases, procurei estimular a criação de um museu que fale um pouco do papel da cidade no modernismo. Ali houve uma revista antenada com o movimento, a “Revista Verde”, e um escritor e poeta de destaque: Rosário Fusco.

Não é o primeiro lugar em que trato do tema. Na verdade, na semana anterior estive na Bahia precisamente mostrando o projeto de museu hippie em Arembepe.

No momento em que as cidades precisam se reinventar para enfrentar a crise, é mergulhando na sua tradição e cultura que podemos achar uma saída, através da economia criativa. O que me dói no incêndio é ter percorrido tantas experiências locais e não ter percebido com clareza como o Museu Nacional poderia ter sido importante para o Rio de Janeiro, uma espécie de porta de entrada do Brasil mas que, na verdade, escondia um dos seus principais tesouros culturais.

Ao invés de uma campanha para transformá-lo num momento em que se construíam tantos estádios e um Museu do Amanhã, por que esquecemos o ontem, o anteontem, os dias primordiais de Luzia?

Havia um ar de decadência no museu. Fios de ligações improvisadas, infiltrações, telhas quebradas; enfim, todos esses incômodos de um corpo velho e mal tratado. Diante de museus internacionais bem cuidados e interativos, talvez não nos orgulhássemos dele como deveríamos.

Agora é tarde. Mas não significa que vamos continuar apenas chorando pela perda. Se o crânio de Luzia, perdido nas cinzas, conseguir, pelo menos, abrir nossa cabeça, será uma pequena vitória.

No passado, recusou-se uma ajuda do Banco Mundial porque não se aceitava o Museu como fundação privada. Conseguimos criar um bloqueio duplo: arrogância do novo mundo diante do passado e a ilusão de que tudo deve ser feito pelo Estado.

Não sou inocente nessa história. Quase não há nada nos programas presidenciais sobre a proteção do patrimônio. Se iniciasse uma discussão no tempo em que apenas tapávamos goteiras, talvez hoje já houvesse uma política disponível aos candidatos.

Mas o pássaro da consciência canta apenas ao entardecer. Precisamos sempre de grandes traumas para vislumbrar o caminho. Algo em nós parece hibernar: suspeito que seja o raciocínio.



O Globo

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