segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Neurose.

O governo do Irã ameaçou não participar da Olimpíada 2012, em Londres - Reino Unido. E o motivo é dos mais bacaninhas: não gostou do logotipo desenhado para o evento. Segundo os fanáticos xiitas, aqueles que apedrejam mulheres adúlteras e enforcam gays em praças, o desenho faz apologia ao sionismo, movimento judaico.
Nas palavras do governo dos aiatolás, é possível ler-se a palavra ZION no desenho acima. Tente você, leitor.
O Irã sempre surpreende o mundo. Quando não com antissemitismo e usinas atômicas, sim pelo fanatismo, atraso político e cultural.



Aceitei as propostas de pessoas amigas e criei um blog também. Quero exercitar lá o que aprendi escrevendo aqui, e lendo nos demais blogs que tive contato por esse meio. Quando possível, deixarei alguma opinião sobre algo que tenha relevância, tanto daqui quanto de Caetés e região. Vou ver como me saio.
Se quiserem conhecer, este é o endereço:

http://hadrielf.blogspot.com/

É um pequeno espaço para a leitura.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

AK-47.

Não sou apologista da violência, muito pelo contrário. Nunca possuí arma alguma, apesar de ter um grande fascínio por elas. Frequentemente leio artigos, baixo livros na internet ou compro as revistas na banca sobre esse tema. Não sou um grande conhecedor do mundo bélico, mas um grande curioso. Devoro tudo relacionado à Segunda Guerra Mundial. Pesquiso sobre o Dia D (séries como Band of Brothers, The Pacific; filmes como O Resgate do Soldado Ryan, Círculo de Fogo, A Guerra de Hart) a guerra no Pacífico, a Blitzkrieg alemã, o Exército Vermelho soviético e todos os equipamentos utilizados nesta e em outras guerras. Achei muito interessante uma reportagem da revista Seleções que trata da arma mais mortífera já criada pelo homem: o fuzil soviético de assalto leve AK-47. Trata-se de uma arma tecnicamente fantástica. Eficiente e cruel. Diz a revista que tal fuzil mata por ano, em média, 250 mil pessoas em todo o globo. É pop. Está estampada em bandeiras como a de Moçambique, como também é citada em alguns hinos nacionais de algumas ex-repúblicas soviéticas como Uzbequistão e Quirguízia.
A sigla AK, vem de Avtomat Kalashnikova, em homenagem ao seu criador, um oficial do Exército Vermelho chamado Mikhail Kalashnikov, no ano de 1947, daí o número no fuzil.
Já em plena Guerra Fria, o AK-47 foi uma revolução se comparado aos resumidos rifles de três, quatro anos antes. Ele não emperra, não trava na chuva, lama ou areia; tem custo baixíssimo ( chega a ser vendido por 100 dólares em alguns países, contra 4700 reais do FAL-762- brasileiro), é de fácil manuseio, robusto mas leve, podendo ser operado até por crianças; requer pouca ou nenhuma limpeza e manutenção e tem duração de até 40 anos ainda mantendo a eficiência. É a arma mais vendida no mundo e a preferida dos terroristas e grupos insurgentes. A URSS fez questão de espalhá-lo por todos os seus países satélites ou alinhados com Moscou no período da Guerra Fria. Ainda hoje é produzido na Rússia e o Estado Russo é quem detém sua patente. Já foram produzidas muitas versões desde 1947 mas pouca coisa mudou na arma. Vários países usam-no como arma padrão de suas forças armadas. A China o pirateia desde a década de 1960.
Durante a Guerra do Vietnã, militares norte-americanos encontraram um soldado vietcongue morto e enterrado com o seu AK-47. O coronel David H. Hackworth aproximou-se do corpo, retirou a arma da lama, puxou o ferrolho e disse: "eu vou mostrar para vocês como uma verdadeira arma de infantaria funciona". E disparou 30 tiros como se o fuzil estivesse novo em vez de enterrado na lama por meses. Trata-se de uma arma de grande eficiência, comprovada nos invernos europeus, nos desertos do Oriente Médio, e nas florestas da Ásia, África e América. Também, ao lado da israelense UZI, é a arma preferida pelas máfias. O Brasil, como aliado dos EUA e país parceiro (não-membro) da OTAN, nunca usou o AK em suas forças armadas.
O Exército Brasileiro disse em 2004 que não pretende adotar o AK-47 pois a mesma não atende aos requisitos técnicos necessários, além de ser uma arma popularizada e com fama de ''arma de guerrilha''. Segundo a instituição, o Brasil está desenvolvendo um projeto nacional de rifle de assalto, mais sofisticado e exímio, com capacidades de empregar tecnologias periféricas (palavras fortes pra um exército tão pífio) comparado ao norte-americano M4.
É esperar pra ver.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Entrevista Necessária.


Encontrei essa entrevista com o FHC na internet datada de 2007, mas muito pertinente e reveladora:


HERANÇA MALDITA

''Ninguém tem copyright (direito autoral) do que fez na política, apropriação é um processo natural da política. É uma discussão que interessa à vaidade das pessoas, não olho por esse ângulo. Digo, criticaram tanto para fazer a mesma coisa, então não estava tão mal assim. De certa forma isso me satisfaz. Às vezes, eles exageram, dizem que não fiz nada, herança maldita. Estão esquecendo a maldição da herança, de tanta bênção que receberam''.

CRESCIMENTO

''A conjuntura mundial era negativa [na minha época], era absolutamente diversa. Agora é absolutamente favorável, não existia a China. Nós estávamos num esforço enorme de estabilização fiscal. É preciso não esquecer que, quando veio a redemocratização, era um momento difícil, tínhamos um Estado que não estava apto a administrar, tínhamos inflação e demandas sociais enormes. Por sorte do Brasil e do Lula, hoje há a possibilidade de a economia florescer. Imagina se ele tivesse de enfrentar aquilo que eu enfrentei, seria pior. Eu tive de enfrentar outros problemas, que eram muito mais difíceis''.

DESAFIOS

''A situação que [o novo presidente] irá enfrentar é bem diferente da agenda que enfrentei e da que o presidente Lula está enfrentando. Enfrentamos duas coisas: estabilização e tentativa de retomada do crescimento e modernização do Estado com abertura para a área social. Agora há outras questões. A questão da violência é muito grave. Depois, [é preciso] destravar as dificuldades da infra-estrutura da economia brasileira e, o mais importante, cuidar da educação. O presidente não vai conseguir resolver tudo, até porque algumas questões não são do presidente, como a violência, que tem âmbito estadual. Mas acho que chegamos num momento em que, se não for uma questão nacional que comova a sociedade, não se resolve''.

FISIOLOGIA

''Acho que isso [fisiologia] deriva de muitas coisas, do corporativismo, do patrimonialismo. Acho que a gente nunca conseguiu resolver a questão efetiva do regime republicano. O sistema de votos faz com que a pessoa chegue ao Parlamento sem dever ao eleitor, mas devendo aos canais intermediários. E quando renova o Congresso, renovam as pessoas, não o sistema. Quando cheguei à Presidência, criei um conselho de presidentes de partidos, logo percebi que era inútil porque eles não controlam os partidos. Chamei os líderes dos partidos, mas eles também não controlam o partido, são os canais de transmissão das demandas dos deputados ao Executivo. Então o presidente tem que negociar quase homem a homem''.

REFORMA POLÍTICA

''Chega um momento em que se diz: "não dá mais". Acho que nós estamos chegando nesse momento na área da corrupção, não dá mais esse tipo de relacionamento entre o Executivo e o Legislativo, não dá mais para o Congresso não ter uma ligação mais presente com a população. Há muitas maneiras de fazer isso. Não precisa ser o voto distrital puro, pode ser o misto, pode ser um distrito menor, mas alguma coisa terá de ser feita para quebrar esse elo fundamental. Não acredito em salvador da pátria. Acho que essa é uma medida importante, vai levar tempo. Se olhar as histórias das democracias mais maduras hoje, elas também passaram por períodos difíceis e foram se aperfeiçoando. Não dá para resolver tudo em uma só pessoa''.

TERCEIRO MANDATO

''Eu não acho que o perfil do presidente Lula vá nessa direção, o que não quer dizer que essa direção não seja posta como possibilidade. Nem a sociedade brasileira [tem esse perfil]. A sociedade brasileira tem uma capacidade de organização e de reação muito grande. Então não acho que vai acontecer isso. O fato de o presidente ser forte pode ser utilizado bem de outra maneira, e aí eu lamento ele não ter uma agenda no Congresso. A agenda está ficando limitada à defesa do imposto. Nesse caso, o presidente Lula não exerce a sua força popular em termos de organização de um programa que permita ao país vê-lo e apoiá-lo. Não vou julgar a intenção do Lula [de ter um terceiro mandato], não cabe a mim''.

LULA CONSERVADOR

''Acho que, na tradição de Lula, estilo de Lula, ele é conservador. Entre uma solução que mude tudo, ele fica com uma que não muda tanto. Nunca vi o Lula indo para extremos. Ele é moderado, conservador. É muito difícil, dada a sociedade brasileira, que ele vá fazer uma saída radical, que vá mudar muita coisa. Não estou falando de intenção dele, não. Ele pode ter as melhores intenções do mundo. Não estou julgando as intenções, posso julgar o estilo de comportamento dele. Ele tem uma história, um partido, e essas coisas pesam. O mais perigoso em um país é que não tenha amarras. Lula mudou muito, mudou sempre e vai mudando, mas ele muda e se amarra, muda e se amarra. Lula não é anti, é muito mais pró. Não é bom ou ruim, depende do momento. Em certos momentos você precisa quebrar. No momento atual do Brasil, não era necessário quebrar. Agora, no futuro, vamos precisar de um presidente que seja mais duro.

CPMF

"Naquela época [governo FHC] precisávamos efetivamente de recursos. Por quê? Havíamos perdido o grande imposto que sustentava o Brasil, que era a inflação. Então estávamos num sufoco, tínhamos de fazer a CPMF. É uma discussão técnica, mas eu nunca achei que fosse um mau imposto, é fácil de cobrar, vale mais para o pobre do que para o rico, isso é verdade. Qual a posição agora do PSDB? O senador Tasso [Jereissati] fez uma proposta logo no início, de reduzir o valor gradativamente, houve várias tentativas de uma atitude racional. O governo foi intransigente, certo de que iria levar tudo pela força. Não conseguiu até agora, mas não abriu nenhum espaço real de negociação com o PSDB. É difícil dizer aos senadores que tentaram e não conseguiram nada, dizer que agora vocês vão capitular porque os governadores precisam disso. Não pode matar o partido dessa maneira. Suponhamos que caia a CPMF, não sei se vai cair, não estou acompanhando o dia-a-dia, mas suponhamos que caia o imposto ou que não se vote, o que vai acontecer? Em janeiro você negocia novamente. O PSDB não pode ser irresponsável frente ao país, mas o governo também não pode seguir dizendo: não vou negociar nada''.

SERRA X AÉCIO

"É natural que as pessoas aspirem [à Presidência]. As pessoas ao redor estão mais encarniçadas que os próprios envolvidos, isso é da vida política. Se você não tem aspiração, é difícil. Se tem uma cisão, se torna dramático. Fora disso, é natural na vida política que haja conflito. Você precisa criar mecanismos de resolução de conflitos. Conflito é da vida humana. Marido e mulher brigam. Depois fazem as pazes e é mais gostoso. Agora eu virei o Lula, estou usando exemplos domésticos (risos). O PSDB nunca teve uma situação em que fosse preciso fazer uma primária, uma prévia. Se for necessário, vai fazer. O importante é haver uma certa união. Os dados estão aí, e podem mudar. Temos que deixar o espaço aberto. Temos uma situação positiva, temos um excesso de gente competente, que pode ganhar. Quando o partido não tem, só tem um, aí a unidade é feita."

CHÁVEZ

"É muito importante o que aconteceu [derrota do Chávez no plebiscito], a Venezuela, que é um país que tem dinamismo, tem petróleo, ampliar suas relações com o Brasil. Fui eu quem fez a ligação da Venezuela com o Brasil, eletricidade, a energia que serve Roraima vem da Venezuela. O Chávez que eu conheci é do barril de petróleo que custava US$ 15, agora são US$ 100. É muito mais difícil negociar com uma pessoa que tem tanto poder financeiro na mão e que tem uma audácia muito grande. Nunca houve um líder nesse continente com a capacidade de desafiar temas do mundo como o Chávez. O Fidel Castro [ditador de Cuba] se defendia dos EUA, o Chávez ataca. É importante que o Brasil mantenha relações estreitas com a Venezuela e no Mercosul, desde que ela cumpra as condições. O debate, a meu ver, está equivocado, está politizado. O que nós temos que perguntar é se ele está cumprindo requisitos para entrar no Mercosul. Esse debate não houve. Eu acho que não. Vamos exigir da Venezuela que ela explicite. É uma negociação, não é uma adesão de coração. Se você tem uma cláusula democrática [no Mercosul], ela não pode ser só no papel. O Brasil não pode se omitir de ser liderança, liderança democrática. Não acho que [a Venezuela] seja uma ameaça ao Brasil, o que não quer dizer que os militares não vão perceber [se isso acontecer] e até com razão, se equipar, essa coisa toda. Não acho que seja uma coisa gritante. Acho que é uma pena, [Chávez] está jogando muito dinheiro em armamento, e eu não vejo bem para quê. A política externa exige ter bastante continuidade. Tem que ser nacional. Em alguns pontos, sim, Lula seguiu [minha política externa], em outros, não."

CRISE AÉREA

"Eu não fiz Anac nenhuma. Não consegui, não saiu. O que saiu não foi meu. Essa é do Lula. Eu acho que a melhor forma é você, progressivamente, desmilitarizar certas áreas que são passíveis de desmilitarização, mas com profissionalização. E sem insistir que não pode ter militar. Pode ter, sim, às vezes eles são mais competentes que os civis. Houve erro de operação porque houve avanço de políticos em instituições que não podem ser politizadas."

Democracia

''Acho que a gente tem de olhar as coisas num ângulo um pouco menos estigmatizado. Acho que houve mudanças muito profundas no Brasil, que explicam por que foi possível o que era impensável no passado, o que era difícil imaginar. Isso é um dado positivo. Nesse período todo não fomos só nós, mas o país, o país mudou muito, é um outro Brasil para permitir que haja liberdade, para que nós chegássemos à Presidência.Todos os programas sociais que agora estão florescendo foram criados no meu governo, a reforma agrária, quem é que deu impulso? Como vão dizer que governei para os ricos? Isso é luta política. Os bancos ganham mais hoje do que ontem. Nem é verdade que o presidente Lula governa para a classe operária, nem pode, ele governa para o Brasil. Pergunte o que os ricos acham dele. O programa de bolsa foi iniciado no nosso governo, eu acho muito bom. O Bolsa Família é um programa bom, transfere menos renda que o salário mínimo, é positivo, mas tem de ver os limites. As coisas não são feitas por alguém, é uma história''.

Retirado do '' The Passira News'', 2007.

FHC X Lula.

Quem foi melhor para o Brasil, FHC ou Lula? Creio que agora, com Dilma eleita e empossada, já se pode fazer uma avaliação isenta de paixões. Isso é importante porque as novas gerações só se recordam do governo Lula. O de FHC desenvolveu-se quando boa parte dos jovens atuais era criança. Eles não têm opinião formada sobre o que foi a gestão de Fernando Henrique Cardoso. FHC e Lula vivem trocando agulhadas. E - quem diria - já foram aliados, no passado. Foi nos anos 70, quando ambos, ombro a ombro, lutavam contra o regime militar. Afastaram-se na década seguinte. Lula tratou de fundar o PT e o professor Cardoso, na condição de suplente de Franco Montoro, assumiu a senatoria quando este se elegeu governador. Alguns anos depois ajudou a tornar viável um novo partido, o PSDB, formado por dissidentes do PMDB. Por suas opções partidárias, ambos ficaram no sereno durante muito tempo. Mas suas apostas, no longo prazo, mostraram-se acertadas. Os dois, com elas, chegaram à Presidência da República. E agora, desde os anos 90, tanto PT quanto PSDB são os dois principais partidos que disputam os corações e mentes da opinião pública. Ao menos da parcela que se acredita esclarecida. FHC e Lula, cada um pôde reinar durante oito anos. Foram eleitos e reeleitos para o posto. Ambos lograram formar folgadas maiorias no Congresso. Fernando Henrique aproveitou-as para fazer profundas reformas na economia. Lula, que lhe sucedeu, fez o carro deslanchar e tratou de, sozinho, recolher os louros da retomada do desenvolvimento e também do soerguimento da autoestima dos brasileiros. É difícil afirmar, de forma isenta, qual deles foi o mais importante para o Brasil. Em termos de mudanças, FHC foi o mais efetivo. Já quanto à popularidade, foi Lula quem se saiu melhor. Mas como toda unanimidade é suspeita...

Embora Lula insista em afirmar que a História do Brasil teve início no dia em que o PT chegou ao poder, eu - que não nasci em 2003 - tenho uma visão mais crítica do processo. Venho seguindo o noticiário político e econômico desde que me tornei adulto. Pelas minhas contas, já pude acompanhar a trajetória de oito presidentes, dez governadores do Estado e 12 prefeitos da capital. Dentre essas três dezenas de governantes, já houve de tudo: militares, civis, eleitos nas urnas, eleitos indiretamente, vices que assumiram, nomeados e também interinos. Houve quem morresse antes de tomar posse e quem fosse impedido em meio ao mandato. Alguns acreditavam falar com Deus; outros, ainda, deixavam Deus esperando na linha. Alguns eram direitistas e outros, esquerdistas. E muitos eram, também, populistas. Governantes que cultuaram a fama de trabalhar demais, a maioria que se contentava em trabalhar o suficiente e ainda os que, manifestamente, não gostavam de trabalhar. Como diz o povo, houve gente que não era capaz de nada e gente que era capaz de tudo. Eu fiz oposição a alguns e fui simpático a outros.

Quais foram os melhores? Com mais de três décadas de experiência, confesso que não sei dizer.

Presidentes, governadores e prefeitos, nenhum deles governou sozinho. Todos tiveram equipes qualificadas e assessores especializados. Deram-se melhor os que souberam evitar os áulicos, descobrir talentos, liderar equipes e garantir, politicamente, a sua governabilidade Mais de meio século atrás, o então prefeito Prestes Maia já reconhecia que "governa melhor um político cercado de técnicos do que um técnico cercado de políticos". E olhem que ele era um técnico. Iniciei a minha carreira profissional, como jornalista, comentando economia e política no rádio e na TV. Pude constatar que todos os governantes, sem exceção, começaram suas administrações com inúmeros projetos, propostas, promessas e boas intenções. Ao término de seus mandatos, alguns anos depois, bastava contar as suas realizações para perceber que quase nenhuma de suas metas fora atingida. Ao menos não na forma que eles haviam previsto. Os que lograram marcar presença não foram, necessariamente, os que intentavam criar um novo mundo. Foram aqueles que souberam captar o Zeitgeist - o espírito do tempo, ou da época, como se diz.

O fato é que numa gestão é preciso saber conciliar a sorte com a virtude. Bons jogadores não são apenas os que sempre recebem boas cartas. São também os que fazem o melhor com as cartas que têm.

Alguns lograram êxito. Outros se celebrizaram como exemplos a não serem seguidos. Os governos de Lula e FHC foram, no meu entender, complementares. Quer no que se refere à retomada do desenvolvimento, quer nas políticas de combate à miséria, o mérito de Lula foi o de pavimentar as picadas que Fernando Henrique já havia aberto. Se em 2009 a economia brasileira se saiu bem da crise, isso se deve em boa parte à robustez de nosso sistema financeiro. E este só é forte porque foi saneado e normatizado no governo anterior. Quanto aos programas sociais, como o Bolsa-Família, foi no governo de Lula que se consolidou a ideia, mas foi no de Fernando Henrique que ela se tornou realidade. O problema é que, atualmente, o que se percebe é que, de tudo o que foi feito, coube somente a Lula a colheita de resultados. Isso não é muito justo. O que sobrou para FHC foi apenas o sofrimento das consequências. Nas últimas eleições, isso ficou patente: quase todo mundo pegou carona na popularidade de Lula e poucos foram os que se atreveram a falar bem de Fernando Henrique. A nossa posteridade há de fazer justiça. O teste do tempo é implacável: destrói tanto modismos quanto reputações artificiais. E perante a História não basta ser popular para garantir uma vaga.


João Mellão Neto - O Estado de S.Paulo

Violência no Nordeste.

A região do Brasil que mais sofre com a pobreza, agora também submerge na violência. Em uma década (1998-2008), o Nordeste assistiu a uma escalada no número de homicídios, suicídios e acidentes de trânsito. Os assassinatos aumentaram 65%, os suicídios 80% e os acidentes de trânsito 37%. Na população jovem, os índices são ainda piores: um crescimento de 49% nos acidentes, 94% nos homicídios e 92% nos suicídios. Alagoas é o Estado símbolo dessa escalada de violência. A Bahia traz números assustadores e o Maranhão não fica atrás.
Essa radiografia está no “Mapa da Violência 2011 - Os Jovens do Brasil”. Em síntese, entre 1998 e 2008 nenhuma outra região teve um aumento tão grande de mortes por causas externas.
Alagoas é hoje o estado com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Em 10 anos, a violência (que já era altíssima)cresceu 2,7 vezes. Entre os jovens, tem sintomas de catástrofe: o número de homicídios cresceu 343% e a taxa por 100 mil habitantes quadruplicou. Entre jovens e negros pode ser considerada quase um extermínio: alcançou 155,6 por 100 mil - para cada jovem branco assassinado, morrem outros 13 negros. Esse número só é pior na Paraíba, onde morrem quase 20 jovens negros para cada jovem branco.
A explicação para essa escalada pode estar exatamente nos males que vêm com as boas notícias. Nos últimos anos, novos polos econômicos surgiram por todo o Nordeste e alguns Estados no Norte, como o Pará. Mas, enquanto chegavam o dinheiro, os empregos e mais moradores, o Estado ficava para trás. Há polos que emergem com forte peso econômico e praticamente não têm a presença do Estado.
O Nordeste passa por uma fenômeno chamado “desconcentração” da violência, li aqui no jornal. Se no início da década as mortes violentas estavam principalmente nas capitais e nas suas regiões metropolitanas, ao longo dos anos houve um movimento de migração.
Hoje, as cidades do interior sofrem com os aumentos de assaltos, tráfico, roubos, acidentes de trânsito, etc. Em relação a homicídios, um estado da federação destaca-se: São Paulo, com taxa inferior à 10 mortes por cem mil habitantes. Notem que falamos do estado mais populoso do Brasil e também o mais rico deles. Outro aspecto interessante é o fracasso da política de desarmamento. Já foram entregues 500 mil armas e a violência aumenta em muitos estados, até campeia em alguns. Mostrei aqui dia desses, com dados da ONU, que a posse de armas em muitos países não causam o genocídio que se ver no Brasil. Só o petista José Eduardo Cardozo não percebe isso. Agora, já que o Estado é incompetentíssimo em dá segurança à população, eles criam um paliativo: tomar-lhes as armas. Bela estratégia, não é mesmo?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Tiririca: Membro da Comissão de Educação e Cultura. Se o Gilberto Gil Já Foi Ministro...

Essa é das boas: o PR confirmou hoje a indicação de Tiririca para a Comissão de Educação e Cultura da Câmara, que será instalada na próxima semana. Em janeiro, o deputado já havia manifestado o desejo de participar da comissão. "Quero trabalhar na área de educação e cultura'', afirmou o humorista em entrevista à Folha. Após ser eleito com votação recorde de 1,3 milhão de votos, Tiririca teve que passar por um teste de alfabetização aplicado pela Justiça Eleitoral onde, segundo o promotor, não atingiu um terço de acertos sendo, mesmo assim, considerado alfabetizado.Um absurdo só.

Segundo a Rede Record, Tiririca é analfabeto e, durante todo o tempo em que trabalhou na TV do bispão Macêdo, necessitava da namorada para ler os seus textos de comédia, e assim, ele poder decorá-los. Desde que assumiu no dia 1º de fevereiro, Tiririca ainda não fez o esperado discurso de estreia, mas já chamou a atenção durante a votação do salário mínimo: segundos depois de dizer que apoiaria o governo e seu partido pelo mínimo de R$ 545, Tiririca votou a favor dos R$ 600, apresentado pelo PSDB. Sempre pensei o porquê do povo paulista ter dado tantos votos a um palhaço e nunca cheguei à uma conclusão sobre isso. Hoje, talvez tenha surgido uma luz: se Fernando Haddad, que um ano antes da ruína da URSS apresentou uma tese de mestrado defendendo os avanços econômicos daquele malfadado sistema; que já demonstrou uma hercúlea e crassa incompetência em dois governos; que fez gato e sapato dos estudantes do Enem, é hoje ministro de Estado, por que não Tiririca na Comissão de Educação da Câmara? Se Gilberto Gil, com o seu Samba do Recôncavo, já foi Ministro da Cultura, por que não o Tiririca na comissão? É a cara do Brasil. Vejam a que nível o Brasil chegou. Nada mais representativo do momento em que se encontra a educação tupiniquim, concordam? Logo, ele será também conselheiro do Instituto Lula. Certamente, a educação no Brasil não ficará pior. Isso é impossível.

Ao ler essas coisas, lembro-me de Roberto Campos: ''A burrice, no Brasil, tem um passado glorioso e um futuro promissor.''

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PERÍODO DE INCERTEZAS





Uma das características da história é a sua irrepetibilidade. A cultura, antes tribal, depois restrita aos impérios regionais, com a internet, de fato se globaliza. Os povos árabes tem fome não só de liberdade da opressão presente, mas também da opressão religiosa. A revolução islâmica sofre cataclismas em seu interior. Se não fosse pela brutal repressão da teocracia, possivelmente o regime islâmico do Irã seria derrubado. Aliás, a base mais sólida do governo está nas aldeias, que são os grotões de lá. Que passaram a ser mais assistidas com a tomada de poder pelos aiatolás. O velho e carcomido Xá, Reza Parlevi, desprezava estas regiões. As revoltas, desde tempos imemoriais, acontecem, claro, nas grandes cidades, e o fenômeno da urbanização é mundial, desde o nascimento e expansão do velho capitalismo. Justamente, na segunda metade do século XX o fenômeno se irradiou na periferia do sistema. E a revolução das informações fez o resto, afinal, ninguém quer voltar ao feudalismo, ou mesmo o velho patriarcalismo. Em outras palavras, os jovens mulçumanos querem, ao que parece, modernidade. Inserção na aldeia global. Queiram ou não os reacionários de todo o planeta, isso veio para ficar. Aliás, é muito difícil manter regimes fechados com o avanço dos meios de comunicação, como a TV e a internet. Se conseguirem formalizar governos republicanos, separando religião de governo, o oriente também poderá ser democrático, mostrando ao mundo a exuberância de sua milenar cultura, que tanto contribuiu para o próprio desenvolvimento cultural do ocidente até meados do século XV. Vamos acompanhar atentamente o desenrolar dos acontecimentos, pois cada país é diferente, e paira sempre no ar a ameaça do fundamentalismo religioso, uma tremenda regressão histórica. Ademais, quem, disse que a história anda sempre para frente? As regressões históricas também fazem parte da aventura humana na terra. Quem duvida?



CONFUSÃO GERAL



No momento, nas revoltas nos países mulçumanos, ninguém sabe quem é quem. Ou seja, quais os principais atores no cenário das mudanças necessárias. No Egito, o exército segura a barra. Na Líbia não tem nenhuma força organizada, e as revoltas vem das periferias das cidades e das aldeias. Os fundamentalistas estão à espreita. E se o movimento descambar para a Arábia Saudita? Ninguém sabe, ninguém pode prever. Os Estados Unidos, mantenedores destas ditaduras, tendem a acompanhar o processo apostando agora em reformas democráticas e constitucionais. Mas foram eles os apoiadores destes regimes, daí sua impopularidade na região. Agora o Egito permitiu ao Irã fazer manobras no Canal de Suez, permissão antes negada. Uma vitória dos fundamentalistas faz arrepiar os cabelos de todo o mundo. Como se comportará Israel, completamente isolado? Mais do que já está?

Comunistas Corruptos.

Ser comunista com o capital alheio é fácil. Principalmente no Brasil.

Refiro-me aos desvios de dinheiro público por ONG's ligadas ao PC do B. Soube hoje que o comunista Orlando Silva, Ministro dos Esportes, pode ser demitido ainda esta semana. Antes, será chamado ao Palácio do Planalto para se defender das denúncias de fraude envolvendo o programa Segundo Tempo, de seu ministério, que usava ONG's e empresas fantasmas para desviar muitos milhões dos cofres públicos. Um horror. O chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, irá recebê-lo e embora se diga que a presidente Dilma Ducheff estaria propensa a mantê-lo no cargo, vai ser difícil engolir suas justificativas. Na verdade, o rolo no qual o ministro se meteu é dos grandes. As denúncias foram feitas pelo jornal “ O Estado de S. Paulo”, mostrando que o projeto do Ministério do Esporte, só em 2010, distribuiu R$ 30 milhões à ONGs de dirigentes e aliados do partido. As obras realizadas com esse montante só existem no papel. Todos os dirigentes das ONG's, é bom lembrar, são do PC do B. Orlando Silva é um fruto da UNE (escrevi sobre a peleguice dessa entidade, dia desses aqui), como também o cara-pintada Lindbergh Faria, senador carioca, hoje amigaço do Collor e bulldog do PT no Senado. Passa-se o tempo, mas o comunismo ainda é o que sempre foi: nefasto, corrupto, mas com cara de salvação. Sempre que esse pessoal fala em socialismo, tome cuidado. É no seu bolso que eles querem realmente fazer mudanças.


Recordações de Caetés


Recordações de Caetés:

Povo na Praça Em Manifestação Politica,Anos 80.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Elton John de Volta.

Elton John, um dos maiores músicos de todos os tempos e que grande contribuição deu à música nos últimos 40 anos voltará ao Brasil em setembro. O inglês se apresentará no dia 23/09, no festival Rock In Rio. Ele é, para mim, o maior artista vivo da música pop mundial. Esse cara influenciou muita gente e o próprio Rock N' Roll lhe deve muito. Infelizmente, apresentar-se nesse festival já sem fôlego e uma salada de ritmos confusos, em nada acrescentará à sua brilhante carreira. Mas, sabem como é: Elton John ainda tem muito a mostrar. Cresci ouvindo suas músicas influenciado pelos meus tios maternos e hoje só tenho a agradecer. Fizeram-me muito bem. Entre as minhas preferidas estão: Daniel, Circle of Life, The One, You Gotta Love Someone, Sacrifice, Don't Let The Sun Go Down On Me, Nikita, Rocket Man, Your Song e The Bitch Is Back e Funeral For A Friend.
Apesar da farofa toda que estará lá (esse festival foi desfigurado ao misturar óleo e água) aposto que o show do Elton será um dos melhores.
Deixo esse vídeo de Bitch Is Back como aperitivo:


EMBUSTE ELEITORAL




O que está claro neste início de governo, é o embuste eleitoral. Dilma Ficou caladinha com a irresponsável gastança , pois era para elegê-la. Depois da farra , vem a realidade. Contas podres, gastos desnecessários, contratação de concursados suspensa, arrocho fiscal, promessa de cortes de cinquanta bihões. Todos das oposição sabiam do problema fiscal e da necessidade de um ajuste nas contas. Se não fizeram antes foi estelionato eleitoral. Se não fizeram agora, adeus estabilidade com a volta da inflação. Isto foi alertado não só pelas oposições, mas sobretudo pela imprensa respónsável e não petista. Aliás os petistas nunca tiveram uma só idéia econômica que prestasse. O tal plano aternativo para substituir o plano de Fernando Henrique simplesmente nunca existiu. E o que melhor fizeram foi copiar o de FHC.
Dilma , claro é diferente de Lula. Ademais, já imaginaram se a mesma fosse imitá-lo no seu rasteiro populismo? Definitivamente, não lhe cairia bem. Agora, vai ter que explicar ao povo o estelionato eleitoral. E tentar cumprir pelo menos parte do que prometeu. Reformas estruturais, nem pensar. Dá trabalho para os petistas reformar a previdência. É difícil, e eles não gostam de coisas difíceis. Todavia agora não dá para falar em herança maldita. Herança maldita de um presidente idiota, que achou que era o maioral da nossa história, e que, efetivamente não realizou nenhuma reforma importante para o país. E, evidentemente tem muitos que ainda acreditam nele e seu governo falacioso festivo e mentiroso. Além, é claro de corrupto, atribuição que o ex maioral quer apagar da história, como os velhos caudilhos. Porém, a minoria de quatro por cento, qua achava o governo ruim ou péssimo começará a aumentar. Quando a realidade chegar, e está chegando, é preciso governar. Dos palácios, e não dos palanques.

LÍBIA


Viram a cara do cachorro Kadhafi na televisão ameaçando o povo? Que só sai do poder como mártir? Mártir de quê? Mais mum assassino que mantiveram no poder em nome da estabilidade para os negócios. Lula o achou um “cara legal”. E por falar nisso, foi Fidel quem logo o apoiou, afirmando que a OTAM vai tomar conta da Líbia. Menos mal. Pior mesmo é um sujeito como Kadhafi. O clima de revolta popular nos países árabes, é o fato mais importante desta primeira metade do século XXI. Será a primavera democrática destes povos? Mesmo há mais de duzentos anos da revolução francesa? Vamos aguardar os acontecimentos e, claro, torcer pelos democratas. Do Irã a Cuba. Da venezuela A Arábia Saudita. Da Coréia do Norte a China e seus carcomidos partidos comunistas. Tchau ditadores. Vida aos democratas.

Dragão Que Atropela.


A indústria brasileira tem sofrido bastante com a concorrência chinesa.
Concorrência não, um rolo compressor que já devorou vários setores da indústria nacional como brinquedos, eletrônicos, calçados e equipamentos hospitalares, só para citar alguns deles. Não dá pra competir. Mão-de-obra baratíssima e fartíssima, proibição de greves e sindicatos (jamais surgirá um Lula na China, felizmente pra eles), matérias-primas abundantes para muitos setores...a China é isso aí que se vê: um dragão voraz por mercados. Lendo aqui nos arquivos da BBC Brasil, vi que em 2004, o governo brasileiro reconheceu a China como economia de mercado, ajudando-a a ser membro da OMC. Pois bem.
Em contrapartida, o governo chinês apoiaria a candidatura do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. No decorrer de tudo isso, a China foi admitida na organização e, adivinhem? Não cumpriu a sua parte dando apoio aos tupiniquins de Celso Amorim.
Li hoje que a FIESP está desnorteada com os estragos causados pelos chineses, que não são leais nem um pouco quando se trata de comércio: praticam dumping, desvalorizam sua moeda e com isso mandam a concorrência ( toda ela) para as cucunhas. Como disse Reinaldo Azevedo há uns 3 meses: ''Os chineses comercializam há uns 5 mil anos, os petistas só há 30''.

fotos de Lula/ Hu Jintao/Grande Muralha.

Hadriel

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

MARIO VARGAS LLOSA - O Estado de S.Paulo

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O movimento popular que sacudiu países como Tunísia, Egito e Iêmen e cujas réplicas chegaram a Argélia, Marrocos e Jordânia é o mais completo desmentido de quem, como Thomas Carlyle, acredita que "A história do mundo é a biografia dos grandes homens". Nenhum caudilho, grupo ou partido político pode se atribuir esse levante social sísmico que já decapitou as satrapias tunisiana de Ben Ali e egípcia de Hosni Mubarak, colocou à beira do colapso a iemenita de Ali Abdullah Saleh, e provoca calafrios nos governos dos países onde a onda convulsiva chegou mais fraca como na Síria, Jordânia, Argélia, Marrocos e Arábia Saudita.
É óbvio que ninguém podia prever o que ocorreu nas sociedades autoritárias árabes e que o mundo inteiro e, em especial, os analistas, a imprensa, as chancelarias e centros de estudos políticos ocidentais ficaram tão surpresos com a explosão sociopolítica árabe como ficaram com a queda do Muro de Berlim e a desintegração da União Soviética e seus satélites.
Não é arbitrário aproximar os dois acontecimentos: os dois têm uma transcendência semelhante para as respectivas regiões e provocam precipitações e sequelas políticas para o restante do mundo. Que melhor prova de que a história não está escrita e ela pode tomar, de repente, direções imprevistas que escapam a todas as teorias que pretendem sujeitá-la a procedimentos lógicos? Dito isso, não é impossível discernir alguma racionalidade nesse movimento contagioso de protesto que se inicia, como numa história fantástica, com a autoimolação pelo fogo de um pobre e desesperado tunisiano do interior chamado Mohamed Bonazizi e com a rapidez do fogo que se espalha por todo o Oriente Médio.

Os países onde ele ocorreu sofriam com ditaduras de dezenas de anos, corruptas até a medula, cujos governantes, parentes próximos e clientelas oligárquicas haviam acumulado fortunas imensas, bem seguras no estrangeiro, enquanto a pobreza e o desemprego, assim como a falta de educação e saúde, mantinham enormes setores da população em níveis de mera subsistência e, às vezes, de fome. A corrupção generalizada e um sistema de favoritismo e privilégio fechavam à maioria da população todos os canais de ascensão econômica e social.
Mas esse estado de coisas que foi o de incontáveis países ao longo da história, jamais teria provocado o levante sem um fato determinante dos tempos modernos: a globalização. A revolução da informação foi esburacando por toda parte os rígidos sistemas de censura que os governos árabes haviam instalado para manter os povos que exploravam e saqueavam, na ignorância e no obscurantismo tradicionais. Hoje, porém, é muito difícil, quase impossível, um governo submeter a sociedade inteira às trevas midiáticas para manipulá-la e enganá-la como outrora.
A telefonia celular, a internet, os blogs, o Facebook, o Twitter, as redes internacionais de televisão e demais recursos da tecnologia audiovisual levam a todos os rincões do globo a realidade de nosso tempo e forçam comparações que por certo mostraram às massas árabes o anacronismo e barbárie dos regimes que sofriam e a distância que os separa dos países modernos.
E esses mesmos instrumentos da nova tecnologia permitiram que os manifestantes coordenassem ações e pudessem introduzir alguma ordem no que, num primeiro momento, pôde parecer uma caótica explosão de descontentamento anárquico. Não foi assim. Um dos traços mais surpreendentes da sublevação árabe foram os esforços dos manifestantes para tolher o vandalismo e sair da frente, como no Egito, dos valentões enviados pelo regime para desprestigiar o levante e intimidar a imprensa.
Solução negociada. A lentidão (para não dizer a covardia) com que os países ocidentais - sobretudo os da Europa - reagiram, vacilando primeiro ante o que ocorria e depois com vagas declarações de boas intenções a favor de uma solução negociada do conflito, em vez de apoiar os rebeldes, deve ter causado uma terrível decepção aos milhões de manifestantes que se lançaram às ruas nos países árabes pedindo "liberdade" e "democracia" e descobriram que os países livres os olhavam com receio e, por vezes, pânico. E constatar, entre outras coisas, que os partidos políticos de Mubarak e Ben Ali eram membros ativos das Internacional Socialista! Bela maneira de promover a democracia social e os direitos humanos no Oriente Médio.
O equívoco garrafal do Ocidente foi ver no movimento emancipador dos árabes um cavalo de Troia pelo qual o integrismo islâmico poderia se apossar de toda a região e o modelo iraniano - uma satrapia de fanáticos religiosos - se estenderia por todo o Oriente Médio. A verdade é que a explosão popular não foi dirigida pelos integristas e, até agora ao menos, estes não lideram o movimento emancipador nem pretendem fazê-lo. Eles parecem muito mais conscientes que as chancelarias ocidentais de que o que mobiliza os jovens de ambos os sexos tunisianos, egípcios, iemenitas e os demais não são a sharia e o desejo de que alguns clérigos fanáticos venham substituir os ditadorezinhos cleptomaníacos que querem derrubar. Precisaríamos ser cegos ou preconceituosos para não perceber que o motor secreto desse movimento é um instinto de liberdade e de modernização.
Naturalmente, não sabemos ainda o rumo que tomará essa rebelião e, claro, não se pode descartar a possibilidade de que, na confusão que ainda prevalece, o integrismo ou o Exército tratem de tirar partido. O que sabemos, porém, é que, em sua origem e primeiro desenvolvimento, esse movimento foi civil, não religioso, e claramente inspirado em ideais democráticos de liberdade política, liberdade de imprensa, eleições livres, luta contra a corrupção, justiça social, oportunidades para trabalhar e melhorar.
O Ocidente liberal e democrático deveria celebrar esse fato como uma extraordinária confirmação da vigência universal dos valores que representa a cultura da liberdade e dar todo seu apoio aos povos árabes neste momento de luta contra os tiranos. Não somente seria um ato de justiça como também uma maneira de assegurar a amizade e a colaboração com um futuro Oriente Médio livre e democrático.
Porque esta é agora uma possibilidade real. Até antes dessa rebelião popular, muitos de nós considerariam isso difícil. O que ocorreu no Irã e, de certa forma, no Iraque, justificava certo pessimismo com respeito à opção democrática no mundo árabe. Mas o que ocorreu nestas últimas semanas deveria ter varrido essas reticências e temores inspirados em preconceitos culturais e racistas. A liberdade não é um valor que só os países cultos e evoluídos apreciam.
Massas desinformadas, discriminadas e exploradas também podem, às vezes por caminhos tortuosos, descobrir que a liberdade não é um ente retórico desprovido de substância, mas uma chave mestra para sair do horror, um instrumento para construir uma sociedade onde homens e mulheres possam viver sem medo, dentro da legalidade e com oportunidades de progresso.
Ocorreu na Ásia, na América Latina, nos países que viveram submetidos ao jugo da União Soviética. E agora, por fim, está começando a ocorrer também nos países árabes com uma força e heroísmo extraordinários. Nossa obrigação é mostrar-lhes nossa solidariedade ativa, porque a transformação do Oriente Médio em uma terra de liberdade não beneficiará apenas a milhões de árabes, mas ao mundo inteiro em geral (incluindo, é claro, Israel, embora o governo extremista de Binyamin Netanyahu seja incapaz de compreendê-lo). / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

É GANHADOR DO NOBEL DE LITERATURA

 














Perguntas Pertinentes à Dilma Ducheff.


O “Painel”, da Folha, informa que a rainha Dilma Rousseff, a Muda, vai ficar mais próxima da ralé. Quer dizer, isso é interpretação minha. Ela ficaria mais perto do “povo”. Será uma boa chance para perguntar algumas coisas à soberana:

- “A candidata Dilma” negou que haveria ajuste fiscal. A senhora desconhecia a real situação das contas públicas? A senhora não era a gerente?
- “Não fosse a eleição, a gastança teria sido a mesma?”
- A senhora prometeu entregar mil UPAs; agora, fala em 500 até 2014. E as outras 500?
- A senhora acha que serão construídos 2,8 milhões de casas até 2014?
- A senhora pensa em pedir desculpas ao governo de São Paulo por ter atacado a progressão continuada, agora abraçada pelo MEC?
- A senhora continua a achar que a segurança pública do Rio é um modelo a ser exportado para outros estados?


Extraído de Reinaldo Azevedo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Darwin e as Escolas.

Vou escrever um pouco sobre um homem que mudou a forma como a humanidade era vista e considerada durante milhares de anos, e que também mudou muito as formas de observarmos a natureza ao nosso redor. Esse homem foi Charles Darwin, um naturalista inglês que pôs o homem no seu devido lugar entre as espécies.

Resolvi falar dele, pois estou cansado de ver a forma errônea como ele e suas descobertas são tratados nas escolas ( ao menos em todas onde estudei e, até hoje, na escola onde trabalho). Não sei se por despreparo, má-fé ou incompetência (ou tudo isso junto), os professores de todas as áreas, já que a obra de Darwin abrange várias ciências, o tratam como alguém mentiroso ou um simples especulador, explicam erradamente os seus conceitos e até o demonizam, além de levantar suspeitas nos alunos sobre o fato de que todas as espécies se transformam ao longo do tempo, até a nossa recente espécie humana. Estou cheio disso. É uma praga esse obscurantismo religioso e esse fanatismo cego que tenta desvirtuar o homem como único responsável por suas decisões e tenta pôr o resultado de nossas decisões nas mãos de divindades. Se tivesse filhos, não teria a coragem de pô-los em escolas, mesmo sendo um professor. Mas vamos ao que interessa.

Charles Darwin é um paradoxo. Não para a ciência, área em que seu trabalho é plenamente aceito e comemorado como ponto de partida para um grau de conhecimento nunca antes visto sobre os seres vivos. Sem a teoria da evolução, a moderna biologia (incluindo a medicina e a biotecnologia) simplesmente não faria sentido. Suas ideias causam mal-estar entre um grande contingente de pessoas, a grande maioria fervorosos religiosos que não aceitam que não somos tão especiais e exclusivos assim para a natureza. Fiquei espantado ao saber que, até nos EUA, o país que dispõe das melhores universidades do mundo, detém metade dos cientistas premiados com o Nobel e registra mais patentes do que todos os seus concorrentes diretos somados, só um em cada dois americanos acredita que o homem possa ser produto de milhões de anos de evolução. A grande maioria das pessoas ainda acredita que nós e todas as coisas que nos cercam, estamos aqui por dádiva da criação divina. Até na Inglaterra, país natal de Darwin, o fato de ele ser festejado como herói nacional não impede que um em cada quatro ingleses duvide de suas ideias ou as veja como pura enganação (agora entendo o porquê do que ocorre também aqui no Brasil).

Eu, pessoalmente, acredito que para se entender Darwin é preciso recuar ao seu período. Quando ele propôs suas teses sobre a evolução pela seleção natural, a maioria dos cientistas acreditava que a Terra não tivesse mais de 6.000 anos de existência ( se prega isso ainda nas igrejas, mesmo com infinitas provas e fósseis a granel por todo o mundo), que as maravilhas da natureza fossem uma manifestação da sabedoria divina. Quando se falava dos fósseis, a hipótese mais aceita era que se tratavam de criaturas que perderam o embarque na Arca de Noé e foram extintas pelo dilúvio. O livro de Darwin, A Origem das Espécies, foi como um tsunami naquela época. Darwin tinha desmentido os biólogos que afirmavam que as espécies são imutáveis. A Igreja ficou perplexa por alguém desafiar o dogma segundo o qual Deus criou o homem à sua semelhança e os animais da forma como os conhecemos. A sociedade se chocou com a tese de que o homem não é um ser especial na natureza e, ainda por cima, tem parentesco com os macacos. Havia, naquele momento, grande insatisfação e fúria contra suas ideias. Uma das grandes mentiras sobre a evolução é a velha história-clichê muito difundida, até nas escolas (principamente nelas), de que o evolucionismo afirma que o homem atual veio do macaco. Semana passada tive de desmascarar um pseudo-professor de ciências que, vejam só, estava espalhando essas bobagens sobre Darwin. Tive de recorrer ao bom e velho Almanaque Abril para pô-lo no recanto da sua incompetência. Nenhum livro sério ou pessoa séria sai dizendo isso por aí. O que as ideias evolucionistas defendem é que o homem e os primatas tiveram um ancestral comum, evoluíram da mesma base porém seguindo ramos diferentes e dando origem à espécies distintas mas muito semelhantes, quase iguais até na carga genética: 98% no caso dos chimpanzés. Com frequência meus alunos me perguntam a respeito disso e em que acredito. Paro outros assuntos e faço questão de explicar da forma mais compreensível possível esse assunto tão importante. Não compreendo a má vontade da maioria dos professores em ser claros e transparentes, ao invés de ficarem pregando paraíso celestial e temor de castigos por conta de seus pecados, como fazem nas malfadadas aulas de religião, onde o que há é uma catequização ou bitolação em massa, verdadeira lavagem cerebral. Sei da história cristã brasileira e da importância disso para a nossa cultura, como nação e base de um povo. Mas obscurecer assuntos que não agradam, mesmo sendo tão relevantes para a humanidade é o caminho certo? Acho que não. As evidências que sustentam o darwinismo são hoje gigantescas. Quando da minha discussão com o prof. de ciências, ele sacou da ideia de que o evolucionismo era apenas uma teoria. Pura falta de leitura e preguiça de estudar. Em seu significado coloquial, no senso comum, teoria é sinônimo de hipótese, de achismo. Mal sabia ele e milhões de professores que reclamam de salários mas ganham até além do que merecem que, nesse caso, teoria é uma síntese de um vasto campo de conhecimentos formado por hipóteses testadas e comprovadas por leis e fatos científicos. Resumindo: uma linha de raciocínio confirmada por evidências e experimentos. Outras bases da ciência moderna, como a teoria da relatividade (também confirmada) de Albert Einstein, não causam tanta desconfiança e hostilidade. Poucos se incomodams diante da impossibilidade de viajar mais rápido que a luz. Claro que a irritação causada por Darwin tem conotação religiosa. As descobertas de Darwin e Lamarck, outro cientista inglês, enfraqueceram o único bom argumento disponível para a existência de Deus. Se Ele não é responsável por todas essas maravilhas da natureza, sua presença só poderia ser realmente sentida na fé de cada indivíduo. Sigmund Freud disse um dia: "Ao longo do tempo, a humanidade teve de suportar dois grandes golpes em sua autoestima. O primeiro foi constatar que a Terra não é o centro do universo. O segundo ocorreu quando a biologia desmentiu a natureza especial do homem e o relegou à posição de mero descendente do mundo animal". Pelo raciocínio de Freud, a raiva contra a evolução seria uma forma de compensar o "rebaixamento" da espécie humana contido nas ideias de Copérnico e Darwin.Faz sentido até aqui em Rondônia, onde as pessoas ainda vivem na Idade Média das crenças religiosas (Pernambuco não é diferente, sabem disso).

O grande biólogo americano Stephen Jay Gould, dizia que as teorias de Darwin são tão mal compreendidas não porque sejam complicadas, mas porque muita gente evita entendê-las. Concordar com Darwin significa aceitar que a existência de todos os seres vivos é regida pelo acaso e que não há nenhum propósito elevado no caminho do homem na Terra. Para as forças reinantes na natureza como o vento, as águas e o fogo, a vida humana vale tanto quanto a vida de uma pulga ou de um grilo. Infelizmente, a evolução é vista por muitos como uma arma projetada para destruir a religião, a moral e o potencial dos seres humanos. Vi no Almanaque Abril a aceitação do darwinismo ao redor do mundo. Lá mostra que os mais ardentes defensores da evolução estão na Islândia, Dinamarca e Suécia, o norte gelado da Europa. A crença na evolução é inversamente proporcional à crença em Deus.

É claro que a ciência não tem as respostas para todas as perguntas. Isso vai acontecendo aos poucos, com estudos e pesquisa. Mas prefiro ficar com a ciência. O fato é que a luta contra Darwin nada tem de científica. Em sua profissão de fé, as pessoas têm o pleno direito de acreditar que Deus criou o mundo e tudo o que existe nele. Coisa bem diferente é querer impor essa maneira de enxergar a natureza às crianças em idade escolar, renegando fatos comprovados pela ciência. Essa atitude nega às crianças os fundamentos da razão, substituindo-os pelo pensamento sobrenatural, pelas crendices e lendas.

Darwin foi um gigante. Produziu uma revolução que alteraria para sempre os rumos da ciência. Mostrou que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. Mostrou também que, pelo processo que batizou de seleção natural, as espécies evoluem ao longo das eras, sofrendo mutações que são transmitidas a seus descendentes. Essas mutações podem determinar a permanência da espécie na Terra ou sua extinção, dependendo da capacidade de adaptação ao ambiente. Após sua morte, muitos cientistas comprovam ano após ano a força das suas descobertas, como o DNA, por exemplo, responsável pela transmissão de características. Não existiriam todos esses avanços da medicina, das vacinas, dos tratamentos, dentre tantas outras áreas, sem Darwin. Pena que o mundo ainda não lhe deu o crédito devido. Não tenho nada contra as crenças de ninguém. Apesar do PT, ainda temos uma relativa liberdade. Apenas questiono certos dogmas e doutrinas que, se analisados à luz da razão, são como poeira ao vento. O grande Carl Sagan, que vejo sempre no youtube com a ótima série Cosmos, dizia: ''Se você quiser salvar o seu filho da pólio, você pode rezar ou você pode vacinar... Tente a ciência''. É preferível dá ênfase à vida terrena ao invés de passá-la em prol de uma duvidosa e suspeita nos jardins celestiais. Uma só já é trabalhosa demais, imaginem ainda ambicionar outra...


Hadriel

Recordações de Caetés


Recordações de Caetés:

Dr. Fernado Pinto (Sentando),Dom Luiz Gonzaga entregando titulo de Cidadão Caeteense ao Então Diretor Do BANDEPE,Dr:Romero de Regos Barros, Anos  60.

João e Maria.


Pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo, um pequeno e pouco populoso município mineiro, foi premiada pelo Governo Federal com o prêmio ''Gestor Eficiente da Merenda Escolar”. O Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar é uma iniciativa do Ação Fome Zero como forma de valorizar e destacar as prefeituras que realizam gestões criativas e responsáveis na alimentação escolar. Para cada uma das 5 regiões brasileiras, foram premiadas quatro prefeituras, totalizando 20 municípios. Esse município tem uma população de aproximadamente 10 mil habitantes, mas dá de lavada em muitos municípios mais ricos e populosos. Essa premiação mostra que o município investe na base e no bem-estar das crianças, permitindo uma boa nutrição dos alunos e contribuindo para um melhor aprendizado.

Escolhi falar disso hoje, pois é um assunto relevante e pertinente, principalmente no que diz respeito ao meu município, Caetés, onde se houvesse uma premiação para qual município trata pior suas crianças, seria um fortíssimo candidato a recebê-la. Assim como todos vocês, leitores, também me pergunto se é apenas dinheiro, gerência ou simplesmente má-fé das pessoas que deviam cuidar bem da merenda em Caetés. Falta de dinheiro não é, já que municípios mais pobres pelo Brasil afora oferecem comida digna às suas crianças. Só restam então os dois últimos fatores, pesando mais fortemente para o último deles. Falta vontade, decisão. Durante 3 anos, trabalhando em escolas municipais de Caetés, lembro-me de que, quando havia algo para os alunos comerem, eram apenas bolachas Maria, da marca Prodasa, de Arapongas, Paraná (lembro-me dos detalhes como se as estivesse vendo)+ um copo com Kisuco de groselha ou outro corante qualquer. E isso não era todo dia. Tal banquete era esporádico lá e em todas as escolas do município. Soube que atualmente a coisa não mudou, tanto que o Prof. Faé escreveu aqui mesmo que os alunos até fazem piadas com o João e Maria, respectivamente suco e bolacha.

Um amigo meu, que ainda mora em Caetés e tem filhos na escola, disse-me dia desses que, cansados das críticas dos pais, resolveram fazer diferente em certa ocasião e ofereceram o grã finale, o suprassumo da alimentação: sopa de salsicha. Isso é o que de mais nutritivo e gastronômico pode sair em Caetés, concordam? Ainda sobre a cidadezinha mineira, diz o prefeito que não é difícil se fazer com que dê certo. ''Basta articulação com as prefeituras vizinhas e empenho de quem gerencia'' diz Raimundo Nonato, do PDT. Por que em Caetés não se aprende a fazer benfeito? Por que desviam os recursos que tanto bem fariam aos pequenos e à sua aprendizagem? Por que não usam de decência para com o bem público e suas funções? Por quanto tempo ainda os ratos darão cabo de algo tão essencial às pessoas, justamente as mais sofridas?

Como eu não poderia ser injusto ( já que a injustiça campeia e sobra em Caetés), não posso deixar a Maria sozinha. Está aí o seu par:

O povo de Caetés vai pensar: já vimos esse casal antes.


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Recordações de Caetés


Recordações de Caetés:

Desfile do Dia 7 de Setembro.Nos Anos 80

JUSTIÇA E POVÃO


JUSTIÇA E POVÃO


É fundamental para o processo de consolidação democrática, a democratização do judiciário. Em síntese, menos palácios, e mais comarcas. Mais juízes e promotores, agilização nos processos, acesso direto e rápido dos pobres à justiça. Com a instalação das comarcas, as pessoas simples do interior vão reclamar, muitas vezes contra o autoritarismo de supostas “autoridades “ municipais, buscando seus direitos, e cidadania. Esta prática se consolida quando da instalação de comarcas nas pequenas cidades, sobretudo quando os impedimentos burocráticos são menores, tornando o acesso mais fácil. Claro, como sabemos , o caminho ainda é longo, mas a luz no fim do túnel é esta.

DEMOCRATIZAÇÃO DA JUSTIÇA


A democratização da justiça coíbe a ação dos tradicionais agentes dos donos do poder, que, por motivações políticas, querem privatizar – partidarizar – o que é público. Como por exemplo na prestação de serviços essenciais, como a prestação de socorro por ambulâncias ou na aquisição de remédios ou exames na rede pública de saúde, ou mesmo num transporte oferecido pelo poder público, geralmente partidarizado. Como sabemos, muitos direitos plenamente adquiridos, são oferecidos como favores do mandante político em questão, reforçando o velho clientelismo de guerra. Que existe em todas as esferas sociais, mas atinge mais em cheio os pobres, estes mais manipuláveis naturalmente. Com o acesso à justiça, o povo fica mais, digamos, sabido, encontrando canais para suas mais do que justas reinvidicações. Lembre-mo-nos sempre que possível do personagem Fabiano do lendário romance de Graciliano Ramos Vidas Secas, e a opressão policial contra os pobres de sempre.



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Recordações de Caetés


Recordações de Caetés:

Ramirinho, Popô,Rafael Brasil, Frei Damião e Padre Geraldo na reinagoração da capelinha de Caetés, observados pela população.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CONTAS DE CAETÉS

Já fui chamado de buchudo – sou mesmo, e daí? De ressentido , invejoso, direitista , neo-liberal, inimigo do povo e favorável às “ zelites” deste país, e outras coisas mais. Só não fui chamado de corrupto e mentiroso. Mentiroso, vá lá, mas corrupto não. Nunca roubei nem tive inveja de quem rouba. Nem tenho, graças a Deus. Sou um bêsta que acredita no fortalecimento da democracia e das instituições. E sou um apaixonado pela política democrática. Nem precisa dizer que ando muito decepcionado com a política do país, mas nunca desacreditei na democracia. Detesto tiranias, públicas ou privadas. Na macro e na micro política, podemos dizer assim. Estão convencionando em Caetés, que os da situação são bacuraus, e os da oposição são bicudos, porque tucanos. São todos oprimidos por uma pequena tirania oligárquica familiar que domina a politica local há mais de vinte anos. Já quiseram esmagar à oposição, o sonho de todos os tiranetes. A essência da democracia que é o dissenso. As minorias dos autênticos democratas, como foram aliás os petistas num passado recente. Mas, como sabemos, eles enganaram todo mundo. Tenho dito que em todos os setores da atual administração tem corrupção. Estão aí as provas do rombo de mais de meio milhão de reais da saúde de Caetés. Tirar de quem não tem nada é um crime hediondo. Tirar remédios, médicos, e assistência à saúde de nossa pobre população é uma vergonha que deve causar indignação em todos os cidadãos. Assim como quem tira da merenda, e até da previdência social do nosso pobre município. E ainda estas pessoas querem passar por progressistas. Um verdadeiro progressista, que quer realmente o progresso, abomina ferozmente a corrupção, que é uma das maioires violências contra uma população pobre e oprimida deste nosso querido e belo agreste pernambucano. Sempre combati e sempre combaterei a corrupção em nosso município. Há muito tempo venho denunciando isto tudo. O temp está mostrando que sempre estive certo. O tempo é o senhor da razão, reza o ditado popular. O Brasil precisa mesmo é de uma nova transição. A do fortalecimento das instituições democráticas. É preciso lutar, inclusive pela sobrevivência da democracia. Casos como este de Caetés não deveriam se repetir. E como disse certa vez um escritor, se perdermos nossa capacidade de nos indignar estaremos todos mortos. Aí o reino do mal triunfará de vez, juntamente com as trevas do obscurantismo e da ignorância de boa parte de nosso pobre povo.Não tem bacurau nem bicudo. O que existe é um povo oprimido que precisa se levantar. Só.

Segunda Câmara reprova as contas do Fundo de Saúde de Caetés e declara a gestora “inidônea”

A prestação de contas do Fundo Municipal de Saúde de Caetés do exercício financeiro de 2008, cujo responsável foi Maria Emília Pessoa da Silva, foi julgada irregular pela Segunda Câmara do TCE. O processo teve como relator o conselheiro Severino Otávio, que acolheu em seu voto a grande maioria das irregularidades relacionadas pelos técnicos da Inspetoria Regional de Garanhuns.



Foram identificados pelos auditores nove diferentes tipos de irregularidades e só após fazer três tentativas é que a Inspetoria conseguiu notificar a responsável para apresentação de defesa. Ela foi notificada no dia 22 de junho de 2010, esgotou-se o prazo e nenhuma justificativa foi apresentada.



AS INFRAÇÕES - De acordo com o voto do relator, a prestação de contas foi entregue ao TCE com um atraso de mais de 60 dias sem qualquer justificativa para tanto. "Esta Corte de Contas tem relevado atrasos de um ou dois dias. Mas, no caso em tela, o gestor atrasou mais de dois meses e essa desídia é passível de multa e determinações", disse o conselheiro Severino Otávio.



Outra irregularidade, disse ele, foi a entrega da prestação de contas de forma incompleta, carecendo de documentos como os demonstrativos das contribuições previdenciárias vinculadas aos Regimes Próprio e Geral. Somou-se a isto a não comprovação da destinação dos valores contabilizados como "depósitos" no montante de R$ 318.974,12. Essa quantia, escreveu o conselheiro relator, deverá ser prontamente recolhida aos cofres municipais.



Outra irregularidade detectada foi a não comprovação do recolhimento ao RPPS das contribuições previdenciárias descontadas dos servidores no valor de R$ 192.439,20. "Tal irregularidade é passível de multas e determinações, bem como razão suficiente para macular as contas, sendo passível de tipificação de crime de apropriação indébita previdenciária", acrescentou.



Também não foram recolhidas as contribuições previdenciárias patronal relativas aos meses de junho a dezembro de 2008 o que também é passível de enquadramento como sonegação de contribuição previdenciária.



ACUMULAÇÃO - A equipe de auditoria constatou ainda que a gestora do Fundo, Maria Emília Pessoa da Silva, acumulou cargos públicos, indevidamente, nas prefeituras de Caetés e Bom Conselho, bem como na Secretaria de Educação, contrariando o artigo 37, inciso XVI, da Constituição, combinado com o artigo 28 da Lei Federal nº 8.080/90.



Pela soma das irregularidades, o voto do relator, aprovado na Câmara, por unanimidade, foi pela irregularidade das contas com "Declaração de Inidoneidade" da gestora do Fundo para que, pelo período de três anos após o trânsito em julgado desta decisão, não possa exercer qualquer função pública em qualquer das esferas de governo. Ela foi condenada também a restituir ao erário a quantia de R$ 318.974,12 e ao pagamento de uma multa no valor de R$ 8.500,00.



A Segunda Câmara decidiu também determinar ao atual prefeito do município, Aécio Noronha, que instaure Tomada de Contas Especial com vistas à apuração dos fatos e identificação dos responsáveis pelo dano causado ao erário no valor de R$ 318.974,12. Cópias desta decisão serão enviadas à Secretaria da Receita Federal, ao Ministério Público Estadual e à Corregedoria do TCE para a expedição da "Declaração de Inidoneidade" de Maria Emília Pessoa da Silva, inabilitando-a para o exercício de cargo público pelo prazo de 03 anos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Recordações de Caetés


Recordações de Caetés:

Rafael Brasil Junto Com Seu Ford no Centro de Caetés,Perto do Antigo Catavento Nos Anos 50.


A EMERGÊNCIA DOS BLOGS

Está de parabéns Roberto Almeida pelo levantamento do debate sobre a administração do hospital Dom Moura de Garanhuns. O governo deveria afastar estes dirigentes, que nunca fizeram um mísero concurso para trabalhar no estado, e são os respónsáveis pelos descalabros financeiros e administrativos da instituição. É preciso afastar e investigar, pois são muito graves as denúncias. Sem essa de ficar responsabilizando os blogs, ou a imprensa pelos descalabros. Pelo que sabemos, Roberto nunca roubou um tostão de alguém, é um homem pobre e honesto, e que está fazendo um ótimo serviço à sociedade por dar voz a quem não teme defendendo os direitos da sociedade. E que expressa a indignação do povo brasileiro honesto, que é a maioria, contra o descalabro da corrupção. Só gente de mentalidade extremamente autoritária é que fica acusando a imprensa ou alhures sobre seus malfeitos. Por isso que muitos temem a democratização da internet. Em países como Cuba é proibido o acesso ao povão, onde as elites corruptas do parrtido comunista roubam e massacram o povo há mais de cinco décadas. E o povo morrendo de fome, porque dominado por uma ditadura brutal. Sem comida, boas condições de vida, nem tampouco, liberdade.
Seria bom também uma investigação em Caetés, onde falta tudo, até sabão e detergente para lavar o hospital. Que não tem nada, nem remédios nem médicos. Já reles funcionários constroem suntuosas casas, e compram carrões de todos os tipos e cores, com salários nominais de até setecentos reais, o que toda criança sabe que é um absurdo. É preciso uma ação mais efetiva do ministério público, e punição, que é o único remédio para coibir a corrupção, que só é endêmica, porque impune. Abaixo a corrupção e a violência. Por uma reforma na justiça e na política. Ninguém aguenta mais tanta safadeza. Que deus nos livre e guarde, como bem o diz o povão. Ignorante e sofrido, porque sempre espoliado. Até quando?

DILMA E OS CONCURSADOS

Não vai mais convocá-los. Certo, o estado não aguenta, mas isso é papo de tucano ou neo-liberal. Na campanha, a ex terrorista acusava Serra de, se eleito, fazer o que agora está fazendo. É uma mentirosa e cara-lisa. De fato, o estado está mesmo quebrado , herança da má administração do governo Lula, dentre outros fatores. E os petistas nunca moveram uma palha para mudar. Querem esconder? Depois diziam que quem criticava o governo era rancoroso, imbecil ou louco. Nós, os quatro por cento que achavam o governo ruim ou péssimo, vamos provando que estávamos com a razão. Viram como a unanimidade é burra, seus idiotas? O certo mesmo é privatizar o que resta, e é muito, tem muita coisa para vender. A começar pela Petrobrás e Banco do Brasil. Depois vem outros cacarecos que são meros instrumentos de se roubar dinheiro do povo. E reformar radicalmente o estado, acabando com o clientelismo político, e instalando o profissionalismo e agindo rigorosamente contra a corrupção. Aliás, como dizem os liberais, o estado é o problema, não a solução.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Escola Maquiada.


Hoje estava refletindo sobre a minha profissão e me surgiram algumas constatações intrigantes. Veio-me a ideia de que muitos alunos apenas estão a frequentar a escola de forma maquiada, camuflada, estatística, sem nenhum significado além da presença física. Percebi que um grande número de alunos está ali justamente porque os pais, no caso em que estes existam, não os querem em casa. É como se a escola tivesse virado uma espécie de refúgio para pequenos marginais. Por algumas horas por dia, a família parece ter sossego. Estou já há uns seis anos trabalhando em educação e aprendi algumas coisas:

-A escola é supervalorizada. Precisamos realmente de tantos anos na escola? Todos precisam estudar (mal) sobre História, Biologia, Geografia, Matemática, esquecendo isso logo depois?
As vezes, penso que a maioria das pessoas deveria aprender as operações básicas da aritmética, a tabuada, a ler e a escrever, já seria mais que o suficiente, já que há um currículo absurdo nas escolas, a maioria dos alunos passa 15 anos nela, e sai tão analfabeto quanto entrou. Mesmo a Universidade é supervalorizada, quando pauta a educação por números, não por qualidade;
- Muitos alunos que têm capacidade, no entanto não querem aprender. E não há nada, absolutamente nada que você possa fazer para ensinar um aluno que não quer estudar;
-A escola está engessada, serve como válvula de escape para os pais se livrarem daqueles filhos sobre os quais não possuem mais respeito ou domínio disciplinar;
-A burocracia quase soviética das escolas emperra o trabalho;
- Os alunos, suas famílias e a escola estão mais interessados em diplomas e certificados, relegando a aprendizagem;
-Hoje, perdeu-se toda noção de autoridade do professor;
-A pedagogia utilizada no Brasil, esse construtivismo, é uma fábrica de imbecis;
- A culpa não é só do aluno, mas também dos pais, do governo e dos professores em grande número, despreparados e desmotivados. Também os pais perderam o respeito pelos professores ao mesmo tempo em que não conseguem ter autoridade sobre os próprios filhos;
-Eu não digo que tenho a solução para os problemas da educação no Brasil, mas começaria por algumas coisas: trazer de volta a autoridade do professor, com punições severas em caso de desrespeito; pagar aos professores através do mérito, por metas atingidas, cobrando resultados;
-O fato é que esse negócio de escolarização muitas vezes só serve para fins estatísticos, para o governo poder dizer que existem 99% de alfabetizados, uma crassa mentira;
-Temos milhões de analfabetos com diploma! Afinal no Brasil, o que conta mesmo é o diploma, jamais a educação. Estudar para adquirir conhecimento? Ora, isso é coisa do passado e de tolos;
-Com essa educação nesses moldes, nem suprir a falta de mão de obra se está conseguindo; faltam até pessoas qualificadas para apertar parafusos nas fábricas;
-Educação no Brasil é aprovação e estatísticas elevadas, nunca aprendizagem.
Nós, professores, somos cobrados pela quantidade de aprovação, mesmo que os alunos não consigam o mínimo aprendizado.

São lições duras, mas realistas e vistas diariamente no meu ambiente de trabalho.
Há uma solução?

Hadriel

O ESTADO POLICIAL AVANÇA - RAFAEL BRASIL

O estado policial do consórcio PT STF avança contra a oposição. Desde a semana passada, dois deputados federais tiveram "visitas" ...