O pânico, causado pelo coronavírus tem deixado o mundo, à beira de um ataque de nervos. Pior, muita gente até torce pelo vírus, afinal, em quase todos os quadrantes do planeta, em nome do combate à pandemia, surge a semente do autoritarismo onde o estado tudo pode sobre o indivíduo, privado de suas liberdades fundamentais. E como sempre repetia Nélson Rodrigues, a liberdade é mais importante do que o pão.
Em muitos países democráticos do ocidente, vimos a onipresença
do estado atropelando a liberdade, não só de ir e vir, mas de opinar pelo menos
sobre alternativas de como sobreviver não só à pandemia, mas como sair dessa
inusitada situação. Em outras palavras, o dissenso, pedra fundamental da
democracia está em baixa, submisso aos ditos interesses do estado, e pior: Da
dita comunidade científica e suas pretensões autoritárias de consenso. Afinal ninguém
sabe, nem tampouco a ciência, como lidar com a expansão e a proliferação rápida
da doença.
Aqui no Brasil surgem tiranetes de toda ordem, proibindo até
carreatas que pedem para que as atividades econômicas mais prementes sejam
devidamente, e com os cuidados devidos, retomadas. Afinal, vivemos num país de
miseráveis, que precisam urgentemente do ganha pão da informalidade para
sobreviver.
Quem é de classe média, alta ou baixa, tem evidentemente
maiores condições, de pelo menos nesta fase inicial de sobreviver. Mas e os
milhões de pobres e miseráveis, que moram nas piores condições, e sobrevivem
como verdadeiros animais laborans, no dizer de Hannah Arendt, como sobreviver,
dado que a sobrevivência em tempos normais já é incerta, e portando muito
difícil? É preciso ter equilíbrio nesta discussão, e sobretudo ouvir às
opiniões divergentes. Senão os tiranetes, que mostram as unhas aos milhares,
usam de seus poderes localizados para oprimir, não só à população desesperada,
mas à liberdade.
Nestes tempos difíceis, observamos gente com
certa influência midiática, e pessoas ligadas não só ao mundo político mas do
chamado show business, dizer que a pandemia pode ser depuradora, ou seja,
eliminar dissidentes, como no caso do jornalista Ricardo Noblat, que torce por
um louco como Adélio Bispo, para matar, e desta vez com sucesso o presidente
que foi eleito com a democracia que temos. A atriz Fernanda Torres, filha de
Fernanda Montenegro, disse que a pandemia pode ser depuradora, ao matar pessoas
mais idosas, segundo ela, eleitoras do presidente portador do que ela acha de obscurantismo
nacional, fazendo uma tosca comparação com a Idade Média, mostrando seu desconhecimento em história, dentre outras coisas, claro.Na política, observamos que todos os derrotados na eleição, ,os órfãos do poder patrimonialista, agem diuturnamente para aproveitar oportunisticamente da situação do caos e da desordem, claro, muitos com pretensões autoritárias, quando não totalitárias, que fazem parte do , digamos DNA político, que tanto conhecemos. Gente que por convicção ideológica acham que do caos, farão a revolução política e social dos seus sonhos.
Só que o momento é muito difícil, e teremos o chamado dia seguinte, ou melhor, a década seguinte, que vai ser de muita miséria, violência e mortes que será a reconstrução. Se já perdemos muitas gerações na instabilidade quase permanente da nossa república, agora temos que ter inteligência, e sobretudo preservar a democracia para escapar da debacle.
Que, como vimos não só será da miséria econômica, mas da possibilidade da perda da liberdade. Eis o nosso grande desafio, afinal, o mundo jamais será o mesmo, e a crise será mundial. E da crise poderemos cair numa brutal depressão. Que Deus nos de coragem e juízo. E que os tiranos e tiranetes de toda ordem sejam debelados.
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