terça-feira, 17 de março de 2015

CLIMA ESQUENTA NO CORAÇÃO DO PETISMO: LULA,BRIGA COM DILMA DANDO MURROS NA MESA - RICARDO NOBLAT - O QUE SEU MESTRE MANDAR

- O Globo

"O processo ditatorial, o processo autoritário, traz consigo o germe da corrupção."-  Tancredo Neves, ex-presidente da República

A presidente Dilma Rousseff tem duas opções: achar que o pior já passou e que o tempo se encarregará de arrefecer a rejeição da maioria dos brasileiros ao seu governo, a se levar em conta não só as multidões que ocuparam, ontem, as ruas, mas também pesquisas de opinião pública prestes a sair do forno. Ou então adotar medidas que convençam o distinto público de que ela está disposta de fato a mudar.

LULA SE QUEIXA abertamente do que aponta como indisposição de Dilma para conversar, e até para ouvir conselhos. Engrossou com ela na semana passada durante reunião no Palácio da Alvorada. Quem estava por lá jura que Lula bateu forte com a mão na mesa e levantou a voz com Dilma, cobrando dela que reformasse o quanto antes o Ministério medíocre que montou. Dilma também gritou.

SE DEPENDESSE de Lula, Dilma reservaria a Aloizio Mercadante (PT-SP) apenas a chefia da Casa Civil da Presidência, sem que se metesse com a coordenação política do governo. Dilma mandaria embora da coordenação política o ministro Pepe Vargas (PT-RS), das Relações Institucionais, considerado por Lula como fraco. E o substituiria pelo ministro Jaques Wagner (PT-BA), da Defesa.

NÃO FICARIA SÓ nisso. Dilma seduziria o PMDB com a oferta de mais um ou dois ministérios , de modo a que se tornasse mais difícil para ele abandoná-la. E restabeleceria relações com Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Renan, mais do que Eduardo, aumentou a distância de Dilma. E ela não pode se dar a esse luxo .

A EQUIPE DE COMUNICAÇÃO do governo deveria ser totalmente revista, segundo Lula. É com o marqueteiro João Santana que Dilma ainda troca ideias. Pois ela tem cultivado o isolamento. Para refletir, informam alguns dos seus porta-vozes. Por desconfiar dos que a assediam, admite gente ligada a Lula. Um dos ministros do governo afirma que Dilma parece perdida.

É TUDO O QUE ela não pode estar, observa Lula. Dilma deveria ser humilde a ponto de fazer um pronunciamento à nação pedindo desculpas pelos erros que cometeu. E explicando com mais clareza e sem truques o ajuste fiscal que está sendo obrigada a promover. João Santana dará um jeito de ser um pronunciamento melhor do que o mais recente, recepcionado por um panelaço.

QUANTO AO RESTO... Dilma não poderia cair na tentação de amenizar o arrocho fiscal para satisfazer as tendências mais à esquerda do PT e de outros partidos. E que continuasse circulando pelo país, de preferência em áreas capazes de tratá-la bem, à espera dos resultados da política econômica do ministro Joaquim Levy, da Fazenda. Por fim, se Dilma fosse de rezar, que rezasse.

EM MOMENTOS DE aperto severo, Lula reza. Desculpa-se por ter escolhido Dilma para suceder-lhe, mas argumenta que não tinha outro nome. Antonio Palocci e José Dirceu, nomes naturais, haviam se danado com o mensalão. Arrepende-se de não ter acertado com ela sua volta como candidato a presidente da República no ano passado. Imaginou que Dilma deixaria a cadeira para ele. Enganou-se.

COMO SE VÊ, a receita de Lula para que Dilma se recupere é a mais convencional possível. Aplicado a ele talvez desse certo, mas por ser Lula quem é. Dilma não tem outro caminho a não ser o apontado por Lula. Reclame à vontade. Diga que continuará governando de olho em sua biografia. Não tem jeito. Fará o que seu mestre mandar. O contrário seria o imponderável


VEJAM AS MORDOMIAS DO DIRETOR DA PETROSSAURO

O ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, preso nesta segunda-feira pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato, era o diretor mais bem pago da estatal quando foi demitido por Graça Foster, em fevereiro de 2012. Segundo dados da quebra de sigilo do engenheiro, obtidos pelo Ministério Público Federal (MPF) junto à Receita Federal, Duque recebeu, em 2011, 2,18 milhões de reais em salário fixo - sem levar em conta bônus em dinheiro ou ações. Naquele mesmo ano, a Petrobras informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que esse era o salário máximo pago a um diretor. O executivo que recebeu o menor salário em 2011 foi remunerado em 1,2 milhão de reais. Em 2010, Duque recebeu 1,1 milhão de reais em remuneração fixa - novamente o valor máximo pago pela empresa. O crescimento no salário do executivo foi de 100% em um ano.

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