domingo, 4 de outubro de 2015

Vermelhos do nariz marrom reúnem meia dúzia de gatos-pingados na Paulista, pautados pela mentira e pela sem-vergonhice - POR REINALDO AZEVEDO



O protesto da mentira de meia-dúzia de gatos pingados: inventaram até um plano Levy-Renan (Foto:
O protesto da mentira de meia dúzia de gatos-pingados: inventaram até um plano Levy-Renan (Foto: Eduardo Kanapp/Folhapress)
Os vermelhos do nariz marrom resolveram fazer um protesto a favor do governo neste sábado. O que é um “nariz marrom”, um “brown noser”? No Brasil, hoje em dia, é um desses esquerdistas que vivem de joelhos para o governo para não perder a boquinha. E aí eles fazem qualquer coisa. Você encontra uma definição mais precisa aqui, no “Urban Dictionary”, com alguns sinônimos muito apropriados. Sigamos.
Os narizes marrons resolveram organizar um protesto na Avenida Paulista contra o impeachment de Dilma, que chamam “golpe” — o que, obviamente, é mentira —, mas também vociferaram contra o ajuste fiscal, que chamaram, atenção, de “Plano Levy-Renan” — outra falácia, tão escandalosa quanto a primeira.
Os manifestantes pró-governo dizem ter reunido 8 mil pessoas. Bem… Nem isso é verdade. Se havia lá mil narizes marrons, já podem se dar por satisfeitos. O protesto a favor — uma modalidade de manifestação historicamente celebrizada pelo fascismo — foi patrocinada pelo PT, pela CUT, por movimentos sociais de quatro e por partidecos de esquerda.
De novo, as bandeiras que mais se destacaram foram as do PCdoB. Cheguei à conclusão de que esse é o partido que reúne, proporcionalmente, o maior número de incompetentes pendurados nas tetas do governo. É só um raciocínio lógico: se aparecem mais pecedobistas em protestos pró-Dilma do que petistas, isso quer dizer que os comunistas do Brasil têm ainda mais medo de ficar na rua da amargura caso percam a boquinha.
Quando fui de esquerda, há muitos anos, era trotskista. Logo, não tinha afinidade intelectual com stalinistas e seus derivados, esse resto e essa raspa compostos hoje de petistas, pecedobistas e afins. Não que o trotskismo tenha tido melhor sorte por aqui. Mas, ao menos, conserva o charme dos que não dizem besteiras a soldo, não é mesmo? Estes o fazem quase de graça, por convicção mesmo…
Vejam a que miséria foram relegadas as esquerdas que se associaram ao petismo e seus satélites. Dizem ir à rua contra um golpe que não existe e se manifestam contra um ajuste fiscal que, com efeito, existe. Como não têm coragem moral de defendê-lo e como, na prática, estão gritando em favor de Dilma, fingem, então, que ela não é responsável pelas medidas; tratam Joaquim Levy como uma espécie de interventor do governo.
“Ah, isso é coisa desses pobres coitados, mamadores das tetas oficiais”, diria alguém. Não deixa de ser também, mas é mais do que isso. Os dois documentos redigidos pela Fundação Perseu Abramo, que “intelectuais petistas”, esse escandaloso paradoxo, afirmam a mesma coisa.
Os textos chegam a negar que haja uma crise no Brasil; dizem que a dita-cuja é só uma invenção da conspiração neoliberal. Mais ainda: na eleição de 2014, Dilma teria sido obrigada a admitir uma crise inexistente só para fazer a vontade dos financistas.
Não vou dizer que as esquerdas perderam o bom senso porque, se bom senso houvesse, esquerdistas não seriam. O que fica evidente é que perderam também qualquer senso de ridículo. Ora, se o pacote de ajuste fiscal não é de Dilma, se ele é desnecessário, se a crise é falsa e se o PT é contra, quem obriga a presidente a adotar aquelas medidas?
Mas que tolice a minha! Fazer perguntas pautadas pela lógica a petistas e, mais genericamente, a esquerdistas é inútil.
Ah, sim: os que foram às ruas têm em Lula a sua referência e o seu Dom Sebastião. Todos eles acreditam que, um dia, ele voltará. Não custa lembrar que, a partir desta segunda, o governo Dilma é aquele definido pelo Babalorixá de Banânia. Ele passou a ser o presidente de fato do Brasil.
Por Reinaldo Azevedo

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