Tuitei no dia 20 de março:
Ele demorou mais de três meses para atender meu chamado, mas chegou a tempo, revelando o dinheiro sujo (3,6 milhões de reais) entregue às campanhas de Dilma Rousseff de 2010 e 2014 – e, de quebra, a contribuição em 2010 com 250.000 reais para a campanha de Aloizio Mercadante, que já confirmou ter se encontrado com Pessoa, em sua casa, antes das eleições daquele ano, mas afirma que a doação foi legal.
(* E muito mais, no próximo post!)
Por incrível que pareça, a ‘bomba’ de Pessoa contra Dilma caiu justamente no momento em que eu estava prestes a publicar o texto abaixo sobre as notícias aborrecidas do dia, o qual pretendia encerrar com o tuíte acima.
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O noticiário nacional desta sexta-feira dá uma preguiiiiça…
É duro ter de comentar:
- a acusação de Dilma Rousseff de que seus críticos têm “preconceito de gênero”, quando a previsão de inflação é de 9%, a de retração, 0,5%, a taxa de desemprego sobe a 6,7% em maio, o rendimento tem a maior queda em 11 anos, e petistas estão recebendo seus comparsas na cadeia após o assalto ao Brasil sob o desgoverno da mulher sapiens;
- o transtorno psicótico e a depressão de um desses comparsas, Nestor Cerveró, condenado pelo recebimento de 30 milhões de dólares em propina, o que – está claro – pode fazer mal à saúde;
- a declaração “Não denunciamos nem 25%”, feita sobre a Operação Lava Jato pelo procurador da República, Carlos Fernando Lima - que ainda vai “analisar com cuidado esses valores” pagos por empreiteiras a Lula e seu Instituto “e as motivações que foram dadas para os pagamentos dessas doações” -, porque a frase demonstra que ainda teremos de esperar pela prisão do “chefe” e nos satisfazer com aperitivos como os que vêm a seguir;
- a confissão de Gerson Almada, da Engevix, de que pagou 2,2 milhões de reais para Milton Pascowitch fazer “lobby” (lê-se: propina) para a sua empreiteira ser contratada para construir Belo Monte, o que confirma a confissão de Augusto Mendonça, da Toyo Setal, de que havia acordo para reduzir a competitividade, com acerto prévio do vencedor e preços, a usina hidrelétrica.
- a descoberta da PF de que o próprio Bené se hospedou com a namorada no Kiaroa Eco-Luxury resort, um ano antes de Fernando Pimentel (PT-MG), e quem pagou a conta de 15,7 mil reais foi a Petrobras, por meio da BR Distribuidora, ou seja: todos nós.
- a desconfiança da PF de que os 2,4 milhões de reais dados por Mário Rosa à mulher de Fernando Pimentel foram pagamento de propina, embora Rosa garanta que a contratou por seu “profissionalismo”, tirando de vez qualquer dúvida de que Caroline Oliveira é uma profissional;
- a autorização do STJ para a abertura de inquérito contra Fernando Pimentel por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e organização criminosa, horas após o petista profissional soltar uma nota prometendo resistir “a qualquer tentativa de impor a Minas Gerais constrangimentos indevidos e antirrepublicanos” e acusar os investigadores de “arbitrariedades”, “irregularidades”, “ilações” e “deduções fantasiosas”;
- a entrega, feita pela Braskem à Polícia Federal, do email de Roberto Prisco Ramos endereçado a Marcelo Odebrecht e outros dois executivos do grupo, em que o primeiro fala de um “sobre-preço” da ordem de US$ 20 mil a US$ 25 mil por dia num contrato de sonda, embora a Odebrecht alegue que se trata de um termo técnico, não de superfaturamento, assim como alega que a expressão “destruir” na mensagem “destruir e-mail sondas”, encontrada em bilhete do presidente preso da empreiteira aos seus advogados, era apenas “rebater”;
- a ida recente a Hong Kong, autorizada por Sérgio Moro, do dono do laboratório usado por Alberto Youssef para lavar dinheiro de propina da Petrobras, Leonardo Meirelles, com a missão de recolher documentos bancários que comprovassem a remessa de valores da Odebrecht para o exterior: “Estou em busca desses documentos. Não posso dizer agora como está esse trabalho para não atrapalhar as investigações da Justiça”.
Ufa.
Ainda bem que Ricardo Pessoa chegou.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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