domingo, 15 de março de 2015

CAIO BLINDER - " O UPGRADE DO BRAZIL



O upgrade do Brazil

A foto na manchete no site da BBC
A foto na manchete no site da BBC
O mundo tomou nota de um Brasil cívico que foi às ruas no domingo exigir o fim deste estado de coisas, o estado de 12 anos de lulopetismo. As agências de classificação de risco baixam as notas do Brasil, mas o que aconteceu domingo é um upgrade na reputação do Brasil, um Brasil zangado, mas pacífico, um Brasil que está cansado, porém com vigor para exigir mudanças, um Brasil desolado, que, no entanto, precisa apostar na esperança.
Nos protestos de junho de 2013, o Brasil era colocado em um saco de gatos das múltiplas manifestações globais de uma classe média que ascendera e estava frustrada. A imprensa internacional não diferenciava muito Istambul de São Paulo. Desta vez, o foco era o nosso Brasil brasileiro.
O jornal espanhol El País tem cadeira cativa na coluna. Seu resumo está bom e nem precisa ser traduzido:”El país reclama cambios en la mayor protesta de su democracia. Los manifestantes marchan contra la corrupción, el parón económico y la falta de respuesta de la presidenta”.
O americano The Wall Street Journal, além de muito influente e antenado, é outro favorito da coluna. Já na tarde de domingo, os protestos eram destaque no seu site (ao contrário do New York Times). A lamentar o deslumbramento gringo com as belezas naturais do Rio. O Wall Street Journal estampou uma foto das manifestações na praia de Copacabana e não do mar de gente na avenida Paulista.
Muito mais lamentável, porém, foi o conteúdo de um jornal muito influente, o Guardian, de Londres. Ele não apenas concentrou sua reportagem nos protestos do Rio, e não de São Paulo, mas apelou para a ideia surrada de que foram manifestações de direita, da elite branca.
A compensação no Wall Street Journal foi no trecho lapidar, observando que as marchas de domingo eram reminiscentes dos protestos em massa que abalaram o Brasil em 2013. No entanto, em contraste aos protestos anteriores, que tinham agendas difusas e confusas, desta vez, na expressão do jornal americano, “os manifestantes canalizaram sua raiva largamente contra Mrs. Rousseff e o PT”.A foto na manchete no site da BBC
A foto na manchete no site da BBC
O mundo tomou nota de um Brasil cívico que foi às ruas no domingo exigir o fim deste estado de coisas, o estado de 12 anos de lulopetismo. As agências de classificação de risco baixam as notas do Brasil, mas o que aconteceu domingo é um upgrade na reputação do Brasil, um Brasil zangado, mas pacífico, um Brasil que está cansado, porém com vigor para exigir mudanças, um Brasil desolado, que, no entanto, precisa apostar na esperança.
Nos protestos de junho de 2013, o Brasil era colocado em um saco de gatos das múltiplas manifestações globais de uma classe média que ascendera e estava frustrada. A imprensa internacional não diferenciava muito Istambul de São Paulo. Desta vez, o foco era o nosso Brasil brasileiro.
O jornal espanhol El País tem cadeira cativa na coluna. Seu resumo está bom e nem precisa ser traduzido:”El país reclama cambios en la mayor protesta de su democracia. Los manifestantes marchan contra la corrupción, el parón económico y la falta de respuesta de la presidenta”.
O americano The Wall Street Journal, além de muito influente e antenado, é outro favorito da coluna. Já na tarde de domingo, os protestos eram destaque no seu site (ao contrário do New York Times). A lamentar o deslumbramento gringo com as belezas naturais do Rio. O Wall Street Journal estampou uma foto das manifestações na praia de Copacabana e não do mar de gente na avenida Paulista.
Muito mais lamentável, porém, foi o conteúdo de um jornal muito influente, o Guardian, de Londres. Ele não apenas concentrou sua reportagem nos protestos do Rio, e não de São Paulo, mas apelou para a ideia surrada de que foram manifestações de direita, da elite branca.
A compensação no Wall Street Journal foi no trecho lapidar, observando que as marchas de domingo eram reminiscentes dos protestos em massa que abalaram o Brasil em 2013. No entanto, em contraste aos protestos anteriores, que tinham agendas difusas e confusas, desta vez, na expressão do jornal americano, “os manifestantes canalizaram sua raiva largamente contra Mrs. Rousseff e o PT”.

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