sexta-feira, maio 09, 2014
Brasil F.C. - NELSON MOTTA
O GLOBO - 09/05
O jogo virou quando Dirceu foi expulso por trocar socos e pontapés com Jefferson (do seu próprio time!) e por ofensas ao árbitro, e Lula improvisou Rousseff
Meu amigo Spike é um rapper afro-americano louco por futebol, mas não sabe nada da história política recente do Brasil. Como vem pra Copa, me pediu um resumo. Som na caixa!
Depois de um início promissor em 2010, com apoio maciço da torcida, o atual campeão passa por má fase, com chutões para frente, muitas faltas e passes errados; começa a perder terreno e a ser envolvido por manobras adversárias pelas extremas e, principalmente, pelo centro. Parte da torcida começa a vaiar. Parte pede a volta do técnico anterior.
Esse estilo de jogar para a torcida, mas evitando tomar gol, começou com o time bicampeão do técnico Lula, capitaneado pelo impetuoso e catimbeiro Zé Dirceu, que tinha o seu ponto forte no meio de campo, com o craque Meirelles como volante protegendo a defesa, e o fino armador Palocci tocando a bola e distribuindo o jogo pela esquerda e pela direita.
O jogo virou quando Dirceu foi expulso, por trocar socos e pontapés com o volante Jefferson (do seu próprio time!) e por ofensas ao árbitro, e Lula improvisou a cabeça de área Rousseff para capitã do time. Cintura dura, ela não tinha a habilidade de Dirceu, mas era disciplinada, chegava junto e corria o campo todo. Com o time sob pressão, era preciso fechar a defesa diante de uma virada iminente, e Lula seguiu a máxima de Neném Prancha: “Arrecua os arfe pra evitar a catastre.”
Jogando com todo o time atrás da linha da bola, os adversários não conseguiam entrar na área e nem chutar em gol e começaram a cansar e a bater cabeça. O time de Lula cresceu e passou a fazer rápidos contra-ataques e a envolver o adversário bisonho, que tomava bola nas costas, errava nos passes e na tática de jogo, e, depois de perder várias oportunidades com o gol vazio, acabou tomando uma virada surpreendente.
Com vantagem no placar, Lula cozinhou o jogo e, aproveitando a fraqueza do adversário, teve uma vitória folgada, com a capitã Rousseff fazendo os dois gols, um de canela e outro de barriga, e se tornando a nova técnica do time campeão.
Mas isso foi no campeonato passado. Agora é outro jogo. E a política, you know, is a small box of surprises.
O jogo virou quando Dirceu foi expulso por trocar socos e pontapés com Jefferson (do seu próprio time!) e por ofensas ao árbitro, e Lula improvisou Rousseff
Meu amigo Spike é um rapper afro-americano louco por futebol, mas não sabe nada da história política recente do Brasil. Como vem pra Copa, me pediu um resumo. Som na caixa!
Depois de um início promissor em 2010, com apoio maciço da torcida, o atual campeão passa por má fase, com chutões para frente, muitas faltas e passes errados; começa a perder terreno e a ser envolvido por manobras adversárias pelas extremas e, principalmente, pelo centro. Parte da torcida começa a vaiar. Parte pede a volta do técnico anterior.
Esse estilo de jogar para a torcida, mas evitando tomar gol, começou com o time bicampeão do técnico Lula, capitaneado pelo impetuoso e catimbeiro Zé Dirceu, que tinha o seu ponto forte no meio de campo, com o craque Meirelles como volante protegendo a defesa, e o fino armador Palocci tocando a bola e distribuindo o jogo pela esquerda e pela direita.
O jogo virou quando Dirceu foi expulso, por trocar socos e pontapés com o volante Jefferson (do seu próprio time!) e por ofensas ao árbitro, e Lula improvisou a cabeça de área Rousseff para capitã do time. Cintura dura, ela não tinha a habilidade de Dirceu, mas era disciplinada, chegava junto e corria o campo todo. Com o time sob pressão, era preciso fechar a defesa diante de uma virada iminente, e Lula seguiu a máxima de Neném Prancha: “Arrecua os arfe pra evitar a catastre.”
Jogando com todo o time atrás da linha da bola, os adversários não conseguiam entrar na área e nem chutar em gol e começaram a cansar e a bater cabeça. O time de Lula cresceu e passou a fazer rápidos contra-ataques e a envolver o adversário bisonho, que tomava bola nas costas, errava nos passes e na tática de jogo, e, depois de perder várias oportunidades com o gol vazio, acabou tomando uma virada surpreendente.
Com vantagem no placar, Lula cozinhou o jogo e, aproveitando a fraqueza do adversário, teve uma vitória folgada, com a capitã Rousseff fazendo os dois gols, um de canela e outro de barriga, e se tornando a nova técnica do time campeão.
Mas isso foi no campeonato passado. Agora é outro jogo. E a política, you know, is a small box of surprises.
Nenhum comentário:
Postar um comentário