quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

UCRÂNIA - RAFAEL BRASIL

O povo da Ucrânia sofreu o diabo com a Rússia e sobretudo com a extinta União Soviética. No início dos anos trinta, Stálin confiscou todos os alimentos dos camponeses e isolou o país. Os camponeses ucranianos foram acusados  pelo governo de contra-revolucionários e camponeses burgueses, que “escondiam” a produção para o povo. Resultado: oito milhões de mortos de fome. Nesta época, os que mais sofriam eram as crianças. Chegaram a vender no mercado negro patê de fígado de criança, e o canibalismo aflorou. É só procurar com detalhes, na internet.
O pior é que, com o processo de russificação impetrado pelo governo soviético, milhões de russos foram mandados para lá como colonos. Aliás esta era a política oficial dos bolchevistas no poder. Milhões de pessoas deslocadas , milhões exterminadas, ou mandadas para campos de concentração, milhões de mortos pelas mais bárbaras covardias humanas que o poder totalitário pode proporcionar.
Por essas e muitas outras, o povo ucraniano quer se ver longe das garras da Rússia. Culturalmente falando, ambos os países tem, digamos, muitos pontos em  comum , a começar pela adoção da igreja bizantina, ou seja, a ortodoxa. O nacionalismo russo é de fazer medo com Putin e companhia. A máfia, que comandava o partido comunista é quem realmente manda no país, e a temível KGB nunca foi desmontada. Era e é o maior serviço secreto do mundo. Na Rússia ser, oposição significa correr risco de morte. A imprensa e os meios de comunicação são controlados pelo governo e agressões aos homossexuais são estimuladas pela ideologia nacionalista dominante, e praticadas cotidianamente pelos fascistas de plantão.
Infelizmente, depois da derrocada do socialismo, muitos russos ainda sentem saudades da suposta potência de outrora. Suposta porque, apesar de ter sido uma potência militar, seu povo sempre viveu na maior pindaíba sem ter o mínimo de liberdade. Claro que depois de Stálin as coisas  se abrandaram, mas a ditadura continuou brutal.
A Rússia ainda posa de potência pelo seu ainda extraordinário aparato nuclear. Economicamente é menor do que o Brasil, apesar de ter uma educação eficiente, uma das poucas coisas a se salvar nos regimes comunistas. Claro que por lá, eles nunca nem pensariam em adotar a chamada pedagogia de Paulo Freire. Afinal, eles eram perversos mas não tolos.

Faz muito bem os democratas ucranianos se afastarem rapidamente a sempre algoz Rússia. Não tem dinheiro que pague a liberdade. Que, como dizia Nélson Rodrigues, é mais importante do que o pão.

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