segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Líder do PPS defende investigação sobre filial de empresa de Dirceu

Líder do PPS defende investigação sobre filial de empresa de Dirceu

Para o deputado Rubens Bueno, o ex-ministro ‘operou de todas as formas’
BRASÍLIA - O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), defendeu uma ampla investigação sobre a denúncia, feita pelo “Estado de S.Paulo”, de que o ex-ministro José Dirceu, preso porque foi condenado no processo do mensalão, abriu uma filial de sua consultoria no Panamá. De acordo com o jornal, a consultoria do ex-ministro (JD Assessoria e Consultoria) registrou uma filial no país em 2008, no mesmo endereço onde funciona a Truston, empresa dono do hotel Saint Peter, o mesmo que ofereceu emprego de R$ 20 mil a Dirceu. Em nota divulgada pela assessoria, o líder afirma que as novas informações mostram que Dirceu operou de "todas as formas e ainda pode estar operando para sustentar " o esquema do mensalão".
Para o líder, ainda há muito o que investigar tanto pelo Ministério Público, quanto pela Polícia Federal, Receita Federal e Banco Central e que episódios conexos ao mensalão poderão surgir destas investigações:
“As novas informações divulgadas sobre este condenado do mensalão deixam latente que ele operou de todas as formas e que ainda pode estar operando para sustentar aquele que é o maior escândalo desta República. É preciso conhecer até onde se estendem estes tentáculos. Percebe-se que a cada dia surge uma nova descoberta daquilo que seria um grande 'laranjal' arquitetado em torno do mensalão. Isto é gravíssimo, o que exige das instituições como Ministério Público, Polícia Federal, Receita Federal e Banco Central que se faça ampla investigação", disse na nota Rubens Bueno”, escreveu.



Dirceu mudou cinco vezes razão social de consultoria

O ex-ministro José Dirceu alterou cinco vezes a razão social da JD Assessoria e incluiu nas atuações da empresa a atividade de lobby para setores com interesse no governo federal. Entre as mudanças está o registro de filial no Panamá, conforme o Estado revelou.
Empresa de Dirceu alterou razão social cinco vezes
Andreza Matais, Fábio Fabrini
BRASÍLIA - O ex-ministro José Dirceu multiplicou suas possibilidades de negócios após a passagem como ministro da Casa Civil do governo Lula. Fora do governo e com o mandato de deputado cassado pelo envolvimento no esquema do mensalão, Dirceu alterou cinco vezes a razão social da JD Assessoria e Consultoria e incluiu no seu escopo de atuação a atividade de lobby para diversos setores com interesses no governo federal.
As mudanças no contrato da empresa incluem o registro de uma filial no Panamá, conforme revelou ontem o Estado. A filial tem o mesmo endereço da Truston International, sócia majoritária do hotel St. Peter, que ofereceu o cargo de gerente administrativo a Dirceu, com salário de R$ 20 mil, dez dias após ele ser preso pela condenação no mensalão. No endereço da JD e da Truston funciona o escritório de advocacia Morgan Morgan, que oferece testas de erro para abertura das filiais no paraíso fiscal.
Ao ampliar o escopo de sua consultoria, Dirceu fez fortuna. Sua última declaração de bens pública, apresentada à Justiça Eleitoral em 2001, informa que ele tinha bens e valores que somavam R$ 172,8 mil, em valores da época. Somente a casa em que funcionava sua consultoria, em São Paulo, está avaliada em R$5 milhões por corretores.
Após sua prisão, o imóvel na Avenida República do Líbano, a 300 metros do Parque do Ibira-puera, foi colocado à venda.
A oposição cobrou ontem investigação sobre a filial da JD Assessoria e Consultoria no Panamá. "A cada dia surge uma nova descoberta daquilo que seria um grande "laranjal" arquitetado em torno do mensalão. Isto é gravíssimo, o que exige das instituições que façam ampla investigação", disse o líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR).
A assessoria de imprensa da empresa de consultoria afirmou que anunca atuou ou estruturou qualquer operação" no Panamá. "O pedido de abertura de filial, feito a partir do Brasil, nem sequer foi registrado naquele país, sendo revogado por decisão da própria empresa, que seguiu todos os trâmites previstos pela legislação."
Dirceu desistiu do emprego no St. Peter após a denúncia de que a empresa proprietária do hotel tinha um "laranja" como presidente. "Isso reforça a suspeita de que o hotel é de propriedade do próprio Zé Dirceu", disse o líder da minoria, Nilson Leitão (PSDB-MT).
Documentos aos quais o Estado teve acesso mostram que, com as alterações na razão social da JD Assessoria e Consultoria, Dirceu se propôs a "Viabilizar o relacionamento institucional de particulares com os mais variados setores da administração pública". Atuou em favor de clientes dos setores sucroalcooleiro, minerosiderúrgico e ter-moelétrico junto a órgãos públicos de fiscalização e de meio ambiente, áreas tradicionalmente dominadas pelo PT.
Enquanto o petista estava na Casa Civil, o objeto da empresa - aberta em janeiro de 1998 - ocupava apenas quatro linhas dó contrato social, sem relacionar o lobby. Após sua saída do Executivo, o documento foi ampliado para 13 linhas.
Dirceu manteve forte influência no governo federal mesmo fora dele. Em agosto do ano passado, foi flagrado pela revista Veja recebendo políticos e até o então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli num quarto de hotel, em Brasília.
Entre as alterações na empresa feitas após junho de 2005, quando deixou o governo, está, ainda, a possibilidade de estabelecer parcerias comerciais com países do Mercosul. Essa mudança foi registrada no contrato um mês antes de Dirceu constituir a filial da JD no Panamá, conhecido paraíso fiscal.
A assessoria de Dirceu justificou que o objetivo era prospectar negócios no Panamá. O país, contudo, não está relacionado no objeto da empresa nem tampouco integra o Mercosul.
De acordo com um delegado da Polícia Federal ouvido pelo Estado, que pediu para não ser identificado, geralmente as "filiais" em paraísos fiscais como o Panamá são abertas somente para movimentar recursos financeiros de forma a dificultar o rastreamento do dinheiro.
Colaborou Eduardo Brescian

Fonte: O Estado de S. Paulo

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