A Argentina ruma a um final previsível da experiência dirigista em curso. Há números que impressionam. Santa Cruz, Estado que Kirchner governou como senhor absoluto antes de ser eleito presidente, tinha 11 mil funcionários públicos no final do governo militar em 1983; aumentou o contingente para 22 mil nos tempos de Kirchner como governador; escalou para 40 mil em 2007, quando Cristina Kirchner foi eleita após quatro anos de gestão do marido que nunca esqueceu a sua província de origem; e acabou com 60 mil servidores. O país, rico em petróleo e gás, vê a produção do primeiro cair desde 1998 e a do segundo, desde 2004. Como disse no La Nación o colunista Carlos Pagni, "sempre que a dinâmica de mercado faz surgir um desequilíbrio, o kirchnerismo tende a identificar uma conspiração" (14/11/2011). Anos de desconfiança em relação à gestão privada cobram seu preço. O país mergulhou numa espiral de controles, pressão de preços e administração "soviética" do que se pode importar. A recente troca de ministros visa a mitigar esse processo. É difícil de imaginar como isso possa acabar bem sem mudanças de rumo.
sábado, 30 de novembro de 2013
ARGENTINA DESCE A LADEIRA COM GOVERNO ESQUERDISTA - FABIO GAMBIAGI
A Argentina ruma a um final previsível da experiência dirigista em curso. Há números que impressionam. Santa Cruz, Estado que Kirchner governou como senhor absoluto antes de ser eleito presidente, tinha 11 mil funcionários públicos no final do governo militar em 1983; aumentou o contingente para 22 mil nos tempos de Kirchner como governador; escalou para 40 mil em 2007, quando Cristina Kirchner foi eleita após quatro anos de gestão do marido que nunca esqueceu a sua província de origem; e acabou com 60 mil servidores. O país, rico em petróleo e gás, vê a produção do primeiro cair desde 1998 e a do segundo, desde 2004. Como disse no La Nación o colunista Carlos Pagni, "sempre que a dinâmica de mercado faz surgir um desequilíbrio, o kirchnerismo tende a identificar uma conspiração" (14/11/2011). Anos de desconfiança em relação à gestão privada cobram seu preço. O país mergulhou numa espiral de controles, pressão de preços e administração "soviética" do que se pode importar. A recente troca de ministros visa a mitigar esse processo. É difícil de imaginar como isso possa acabar bem sem mudanças de rumo.
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