sábado, 16 de março de 2013

SAÚDE - CIÇO POETA


bro de 2012

Saúde


(Cicero Chaves L. Jr.)

Hoje eu bebo do veneno
Que bebem os solitários
Bebo do veneno amargo
Destilado do desprezo
Trago a desesperança
Desconfiança e miséria
Goles de antimatéria
É o que bebo e mereço

Bebo a dor de uma saudade
De quem desmanchou sorrisos
De quem nunca foi motivo
De quem nunca foi verdade
Bebo a pura maldade
Vinho de malevolência
Fermentado em violência
Bebo a descontinuidade

Bebo sonhos, pesadelos
Bebo tudo, tudo bebo
Num copo de insanidade
Inverdades, bebo o medo
Bebo promessas quebradas
Falhas, fracassos, erros
Pedras de insensibilidade
Dose dupla de maldade
Outra porção de desespero

Bebo um mundo, bebo outro
A imunda humanidade
Garrafas de má vontade
Adegas de dinheiro e ouro
Bebo o fim, bebo o começo
Mas eu não mereço o meio
Bebo o triste, bebo feio
Me embriago em desalento
Fecho a conta, fecho o tempo
Fecho a cara, quebro o fecho.

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