sábado, 31 de dezembro de 2011

O petroleiro João Cândido.

E o petroleiro João Cândido, aquele que segundo Lula seria o símbolo do 'renascimento' da indústria naval brasileira?
Em 02 de junho de 2010, o governo apresentou um vídeo ufanista e mentiroso em que dizia: ''O primeiro navio petroleiro encomendado pela Petrobras, o João Cândido, já foi lançado ao mar”. E íam além : “Há cinco anos, a Transpetro acreditou no impossível, e lançou o desafio de construir 49 navios no Brasil. Hoje, o primeiro já está no mar''. 
Essa era a propaganda da Petrobras na televisão, no dia seguinte. Mas, como vocês sabem que sempre devemos desconfiar de governos, como dizia Paulo Francis, fui buscar notícias do colossal navio. Descobri hoje que a retomada da indústria naval brasileira não passou de cenário para ilustrar enganosas propagandas eleitorais do PT e eleger Dilma Ducheff. A caça petista de votos a qualquer custo, sem planejamento sério, conduziu uma politicagem enorme em que o João Cândido foi engolido e nunca navegou. O petroleiro custou o dobro ( 336 milhões de reais) do preço de mercado e nunca zarpou, provavelmente afundaria se fosse lançado ao mar, conta a revista Veja. Falhas no desenho, na solda, nas Câmaras de refrigeração do navio ainda o mantém no estaleiro, sendo finalizado. Parece que querem levá-lo para consertar fora. Aqui não dão jeito. E o João Cândido não está sozinho. Reportagem da Folha de S.Paulo mostra que projetos malfeitos, com fortes indícios de irregularidades, foram aprovados por diretores de Furnas. O prejuízo pode chegar a R$ 200 milhões. Os escândalos se repetem. Navegar é preciso...

Na foto, Lula e o quase navio. 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vídeo cristalino: o PT e o Plano Real.


Amaury Ribeiro Jr: esclarecimentos!

Fui ao arquivo do Estadão e fiz buscas relacionadas ao jornalista Amaury Ribeiro Jr. Eis o que encontrei, datado de 2010:

Jornalista ligado à campanha de Dilma confessa violação de sigilo de tucanos

No Estado de S.Paulo, de Vannildo Mendes:
Amaury Ribeiro Jr. participou do grupo de inteligência da pré-campanha da candidata do PT
A investigação da Polícia Federal aponta que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. encomendou a quebra dos sigilos fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, da filha de José Serra, Verônica, do genro dele, Alexandre Bourgeois, e de outros tucanos entre setembro e outubro de 2009. De acordo com a PF, na época, o jornalista trabalhava no jornal Estado de Minas, que teria custeado as viagens dele a São Paulo para buscar os documentos. O jornalista participou do grupo de inteligência da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT) em 2010, quando não tinha mais vínculo com o jornal mineiro. Esteve, inclusive, numa reunião em abril com a coordenação de comunicação da campanha petista para discutir a elaboração de um dossiê contra os tucanos.
Em depoimento que durou 13 horas na semana passada, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil ao despachante Dirceu Rodrigues Garcia, que trabalha em São Paulo. Mas não contou de onde saiu o dinheiro. Amaury disse à PF que decidiu fazer a investigação depois de descobrir que o deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ) estaria comandando um grupo de espionagem a serviço de José Serra para devassar a vida do ex-governador Aécio Neves. Ele afirmou que deixou o jornal no final de 2009, mas deixou um relatório completo de toda a apuração, levando uma cópia consigo para futura publicação de um livro. Na sua versão, a inteligência do PT teria tomado conhecimento do conteúdo de sua investigação e o convidou para trabalhar na equipe de campanha de Dilma.
No ano passado, encomenda de Amaury foi repassada pelo despachante Dirceu Rodrigues Garcia ao office-boy Ademir Cabral, que pediu ajuda do contador Antonio Carlos Atella. Este último usou uma procuração falsa para violar os sigilos fiscais de Verônica Serra e seu marido, Alexandre Bourgeois, numa agência da Receita Federal em Santo André. Por conta da confissão, Amaury pode ser indiciado por corrupção ativa e co-autoria da violação do sigilo fiscal.
Depois de deixar o emprego no jornal, ele participou de uma reunião em abril com integrantes da pré-campanha de Dilma. Presente ao encontro, ocorrido num restaurante em Brasília, o delegado Onésimo de Souza afirmou à polícia que foi chamado para cuidar da segurança do escritório do jornalista Luiz Lanzetta, responsável até então pela coordenação de comunicação da campanha de Dilma. Lanzetta deixou a campanha em junho após a revelação do caso.
Amaury confirmou que durante o período em que ficou em Brasília, em abril de 2010, negociando com a equipe da pré-campanha de Dilma, a despesa do flat onde ficou hospedado foi pago por “uma pessoa do PT", ligada à candidatura governista. A PF já fechou praticamente todo o caso. Resta saber agora de onde saíram os R$ 12 mil e quem é a pessoa do PT que pagou a hospedagem do jornalista.

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domingo, 25 de dezembro de 2011

Privatizar faz mal?


A pergunta no título lhe é pertinente? Nos últimos quinze anos foi privatizada grande parte das empresas comandadas pelo Estado Brasileiro, e diversas críticas foram feitas a esta prática. Críticas essas baseadas em calúnias e ideologias mesquinhas, espalhadas às massas pelo Partido dos Trambiqueiros, o PT. Isso mesmo: o PT tanto tentou que conseguiu demonizar esse verbo tão importante à economia brasileira. Mas, a privatização de empresas estatais é tão prejudicial assim para o país como alguns afirmam?  Não, ela não é. O principal motivo que levou ao processo de privatização nos governos FHC foi tentar enxugar o Estado cleptocrático, dá-lhe alguma agilidade, diminuir-lhe a função gerencial, coisa em que o Estado é de uma ineficiência atroz. Com as privatizações, a dívida pública foi reduzida drasticamente e as empresas que serviam de cabides de empregos para marajás, passaram ao capital privado, sendo obrigadas a dar lucro, coisa que não fariam estando no setor estatal. E não podemos esquecer as conquistas adquiridas pelas empresas após as privatizações. Muita gente lembra-se como era o serviço de telecomunicações antes dele ser privatizado e duvido que sintam saudades.  Pouca gente tinha a possibilidade de ter um telefone dentro de sua residência e, hoje em dia, apesar de ainda termos várias imperfeições nos serviços, o número de linhas aumentou significativamente e a concorrência entre as operadoras de telefonia obriga as mesmas a perseguir a melhora constante de seus serviços e suas tecnologias, possibilitando cada vez mais uma melhoria no setor. E este é apenas um exemplo dos êxitos das privatizações. O Estado não gerencia bem, é uma engrenagem enferrujada e disfuncional, sugando o suor dos brasileiros e devolvendo-lhes serviços pífios e caros. Outro exemplo:  a  mineradora Vale do Rio Doce já apresentava bons resultados em suas operações, mas após sua venda em maio de 1997, a empresa passou do 5º para o 2º lugar no ranking global das mineradoras, pagando mais impostos, obtendo lucros e empregando mais gente. Hoje a Vale é a empresa que mais contribui para o superávit da balança comercial brasileira vendendo matérias-primas aos chineses e ao resto do mundo.
Também a Companhia Siderúrgica Nacional nos mostra o impacto positivo da sua privatização. Antes da venda ocorrer, a empresa pagava  128 milhões de reais em impostos, passando a  208 milhões depois de ser privatizada. Além disso, com a privatização ela deixou de dar prejuízo e passou a gerar um lucro anual médio de 232 milhões de reais. Assim sendo, o tempo mostrou que o processo de privatização não foi ruim para o país, como faz crer o PT, ao enganar a massa incauta em busca dos seus votos. Privatizar fez bem, enxugou o Estado, aumentou lucros e arrecadação, incentivou a concorrência entre empresas e barateou serviços. Quem demoniza as privatizações deve voltar aos livros e revistas. Ou dá uma olhada ao seu redor. No Brasil de hoje, as pessoas têm medo de defender esse processo tão importante. Dizer-se privatista nesse país é quase uma sentença de morte. A ignorância tomou o lugar da lucidez, da prática que desinfectou as contas públicas e cobrou resultados dos dinossauros estatais, obrigando-os a funcionarem nas mãos privadas. É lamentável que o PT não tenha continuado o processo com mais ênfase. Hoje o PT privatiza mas não o chama assim: tal ato é chamado de concessão, que na prática é a mesma coisa. O que mais falta ao PT roubar dos brasileiros?

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O governo que não começou - JOSÉ SERRA

Em essência, ao término do seu primeiro ano de mandato pode-se dizer que o governo Dilma ainda não começou.

Não se sabe ainda a que veio,quais seus rumos. A boa nota atribuída à presidente nas pesquisas talvez seja,em parte,um voto de confiança para que definitivamente comece a governar a partir de 1.º de janeiro de 2012.

O crescimento encolheu; a indústria e o investimento industrial caíram mais do que proporcionalmente; grandes empresas continuam procurando e realizando investimentos no exterior; os investimentos públicos federais se retraíram em R$ 16 bilhões; os incentivos fáceis ao consumo de bens duráveis foram retomados, com impacto maior sobre as importações; a carga tributária cresceu e os juros reais anualizados, apesar da decisão correta do Banco Central de reduzi- los em cerca de 1/8, continuam os campeões mundiais-cerca de 5,5%. Note-se que os comemorados investimentos da Petrobrás têm ficado bem abaixo do previsto e seu impacto de demanda sobre a indústria doméstica tem sido medíocre, pela falta de planejamento e de reforço da engenharia nacional.

Na área social, houve ampliação cosmética de transferências de renda. A saúde sofre críticas veementes da população, tendo os gastos federais no setor recuado em relação às receitas correntes.

Na educação, permanecem a super centralização e a lentidão no ensino técnico,a inércia no ensino superior e o espetáculo triste das provas de avaliação, Enem à frente.Dois programas novos,copiados das propostas da oposição na campanha de 2010, não foram até  agora adiante: o Mãe Cegonha (era "Mãe Brasileira") e o Pronatec (era o "Protec", então satanizado pelo petismo). Uma noteria representado tem pode mais para implantá-los. Note-se que o Pronatec não permite dar bolsas a alunos de escolas técnicas privadas, discriminação absurda e pouco prática, enquanto o ProUni faz prodigamenteo contrário.

Outros segmentos da área social não foram bem. No saneamento, predominou a conversa mole, apesar de 54% dos lares do País não estarem ligados a redes de esgotos. Cogita-se agora adotar uma proposta nossa de 2007e vetada reiteradamente pelo governo Lula- Dilma: eliminar tributos sobre as empresas de saneamento (trata-se do PIS-Cofins, aumentado em 2004), em troca de mais investimentos em áreas carentes.São mais de R$ 2 bilhões/ ano. Esperemos que o recuo de fato aconteça e que seja bem feito.

Na segurança, prosseguiu o show de retórica, sem a prática correspondente.Continua o falatório sobre o Pronasci, um dos programas mais fracassados da história: previu reduzir a taxa de homicídios à metade até 2010, mas ela permaneceu no mesmo lugar, lá no alto. O agravamento dos homicídios em vários Estados não tem provocado nenhuma ação federal intensa e consequente.

Nem cadastro nacional de criminosos existe.

As fronteiras continuam com suas veias abertas.

Mas contratou-se agência de publicidade para, entre outras coisas, atenuar"a sensação de insegurança sobre as fronteiras", com gasto de R$10 milhões/ano, equivalente a uns 60% do que foi destinado a melhorar o sistema de defesa fronteiriço! E em relação ao crack,que mistura saúde e segurança? De novo grandes anúncios,mas nada prático de janeiro a dezembro, longo tempo para ter-se feito algo.

Na infraestrutura, prossegue a marcha da insensatez. Já falamos muito sobre isso. A capacidade executiva do governo nessa área está rente ao chão, e as concessões ou são mal feitas, como nas estradas, ou vêm com atraso de anos, como nos aeroportos (e os que propunham isso na campanha eram demonizados), ou estão engatinhando, como no caso dos portos. Não se conseguiu fazer nenhuma Parceria Público- Privada em nove anos! A falta de planejamento continua gritante. Dois exemplos. Os linhões da Usina de Santo Antonio, em Rondônia, se atrasaram vis a vis o começo da geração, o que levará ao sub aproveitamento dos investimentos. No Pará, a eclusa de Tucuruí no Rio Tocantins, recém-concluída depois de décadas, custou uma fortuna, mas não tornará o rio navegável, pois falta remover os pedrais a montante e ajusante. Assim,o retorno dos bilhões investidos foi dramaticamente postergado.

A transposição do São Francisco não anda, ante o projeto básico malfeito,e as obras já feitas se deterioram.

Ah,e mantém-se o alucinado projeto do trem-bala: R$ 65 bilhões, só para passageiros, sem demanda que o justifique e completamente fora de esquadro em matéria de prioridades.

No campo legislativo,a propalada reforma política só serviu para ocupar a imprensa. Jogou-se pela janela a oportunidade de uma medida fácil de adotar por lei e virtuosa no que diz respeito ao apuro democrático à redução de custos de campanha:o voto distrital nos municípios de mais de 200 mil eleitores.Reforma tributária?Nada, fora o falatório. Royalties do petróleo?Governos em liderança para arbitrar um problema que ele próprio criou. De resto, mudanças perigosas na legislação das concorrências, tendo como pretexto a Copado Mundo.Aprovado para ser realizado no País há 4,5 anos, o evento deu lugar a comemorações e muita propaganda.

Mas nem sequer a Lei da Copa foi votada e as obras estão desarticuladas, com imenso potencial de custos e escândalos.Sabem qual a medida mais inovadora na área?A antecipação dos recessos escolares e a decretação de feriados nos dias de jogos,para aliviara demanda por serviços urbanos...

O grande sucesso do PTnoseu primeiro ano de governo, em 2003, foi o Fome Zero, programa bem avaliado em pesquisas, mas que não existiu. O grande sucessoem2011, nono ano de governo petista, foi a faxina, que também não existiu. Mas serviu para preencher o tempo: seis ministros saíram por denúncias da imprensa e pressão da opinião pública, e,ao que tudo indica,o processo não vai acabar.

Outros 30% ou 40% dos esforços foram empregados no infindável jogo da comunicação: anúncios, propaganda paga,ameaças à liberdade de imprensa e fortalecimento do pseudo jornalismo, destinado atentar moer reputações e chantagear a imprensa séria.

Uma obra e tanto para o primeiro ano do terceiro governo do PT!



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Merval Pereira classifica livro de Amaury como ficção e diz que obra ‘tem pouca credibilidade por fazer propaganda do PT.


O livro “Privataria tucana”, de autoria de Amaury Ribeiro Jr., é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas, baseadas em “documentos, muitos documentos”, como definiu um desses blogueiros em entrevista com o autor da obra.
Disseminou-se a ideia de que a chamada “imprensa tradicional” não deu destaque ao livro, ao contrário do mundo da internet, para proteger o ex-candidato tucano à Presidência José Serra, que é o centro das denúncias.
Estariam os “jornalões” usando dois pesos e duas medidas em relação a Amaury , pois, enquanto acatam denúncias de bandidos contra o governo petista,  alegam que ele está sendo processado e, portanto, não teria credibilidade? É justamente o contrário. A chamada “grande imprensa”, por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados pela verba oficial e fazem propaganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, porque precisava analisar com tranquilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações e se tem provas.
Outros livros, como “O chefe”, de Ivo Patarra, com acusações gravíssimas contra o governo de Lula, também não tiveram repercussão na “grande imprensa” e, por motivos óbvios, foram ignorados pela blogosfera chapa-branca.
Desde que Pedro Collor denunciou as falcatruas de seu irmão presidente, há um padrão no comportamento da “grande imprensa”: as denúncias dos que participaram das falcatruas, sejam elas quais forem, têm a credibilidade do relato por dentro do crime. Deputado cassado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson desencadeou o escândalo do mensalão com o testemunho pessoal de quem esteve no centro das negociações e transformou-se em um dos 38 réus do processo. O ex-secretário de governo Durval Barbosa detonou a maior crise política da história de Brasília, com denúncias e gravações que culminaram com a prisão do então governador José Roberto Arruda e vários políticos.
E por aí vai. Já Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha, tendo participado, como membro da equipe de campanha da candidata do PT, de atos contra o adversário tucano. O livro, portanto, continua sendo parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e evidentemente tem pouca credibilidade na origem.
Na sua versão no livro, Amaury jura que não havia intenção de fazer dossiês contra Serra e que foi contratado “apenas” para descobrir vazamentos internos, e usou seus contatos policiais para a tarefa que, convenhamos, conforme descrita pelo próprio, não tem nada de jornalística.
Ele alega que a turma paulista de Rui Falcão (presidente do PT) e Palocci queria tirar os mineiros ligados a Fernando Pimentel da campanha e acabou criando uma versão distorcida dos fatos. No caso da quebra de sigilo de tucanos, na Receita de Mauá, Amaury diz que o despachante que o acusou de ter encomendado o serviço mentiu por pressão de policiais federais amigos de Serra. Enfim, Amaury tem de se explicar antes de denunciar outros, o que também enfraquece sua posição.
Ele e seus apoiadores ressaltam sempre que 1/3 do livro é composto de documentos, para dar apoio às denúncias. Mas, se os documentos, como dizem, são todos oficiais e estão em cartórios e juntas comerciais, imaginar que revelem crimes contra o patrimônio público é ingenuidade ou má-fé. Que trapaceiro registra seus trambiques em cartórios?
Há, a começar pelo título – “Privataria tucana” – uma tomada de posição política do autor contra as privatizações. E o modo como descreve as transações financeiras mostra que Amaury se alinha aos que acham que ter conta em paraíso fiscal é crime, ainda mais se for no Caribe, e que a legislação de remessa de dinheiro para o exterior feita pelo Banco Central à época do governo FH favorece lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
É um ponto de vista como outro qualquer, e ele tenta de todas as maneiras mostrar isso, sem, porém, conseguir montar um quadro factual que comprove suas certezas. É claro que há crimes financeiros nos paraísos fiscais, e é possível que algum dos citados no livro os tenha cometido. Mas, como quando o marqueteiro Duda Mendonca confessadamente recebeu seu pagamento pela campanha de Lula em 2002 em um paraíso fiscal de uma conta do PT, esses casos nao estão registrados em juntas comerciais.
Vários personagens, a maioria ligada a Serra, abrem e fecham empresas em paraísos fiscais, com o objetivo, segundo ilações do autor, de lavar dinheiro proveniente das privatizações e internalizá- lo legalmente no País. Acontece que passados 17 anos do primeiro governo de Fernando Henrique, e estando o PT no poder há nove anos, não houve um movimento para rever as privatizações. E os julgamentos de processos contra os dirigentes da época das privatizações não dão sustentação às críticas e às acusações de “improbidade administrativa” na privatização da Telebrás.
A decisão no- 765/99 do Plenário do Tribunal de Contas da União concluiu que, além de não haver qualquer irregularidade no processo, os responsáveis ”não visavam favorecer em particular o consórcio composto pelo Banco Opportunity e pela Itália Telecom, mas favorecer a competitividade do leilão da Tele Norte Leste S/A, objetivando um melhor resultado para o Erário na desestatização dessa empresa”.
Também o Ministério Público de Brasília foi derrotado, e, no recurso, o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal decidiu não apenas acatar a decisão do TCU mas afirmar que “não restaram provadas as nulidades levantadas no processo licitatório de privatização do Sistema  Telebrás. Da mesma forma, não está demonstrada a má-fé, premissa do ato ilegal e ímprobo, para impor-se uma condenação aos réus. Também não se vislumbrou ofensa aos princípios constitucionais da Administração Pública para configurar a improbidade administrativa”.
O livro de Amaury está em sexto lugar na lista dos mais vendidos de não ficção. Talvez tivesse mais sucesso ainda se estivesse na lista de ficção.

Merval Pereira

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

“EMBURRECIMENTO”



Passei recentemente por um grande processo de idiotização e emburrecimento, digamos assim. Como todos nossos colegas professores estava metido com as malfadadas cadernetas. O homem ainda chega às fronteiras da galáxia, mas as cadernetas escolares, no Brasil, continuarão na mesma. Em vez de estudar, o professor é obrigado a até assinalar os possíveis sentimentos, ou predisposições tais, dos alunos. A burocracia ainda mata de vez o Brasil. Tudo pela forma, em detrimento do conteúdo. Ou dos conteúdos, digamos assim. Se burocracia escolar valesse , estaríamos com uma educação de primeira.

STALINISMO GOVERNISTA

Justamente ao aproximar-se o tempo do julgamento do mensalão, um dos maiores casos de corrupção governamental do Brasil pós-redemocratização , lançam um livro de um jornalista reconhecidamente picareta, lançando falsidades sobre o exitoso processo de privatizações do governo Fernando Henrique. Querem , e podem conseguir, a criação de uma CPI. É para encobrir os ladrões do mensalão petista às vias de serem todos os processados julgados . Larápios como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, e muitos outros picaretas, aguardam a força do governo pelo arquivamento dos processos. E o governo está jogando pesado, pois Lula está no cetro da questão. É o picareta mor. Ou alguém acredita que ele não sabia de nada? Os petistas juram que ele não sabia. Muito bestinha o rapaz...

PRIVATIZAÇÕES

Uma expressão de muito mau gosto, e que os petistas estão fazendo de tudo para colar, é privataria, inventada pelo jornalista Élio Gaspari. Agora, ao falar em privatizações, fala-se em roubalheiras. As privatizações foram,  e são extremamente necessárias. Ainda tem muito que privatizar, e reformar o estado. Urge a reforma da previdência, onde os marajás do serviço público fazem a festa, sobretudo os do judiciário. Muitos ganham mais de trinta mil contos por mês, sem terem contribuído para tal. E só vivem pedindo aumentos. Por essas e outras, muitos políticos safados são tratados à pão de ló.

PICARETA MOR

O ex ministro Márcio Thomaz Bastos está fazendo uma força para livrar os petistas do julgamento do mensalão. Alega que a maioria não tem foro especial, portanto, deveriam começar a serem julgados os seus processos nas primeiras instâncias. Tudo iria para as calendas gregas, e com a demora e as manobras protelatórias, ninguém seria punido, como Lula quer. A respeito ele disse que seus amigos fizeram o que todos fazem. Por isso, querem por que querem incriminar os tucanos. São uns safados, não?  Essa gente já devia estar na cadeia. Talvez assim alguém abriria o
bico.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

PSDB divulga nota sobre panfleto criminoso que se disfarça de livro

O PSDB divulgou uma nota sobre um panfleto criminoso, que se finge de livro, produzido no mesmo chiqueiro de onde saíram outras tramóias. Não difamar é uma escolha moral e ética. O processo que leva a essa escolha é lento: tem a ver com a educação que se recebeu, com valores, com o cultivo da decência. Já a decisão de delinqüir é rápida quando não se teve e não se tem nada disso, e a canalha não hesita. O caminho da Justiça é mais longo e mais lento, mas tem de ser cumprido. A cadeia espera os vigaristas.
Leia nota divulgada pelo PSDB
*
O PSDB repudia veementemente a mais recente e leviana tentativa de atribuir irregularidades aos processos de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e acusar o Partido e os seus líderes de participar de ações criminosas.
As privatizações viabilizaram a modernização da economia brasileira, com centenas de bilhões de investimentos em serviços essenciais e a geração de milhares de empregos.
Todo o processo foi exaustivamente auditado pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e outros órgãos de controle, e nenhuma irregularidade foi constatada.
O livro agora publicado tem as mesmas características de farsas anteriores, desmascaradas pela polícia, como a “Lista de Furnas”, o “Dossiê Cayman” e o caso dos “Aloprados”. Seu autor é um indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes, incluindo corrupção ativa e uso de documentos falsos.
Uma constante dessa fabricação de falsos dossiês tem sido a participação de membros e agentes do Partido dos Trabalhadores. Os que não se envolvem diretamente nas falsificações não têm pudor de endossá-las publicamente, protegidos, alguns deles, pela imunidade parlamentar.
A nova investida ocorre num momento em que o PT está atolado em denúncias de corrupção que já derrubaram seis ministros, e aguarda ansiosamente o julgamento do Mensalão, maior escândalo de corrupção de que se tem notícia na história do Brasil.
Serão tomadas medidas judiciais cabíveis contra o autor e os associados às calúnias desse livro.
Brasília, 15 de dezembro de 2011
Deputado SÉRGIO GUERRA
Presidente Nacional do PSDB”
 

Por Reinaldo Azevedo

FHC aponta um novo “Dossiê Cayman” e acusa a “calúnia organizada”

O presidente Fernando Henrique também se manifestou sobre a peça de propaganda tornada pública por uma quadrilha de analfabetos - também morais. Leia nota.
A infâmia, infelizmente, tem sido parte da política partidária. Eu mesmo, junto com eminentes homens públicos do PSDB, fomos vítimas em mais de uma ocasião, a mais notória das quais foi o “Dossiê Cayman”, uma papelada forjada por falsários em Miami para dizer que possuíamos uma conta de centenas de milhões de dólares na referida ilha. Foi preciso que o FBI pusesse na cadeia os malandros que produziram a papelada para que as vozes interessadas em nos desmoralizar se calassem. Ainda nesta semana a imprensa mostrou quem fez a papelada e quem comprou o falso dossiê Cayman para usá-lo em campanhas eleitorais contra os tucanos. Esse foi o primeiro. Quem não se lembra, também, do “Dossiê dos Aloprados” e do “Dossiê de Furnas”, desmascarado nestes dias?
Na mesma tecla da infâmia, um jornalista indiciado pela Polícia Federal por haver armado outro dossiê contra o candidato do PSDB na campanha de 2010, fabrica agora “acusações”, especialmente, mas não só, contra José Serra. Na audácia de quem já tem experiência em fabricar “documentos” não se peja em atacar familiares, como o genro e a filha do alvo principal, que, sem ter culpa nenhuma no cartório, acabam por sofrer as conseqüências da calúnia organizada, inclusive na sua vida profissional.
Por estas razões, quero deixar registrado meu protesto e minha solidariedade às vítimas da infâmia e pedir à direção do PSDB, seus líderes, militantes e simpatizantes que reajam com indignação. Chega de assassinatos morais de inocentes. Se dúvidas houver, e nós não temos, que se apele à Justiça, nunca à infâmia.
São Paulo, 15 de dezembro de 2011
Fernando Henrique Cardoso
 
Por Reinaldo Azevedo

domingo, 11 de dezembro de 2011

A Soma e o Resto.

Desde que a carranca de Jânio Quadros substituiu o sorriso de Juscelino Kubitschek, em 1961, o gabinete do presidente da República já hospedou napoleões de hospício, generais de exército de salvação, perfeitas cavalgaduras, messias de gafieira, gatunos patológicos, vigaristas provincianos e outros exotismos da fauna brasileira. A rotina da anormalidade — retomada pelo triunfo de Lula, um ex-operário metalúrgico que acha leitura pior que exercício em esteira, e mantida pela eleição de Duma Rousseff, primeira mulher a chefiar o governo (e provavelmente a primeira figura a governar um país sem conseguir expressar-se de modo inteligível) — só foi interrompida entre 1° de janeiro de 1995 e 31 de dezembro de 2002, quando o Palácio do Planalto abrigou Fernando Henrique Cardoso. “A Soma e o Resto - Um Olhar sobre a Vida aos 80 anos” (Civilização Brasileira; 195 páginas; 29,90 reais) confirma que foi FHC o ponto fora da curva desenhada pela saga republicana.
Lula e Dilma são duas formidáveis singularidades, mas parecem à vontade na galeria de retratos que os tornou vizinhos de parede de Jânio, João Goulart, Emílio Medici, João Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor ou Itamar Franco. Todos executam harmoniosamente a partitura da ópera do absurdo. O acorde dissonante é Fernando Henrique, constata quem ouve as mais de dez horas de confissões, lembranças, reflexões e desabafos reunidas no livro organizado por Miguel Darcy de Oliveira.
Eleitos pelo voto popular ou impostos pelo regime militar, quase todos os ex-presidentes têm tudo a ver com o Brasil dos 14 milhões de analfabetos, dos 33 milhões que não compreendem o que acabaram de ler nem conseguem somar dois com dois, imensidão de miseráveis embrutecidos pela ignorância. Tal paisagem ajuda a entender por que tantos brasileiros se dobraram sem perguntas a populistas sedutores, ou foram dobrados sem resistência por autoritários fardados. E torna especialmente intrigante a passagem pela Presidência de um intelectual brilhante, exemplarmente democrata, que escreveu muitos livros e fala sem espancar a língua portuguesa. A leitura de “A Soma e o Resto” explica alguma coisa, mas acentua a suspeita de que FHC tinha tudo para não ser o presidente do Brasil da virada do século.

Texto de Augusto Nunes. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Encruzilhadas mundiais - FERNANDO HENRIQUE CARDOSO



  O Estado de S.Paulo - 04/12/11


"Diante dos horrores da 2.ª Guerra Mundial, os vencedores dispuseram-se a criar a Organização das Nações Unidas (ONU) e outras instituições internacionais para impedir as grandes conflagrações e regular, dentro do possível, certas matérias de interesse geral, como o comércio, com a Organização Mundial do Comércio (OMC), os desequilíbrios financeiros globais e o socorro a países endividados, com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Outras, ainda, para promover o desenvolvimento (Banco Mundial) ou para remediar as questões básicas dos povos em matéria de saúde (Organização Mundial da Saúde) e da educação (Unesco). Embora longe do ideal, é inegável que essas organizações alcançaram algum progresso. Em pelo menos um ponto crucial a ONU foi vitoriosa: apesar da guerra fria, não se deu um choque direto entre os Estados Unidos e a União Soviética. No período pós-guerra fria tampouco se veem riscos de confronto militar entre a China e as potências ocidentais.

Acontece, entretanto, que já se passaram mais de 50 anos da formação da ONU e os fundamentos econômicos e políticos da ordem mundial se transformaram enormemente. Pelo menos quatro fatos significativos impõem uma revisão dessas instituições internacionais: o fim da União Soviética, a incrível expansão econômica da China, a reaparição do mundo islâmico na cena internacional e a emergência de novos polos de poder econômico e político no mundo (não apenas o Bric, mas a Turquia, o Irã, a África do Sul, a Coreia do Sul e outros países asiáticos). Sem esquecer que o Japão e a Alemanha, que não têm assento no Conselho de Segurança, se colocaram no topo da economia mundial.

No mundo ocidental, a transformação de maior significado foi a construção da União Europeia, por seu alcance político-civilizatório. Esse movimento unificador foi consequência do mesmo impulso que levou à formação da ONU: cansadas de guerrear, a Alemanha e a França tornaram-se o sustentáculo da Comunidade Europeia, conjunto de nações cujas relações se devem basear na solidariedade entre a Europa mais rica e a mais pobre, num arranjo supranacional que busque a paz fundamentada na prosperidade comum.

Considerados em conjunto, os acontecimentos político-econômicos pós-Guerra Mundial foram capazes de substituir a guerra pela luta por melhores posições na produção, no comércio e nas finanças mundiais. Os conflitos refluíram para o âmbito regional e muito frequentemente tiveram, depois do desabamento da União Soviética e dos ideais comunistas, mais fundamentos culturais e religiosos do que propriamente econômicos. As transformações no sistema produtivo nos últimos 40 anos, com uma série de avanços tecnológicos, permitiram uma expansão econômica à escala global sem guerras nem anexações territoriais. A atual globalização difere, portanto, da anterior expansão capitalista, denominada geralmente de imperialismo, que supunha o poder dos Estados, com exércitos, guerras e ocupações coloniais.

Que modificações advirão do quadro de poder que se vai desenhando no mundo, somado à crise financeira iniciada em 2007, e que perdura? Uma coisa parece certa: o predomínio do Ocidente vê-se contestado pela emergência de fatores econômicos, demográficos, e mesmo culturais, sinocêntricos, ou, melhor, "asiáticocêntricos". Está reaberta a rota para o Extremo Oriente. Dominique Moïsi, analista francês da cena internacional, vem insistindo nessa tese, exposta no livro A Geopolítica da Emoção. Em artigo mais recente, mostrou que a América está tentando se adaptar ao que chama de "século da Ásia", formando uma comunidade econômica com países dessa região. Alguns países emergentes, como o próprio Brasil, desde a década de 1990 se vêm aproximando da China e da Ásia em geral - em nosso caso, as relações com o Japão são mais antigas e já foram mais próximas. Países africanos, mesmo não sendo "economias emergentes", do mesmo modo se vinculam crescentemente à China como exportadores de matérias-primas, tendência seguida por vários países da América Latina.

Com as consequências econômicas da crise financeira atual, é natural que a tendência a depender da Ásia se reforce. Dela escapa a Europa, embora não tenha sido capaz de tomar decisões que interrompam a débâcle econômico-financeira. Velhas tensões voltam a incandescer os corações europeus. Berlim quer se manter na ortodoxia financeira, não aceita que o Banco Central Europeu empreste aos Tesouros nacionais, teme que os eleitores reajam negativamente a ajudar países que, ao ver deles, não souberam ser previdentes. Por isso se recusa a emitir bônus salvadores em troca de títulos das dívidas dos bancos e países europeus. É como se, de alguma maneira, voltássemos, figurativamente, à linguagem das guerras. Em alguns países europeus se deu a falência da política: enquanto os povos protestam, indignados, os "mercados" indicam e conseguem impor primeiros-ministros, tal a desmoralização dos partidos e da classe dirigente.

Neste panorama, é premente que apareçam lideranças globais do calibre das que conseguiram criar a ONU e suas diferentes organizações e daquelas que construíram a velha-nova Europa. Os governos norte-americanos já erraram muito ao não perceberem o significado do mundo árabe e islâmico e tentarem impor-lhe o seu estilo de democracia, quando eles próprios já se retorciam em dificuldades econômicas e políticas. O mundo todo paga o preço da expansão do terrorismo e da quase impossibilidade de manter unidas comunidades religiosas, culturais e nacionais diversas sob o domínio de um mesmo Estado. Caiu o Iraque, mas a paz não veio. O Afeganistão padece entre a corrupção e os senhores da guerra e do ópio. Na Líbia, uma intervenção que tinha propósitos humanitários percorreu o caminho das atrocidades. E por aí vamos, sem mencionar as áreas mais quentes, como Palestina/Israel, Irã ou Paquistão.

Com realismo, mas sem perder de vista os ideais universais desenhados em 1948, é urgente que as potências dominantes reconheçam as novas realidades e convidem à mesa os que têm vez e voz no mundo. Tomara que Dominique Moïsi tenha razão e a liderança americana esteja mesmo construindo as bases para um relacionamento estável, de paz, prosperidade e respeito aos direitos humanos, com a Ásia, sem ambicionar difundir sua ideologia política, muito menos aceitar a generalização do modelo chinês".

Ainda será proibido discordar do governo!



Essa já era de se esperar:

A Freedom House, uma instituição estrangeira que mede a liberdade de imprensa pelo mundo, classificou o Brasil  como apenas “parcialmente livre”, no seu relatório anual sobre esse assunto. O nosso país ficou na 89ª posição dentre os 196 países existentes no mundo, segundo o Almanaque Abril. O Brasil ficou atrás de nações que viveram sob o jugo comunista como Estônia (19º), República Tcheca (24º), Lituânia (35º), Hungria (42º), Eslováquia (43º), Polônia (49º), Eslovênia (53º), e Letônia (56º). Estes receberam a avaliação  de “livres”. Até aqui no Ocidente, o Brasil perde para nações pequenas ou pobres como a Jamaica (16º), Costa Rica (28º), Bahamas (30º), Belize (33º), República Dominicana (40º), Suriname (44º), Trinidad e Tobago (45º), Chile (67º) e Guiana (68º), também todos eles classificados como “livres”. 
Mas o que torna a avaliação brasileira pior do que há anos atrás? 
Elementar, caro leitor: as tentativas de implementação de leis de “controle social” da mídia e de criação de um conselho federal de jornalismo; tudo eufemismo para a velha e burra censura. Alguns acontecimentos evidenciam isso: a proibição ao jornal O Estado de São Paulo sobre o escândalo de corrupção envolvendo os Sarneys, também  o caso do jornal Debate, de Santa Cruz do Rio Pardo, que foi obrigado a pagar o equivalente a trezentos mil dólares a um juiz local por ter denunciado que o mesmo vivia em uma casa paga pelo município e que mantinha um telefone de uso oficial ilegalmente dentro dela; e outros casos envolvendo ameaças, surras e até mesmo assassinatos de jornalistas ou de seus entes queridos. E, como não poderia deixar de ser, há a influência direta dos petistas: além do assédio contínuo à imprensa, os petistas também atacam pelos flancos ou pela retaguarda: o relatório da Freedom House relata o caso do jornal Diário do Grande ABC, que foi impedido pela justiça local de publicar denúncias de má gestão das escolas públicas de São Bernardo do Campo depois que Luís Marinho, o atual prefeito e ex-ministro do Trabalho do presidente Lula, um dos figurões dos sindicatos e do PT, ter reclamado que o jornal estava procurando arranhar a sua reputação. Isso mesmo, vocês leram direito: um petista preocupado com a reputação. Só com a proximidade do Natal é que isso acontece...
Mas por que o governo tenta achacar, assediar, constranger, desqualificar a mídia, se ela foi-lhe tão importante, tão generosa e hoje ainda lhe é tão servil? Todos sabem, apesar de não admitirem, que o PT valeu-se muito bem dessa mesma mídia quando estava fora do poder. A imprensa livre que hoje está na mira do partido e do governo era lida nas tribunas, exibida ante as câmeras de TV e reproduzida nos microfones das emissoras de rádio. Por quê? Porque veiculavam denúncias que serviam muito bem às suas intenções. Quando chegou a vez de mostrarem a que vieram, os ''salvadores da pátria da estrela vermelha'' puseram fim à lua de mel. Rotularam a imprensa livre de entreguista e golpista, apenas porque essa imprensa mostra-nos os seus podres e contradições. 
A boa mídia não é bajuladora nem vendida aos governos. Não é aquela paga para elogiar, como tantos querem. A crítica está ficando difícil no Brasil. Quem não gosta do governo é entreguista, anti-patriota, e outras bobagens mais. A liberdade para discordar e apontar os erros do governo é fundamental para um país. Não é apenas eleições que mostram se um país é democrático ou não. A liberdade dada a um povo para escolher os políticos é a mesma que ele deve ter para poder discordar deles e criticá-los. Cuba, Rússia, Venezuela e Irã realizam eleições,  que não significam muita coisa. E o nosso governo os admira e aprende rápido...
 
Autor: hadriel ferreira

ROBERTO ALMEIDA

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É sempre muito agradável estar e conversar com meu amigo Roberto Almeida. Estivemos juntos na fazenda, que não é só minha, mas de meus irmãos. Meu pai a comprou no ano  de 1954, quando Caetés era um mero distrito de Garanhuns. Esperamos preservar, e deixar para os filhos e sobrinhos, ,pois o velho meu pai tinha um grande apreço pelo lugar. Era lá que descansava e relaxava, sempre que podia. Também, gostamos muito de lá, onde hoje é habitada  por Tiago meu grande filho, com sua educada e meiga esposa Suerleide, a quem chamamos de "Sú".
Como bem disse o Roberto, fui comunista, e dos radiocais. Ou metido a tal. Era trotskista, e achava que o socialismo real podia ser restraurado. Ledo engano, como vimos. Hoje sou um liberal, radicalmente democrático, que acredita no eterno aperfeiçoamento das instituições, aonde o estado não oprima o indivíduo, que deve ser o centro das atenções políticas, e sociais. Acho que Roberto não pensa muito diferente, mas ele é apaixonado por Lula. Fazer o quê? Afinal ninguém é perfeito, e não é por pensar diferente que vou fricar com raiva de ninguém. Aliás, viva as diferenças! Quero agradecer a Terezinha e filhos, uma grande mulher, a simpatica esposa de Roberto, e dizer que nossa amizade é grande, e como vosmecê bem o disse, vem de longas datas. É bicho, estamos ficando velhos. Graças a Deus.

POLÍTICA, MÚSICA E POESIA NA SERRA DO TARÁ

A convite do professor Rafael Brasil, amigo de longas datas, mesmo ele sendo hoje confessadamente de direita, enquanto me inclino mais à esquerda, estive hoje na Serra do Tará, que se não estou enganado está praticamente na divisa dos municípios de Caetés e Venturosa. A fazenda de Faé, herdada do seu velho pai, fica próxima a estrada que liga Garanhuns/Arcoverde, num terreno íngreme cheio de pedras e uma bela visão do que é o semi-árido nordestino. A serra é um lugar tão encantador e meio mágico, em nossa paisagem, que foi escolhido para as cenas iniciais do filme "Lula, o Filho do Brasil". O professor não gosta de Lula nem um pouco e por isso detesta a obra cinematográfica sem precisar assistir. Devia conferir só para comprovar que sensação boa é ver um lugar assim, podemos dizer "da gente", eternizado no cinema. Mas isso não vem ao caso, independente de posições ideológicas, sétima arte ou qualquer outra coisa conservo pelo meu amigo o mesmo afeto dos tempos de Olinda, quando passávamos tardes inteiras conhecendo as novidades da MPB dos anos 70, como Fagner, Belchior, Zé Ramalho, Amelinha. Éramos jovens e sonhávamos com o fim da ditadura de Ernesto Geisel e depois João Batista Figueiredo.

O Rafael Brasil Filho era comunista neste tempo. Alguém imagina uma coisa dessas?

O professor e sua esposa, Josinete, receberam este escriba - devidamente acompanhado de Tereza e Carolina - com aquele sorriso e nos serviram uma excelente buchada de bode, acompanhada de todos aqueles apetrechos que fazem deste prato um dos mais saborosos e interessantes da culinária nordestina. Depois de comer,  Faé soltou o verbo e disse o que queria de Lula e Dilma, criticou o PT e as esquerdas em geral e não escondeu sua admiração pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Depois falou abertamente dos problemas de Caetés batendo sem dó na administração municipal. Disse que seu município é um escândalo e sem medo de ser acusado de homofobia insinuou que o prefeito é homossexual: "O namorado dele está de carro novo", reclamou, só faltando dizer que o dinheiro do veículo saiu dos cofres municipais. "Pode publicar que eu, Rafael Brasil, assumo", recomendou o professor.

Como outros integrantes da oposição de Caetés, Faé está desconfiado de que Lindolfo fez algum acordo com Zé da Luz. A seu ver, o município precisa de mudança e está na hora de testar um nome novo. Acha que uma chapa formada pelo ex-vereador Neguinho (não soube informar o nome do político porque todos só o chamam assim) e Carlos do Correio teria condições de empolgar os caeetenses.

O filho do ex-prefeito sabe que as oposições devem estar unidas. Armando, Galego, Severino Gordo, Dra. Gisele e outras lideranças devem dar as mãos e pensar num projeto para Caetés. Ou fazem isso ou Zé da Luz elege novamente quem quiser.

Todo esse papo sobre política - nacional e regional - teve como fundo musical o alagoano Djavan. As canções mais bonitas desse excepcional artista foram executadas no som do dono da casa e da sala o repórter via uma parte da serra, naturalmente atento tanto às conversas quanto à música de qualidade com que era brindado.

Ainda falei com Ricardo, irmão de Rafael, um sujeito boa praça a quem a gente sempre vê de bom humor. Estava com Rodrigues, um cara de cor escura e sorriso claro, gente boa. Lembro dele moço, jogando nos times de futebol de Caetés, de Capoeiras e também na AGA. Era um craque.

Outro que estava lá era o professor Carlos Eduardo, hoje funcionário da Secretaria de Educação de Capoeiras e uma das pessoas de confiança da secretária Josevalda Cavalcanti. Edu chegou na sala, de surpresa e durante quase 3 ou 5 minutos declamou uns versos muitos bonitos. Sinto não tê-los guardados na memória, contudo garanto que era uma poesia bem construída. E ele tem talento para declamar. Fiquei curioso para saber o autor, Josinete também e quando ela perguntou o mistério se desfez: "Os versos são meus", disse.

Depois disso tudo ainda passei em Capoeiras, dei benção a minha amada mãe Maria das Neves, cumprimentei meu irmão rubro-negro, o Júnior e dei uma passada na Loja de Linda Almeida. Estava lotada, muita gente jovem, aquela atenção de sempre dos funcionários e é impossível não comprar alguma coisa.

Uma tarde assim, para conversar com os amigos, comer buchada, discutir política, ouvir música,  apreciar poesia e fazer compras não é todo dia, não é mesmo? A gente tem mais é de agradecer a Deus.

Avisei a Josinete, a mulher de Faé: "Eu sofro de uma doença. Estou aqui, mas o texto já está pronto na cabeça. Quando chegar em casa vou relatar este momento no blog". Ela com muita generosidade disse não se tratar de doença nenhuma e sim de um talento. Pode ser. Espero que alguns leitores concordem com ela e mesmo que falte o talento anunciado aprovem a postagem. Seja pela poesia, pela música, a parte política ou pelo menos pela buchada. (A foto da Serra do Tará é do Elio Rocha).
 
Texto de Roberto Almeida.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os EUA e o Pacífico.

É, ele admitiu!
Se havia alguma dúvida de que os Estados Unidos vão olhar cada vez mais para o Oriente ao invés de olhar para a América Latrina como uma prioridade, eis que notícias dos últimos dias vêm jogar um balde de água fria nessa expectativa. Primeiro, o presidente Obama (O Lula diria Obrahma!) disse na reunião de cúpula Ásia-Pacífico (APEC), realizada no começo de novembro no Havaí, que “Os Estados Unidos da América são um país do Pacífico e vieram para ficar”, num claro recado às pretensões chinesas, é claro.  E ele acrescentou: “Nenhuma região será mais importante para determinar nosso futuro econômico em longo prazo do que a região da Ásia-Pacífico.'' Em segundo lugar, pouco antes de viagem de Obama, a secretária de Estado Hillary Clinton, publicou um texto na revista Foreign Policy, intitulado “O século dos Estados Unidos no Pacífico”. Neste artigo ela afirma que o futuro econômico dos EUA dependerá da sua capacidade para conquistar os mercados asiáticos. Não sem razão. A Ásia é o continente que mais diminui a pobreza, desde a década de 1970.  Além disso, um estudo sobre o intercâmbio de estudantes de vários países com os Estados Unidos revela que há um enorme crescimento do número de estudantes asiáticos nas universidades norte-americanas e uma queda no número de estudantes latino-americanos. Mas não é novidade essa posição americana. Sempre a América Latrina foi relegada pelo Tio Sam, daí terem surgido figuras patéticas misturando comunismo, populismo e guerrilha, e fazendo da região um campo fértil para o atraso, para o ganho de espaço de ideologias da lata do lixo, como diria Rafael Brasil. Penso que Obama está buscando aumentar a presença dos EUA na Ásia, tanto pelo rápido crescimento econômico da região, como pelo fato de que Washington quer conter a ascensão chinesa. Países como Japão (esse sempre esteve debaixo do arsenal americano desde o fim da II Guerra Mundial, não é surpresa), Coreia do Sul, Tailândia, Taiwan, Índia e, acreditem, o Vietnã, buscam proteção dos EUA diante da influência chinesa. Parece que o país do dragão não inspira muita confiança na vizinhança, não!  Na semana passada, li que Obama assinou acordo com a primeira ministra australiana para o envio de marines para uma nova base militar em Darwin, no norte da Austrália. Os americanos parecem buscar criar um cordão sanitário em torno da China, tal qual aquele que foi feito com a URSS na Guerra Fria. Para isso, já usam o Havaí, Guam, Ilhas Marianas, Atol Johnston, Midway e outros arquipélagos, todos com bases militares no Pacífico e com vários tipos de armas nucleares, de grandes a pequenas. Isso é compreensível, mas os EUA deveriam, no mínimo, olhar tanto para Oriente como para o Sul. Os Estados Unidos exportam três vezes mais para a América Latrina do que para a China. E considerando que as economias latino-americanas estão crescendo, pode não ter sido muito prudente definir os EUA como “um país do Pacífico”, deixando a interpretação de que não estão interessados no seu quintal. Se há o vácuo de poder, alguém vai ocupá-lo. Ou como vocês acham que surgiu um Hugo Chávez, um Foro de São Paulo, ou a ampliação de partidos e ideias de esquerda nessa parte do continente? Que falta faz um Ronald Reagan...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Que é uma sociedade justa?

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Olavo de Carvalho


Quando se pergunta qual o conceito que fazemos de uma sociedade justa, a palavra “conceito” entra aí com um sentido antes americano – pragmatista – do que greco-latino: em vez de designar apenas a fórmula verbal de uma essência ou ente, significa o esquema mental de um plano a ser realizado. Nesse sentido, evidentemente, não tenho conceito nenhum de sociedade justa, pois, persuadido de que não cabe a mim trazer ao mundo tão maravilhosa coisa, também não me parece ocupação proveitosa ficar inventando planos que não tenciono realizar.
O que está ao meu alcance, em vez disso, é analisar a ideia mesma de “sociedade justa” – o seu conceito no sentido greco-latino do termo – para ver se faz sentido e se tem alguma serventia.
Desde logo, os atributos de justiça e injustiça só se aplicam aos entes reais capazes de agir. Um ser humano pode agir, uma empresa pode agir, um grupo político pode agir, mas “a sociedade”, como um todo, não pode. Toda ação subentende a unidade da intenção que a determina, e nenhuma sociedade chega a ter jamais uma unidade de intenções que justifique apontá-la como sujeito concreto de uma ação determinada. A sociedade, como tal, não é um agente: é o terreno, a moldura onde as ações de milhares de agentes, movidos por intenções diversas, produzem resultados que não correspondem integralmente nem mesmo aos seus propósitos originais, quanto mais aos de um ente genérico chamado “a sociedade”!
“Sociedade justa” não é portanto um conceito descritivo. É uma figura de linguagem, uma metonímia. Por isso mesmo, tem necessariamente uma multiplicidade de sentidos que se superpõem e se mesclam numa confusão indeslindável. Isso basta para explicar por que os maiores crimes e injustiças do mundo foram praticados, precisamente, em nome da “sociedade justa”. Quando você adota como meta das suas ações uma figura de linguagem imaginando que é um conceito, isto é, quando você se propõe realizar uma coisa que não consegue nem mesmo definir, é fatal que acabe realizando algo de totalmente diverso do que esperava. Quando isso acontece há choro e ranger de dentes, mas quase sempre o autor da encrenca se esquiva de arcar com suas culpas, apegando-se com tenacidade de caranguejo a uma alegação de boas intenções que, justamente por não corresponderem a nenhuma realidade identificável, são o melhor analgésico para as consciências pouco exigentes.
Se a sociedade, em si, não pode ser justa ou injusta, toda sociedade abrange uma variedade de agentes conscientes que, estes sim, podem praticar ações justas ou injustas. Se algum significado substantivo pode ter a expressão “sociedade justa”, é o de uma sociedade onde os diversos agentes têm meios e disposição para ajudar uns aos outros a evitar atos injustos ou a repará-los quando não puderem ser evitados. Sociedade justa, no fim das contas, significa apenas uma sociedade onde a luta pela justiça é possível. Quando digo “meios”, isso quer dizer: poder. Poder legal, decerto, mas não só isso: se você não tem meios econômicos, políticos e culturais de fazer valer a justiça, pouco adianta a lei estar do seu lado. Para haver aquele mínimo de justiça sem o qual a expressão “sociedade justa” é apenas um belo adorno de crimes nefandos, é preciso que haja uma certa variedade e abundância de meios de poder espalhados pela população em vez de concentrados nas mãos de uma elite iluminada ou sortuda. Porém, se a população mesma não é capaz de criar esses meios e, em vez disso, confia num grupo revolucionário que promete tomá-los de seus atuais detentores e distribuí-los democraticamente, aí é que o reino da injustiça se instala de uma vez por todas. Para distribuir poderes, é preciso primeiro possuí-los: o futuro distribuidor de poderes tem de tornar-se, antes, o detentor monopolístico de todo o poder. E mesmo que depois venha a tentar cumprir sua promessa, a mera condição de distribuidor de poderes continuará fazendo dele, cada vez mais, o senhor absoluto do poder supremo.
Poderes, meios de agir, não podem ser tomados, nem dados, nem emprestados: têm de ser criados. Caso contrário, não são poderes: são símbolos de poder, usados para mascarar a falta de poder efetivo. Quem não tem o poder de criar meios de poder será sempre, na melhor das hipóteses, o escravo do doador ou distribuidor.
Na medida em que a expressão “sociedade justa” pode se transmutar de figura de linguagem em conceito descritivo razoável, torna-se claro que uma realidade correspondente a esse conceito só pode existir como obra de um povo dotado de iniciativa e criatividade – um povo cujos atos e empreendimentos sejam variados, inéditos e criativos o bastante para que não possam ser controlados por nenhuma elite, seja de oligarcas acomodados, seja de revolucionários ambiciosos.
A justiça não é um padrão abstrato, fixo, aplicável uniformemente a uma infinidade de situações padronizadas. É um equilíbrio sutil e precário, a ser descoberto de novo e de novo entre as mil e uma ambiguidades de cada situação particular e concreta. No filme de Sidney Lumet, “The Verdict” (1982), o advogado falido Frank Galvin, esplendidamente interpretado por Paul Newman, chega a uma conclusão óbvia após ter alcançado uma tardia e improvável vitória judicial: “Os tribunais não existem para fazer justiça, mas para nos dar uma oportunidade de lutar pela justiça”. Nunca me esqueci dessa lição de realismo. A única sociedade justa que pode existir na realidade, e não em sonhos, é aquela que, reconhecendo sua incapacidade de “fazer justiça” – sobretudo a de fazê-la de uma vez para sempre, perfeita e uniforme para todos –, não tira de cada cidadão a oportunidade de lutar pela modesta dose de justiça de que precisa a cada momento da vida.

O ESTADO POLICIAL AVANÇA - RAFAEL BRASIL

O estado policial do consórcio PT STF avança contra a oposição. Desde a semana passada, dois deputados federais tiveram "visitas" ...