terça-feira, 23 de outubro de 2018

“FAKE NEWS” OU VERDADE DOLORIDA? OLAVO DE CARVALHO


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“Em Defesa do Socialismo” é um livro importante porque define em 1998 a índole e os planos do PT, dando antecipado sentido ao fato de seu autor vir a ser escolhido como candidato presidencial do partido em 2018.
O livro apresenta-se como uma atualização estratégica do “Manifesto Comunista” de 1848, que então comemorava seu centésimo-quinquagésimo aniversário -- atualização da estratégia apenas, não dos fins e metas, que continuavam os mesmos do escrito original de Marx e Engels: a destruição do capitalismo e a instauração da sociedade comunista. Após expor a sua proposta estratégica, o autor esclarece que ela não era somente uma idéia, uma vez que o seu partido, na épca, já a estava pondo em prática e com isso revelava ser não apenas “um” partido comunista, mas “o” partido comunista, o único capaz de combater eficazmente a sociedade burguesa nas suas condições atuais, mais complexas do que as do tempo de Marx e Engels.
As novidades que o sr. Haddad introduzia na estratégia comunista eram inspiradas na “Escola de Frankfurt”, corrente de pensamento e ação revolucionária da qual o autor do livro se declarava discípulo e seguidor.
A essência da estratégia frankfurtiana foi definida pelo seu protofundador, o filósofo húngaro Georg Lukács, quando declarou que o maior obstáculo à revolução comunista não era o poder econômico-militar da burguesia, mas o peso de vinte séculos de civilização cristã que davam à hegemonia burguesa a legitimação moral e psicológica de uma autoridade tradicional quase divina.
Diante dessa constatação, o dever dos intelectuais comunistas era levar às últimas consequências o projeto que Karl Marx definira como “crítica radical de tudo quanto existe”, de modo a desprover a sociedade dos valores morais, culturais, religiosos e psicológicos que a animavam, corrompendo o capitalismo até reduzi-lo àquilo que Marx chamava “capitalismo cru”, um utilitarismo econômico mecânico e brutal, no qual a única esperança de reencontrar algum sentido para a vida humana se identificasse com a luta pelo socialismo.
A estratégia, seguida fielmente pelos continuadores de Lukacs, como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Leo Lowenthal e muitos outros, constituía no fundo nada mais que uma profecia auto-realizável: reduzir o capitalismo a um inferno e depois, sob o nome de “socialismo”, vender passagens para fora do inferno.
Sob a liderança inconteste de Max Horkheimer, os frankfurtianos sentiam-se herdeiros das grandes tradições filosóficas do Ocidente e as últimas encarnações possíveis da Razão num mundo caótico e absurdo (que eles mesmos, deliberadamente, forçavam para tornar ainda mais caótico e absurdo para apressar o advento do socialismo).
Na condição de últimos e supremos representantes da razão, os frankfurtianos – é o próprio Max Horkheimer quem o diz textualmente – acreditavam que nenhum argumento racional se poderia opor às suas teses: tudo o que se alegasse contra elas seria puro argumento de autoridade, baseado no apego a hábitos antigos desprovidos de qualquer fundamento racional. Logo, concluía Horkheimer, era inútil polemizar com esses argumentos. Em vez disso, era preciso apenas desmantelar as bases sociais, culturais e psicológicas de toda autoridade. Com alguma acuidade, Horkheimer e os frankfurtianos conjeturaram que essas bases se formavam e se consolidavam na educação doméstica das crianças pequenas., forjando hábitos e apegos inconscientes que, no subsolo das almas, permaneciam imunes à crítica racional. Trazer à luz esses hábitos e apegos, corroendo a sua aura de prestígio e abrindo espaço para a sua violação sistemática e portanto para o esvaziamento moral do capitalismo, tal era a tarefa essencial que os frankfurtianos se propunham, e que seu discípulo Fernando Haddad não só oferecia ao PT mas, com orgulho, dizia já estar sendo posta em prática pelo partido. E é que aí entra a proposta explícita de demolição da autoridade familiar pela invasão do erotismo na intimidade das relações entre mães e filhos.
[Continua]

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