quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Antifas e previsibilidade do episódio em Charlottesvile Olavo de Carvalho


Antifas e previsibilidade do episódio em Charlottesvile

28 de agosto de 2017 - 16:25:54
Quem leu “The Search for Neofascism: The Use and Abuse of Social Science”, de A. James Gregor, já previa Charlottesville desde 2005, quando o livro foi publicado pela Cambridge University Press.
A construção mundial do espantalho nazista é um empreendimento de décadas.
Começou com a Alemanha Oriental (comunista) espalhando movimentos neonazistas na Alemanha Ocidental, logo depois da II Guerra.
E ainda há, na “direita”, quem caia no engodo.
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É ABSOLUTAMENTE IMPOSSÍVEL alguém entender o que quer que seja dos fenômenos políticos se não for capaz de acompanhar os debates intelectuais e acadêmicos mais complexos e aparentemente distantes de toda atualidade. A campanha para ampliar o significado do termo “fascismo” com o objetivo de poder rotular de fascista toda oposição ao esquerdismo começou nos círculos acadêmicos nos anos 70 do século passado, e poderia ter sido abortada ali mesmo antes de virar um movimento político que hoje domina o Partido Democrata americano, quase todas as universidades e a mídia praticamente inteira do hemisfério ocidental. Não há mentira política que não comece como charlatanismo acadêmico muito antes de chegar aos ouvidos do povão. Leiam esta página de “The Search for Neofascism. The Use and Abuse of Social Science” (2006), de A. James Gregor — com certeza o maior estudioso americano da história do fascismo — e entenderão do que estou falando.
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A ameaça nazista nos EUA SIMPLESMENTE NÃO EXISTE. “Supremacistas brancos” são em número ínfimo e não têm força nem mesmo para eleger um senador ou invadir uma Prefeitura, quanto mais para derrubar o governo americano. A esquerda revolucionária branca ou negra, em contrapartida, domina um partido inteiro, a mídia e as universidades, tem sustentação bilionária de grupos econômicos e, quando fala em derrubar o presidente da República, não está brincando.
Uma união nacional antinazista — que a esquerda exige e considera obrigatória — seria matar pulgas com misseis intercontinentais.
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O óbvio proibido:
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Mesmo os nazistas autênticos mais loucos e assanhados são pacíficos e inofensivos em comparação com a turma da Antifa — uma organização manifestamente terrorista.
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A estratégia da Antifa é simples: insultar, intimidar e humilhar brancos até que eles digam uma palavrinha em defesa própria — e então denunciá-la como prova de racismo.
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A Antifa, o Partido Democrata e agora a ONU estão exigindo que o Trump condene em termos veementes e unilaterais os supremacistas brancos de Charlottesville, em vez de culpar os dois lados como o tem feito.
A armadilha é visível: Se não satisfaz à exigência, ele será acusado de cumplicidade com o racismo (como se a própria Antifa não fosse racista). Se a aceita e faz o pronunciamento, torna-se colaborador da propaganda intimidatória que deseja assustar criancinhas com o anúncio de uma revolução nazista em curso nos EUA.
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Pessoas normais não gostam de pensar em coisas esquisitas. Preferem ignorá-las. É assim que as coisas esquisitas crescem em silêncio até tornar-se perigosas.

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