quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Exclusivo: Olavo de Carvalho e Record celebram acordo para edição histórica de ‘O imbecil coletivo’ - POR FELIPE MOURA BRASIL


Best seller será tratado com "importância histórica, atualíssima, que tem", diz editor

Por: Felipe Moura Brasil  
Olavão
Depois de ultrapassarem a marca de 150 mil exemplares vendidos com o livro O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota (2013), organizado pelo colunista Felipe Moura Brasil (eu mesmo), o filósofo Olavo de Carvalho e a Editora Record fecharam acordo para “uma nova e espetacular edição” do best seller O imbecil coletivo, lançado originalmente em 1996.
“Vamos relançar o livro numa edição que o trate com a importância histórica, ao mesmo tempo atualíssima, que tem”, disse a este blog o editor-executivo da Record, Carlos Andreazza, garantindo que a primeira tiragem não terá menos que 50 mil exemplares.
A nova edição deverá sair no começo de 2017, após um livro de entrevistas inéditas com o autor, previsto para 2016.
“Um por ano”, resume Andreazza, sem contar com a sequência filosófica do nosso Mínimo, ainda sem previsão.
Em sua versão original, O imbecil coletivo encerrava a trilogia iniciada com A Nova Era e a Revolução Cultural (1994) e O Jardim das Aflições (1995), e reunia textos escritos por Olavo de Carvalho entre 1992 e 1996 que tinham um tema em comum: “a alienação da nossa elite intelectual, arrebatada por modas e paixões que a impedem de enxergar as coisas mais óbvias”, como escreveu o autor no prólogo original.
A obra, que despertou a ira dos intelectuais brasileiros de esquerda nela retratados, ainda ganhou duas sequências, O imbecil coletivo II e III, dado que o tema era, e ainda é, inesgotável.
Relembro abaixo a “profética” entrevista que Olavo de Carvalho concedeu a Pedro Bial no programa Bom Dia Brasil, em 1996, seis anos antes de o PT subir ao poder político.
Transcrevo em seguida o trecho mais marcante.
Bial – Você é de direita?
Olavo – Olha, (inaudível) direita de Deus-Pai Todo-Poderoso no Juízo Final, eu espero. Agora, se é de esquerda ou direita aqui não me interessa. O que me interessa é em cima e embaixo. No tempo em que quem estava no poder era a direita, eu estava na esquerda como crítico. Agora eu acho que a esquerda está num momento de ascensão, então eu automaticamente passo a olhá-la com olhos críticos.
Bial (surpreso e desconfiado) – A esquerda está num momento de ascensão?
Olavo – Ah, sem sombra de dúvida.
Bial – …num momento em que a alternativa socialista sofreu um colapso no mundo inteiro.
Olavo – Sem sombra de dúvida. Aconteceu no mundo inteiro, mas eu não duvido que a esquerda, aqui no Brasil, ela tem uma grande esperança de que isso aqui seja a terra onde vai haver um renouveau, um renascimento. Eu acho essa esperança maluca, mas eu creio firmemente que eles têm essa ideia. E [o fato de] que [eles] têm um poder muito grande hoje, a gente vê sobretudo nos meios de comunicação, na universidade… Isto por quê? Porque a partir da década de 1960, foram adotando a estratégia gramsciana, que é a de fazer a revolução cultural primeiro para fazer a revolução política depois. Então foram gradualmente ocupando espaços na universidade, na imprensa, rádio, movimento editorial etc. E hoje isto aí está praticamente na mão deles, embora eles mesmos não assumam a responsabilidade. Quer dizer: muitas vezes [os esquerdistas] têm poder, mas não assumem que têm, então continuam se sentindo perseguidos e infelizes.

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