terça-feira, 5 de maio de 2015

Sem Dilma ´trambique`, mas com Lula, o chefe da quadrilha, PT vai à TV contra terceirização. E haja panelaço! Simone Iglesias e Maria Lima - O Globo


DEPOIS DO SILÊNCIO NO DIA DO TRABALHO, PRESIDENTE FICA FORA DE PROGRAMA DO PARTIDO



Outros tempos: Dilma, no programa do PT que foi ao ar em maio de 2013 - Reprodução / Reprodução


A presidente Dilma Rousseff resolveu, mais uma vez, manter distância dos holofotes. 

Contrariando o PT, ela decidiu não gravar participação no programa do partido, que irá ao ar na noite desta terça-feira, em cadeia de rádio e TV, repetindo decisão de semana passada quando, pela primeira vez em seu governo, abriu mão de fazer um pronunciamento em cadeia nacional pelo Dia do Trabalho.

Na ausência dela, a estrela será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em sua fala atacará as novas regras para terceirização aprovadas na Câmara, que a liberam para a atividade-fim. O presidente da legenda, Rui Falcão, dirá que o partido não compactua com corrupção e que passou a proibir o recebimento de doação de empresas.

A ausência da presidente, no entanto, não afastará as manifestações dos eleitores que pedem o “Fora, Dilma”. O comando do Movimento Brasil Livre (MBL) e blogs antipetistas estão fazendo mobilização nas redes sociais e convocando os internautas a participarem do “maior panelaço do Brasil” para às 20h30m — horário em que irá ao ar a propaganda partidária —, contra o PT, Dilma e Lula.

Para Rubens Nunes Filho, um dos coordenadores do MBL, não dá para responsabilizar só a presidente Dilma, porque ela governou nos últimos quatro anos, mas também o PT e o Lula:

— Mesmo Dilma sendo covarde e fugindo mais uma vez da cadeia de rádio e TV, não podemos cessar nosso descontentamento com ela e o PT, responsáveis pela corrupção e desmandos desses últimos 12 anos, que levaram à situação caótica que o Brasil vive hoje. Vamos bater panelas no Brasil inteiro para mostrar nosso repúdio a Dilma, ao PT e ao ex-presidente Lula, que vive hoje da sombra do que foi — afirmou Rubens.

No PT, a decisão da presidente de não gravar, antecipada nesta segunda-feira pela “Folha de S.Paulo”, foi considerada um equívoco. Nas palavras de um parlamentar petista, é o segundo erro da presidente em apenas cinco dias, referindo-se à decisão do Dia do Trabalho.

Internamente, a avaliação é que Dilma não deveria se acovardar, deixando de falar para milhões de brasileiros. Eles criticaram especificamente o fato de ela dizer que não teme manifestações mas, na prática, deixar de se comunicar porque ouvirá “bateção de panelas”.

A decisão da presidente representa uma guinada na estratégia de comunicação da petista. 

Há um ano, em maio de 2014, o marqueteiro João Santana preparava o PT para a disputa eleitoral e estreou o programa que explorava o medo de uma possível vitória da oposição. Atores interpretaram trabalhadores que lembravam de um passado sombrio, quando não tinham emprego, comida ou remédios. O locutor, então, anunciou:

— Não podemos deixar que os fantasmas do passado voltem e levem tudo que conseguimos com muito esforço.

No vídeo, Dilma dizia que não se poderia “dar um salto no escuro para o futuro”.

— Mudar não é fácil. Todo governo de mudança encontra obstáculos. Só vence quem insiste e não desanima nunca. É por isso que o Brasil está vencendo — disse Dilma.

Em 2013, o programa foi dedicado às comemorações dos dez anos do partido no poder.

— Hoje, quase ninguém tem mais dúvida. Depois de quase dez anos de governo do PT, o Brasil decolou — disse o locutor. (Colaborou Bruno Góes)

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