quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Será difícil para o governo tirar o Brasil do atoleiro, diz 'The Economist' - Folha de São Paulo


A revista britânica "The Economist" afirmou que a economia brasileira está "uma bagunça" e que será difícil para o governo tirar o país do "atoleiro". O desafio, de acordo com a publicação, é o maior desde o início de 1990.

Segundo a revista, o Brasil entrou em estagnação em 2013 -naquele ano, o PIB (Produto Interno Bruto) avançou 2,3%- e, agora, caminha para entrar em uma forte recessão, com inflação alta apertando salários e comprometendo o pagamento de dívidas. O investimento, diz, pode cair mais (está 8% abaixo de um ano atrás).

A reportagem está na capa da edição de 28 de fevereiro direcionada à América Latina.

O escândalo de corrupção na Petrobras também é citado. A publicação afirma que as grandes construtoras manterão seus investimentos paralisados, pelo menos enquanto durarem as investigações.

A revista britânica diz ainda que a base de apoio da presidente está se desintegrando e lembra a última pesquisa Datafolha, apontando que a popularidade de Dilma caiu de 42% em dezembro para 23% em fevereiro, atingida "tanto pela deterioração da economia quanto pelo escândalo na Petrobras".

A reportagem aponta que, em grande parte, os problemas do Brasil foram criados pelo próprio governo, devido à política econômica adotada no primeiro mandato, com frouxidão e manobras fiscais e medidas que minaram a competitividade da indústria.

Reprodução
Capa da revista britânica 'The Economist' destaca "o atoleiro do Brasil"
Capa da revista britânica 'The Economist' destaca "o atoleiro do Brasil"


JOAQUIM LEVY

Por outro lado, diz que a presidente, em seu novo mandato, reconheceu que o país precisa ser mais amigável aos negócios, o que a levou a colocar Joaquim Ley, um economista liberal treinado na escola de Chicago, como ministro da Fazenda.

Para colocar a economia em ordem, porém, Levy tem de lidar com a "armadilha da recessão": aperto fiscal pela retirada do subsídio à eletricidade e volta da Cide (tributo incidente sobre os combustíveis), além da redução de empréstimos subsidiados pelo BNDES a setores e empresas determinados.

"Os riscos são claros. Recessão e redução das receitas fiscais pode comprometer o ajuste", diz a britânica "The Economist", afirmando que qualquer retrocesso pode causar um rebaixamento na nota de risco de crédito do país, o que elevaria o custo de empréstimos para governo e empresas.

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