sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

'Dilma zomba da inteligência dos brasileiros', diz Aécio Senador tucano reagiu ao fato de a presidente dizer que a cobrança de propina na estatal começou em 1997, mas ignorar pagamento de até US$ 200 mi ao PT Laryssa Borges, de Brasília


O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta sexta-feira que a presidente Dilma Rousseff distorce a realidade diante das sucessivas denúncias envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras e afirmou que o escândalo do petrolão é exemplo de que corruptos e corruptores se institucionalizaram na estatal do petróleo. A avaliação do senador ocorre após Dilma ter recorrido na manhã desta sexta à tradicional cantilena petista de culpar o governo Fernando Henrique Cardoso por não ter iniciado uma investigação sobre os desvios na Petrobras na década de 1990.
Ela voltou a dizer que quem praticou "malfeitos" foram funcionários da Petrobras, e não a empresa. De forma oblíqua, Dilma deu credibilidade à delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que afirmou que começou a receber propina da empresa holandesa SBM offshore em 1997, durante a gestão FHC. A presidente se calou, contudo, sobre a mais grave informação prestada pelo delator: a de que o tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu até 200 milhões de dólares em propina do escândalo do petrolão.
“Confesso que me surpreendi muito com a superficialidade do diagnóstico da presidente da República, sem em nenhum momento fazer referência à parte mais contundente do depoimento de Pedro Barusco. Acredito que ele, no governo do PSDB, por iniciativa própria – e é ele quem diz – fez, sim, o entendimento com o dirigente de uma empresa à qual havia beneficiado e recebeu propina individualmente, transferida para uma conta em seu nome. Mas o que é grave, o que estamos assistindo no Brasil é o que jamais havia acontecido na nossa história. É a institucionalização da corrupção em benefício de um projeto de poder”, disse Aécio.
O tucano ainda lembrou que a presidente Dilma Rousseff isolou-se no Planalto nas últimas semanas, em meio à crise política que atravessa o governo. "A presidente reaparece parecendo querer zombar da inteligência dos brasileiros, ao atribuir o maior escândalo de corrupção da nossa história, patrocinado pelo governo do PT, a um governo de 15 anos atrás. Na verdade, parece que a presidente volta a viver no país da fantasia que conduziu a sua campanha e que tanta decepção trouxe, inclusive aos seus eleitores".
O senador ainda cobrou da presidente um mea culpa sobre todos os erros do governo e defendeu que a nova CPI da Petrobras apure a fundo o esquema de corrupção e fraudes na estatal e as recentes negociações do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo com advogados de empreiteiros investigados na Operação Lava Jato. “A presidente, mais uma vez, tenta levar os brasileiros à ilusão de que vivemos em um país que não é real. Porque, no país da presidente, funcionários da Petrobras, em entendimento com dirigentes de empresas privadas, fizeram uma grande articulação para lesar o Estado contra os interesses dos governantes, contra o interesse daqueles que indicavam os diretores da Petrobras. Nada mais falso. Tudo isso aconteceu de forma institucionalizada. Era a hora sim da presidente da República fazer a sua mea culpa, olhar nos olhos dos brasileiros e dizer que o seu governo errou e errou muito”, completou.
Presidente nacional do DEM, o senador Agripino Maia (RN) também se manifestou sobre a fala da presidente Dilma em que ela ignora as revelações de propina pagas ao PT e diz que o pagamento de vantagens ilícitas começou com Barusco, em 1997. "Essa entrevista é puro ‘efeito João Santana’. O marqueteiro volta a orientar a ação da presidente, que chega com pelo menos dois meses de atraso. O governo do PT continua a querer tapar o sol com peneira", afirmou, por meio de nota.

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