segunda-feira, 1 de setembro de 2014

MARINA SE DESTACA NAS PESQUISAS IBOPE E CNT/MDA E PROJEÇÕES LHE DÃO VITÓRIA NA ELEIÇÃO - POR MAURÍCIO ROMÃO

MARINA SE DESTACA NAS PESQUISAS IBOPE E CNT/MDA E PROJEÇÕES LHE DÃO VITÓRIA NA ELEIÇÃO


Maurício Costa Romão
Com números muitos parecidos, as novas pesquisas do Ibope e do MDA/CNT, publicadas nos dias 26 e 27 deste mês de agosto, exibem o protagonismo de Marina Silva no novo quadro eleitoral que se desenhou após a morte de Eduardo Campos.
Os números são expressivos: na média das duas pesquisas, Marina pontua 28,6% de intenções de voto e já aparece a apenas cinco pontos e meio de Dilma Rousseff, que continua liderando com 34,1%. Aécio obteve 17,5%, relegado, agora, ao terceiro lugar.  Os outros candidatos somam 2,8%, os brancos e nulos registram 7,9% e os indecisos aparecem com 9,2%.  
Esses percentuais reforçam a possibilidade do pleito acontecer em dois turnos, a exemplo do que já havia indicado o levantamento do Datafolha realizado em 14 e 15 deste mesmo mês de agosto.
Os dois institutos, Ibope e MDA/CNT, também fazem simulações de segundo turno, etapa em que, se a eleição fosse hoje, a ex-senadora acreana apareceria liderando contra a presidente por um placar médio de 44,4% a 36,9%.
Transportando os números médios destas pesquisas para o modelo estatístico da Macrométrica, consultoria do ex-presidente do Banco Central, Chico Lopes, que faz projeções sobre resultados de eleições presidenciais, constata-se que Marina venceria a eleição com uma margem de 16 pontos de percentagem sobre Dilma, em votos válidos.
Com efeito, usando apenas os dados das próprias pesquisas do Ibope e do MDA/CNT, e valendo-se da suposição de que os votos brancos e nulos, no segundo turno, sejam fixados em 7% (percentual que é próximo dos 6,7% que as urnas registraram de votos brancos e nulos na eleição de 2010), Marina se sagraria vitoriosa com 58% dos votos válidos, contra 42% de Dilma.
Na eventualidade de o total de votos brancos e nulos aumentar no próximo pleito, para 9%, por exemplo, em função da pregação anti-política resultante das manifestações de junho do ano passado, a vitória de Marina sobre Dilma se daria praticamente pela mesma margem anterior.
Isso quer dizer que, mantida a proximidade das intenções de voto da ex-senadora em relação à votação de Dilma no primeiro turno, e dados os números da liderança de Marina no segundo turno, mesmo que haja incrementos na quantidade de votos brancos e nulos na eleição de outubro, ainda assim a probabilidade de Marina Silva ganhar o pleito para Dilma Rousseff é altíssima.
Por outro lado, as duas pesquisas em apreço revelaram que, se o segundo turno acontecesse hoje, e se os disputantes fossem Dilma e Aécio, a petista bateria o tucano por 42% a 34,2%, na média.
Aplicando o modelo da Macrométrica e este último resultado, Dilma venceria a eleição no segundo turno de forma apertada, por 51% a 49% dos votos válidosconsiderando que os votos brancos e nulos sejam da ordem de 7%.
Este último resultado se explica pelas características do modelo empregado: a presidente cresceu do primeiro para o segundo turno apenas 7,9 pontos percentuais, ao passo que o ex-governador teve um acréscimo de 16,7 pontos. Quer dizer Dilma recebeu apenas 32% dos votos não comprometidos com as candidaturas dela e de Aécio, enquanto que o senador tucano levou 68% desses votos. 
Os levantamentos recentes do Datafolha, do MDA/CNT e do Ibope deixam bem claro que Marina Silva muda completamente a panorâmica da eleição, depois de sua entrada no lugar de Eduardo Campos, exibindo desempenho eleitoral que a credencia como uma a alternativa real de poder.

Como essas pesquisas foram as primeiras levadas a efeito com seu nome no lugar de Eduardo Campos, paira a dúvida entre alguns analistas se esse desempenho seria meramente episódico, fruto apenas da comoção nacional derivada do precoce desaparecimento do ex-governador pernambucano. Fosse esse o caso, a privilegiada posição da ex-senadora entre os principais postulantes à presidência se sustentaria apenas enquanto perdurasse aquele sentimento.
As pesquisas vindouras certamente fornecerão maiores subsídios para análise mais aprofundada.  
Por enquanto, está parecendo mesmo é que os números desfilados pela candidata pessebista são consistentes com sua história política e pessoal, com seu reccal oriundo da eleição de 2010 e, sobretudo, com sua identificação com os sentimentos expressos pela população brasileira nas inquietudes de junho do ano passado.  
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Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br,http://mauricioromao.blog.br.

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