ARENA E PT
Para quem não se lembra, a ARENA (aliança renovadora
nacional) juntamente com o MDB (primeiramente batizado de MODEBRA, nome que não
pegou) foram os partidos criados pela ditadura militar, impondo o
bipartidarismo. A ARENA dava sustentação ao governo, e o MDB era a oposição ,
digamos consentida. Depois tornaria-se numa grande frente contra a ditadura,
abrigando, desde liberais e nacionalistas, até as esquerdas, sobretudo as
oriundas do PCB. Foi o MDB, depois por imposição de uma reforma partidária no
governo Figueiredo, transformado em PMDB, quem fez a luta democrática. O “P”
foi uma imposição da então nova legislação de tinha o intuito de dividir às
oposições. E o PT colaboraria efetivamente pela divisão da frente democrática,
como veremos.
Pegando carona nessa “reforma partidária” surgiria partidos
como PTB, que era o que Brizola
preferia, por sua ligação com o varguismo, e como foi escanteado, fundaria o PDT. O PT também foi
criado nessa época. Por essas e outras, muitos comunistas e afins, acusavam que
o PT era cria do bruxo do regime o general Golbery do Couto e Silva, pois era
um fator de divisão da chamada frente democrática, abrigada no PMDB. E, de
fato, o PT desde então não se aliava com ninguém, lançando candidatos até meio
folclóricos como Mané da Conceição, para o governo de Pernambuco, e outros
menos lembrados. O PT com seu antigo
radicalismo, parecendo sectarismo para muitos, não votou em Tancredo Neves para
presidente no colégio eleitoral e ainda expulsaria dois dos seus mais atuantes
deputados, Ayrton Soares, e Bete Mendes, porque apoiaram Tancredo.
A chamada frente democrática para eleger Tancredo, juntou os
moderados da oposição com os dissidentes da ditadura, que saíram do então PDS,
substituto da ARENA, e fundaram o PFL, de orientação nominalmente liberal, e
que tornaria possível a transição democrática. O PT ficaria de fora, bufando
contra o suposto acordo das classes dominantes, ou coisas do gênero.
Tem gente comparando a ARENA com a frente de Eduardo Campos
nas atuais eleições do estado. Parece brincadeira. Sobretudo por causa das
adesões de figuras como Roberto Magalhães, Mendonça Filho, ou o que restou do
antigo PFL.
Ora, Roberto Magalhães, ou mesmo Marco Maciel são políticos
muito mais sérios do que toda a canalha petista. No PT não tem homens sérios, e
o PT é o partido que mais se parece com a antiga ARENA. Só que a ARENA,
controlada pelos milicos, era infinitamente mais séria e ética do que o PT no
governo. Alguém duvida? Só quem for cego, ou mesmo muito fanático. Ou anda
também roubando ou comendo sobras da grande corrupção petista.
E, tal como a antiga ARENA, o PT está há tempos se tornando o
partido dos grotões, ou seja, os milhares de lugarejos miseráveis do Nordeste,
aonde a grande maioria da população recebe dinheiro do governo, com os chamados
programas sociais significativamente ampliados por Lula. O mesmo que duramente,
quando na oposição criticava o assistencialismo destes programas iniciados por
Fernando Henrique. Como mente essa gente!
Hoje fazem terrorismo acusando as oposições de querer acabar com tais
programas. Em outras palavras, de um partido que era essencialmente urbano e
socialista, tornou-se num partido extremamente tradicional, se aliando com o
que existe de pior na política brasileira. Humberto Costa, senador, e João
Paulo, candidato ao senado por Pernambuco, foram beijar a mão dos criminosos do
mensalão na Papuda, Zé Dirceu, ex primeiro ministro informal de Lula e José
Genoíno, noves fora outros menos votados.
Aliás, quem começou com esta política de aliança com setores
mais atrasados da política nacional foi Getúlio Vargas. Arraes também sempre
fez alianças com setores da chamada direita, e os mais fisiológicos, sempre é
bom frisar. Parece piada alguém de bom senso fazer este tipo de “acusação”. Ou
alguém ainda teria coragem e bom senso para comparar um homem como Roberto
Magalhães, com um sujeitinho tão insignificante como Humberto Costa? Aliás,
qual a facção de esquerda de um Armando Monteiro?
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