Sarney, antes demonizado por Lula e de dez em cada dez
petistas, hoje virou um dos símbolos do jeito petista de governar. É o tal de
governo de coalizão, para alguns, nosso presidencialismo de coalizão. Muita
empolação para disfarçar o mais reles clientelismo e apadrinhamento , que são coisas muito antigas da nossa
política, e vem, junto com o patrimonialismo, desde a colonização portuguesa. O
discurso petista do novo sempre foi para enganar os trouxas, pois na verdade,
com a derrocada do chamado socialismo real, nenhum esquerdista deste planeta
nunca teve plano algum. A não ser o de sempre, sugar o dinheiro de quem produz
e trabalha para fazer proselitismo com os miseráveis. E se fartarem de
privilégios de todos os tipos, sobretudo a corrupção, apostando justamente na
ignorância da população para ficar tudo do jeito que sempre esteve. Como o
estado patrimonialista suga quase tudo de quem trabalha e produz, os investimentos, sobretudo estrangeiros,
minguam, surrupiando os milhões de
empregos que seriam justamente a alavanca para tirar o povo da miséria.
Mas o governo corrupto e patrimonialista não está nem aí.
Ainda mais, fez questão de não organizar a educação para justamente deixar os
miseráveis do mesmo jeito. Só que agora com títulos universitários e outras
honrarias. 38 % dos estudantes universitários são analfabetos funcionais, e não
sabem fazer contas, mesmo as mais simples. Muitos formados, inclusive com
mestrado e doutorado não conseguem empregos nas empresas privadas por pura
incompetência.
Antes chamavam Sarney de corrupto, para não dizer o mínimo.
Agora vem Lula compará-lo a um Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Marco Maciel,
Arraes, Marcos e Roberto Freire e muitos outros democratas que realmente
lutaram, pela redemocratização e pela constituinte. Fatos históricos aliás nos
quais os petistas encabeçados por Lula e muitos esquerdistas mais radicais, se
omitiram. Que o digam o ex deputado petista Aírton Soares e a atriz Bete Mendes
que foram expulsas do partido por votarem em Tancredo no colégio eleitoral,
fato que realmente pôs uma pá de cal na já moribunda ditadura militar. Que
aliás, desde Geisel já nem era uma ditadura, mas uma chamada “dita branda”.
Aliás, dentro das esquerdas, os comunistas, inclusive os
neo-stalinistas e maoístas do carcomido
PC de B, apoiaram a transição com Tancredo e a chamada frente democrática.
Sarney pegou carona nesta aliança. Antes tinha brigado feio com o então PDS
partido dos militares e pegou a vaga de
vice. Da mais completa obscuridade, tornou-se presidente, numa das muitas
artimanhas da história. Dizem as más línguas, que quando Tancredo estava
moribundo o vodu comeu solto no Maranhão. Haja feitiçaria...
Com Lula, Sarney foi uma figura primordial no episódio do
mensalão. Foi ele que se tornaria o maior conselheiro de Lula, certamente
dando-lhe conselhos de como funcionava o Brasil velho, e como a memória popular
é curta. Com a estabilidade conquistada por Fernando Henrique e sua aliança, a
ampliação dos programas antes considerados assistencialistas pelo próprio Lula
e o boom da economia internacional, Lula
escapou e ainda foi reeleito. Por essas e outras ele ama Sarney. Daí as juras
de amor eterno. Como bem diz Olavo de Carvalho, essa gente nunca teve
compromisso com a verdade. Mentem descaradamente, e os trouxas ainda acreditam. Ou mesmo fingem acreditar.
Também tem os oportunistas de sempre. Estes nunca largaram o poder. Lula e o PT
já há tempos fazem parte deste time. Nada de novo no front. Só muita safadeza e
empulhação. Na verdade ambos sempre foram do time do atraso nacional. Vivem do
estado patrimonialista e da ignorância da população. Que aliás o ama, pois
dentre outras coisas , se irmanam com ele e sua natural ignorância. Como diria
o finado Paulo Francis, “a voz do povo é a voz da imbecilidade”. Ai que saudades
do velho cronista...
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