Reynaldo-BH: A conta do populismo oportunismo não vai demorar a chegar
REYNALDO ROCHA
Houve uma época, não muito distante, em que cada brasileiro era, além de técnico de futebol, especialista em economia. Adam Smith, Milton Friedman, Keynes, Max Weber ou Paul Krugman eram figurinhas fáceis como Zagalo, Telê Santana ou Parreira. Antes de FHC e do Plano Real, éramos economistas por necessidade de sobrevivência. Foi o período em que o jornalismo econômico se tornou mais importante que o noticiário sobre questões políticas ou sociais. Fazia sentido. As revistas, os jornais e as emissoras de TV davam destaque aos novos “pacotes” (medidas tomadas sempre de surpresa), aos índices das Bolsas de Valores e às taxas diárias da caderneta de poupança.
Se aprendemos algo naqueles anos, foi que a inflação nasce basicamente do descontrole. Da irresponsabilidade fiscal e do mau uso do dinheiro de nossos impostos.
Um gigantismo estatal em que cada estado da federação tinha pelo menos um banco. E milhões de dependentes em vez de correntistas.
Voltaremos a isso, numa mistura de túnel do tempo com túnel do terror?
Estamos chegando perigosamentea esse ponto que, se ultrapassado, jogará fora tudo o que fizemos até aqui. Nós, os brasileiros.
Dilma anunciou nesta semana a liberação de R$ 6 bilhões de “emendas” parlamentares, após ter cortado o orçamento federal em mais de R$ 10 bilhões. Teve o cuidado de dividir a bolada em três parcelas, a vencer até o fim do ano. Qual foi a motivação? Manter a base alugada coesa, irrigada com esta fortuna. Por isso a repartição em parcelas até 2014.
Tal atitude ajuda a controlar a “espiral inflacionária” (expressão que jamais imaginei utilizar novamente), ou a estimular o investimento produtivo ou a produtividade nacional? Gera renda para os trabalhadores? Sabemos as respostas.
A notícia do dia é que Dilma vai elevar o limite de endividamento de estados e municípios. Um dia após ter liberado (ou prometido liberar) R$ 8 bilhões para o município de São Paulo. Por que não o fez antes? O município de São Paulo não estava, tecnicamente, falido? Se estava, como vai pagar? Ou não irá pagar? Se não for pagar, o Brasil todo vai bancar a graça de Dilma para o companheiro Haddad?
O que vem a ser essa “flexibilização”? Em termos simples, é como o chefe de uma família resolver o problema de falta de dinheiro aumentando o cheque especial de cada um dos familiares.
Responsabilidade fiscal? Esquece. Dilma permitirá gastar por conta. Uma conta que chegará em breve na forma de mais inflação. Os municípios (são mais de 5.550!) e os estados usarão o limite aumentado do cheque especial, mesmo tendo a renda reduzida.
Do populismo de esquerda passamos ao populismo de lugar algum! Ou simplesmente oportunista. Se antes os “magos” do PT gastavam (mal) o que tínhamos (impostos), agora pretendem gastar pior ainda o que não temos!
À incompetência e à irresponsabilidade, somou-se a volta a um passado que acreditávamos ter ultrapassado.
Falta saber o nome que terá na novilíngua petista essa colossal estupidez.
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