sexta-feira, agosto 02, 2013
Brasil precisa de educação padrão Fifa - EDITORIAL CORREIO BRAZILIENSE
CORREIO BRAZILIENSE - 02/08
Outra vez a educação aparece como o calcanhar de aquiles do desenvolvimento nacional. Segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM) divulgado esta semana, o Brasil deu salto em praticamente todos os indicadores. Em 20 anos, mudou de status. Passou de classificação muito baixa para alta.
Na área do conhecimento, porém, continua a acumular dívidas com geração após geração. O setor foi o que mais evoluiu no período - 128%. Mas, é tal a defasagem, que o pulo foi incapaz de lhe elevar a posição no ranking. O fato não surpreende. Avaliações nacionais e internacionais há muito vêm alertando para a má qualidade do ensino. Empresários sentem a nota vermelha em casa. O apagão da mão de obra encarece a produção e rouba a competitividade das empresas.
É injusto atribuir a tragédia a este ou àquele governo. Todos têm enorme parcela de responsabilidade na sucessão de descasos que se ampliam ao longo de décadas. Sem preocupar-se com planejamento de longo prazo, não se prepararam para fazer frente aos desafios do país que se urbanizava a passos largos. Até 1930, dois terços da população viviam no campo e um terço nas cidades. Hoje 95% dos brasileiros são urbanos.
A revolução do ensino iniciada na década de 70 do século passado abriu as portas das escolas a todas as crianças. Menos de 30 anos depois, o governo comemorava a universalização das matrículas. O esforço, porém, ficou no meio do caminho. O Brasil democratizou o acesso aos bancos colegiais, mas manteve o saber restrito a poucos.
Primário malfeito, como diziam as avós de antigamente, não perdoa. Cobra pedágio ao longo da vida. Barra a entrada nas boas universidades, impede o acesso aos bons empregos, dificulta a mobilidade social. Não só. Contribui para a evasão escolar. Nada menos de 40% dos jovens de 15 a 17 anos não têm o ensino fundamental completo. Só 41% de rapazes e moças de 18 a 20 anos chegaram ao fim do ensino médio.
Talvez seja esse um dos mais graves problemas da educação. Currículos desatualizados aliam-se a professores sem preparo, a infraestrutura precária e o material didático inadequado para desestimular o aluno que não consegue aprender e, em consequência, abandona o estudo. O quadro preocupante exige solução séria e eficaz. O país precisa - com urgência urgentíssima - de um choque de educação.
Ele passa, em primeiro lugar, por mestres motivados, com plano de carreira, educação continuada e salários compatíveis com a responsabilidade de quem responde pelo futuro. Em segundo, por condições de trabalho adequadas. Por fim, por currículo moderno e enxuto. Não há nada mais inútil do que obrigar o estudante a decorar o que está no Google. Deve-se, isso, sim, ensiná-lo a selecionar a informação na montanha de dados que tem à disposição.
Na área do conhecimento, porém, continua a acumular dívidas com geração após geração. O setor foi o que mais evoluiu no período - 128%. Mas, é tal a defasagem, que o pulo foi incapaz de lhe elevar a posição no ranking. O fato não surpreende. Avaliações nacionais e internacionais há muito vêm alertando para a má qualidade do ensino. Empresários sentem a nota vermelha em casa. O apagão da mão de obra encarece a produção e rouba a competitividade das empresas.
É injusto atribuir a tragédia a este ou àquele governo. Todos têm enorme parcela de responsabilidade na sucessão de descasos que se ampliam ao longo de décadas. Sem preocupar-se com planejamento de longo prazo, não se prepararam para fazer frente aos desafios do país que se urbanizava a passos largos. Até 1930, dois terços da população viviam no campo e um terço nas cidades. Hoje 95% dos brasileiros são urbanos.
A revolução do ensino iniciada na década de 70 do século passado abriu as portas das escolas a todas as crianças. Menos de 30 anos depois, o governo comemorava a universalização das matrículas. O esforço, porém, ficou no meio do caminho. O Brasil democratizou o acesso aos bancos colegiais, mas manteve o saber restrito a poucos.
Primário malfeito, como diziam as avós de antigamente, não perdoa. Cobra pedágio ao longo da vida. Barra a entrada nas boas universidades, impede o acesso aos bons empregos, dificulta a mobilidade social. Não só. Contribui para a evasão escolar. Nada menos de 40% dos jovens de 15 a 17 anos não têm o ensino fundamental completo. Só 41% de rapazes e moças de 18 a 20 anos chegaram ao fim do ensino médio.
Talvez seja esse um dos mais graves problemas da educação. Currículos desatualizados aliam-se a professores sem preparo, a infraestrutura precária e o material didático inadequado para desestimular o aluno que não consegue aprender e, em consequência, abandona o estudo. O quadro preocupante exige solução séria e eficaz. O país precisa - com urgência urgentíssima - de um choque de educação.
Ele passa, em primeiro lugar, por mestres motivados, com plano de carreira, educação continuada e salários compatíveis com a responsabilidade de quem responde pelo futuro. Em segundo, por condições de trabalho adequadas. Por fim, por currículo moderno e enxuto. Não há nada mais inútil do que obrigar o estudante a decorar o que está no Google. Deve-se, isso, sim, ensiná-lo a selecionar a informação na montanha de dados que tem à disposição.
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