O PAPA E
A CONSUMAÇÃO DA “REVOLUÇÃO CONSERVADORA” NA IGREJA
Os discursos do papa condizem completamente com os
objetivos estratégicos da Igreja Católica Romana no século XXI, semente
plantada cuidadosamente por Ratzinger, semeada por João Paulo II, e consolidada
por Bento VI (o próprio Ratzinger), e seu sucessor Francisco I. Uma lição de
estratégia política, fundada em um sólido escopo filosófico, que deixaria um
marxista morto de inveja. Pelo menos no tocante a tática e estratégia política.
Claro, as questões levantadas por
Francisco colocam a igreja em franca posição no sentido da volta à
evangelização, contra a ideologização, leia-se os “progressistas”, e contra o
relativismo politico e ideológico que questiona e até tem posições
iconoclastas, não só em relação à Igreja Católica, mas também outros segmentos
do cristianismo e as demais religiões. Em outros termos, contra o chamado
pensamento “politicamente correto” tão em voga em certas rodas "intelectualizadas", inclusive ligadas ao pensamento universitário, ou acadêmico,
aonde ainda impera o tosco materialismo marxista, ou pseudo, como queiram
chamar.
Quando o papa fala em revolução, ele faz um jogo de
palavras, contradizendo o próprio termo. O que ele pede, em outras palavras, é
uma “revolução conservadora”, uma contradição em termos. Revolução significa
mudança rápida, e o papa prega a permanência. Permanência dos dogmas
religiosos, contra um clima de relativismo radical. A favor do casamento, claro
heterossexual, contra os lobbies, sobretudo na igreja, onde chegou a atuar o
lobbie homossexual dentro do Vaticano, e os escândalos financeiros.
Enfim, os discursos do papa significam a expansão de uma
igreja cada vez mais conservadora, embora modernizada em sua forma de se apresentar,
o que para muitos seria uma nova marquetagem, embora seja evidentemente muito
mais do que isso. O que existe é a confirmação de uma doutrina mais
conservadora, não só com a manutenção dos dogmas, mas como sua própria
afirmação. Afinal, não existe religião sem dogmas, afinal, como disse o papa,
desde a sua posse, a igreja não é uma ONG.
Claro, a mais importante questão , digamos política, é o
avanço dos evangélicos. Para isso, a igreja deve partir para o tradicionalismo,
para as famílias, função que foi ocupada pelos evangélicos, diante dos
equívocos mais do que evidentes dos chamados defensores da “teologia da
libertação”. Não por acaso é a posição da igreja a favor do ecumenismo.
Muitos evangélicos amaram o papa. E a Igreja sorriu, bastava ver o rosto dos
padres, freiras e bispos. Ainda em relação aos dogmas , o papa reafirmou a
posição da igreja em não ordenar mulheres. Afinal, a igreja tem 2013 anos, e
não é o movimento feminista que vai fazê-la mudar.
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