segunda-feira, 29 de julho de 2013

RAFAEL BRASIL: 'O PAPA E A CONSUMAÇÃO DA "REVOLUÇÃO CONSERVADORA" NA IGREJA

O PAPA E A CONSUMAÇÃO DA “REVOLUÇÃO CONSERVADORA” NA IGREJA

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Os discursos do papa condizem completamente com os objetivos estratégicos da Igreja Católica Romana no século XXI, semente plantada cuidadosamente por Ratzinger, semeada por João Paulo II, e consolidada por Bento VI (o próprio Ratzinger), e seu sucessor Francisco I. Uma lição de estratégia política, fundada em um sólido escopo filosófico, que deixaria um marxista morto de inveja. Pelo menos no tocante a tática e estratégia política. Claro, as questões levantadas  por Francisco colocam a igreja em franca posição no sentido da volta à evangelização, contra a ideologização, leia-se os “progressistas”, e contra o relativismo politico e ideológico que questiona e até tem posições iconoclastas, não só em relação à Igreja Católica, mas também outros segmentos do cristianismo e as demais religiões. Em outros termos, contra o chamado pensamento “politicamente correto” tão em voga em certas rodas "intelectualizadas", inclusive ligadas ao pensamento universitário, ou acadêmico, aonde ainda impera o tosco materialismo marxista, ou pseudo, como queiram chamar.
Quando o papa fala em revolução, ele faz um jogo de palavras, contradizendo o próprio termo. O que ele pede, em outras palavras, é uma “revolução conservadora”, uma contradição em termos. Revolução significa mudança rápida, e o papa prega a permanência. Permanência dos dogmas religiosos, contra um clima de relativismo radical. A favor do casamento, claro heterossexual, contra os lobbies, sobretudo na igreja, onde chegou a atuar o lobbie homossexual dentro do Vaticano, e os escândalos financeiros.
Enfim, os discursos do papa significam a expansão de uma igreja cada vez mais conservadora, embora modernizada em sua forma de se apresentar, o que para muitos seria uma nova marquetagem, embora seja evidentemente muito mais do que isso. O que existe é a confirmação de uma doutrina mais conservadora, não só com a manutenção dos dogmas, mas como sua própria afirmação. Afinal, não existe religião sem dogmas, afinal, como disse o papa, desde a sua posse, a igreja não é uma ONG.
Claro, a mais importante questão , digamos política, é o avanço dos evangélicos. Para isso, a igreja deve partir para o tradicionalismo, para as famílias, função que foi ocupada pelos evangélicos, diante dos equívocos mais do que evidentes dos chamados defensores da “teologia da libertação”. Não por acaso é a posição da igreja a favor do ecumenismo. Muitos evangélicos amaram o papa. E a Igreja sorriu, bastava ver o rosto dos padres, freiras e bispos. Ainda em relação aos dogmas , o papa reafirmou a posição da igreja em não ordenar mulheres. Afinal, a igreja tem 2013 anos, e não é o movimento feminista  que  vai fazê-la mudar.




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