quinta-feira, 23 de maio de 2013


Venezuela

Acuado, Maduro incentiva a criação de ‘milícias operárias’

Herdeiro de Chávez quer incorporar novo grupo armado à Milícia Nacional Bolivariana, organização de inspiração fascista criada por seu mentor em 2009

Nicolás Maduro durante campanha eleitoral em Caracas
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Com a Venezuela dividida pelas acusações de fraude nas eleições de abril e ameaçado por cisões dentro da cúpula chavista, o pressionado presidente Nicolas Maduro veio a público nesta quarta-feira para incentivar a criação de um novo grupo armado ligado ao governo, as “milícias operárias”. "Ordeno avançar, o mais rápido possível, com o estabelecimento e a organização das milícias operárias bolivarianas como parte das milícias nacionais", bradou Maduro em um ato na Universidade Bolivariana de Trabalhadores Jesús Rivero, em Caracas.

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Milícias - De clara inspiração fascista, a Milícia Nacional Bolivariana foi estabelecida por Hugo Chávez em 2009 para reunir e legitimar todos os grupos armados clandestinos que realizavam o trabalho sujo de intimidar os opositores do regime. O novo grupo proposto por Maduro faria parte desta milícia, que por sua vez é ligada às Forças Armadas venezuelanas, e seria composto principalmente por membros da classe trabalhadora em um esforço para "fortalecer a aliança operária-militar".

"As milícias serão ainda mais respeitadas se tiverem 300 mil, um milhão, dois milhões de trabalhadores e trabalhadoras uniformizados e armados, prontos para a defesa da soberania e da revolução", destacou Maduro. Segundo estimativas, o atual efetivo da Milícia Nacional Bolivariana é de 130 mil homens.

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Golpe - O apelo do presidente acontece dias depois de a oposição venezuelana ter divulgado uma gravação que aponta uma conspiração dentro do governo contra Maduro. Em uma conversa com um agente do serviço secreto de Cuba, o popular apresentador de TV Mario Silva, personalidade ligada à cúpula chavista, acusa o chefe da Assembleia Nacional Diosdado Cabello de tramar um golpe contra o presidente venezuelano. Com bom trânsito no setor militar, Cabello teria a simpatia de parte das Forças Armadas, que estariam rachadas por divisões internas.

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Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela em fevereiro de 1999 e, ao longo de catorze anos, criou gigantescos desequilíbrios econômicos, acabou com a independência das instituições e deixou um legado problemático para seu sucessor. Confira alguns dos desafios que o novo presidente terá de enfrentar:

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