quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Espertos e alienados, por Ricardo Noblat

Será desproporcional o espaço oferecido pelos meios de comunicação à cobertura do julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal?
Muita gente do PT acha que sim. Muita gente apenas simpática ao PT também acha. O espaço deveria ser menor, sim senhor.
Por que?
Porque a maioria dos brasileiros não está interessada no julgamento.
Então por que se gasta tanto espaço com o assunto?
Ora, porque os meios de comunicação são contra o PT. E querem prejudicá-lo.
Em resumo, é assim que pensam filiados e adeptos do PT.
Sinto muito, mas estão errados.
É verdade que a maioria dos brasileiros não está nem aí para o julgamento do mensalão. Mas ela costuma não se ligar em fatos políticos.
Temos eleições de dois em dois anos, por exemplo. E a maioria só começa a prestar atenção na campanha e nos candidatos em cima da hora, faltando poucas semanas para votar.
Isso é bom ou ruim? É ruim. Muito ruim.
Não se constrói uma democracia sólida desprezando-se a política.
São políticos bandidos, empenhados em enriquecer, os que mais ganham com o desprezo dos brasileiros à política.
Os meios de comunicação servem bem à democracia quando oferecem generoso espaço para tudo o que tenha a ver com o exercício da política. Para tudo o que tenha a ver com a vida. E a política tem.
O escândalo do mensalão decorreu do modo como o PT imaginou garantir a governabilidade.
Lula se elegeu em 2002 sem dispor de ampla sustentação no Congresso.
De princípio não quis ceder à idéia de lotear o governo, entregando aos partidos grandes quantidades de cargos.
Então o PT teve a brilhante idéia de pagar mesadas a deputados para que votassem com o governo.
No seu segundo mandato, uma vez que o mensalão fôra sepultado, Lula loteou o governo com 17 partidos.
 Saber o que foi o mensalão, saber como funcionava, saber quem participou dele, acompanhar o julgamento no Supremo Tribunal Federal, tudo isso ajudará, certamente, para que o caso não se repita. Ou para dificultar a repetição do caso.
Noutro dia, o presidente do Paraguai foi deposto em menos de 48 horas.
Nossos meios de comunicação passaram semanas falando sobre o episódio. Alguns chamaram de golpe o que aconteceu no Paraguai. Outros não viram nada demais.
Se os brasileiros dão as costas para fatos políticos eminentemente locais, imaginem se deram bola para o que se passou no Paraguai...
Portanto, a queda do presidente paraguaio não deveria ter ocupado espaço nos nossos meios de comunicação. Certo?
Não vi ninguém do PT ou próximo dele reclamar da cobertura.
Como antes não vira ninguém do PT ou próximo dele reclamar da cobertura do escândalo do partido Democratas, em Brasília.
Nunca antes na história um escândalo foi tão bem documentado. O governador de Brasília acabou preso. E depois renunciou ao mandato.
E a situação do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, enrolado com o bicheiro Carlinhos Cachoeira? Hein?
Como brasileiro não gosta de política, os meios de comunicação deveriam deixar Perillo em paz. É ou não é?
Hein, petistas? Faço a pergunta a vocês.
A alienação só favorece os espertos, uma minoria ativa, mas uma minoria.
Quando os espertos se dão bem, vocês sabem para quem sobra.
Fonte: Blog Noblat

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