Recebi comentários de alguns petistas contestando alguns tópicos de questões abordadas. Resolvi responder, dentre outros fatores, para esquentar o debate. Quando coloco o SE na discussão histórica, estou falando na chamada história contra factual, tão apreciada por historiadores para a discussão tão elementar na história, do presente com o passado. Aliás, conheci o termo “história contra factual “ lendo Hobsbawm, quando ele coloca a questão. Ele é de direita? Por que não o SE na história? Se Lênin tivesse vivido, a chamada revolução, teria colorações, mais, digamos, social-democrata? Ou a NEP* teria sido apenas uma questão tática ou estratégica para a efetivação da coletivização em massa realizada por Stálin na década de trinta sob os auspícios do terror de estado? Aliás, Trotski defendia fundamentalmente o mesmo, mas essa turma precisa estudar mais um pouco, sobretudo História. Quando me refiro a Segunda Internacional, não seria mais interessante sua influência na política do século XX do que a nefasta política externa do totalitarismo stalinista? Aliás, prefiro os social-democratas, é o que muitos petistas ainda esquerdistas nunca se acostumaram. Ainda continuam leninistas, uns cacarecos ideológicos e políticos. O PT nunca foi leninista? É só observar os debates e programas de seus congressos. Todas as tendências são essencialmente leninistas, algumas ate com umas horrendas colorações católicas, coisa de fazer cristão tremer nas bases. Ademais, todas as tendências petistas estavam à esquerda dos clandestinos partidos comunistas. Mas o chique mesmo era ser “castrista ou guevarista”. Mais dois cacarecos políticos e ideológicos. É só ler os documentos, e não ficar apenas com raiva de mim. Mas se ficarem, acho bom. É sempre bom ter opositores burros. Ou pelo menos mais burros que nós. Saravá.
NEP = Nova Economia política, implantada por Lênin em 1921, adotando métodos capitalistas no campo para aumentar a produção agrícola, então com produtividade inferior a 1921, e a fome matando milhões.
O SE NA HISTÓRIA
Se Lula tivesse ganhado as eleições para Collor, como teria sido o seu governo? Aliás, o que seria do lulismo ou do petismo sem a estabilização econômica feita por Fernando Henrique? Se não fosse SUAPE , o que seria do governo Eduardo Campos? E se Collor não se posicionasse contra o congresso? Teria sido eliminado? São inúmeras questões da história contrafactual que instigam as discussões. Vocês podem fazer suas perguntas, por que não?
CRESCIMENTO DE PERNAMBUCO
É bom lembrar que o crescimento do estado deve-se essencialmente a obras estruturadoras iniciadas há mais de quarenta anos. Houve uma época, li nos jornais, em que a avaliação da SUDENE acerca de Suape, era de que o projeto visava “manter a hegemonia econômica e política da oligarquia canavieira no estado”. Hoje jorram empresas em Pernambuco, sobretudo pela posição estratégica de SUAPE, bem como a duplicação da BR 232. Aliás, Arraes foi o único governador que não colocou um derréis de mel coado por lá.
INTERPRETAÇÕES MALUCAS
Aliás, uma vez li nos jornais que um historiador de renome no estado, disse que a obra de Gilberto Freyre servia aos interesses de manutenção no poder da oligarquia canavieira no estado. Ou o sujeito estava doido, ou bêbado e narcotizado. Hoje a obra de Freyre é cada vez mais lisa e estudada. São traços absurdos da hegemonia esquerdista nas universidades. Que continua até hoje, em pleno século XXI.
HEGEMONIA ESQUERDISTA
Aliás, talvez seja pela hegemonia esquerdista nas universidades, sobretudo as públicas, é que a produção acadêmica está em baixa. Na educação ainda trabalham com os conceitos de Antônio Gramsci, e Paulo Freire, este tido como um santo. Ainda discutem coisas como “pedagogia do oprimido” e “os intelectuais e a organização da cultura” de Gramsci. Por essas e outras, estamos parados na educação.
Professor, o PT não carrega uma ideologia. Tudo dito antes, na formação do partido, era apenas lorota para enganar aos tolos. Eles só se focam numa coisa: roubar. Hoje é um ajuntamento de assaltantes, parafraseando Ciro Gomes sobre o PMDB.
ResponderExcluirMais uma vez venho aqui participar deste blog. Antes, quero esclarecer duas coisas: primeiro, não sou "petista", sou comunista, marxista-leninista, revolucionário e não oportunista; segundo, não sou burro, aliás, não desqualifico meus adversários como burros, apesar da direita sempre conservar a ignorância às massas na História da Humanidade.
ResponderExcluirO PT, não surge da luta política ocorrida a partir do XX Congresso do PCUS (o Congresso dos revisionistas de Kruschióv), luta esta que fez surgir o PCdoB e - a partir do Golpe Civil-Militar de 64 - vários agrupamentos de tendência marxista-leninista. O PT surge da base sindical, a maioria operários sem ligação com os PC's, sem qualquer tradição marxista-leninista, caso de Lula e outros sindicalistas fundadores. Fundaram o PT conhecidos "marxianos", como Sérgio Buarque e Florestan Fernandes, mas que nunca tinham militado em organizações comunistas. Com o PT formado, ou em formação, entraram Mário Pedrosa e outros intelectuais de esquerda marxista, neste caso, trotskistas históricos, porém, não leninistas (recomendo a leitura do excelente livro do historiador inglês Harpal Brar, "Trotskismo x Leninismo" que mostra a diferença entre estas duas concepções totalmente contrárias no interior do movimento comunista russo). Mais tarde, o PT já formado, alguns militantes vindos do PCB aderiram, caso de Apolônio de Carvalho e Jacob Gorender, os dois, inclusive, renegaram o leninismo (basta ver o trabalho de Gorender "Marxismo sem Utopia"). Outra característica que tira o PT de Partido de Novo Tipo (Teoria Leninista básica) é o "centralismo democrático", com a minoria submetida a maioria e a proibição de facções, tendências internas. O PT já nasceu com facções e tendências.
Sobre o "SE", continuo com a opinião que na História concreta, materialista, não cabe subjetividade deste tipo. Hobsbawn é um autor que cometeu um erro crucial em "A Era dos Extremos" seguir a corrente liquidacionista da História que decretou o fim da mesma. Aliás, "A Era dos Extremos" é um livro totalmente positivista, passando longa da análise materialista e mais longe ainda da dialética marxista (ou hegeliana).
Clóvis Manfrini (Secretário de Organização do PCdoB em Terezinha, formado em Comunicação Social pela UFPE e Pós-Graduado em História pela UPE)