terça-feira, 21 de novembro de 2017

O DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA É A MORTE DA CULTURA NEGRA Filipe G. Martins

Não há grandeza fora do senso de universalidade e dentro do apego atávico à raça, demonstrado em aberrações como o "Dia da Consciência Negra". A sobrevivência da cultura brasileira depende de novos Aleijadinhos e de novos Machados de Assis, não de Emicidas e Djamilas Ribeiro.
O Dia da Consciência Negra é celebrado no Brasil anualmente, no dia 20 de novembro, consagrando um apego atávico a origens raciais e à comunidade de sangue que, levado às últimas consequências, pode fechar para toda uma geração de brasileiros o acesso à cultura universal e ao senso de universalidade de que dependem a alta cultura e a consciência de uma nação. Contra essa data infame e nociva, resgatamos o artigo “A verdadeira cultura negra” publicado em 1997 pelo filósofo Olavo de Carvalho na Folha de São Paulo. Boa leitura! — F.G.M.
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A VERDADEIRA CULTURA NEGRA
Olavo de Carvalho, 1997
Quando ouço falar de “cultura negra”, saco do meu exemplar da “História da Inteligência Brasileira”, de Wilson Martins, e esfrego-o na cara do interlocutor:
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“Cultura negra? Cultura negra para mim é o Aleijadinho, é Gonçalves Dias, é Machado de Assis, é Capistrano de Abreu, é Cruz e Sousa, é Lima Barreto. Quer Vossa Senhoria me explicar como esses negros e mulatos puderam subir tão alto, numa sociedade escravocrata, enquanto seus netos e bisnetos, desfrutando das liberdades republicanas, paparicados pela ‘intelligentsia’ universitária, não conseguem hoje produzir senão samba, funk e macumba e ainda se gabam de suas desprezíveis criações como se fossem elevadíssima cultura?”
O interlocutor, aterrorizado ante a perspectiva de ter de raciocinar por uns minutos fora da área de segurança dos chavões estabelecidos, fica mudo. Então, dou eu mesmo a resposta.
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É que aqueles ilustres brasileiros não tinham bebido o veneno do establishment acadêmico norte-americano e conservavam seus cérebros em bom estado. Entendiam que suas remotas origens africanas tinham sido neutralizadas pela absorção na cultura ocidental, que sua condição de raça era apenas um fato biológico sem significação cultural por si, que a cultura a que tinham se integrado não era branca, mas universal, que era mais útil e mais honroso para o negro vencer individualmente no quadro da nova cultura mundial do que ficar choramingando coletivamente as saudades de culturas tribais extintas.
Ao afirmar-se como valores da cultura ocidental, esses homens ainda prestaram a ela o mais relevante serviço: cobraram dela o compromisso universalista firmado na cruz do Calvário, libertando-a das amarras do falso compromisso, acidental e transitório, que ela firmara mais tarde com a raça branca. Elevando-se, elevaram-na.
Quem eram, afinal, ante os negros, os portadores dessa cultura? Eram portugueses — uma raça céltica, tardiamente cristianizada por invasores imperialistas. E de onde vinha a força dos portugueses? Vinha da desenvoltura, do otimismo, da pujança com que, em vez de cair no ressentimento saudosista, em vez de revoltar-se contra a perda de suas “raízes” locais e raciais, em vez de buscar falsos consolos no ódio aos colonizadores, souberam se integrar criativamente no mundo cristão e tornar-se, mais que seus porta-vozes, seus soldados e seus poetas.
Coisas análogas podem dizer-se dos franceses, dos ingleses, dos dinamarqueses, dos suecos e, enfim, de todos os povos europeus: todos abandonaram seus cultos primitivos para integrar-se na nova cultura. Transfigurados pela cultura universalizante que os absorveu, puderam por isso mesmo tornar-se nações grandes e poderosas, ganhando com a renúncia e recuperando sua identidade num plano mais alto.
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E de onde veio a tragédia cultural do povo alemão senão de sua cristianização imperfeita, de sua deficiente universalização, que, deixando à mostra as doloridas raízes da velha cultura bárbara, ocasionou a crise de regressão uterina que foi o nazismo?
É precisamente por não ter se libertado de seu apego a origens raciais e a cultos mitológicos que a Alemanha jamais alcançou, no mundo, o posto de liderança a que tão ardorosamente aspira: não há grandeza fora do senso de universalidade, que exclui por definição o apego atávico à comunidade de sangue. O destino da Alemanha é uma lição para os negros. E o anti-semitismo do sr. Louis Farrakhan não é, definitivamente, mera coincidência.
Se os portugueses, em vez de agir como agiram, tivessem dado ouvidos ao saudosismo rancoroso, apegando-se a cultos bárbaros e abominando o cristianismo como “religião dos dominadores”, teriam sido varridos do cenário histórico e hoje teriam de viver da caridade dos museus de antropologia. A máxima expressão de sua cultura não seria Luís de Camões, mas alguma coisa como o sr. Pierre Verger.
E Portugal mesmo, mais tarde, ao abdicar da vocação universalista para cair no culto atávico do passado, saiu da história…
Os negros de gênio que se ocidentalizaram galhardamente, sem um gemido de rancor impotente, e que enriqueceram a cultura ocidental com suas criações imortais fizeram mais pelos seus irmãos -da sua e de todas as raças- do que os demagogos e palhaços que hoje querem não apenas escravizar os negros na adoração regressiva de cultos museológicos, mas africanizar todo o Brasil.
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