quinta-feira, 15 de agosto de 2013

GOVERNO DE SÃO PAULO COBRA INDENIZAÇÃO NA JUSTIÇA CONTRA SIEMENS

Cartel

Governo de SP entrega à Justiça pedido de indenização contra Siemens

Estado pede reparação do "valor correspondente ao sobrepreço dos contratos e subcontratos" com juros e correção monetária pela formação de cartel

Felipe Frazão
O governador Geraldo Alckmin  anuncia nesta segunda-feira (24), em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo (SP), a suspensão do reajuste do valor dos pedágios cobrados nas rodovias privatizadas de todo o estado. Pelos contratos firmados entre o governo e as concessionárias, o reajuste deveria ser aplicado a partir do dia 1 de julho
Governo de SP, Metrô e CPTM entregam à Justiça estadual pedido de reparação financeira por cartel contra Siemens(Gabriela Biló/Futura Press )
O governo de São Paulo entregou nesta quinta-feira ao Tribunal de Justiça do estado (TJ-SP) um pedido de reparação financeira por formação de cartel contra a empresa alemã Siemens, que delatou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ter feito acordo com concorrentes na disputa de licitações de linhas de trens e metrô. O pedido de indenização, que havia sido anunciado pelo governador Geraldo Alckmin, foi distribuído à 4ª Vara da Fazenda Pública.
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também assinam o pedido de "reparação de danos causados ao erário" ao lado do governo estadual. Por enquanto, a única empresa citada é a Siemens, classificada por Alckmin como "réu confessa" da formação de cartel.
Em troca da delação de acertos com concorrentes para disputa de obras da Linhas 5 e 2 do Metrô e de compra e manutenção de trens da CPTM, a empresa disse ter feito um acordo de leniência com o Cade para evitar processos criminais e administrativos. Na petição, o governo paulista sustenta que a previsão de imunidade administrativa e de redução de penas criminais "não afasta, em hipótese alguma, o dever de reparação dos danos causados".
Custo - O governo paulista pediu reparação do "valor correspondente ao sobrepreço dos contratos e subcontratos" com juros e correção monetária. A quantia total a ser devolvida pela Siemens, caso condenada no processo civil, deve ser calculada somente no fim do julgamento da ação. Segundo o procurador-geral de São Paulo, Elival da Silva Ramos, uma das ideias cogitadas pelo governo para cobrar a devolução do dinheiro aos cofres públicos é calcular a diferença entre o preço cobrado pelos serviços atualmente com os que teriam sido superfaturados no passado - com correção monetária. O cálculo poderia levar a se descobrir quanto foi pago "em excesso" por falta de concorrência. Consta em relatório do Cade que a supervalorização milionária foi da ordem de 30%.
O governo de São Paulo diz que as demais empresas que teriam participado dos acertos serão acionadas na Justiça quando houver evidências mais aprofundadas. Mas que elas teriam de arcar com os custos da indenização por "responsabilidade solidária" à Siemens.
A Procuradoria-Geral do Estado também deve iniciar um processo de declaração de inidoneidade da Siemens. A Corregedoria-Geral de Administração estadual abriu sindicância para apurar eventual participação de servidores públicos.

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