quarta-feira, 31 de agosto de 2011

UFRPE: Uma obra de petistas.

Apenas cinco quilômetros separavam, ontem, duas cenas marcantes na vida dos pernambucanos. Numa sessão solene, na Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), a presidente Dilma Rousseff, carregando a tiracolo o ministro da Educação, Fernando Haddad, dava uma aula inaugural no curso de Medicina ao lado de ilustres autoridades, como o governador Eduardo Campos (PSB).

Naquele mesmo momento, professores e alunos do câmpus de Garanhuns da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE),anunciavam que a instituição, inaugurada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como pioneira na interiorização do ensino superior no País, “está em coma profundo, na UTI, precisando de uma junta médica para salvá-la”.

A paisagem no câmpus era, de fato, desoladora. Esgoto a céu aberto, falta de professores e servidores, de salas de aula e laboratórios, de ônibus, de água, um hospital veterinário fantasma - e, para completar, uma aula inaugural de Agronomia dada no auditório, por falta de sala.

“É tão grande a dificuldade para entrar aqui, e ao chegar vemos que a dificuldade para sair aprendendo alguma coisa é ainda maior”, resumiu o calouro Hugo Amadeu. “Ela (Dilma) vai atender a um curso de elite e aqui falta laboratório”, emendou outro, Lucas Albuquerque. No curso de ciências agrárias “não se dispõe de um único hectare para trabalho experimental”, diz um professor.

Números. Professores, alunos e funcionários já encaminharam à Presidência um documento de 26 páginas relatando os problemas no câmpus. Um dos professores, Wallace Telino, chama a atenção para a evasão - de alunos e de mestres. O governo, diz ele, “está preocupado com números, mas se esquece da qualidade”. É que, embora a UFRPE já tenha dois campus problemáticos - além de Garanhuns, também o de Serra Talhada - a presidente Dilma anunciou um terceiro, em Cabo de Santo Agostinho.

A UFRPE tem nove construções suspensas e duas interrompidas, por problemas com as construtoras. Um mês atrás, o Estado noticiou que o de Serra Talhada foi definido pelos alunos como “museu de obras”. O diretor da unidade de Garanhuns, Marcelo Lins, reconhece os problemas mas afirma que “um enorme esforço” está sendo feito para resolvê-los.

Estadão.com

sábado, 27 de agosto de 2011

Dirceu ataca de novo.

Sabe Zé Dirceu, aquele ex-ministro todo-poderoso e que chefiava o mensalão no governo Lula? Pois a Veja descobriu que o ''chefe de quadrilha'' (segundo o MPF) tem reuniões exclusivas com ministros, senadores e deputados em um bunker num quarto de um hotel de Brasília. Dirceu mostra quem manda e Dilma que se cuide. Vejam o que está em Veja:

Desde que foi abatido pelo escândalo do mensalão, em 2005, tudo em que o ex-ministro José Dirceu se envolve é sempre enevoado por suspeitas. Oficialmente, ele ganha a vida como um bem sucedido consultor de empresas instalado em São Paulo. Na clandestinidade, porém, mantém um concorrido “gabinete” a 3 quilômetros do Palácio do Planalto, instalado numa suíte de hotel. Tem carro à disposição, motorista, secretário e, mais impressionante, mantém uma agenda sempre recheada de audiências com próceres da República – ministros, senadores e deputados, o presidente da maior estatal do país. José Dirceu não vai às autoridades. As autoridades é que vão a José Dirceu, numa demonstração de que o chefão – a quem continuam a chamar de “ministro” – ainda é poderoso.

Dirceu: chefão do PT

A edição de VEJA que chega às bancas neste sábado revela a verdade sobre uma das atividades do ex-ministro: mesmo com os direitos políticos cassados, sob ameaça de ir para a cadeia por corrupção, ele continua o todo-poderoso comandante do PT. E agora com um ingrediente ainda mais complicador: ele usa toda a sua influência para conspirar contra o governo Dilma – e a presidente sabe disso.

A conspiração chegou ao paroxismo durante a crise que resultou na queda de Antonio Palocci da Casa Civil, no início de junho. Na ocasião, Dirceu despachou diretamente de seu bunker instalado na área vip de um hotel cinco estrelas de Brasília, num andar onde o acesso é restrito a hóspedes e pessoas autorizadas. Foram 45 horas de reuniões que sacramentaram a derrocada de Palocci e nas quais foi articulada uma frustrada tentativa do grupo do ex-ministro de ocupar os espaços que se abririam com a demissão. Articulação minuciosamente monitorada pelo Palácio do Planalto, que já havia captado sinais de uma conspiração de Dirceu e de seu grupo para influir nos acontecimentos daquela semana. Imagens obtidas por VEJA e que estão na galeria que ilustra esta reportagem mostram que Dirceu recebeu, entre 6 e 8 de junho, visitantes ilustres como o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, os senadores Walter Pinheiro, Delcídio Amaral e Lindbergh Farias, todos do PT, e Eduardo Braga, do PMDB, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e os deputados Devanir Ribeiro e Cândido Vaccarezza, do PT, e Eduardo Gomes, do PSDB. Esteve por lá também o ex-senador tucano Eduardo Siqueira Campos.

Apesar de tantas articulações, Dirceu não conseguiu abocanhar cargos para seus indicados no governo. A presidente Dilma já havia sido advertida por assessores do perigo de delegar poderes a companheiros que orbitam em torno de Dirceu. Dilma também conhece bem os caminhos da guerrilha política e não perde de vista os passos do chefão. “A Dilma e o PT, principalmente o PT afinado com o Dirceu, vivem uma relação de amor e ódio”, diz um interlocutor da confiança da presidente e do ex-ministro.

Dirceu anda muito insatisfeito com o fato de a legenda não ter conseguido, como previra, impor-se à presidente da República. Dilma está resistindo bem. Uma faxina menos visível é a que ela está fazendo nos bancos públicos. Aos poucos, vem substituindo camaradas ligados a Dirceu por gente de sua confiança. E o chefão não tem gostado nada disso. Procurado por VEJA, Dirceu não respondeu às perguntas que lhe foram feitas. A suíte reservada permanentemente ao “ministro” custa 500 reais a diária. Quem paga a conta é o escritório de advocacia Tessele & Madalena, que tem como um dos sócios outro ex-assessor de Dirceu, o advogado Hélio Madalena. Na última quinta-feira, depois de ser indagado sobre o caso, Madalena instou a segurança do hotel Naoum a procurar uma delegacia de polícia para acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o apartamento que seu escritório aluga e, gentilmente, cede como “ocupação residencial” a José Dirceu.

O jornalista esteve mesmo no hotel, investigando, tentando descobrir que atração é essa que um homem acusado de chefiar uma quadrilha de vigaristas ainda exerce sobre tantas autoridades. Tentando descobrir por que o nome dele não consta na relação de hóspedes. Tentando descobrir por que uma empresa de advocacia paga a fatura de sua misteriosa “residência” em Brasília. Enfim, tentando mostrar a verdade sobre as atividades de um personagem que age sempre na sombra. E conseguiu. Mas a máfia não perdoa.

A Veja deixa corruptos de calças na mão toda a semana. Essa edição chegou hoje às bancas.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ELEIÇÕES MUNICIPAIS


As articulações para as eleições estão acontecendo em todo o país. As eleiçõpes municipais são a base da democracia, pois quase todos participam, e discutem os problamas locais, como a segurança pública, os buracos do asfalto ou do calçamento, e de questões importantíssimas,  como a educação fundamental e a saúde pública. Nos municipios mais pobres campeia a compra de votos e o clientelismo, agora abençoado como importante política pública nestes tempos do lulismo , seja oficial, ou não.

ELEIÇÕES EM GARANHUNS

Estão aparecendo muitos candidatos. Os mais fortes são Aurora pela oposição, e Izaías pelo partido governista. E são os melhores candidatos, embora o governador e o prefeito da cidade mantenham uma aura de mistério sobre as suas preferências que vão redundar em seu apoio. Falam na candidartura de Pedro Falcão, ou mesmo do filho de Romário Dias, aliás, como é msmo seu nome? Ou mesmo Fernando Ferro um leninista nem tão pouco enrustido, resquícios do petismo ideológico, um dos remanescentes ideológicos do partido, raça em extinção, graças a deus. Tem também Sivaldo Albino,  Zé da Luz, este o maior corrupto do agreste, tal o desastre da administração da pobre Caetés, antigo distrito de Garanhuns, que até hoje sustenta suas caras e corruptas campanhas. Na última, pegaram um dos seus cabos eleitorais tentando comprar votos, como ele faz rotineiramente no seu feudo de origem. Faz sucesso no lumpesinato da cidade, àqueles pobres coitados da periferia sem eira nem beira. Sua eleição seria o maior desastre político da história de Garanhuns. Mas, creio que vai dar Aurora ou Izaías. Menos mal para a cidade.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CORRUPÇÃO

Sempre defendi que a democracia é por natureza instável, como ademais todos os fatos e atos que envolvem a esfera humana. A própria vida é naturalmente instável, e se esvai, sem hora nem lugar desde que os primeiros protozoários que começaram a habitar a terra. Naturalmente, a vida também é eternamente renovada, e não podia ser diferente na política. Para o bem da democracia, precisamos reformá-la para assegurarmos sua permanência. Há tempos o Brasil precisa de reformas direcionadas ao aperfeiçoamento democrático. Reformar o estado, dar mais poder aos cidadãos, que são os que pagam a conta. Não só de políticas públicas equivocadas, mas também da corrupção. É preciso uma verdadeira cruzada nacional contra a corrupção. Todos devemos vestir a camisa e sair às ruas, repartições públicas ou nos mais variados locais de trabalho, usando símbolos de campanha contra a roubalheira e a pilantragem. Nem dá mais para aturar, nem é hora de ficar parado. O governo Dilma está dando o mote contra a corrupção. Todos os demitidos foram escolhido por Lula, que depois do mensalão escancarou as portas do país para a corrupção. Muitos chegariam a dizer, se até Lula, o antigo arauto da ética na política está roubando, ou pelo menos deixando roubar, vamos todos meter a mão.  Vamos ver se ela continua, radicalizando o processo, o que seria muito bom, ou por pressões da chamada base aliada montada por Lula, vá recuar. Depois de iniciado um processo, ele pode ficar incontrolável por quem o iniciou. Isto é o mais comum na política. A imprevibilidade. Como também na vida privada. Alguém duvida que a política está dissociada da vida?

O CALCANHAR DE EDUARDO

Danilo Cabral foi secretário de educação no governo Eduardo Campos, e é tido por muitos como o seu provável candidato à  sucessão. Na secretaria de educação, contratou a peso de ouro a instituição MODUS FACIENDI, que vem tentando implantar na rede o que eles chamam de "educação do amor". Segundo esta concepção, basta se aproximar pessoalmente do aluno, com muita atenção e amor, e induzi-lo, digamos assim, a serem mais esforçados nos estudos, levando-os ao sucesso. Com a ampliação das escolas intgrais e semi-integrais, o governo pasou a pagar um extrazinho para os pobres professores aderirem, com a condição de não fazerem greve e de se submeterem a práticas pedagógicas mais do que equivocadas, serem servis e submissos com os mandantes de plantão. Resultado:  TEMOS O PIOR SALÁRIO DO PAÍS. Querem que o professor seja psicólogo, assistente social, e tudo o mais, burocrarizando ainda mais o nosso trabalho, já por demais burocratizado. Os alunos que recebemos em sua grande maioria chegam ao segundo grau semi-analfabetos. Todos que estamos dentro da escola sabemos disso. E os maus resultados ainda são atribuídos quase que exclusivamente aos professores. Com todos os problemas. são os professores que ainda carregam o barco da educação, e são os últimos a serem ouvidos. Somos funcionários de estado sendo administrados por estranhos a cada governo que passa. Estes , ou se projetam politicamente, ou enchem os bolsos com o dinheiro da corrupção. Que, como o trádico de drogas, as que descobrem só são apenas a ponta do iceberg. Algém duvida? Se não melhorar o salário dos professores, a candidatura Danilo poderá estar fadada ao fracasso. Bem feito! Que vão para o inferno das cuias estes tecnocratas de merda. Disso já estamos cheios. Nem pense Eduardo que pode formar uma oligarquiazinha no estado. Se até aqui, Pernambuco não formou oligarquias, não é agora que vai ser diferente com o coronelzinho do asfalto Eduardo Campos. Deus nos livre destas coisas.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ARQUIVO DE ARTIGOS ETC: EUA e a crise ANTONIO DELFIM NETTO

ARQUIVO DE ARTIGOS ETC: EUA e a crise ANTONIO DELFIM NETTO: "FOLHA DE SP - 17/08/11
Acabam de ser publicadas as estimativas corrigidas do crescimento real do PIB dos EUA (medido a preços constantes d..."

http://robertoalmeidacsc.blogspot.com/2011/08/pernambuco-paga-pior-salario-do-pais.html

O jornalista Magno Martins revela hoje uma triste realidade Pernambuco, na área da Educação.Segundo ele  (baseado em dados de uma pesquisa divulgada pela TV Globo), o Estado atualmente paga o pior salário do país aos professores. O profissional de Imprensa informa ainda que os profissionais de ensino não gostam nem um pouco do secretário Danilo Cabral. Abaixo o "petardo" de Magno, que estará no dia 28 participando do II Encontro dos Blogueiros de Bom Conselho.

"Nem tudo é um mar de rosas em Pernambuco, como tenta vender a propaganda do Governo e o próprio governador. Que o digam os professores que, de caras pintadas e nariz de palhaço, foram às ruas do Recife, ontem, protestar contra os baixos salários praticados no Estado. Levantamento nacional aponta Pernambuco como a unidade da Federação que paga o pior salário de professor do Brasil.

Em faixas, exibidas com destaque na manifestação que culminou no prédio da Assembleia Legislativa, estava lá a indignação dos mestres. Uma delas dizia: “Eduardo Campos paga o pior salário do Brasil. Queremos salário digno e não bônus”. Não são os professores que chegaram a criar essa estatística.

Trata-se de uma pesquisa veiculada com destaque no Jornal Nacional, da Rede Globo. O déficit se acumula de gestões passadas, é verdade, mas cresceu na gestão socialista, com a escolha de Danilo Cabral para a Secretaria de Educação. Os professores falam horrores da administração de Danilo e dizem que ele tentou tapar o sol com a peneira ao implantar a política de bônus ao invés de seguir os demais Estados, que adotaram o piso nacional.

Além de tratar mal a categoria, o secretário não cumpriu com a promessa de contratar concursados que estão há muito tempo na fila, precisamente desde o último concurso de 2009. Na contramão da história, o Governo preferiu a política de sobrecarregar a folha com professores contratados sem concurso, temporários, pela chamada janela do improviso e da ilegalidade. Isso não é exemplo de gestão plena em lugar nenhum do mundo".

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Os erros argentinos MÍRIAM LEITÃO








O que acontece na Argentina é impensável no Brasil. Um governante que elevasse a inflação a 27% e ainda manipulasse o índice, certamente, não se reelegeria. A presidente Cristina Kirchner está sendo favorecida pelo crescimento econômico, pela viuvez - a imagem do marido morto é usada como parte da propaganda - e pela fragmentação da oposição.



Oficialmente, a inflação ficou em 10,9% em 2010, mas todos sabem que é um número fabricado no Instituto Nacional de Estadística y Censos (Indec), que tem estado sob intervenção da Casa Rosada há cinco anos.



Lá, não há tradição de institutos privados com boa reputação, como temos aqui a FGV e a Fipe. Os bancos e consultorias fazem cálculos que estão em torno de 25%. A previsão do Itaú é de que este ano a inflação será de 27%, caminhando para 30% e 35% nos próximos dois anos. Isso, apesar da queda do dinamismo econômico. O país deve crescer 6% este ano, menos do que os 9% do ano passado, mas reduzirá o ritmo para 3,5% e 3% nos próximos dois anos.



Por enquanto, o crescimento forte está retirando um pouco do desconforto econômico que a inflação produz. As categorias mais fortes estão conseguindo reajustes salariais de 30%. O poder de consumo tem se mantido, mas os desequilíbrios estão aumentando. Os argentinos estão mostrando que são mais lenientes com a inflação. Brasileiros e argentinos sofreram diante do mesmo inimigo, mas os brasileiros aprenderam. Aqui, seria inimaginável uma intervenção no IBGE para manipular o índice; e governo, empresas e famílias estão preocupados com a taxa de inflação, que está em 6,7%.



O Kirchnerismo estava com baixa popularidade quando o ex-presidente Nestor Kirchner morreu. As dificuldades de relacionamento com a Confederación General del Trabajo (CGT), de Hugo Moyano, eram cada vez maiores. A partir da viuvez, no entanto, Cristina recuperou fortemente sua popularidade. Manteve luto fechado, cercou-se dos dois filhos que lideram o movimento da juventude peronista e manteve sob controle os conflitos com o velho sindicalismo peronista, usando, entre outras coisas, o controle que o governo tem sobre o Judiciário. Moyano é acusado em alguns processos.



As primárias deste fim de semana foram uma eleição de fato. A amostra reproduz o eleitorado. Em outubro, haverá uma confirmação do resultado, porque ficou claro que há enorme distância entre a presidente e a oposição. Na comemoração, Cristina disse que a vitória era "dele", e os eleitores responderam que "ele"estava ali.



Em 1973, Héctor Cámpora foi eleito presidente com o lema Cámpora al gobierno, Perón al poder. O voto em Cámpora representava um voto "nele". No caso, ele era o próprio Juan Domingo Perón, que, muito vivo, quis exercer diretamente o poder. O governo Cámpora, que mobilizou a juventude daquela época, a geração de Cristina, durou 60 dias. Cumpriu seu papel de ser apenas uma ponte para a volta de Perón. O fim de tudo foi trágico, como se sabe. Por mais que os argentinos explorem na política a mística dos mortos, os vivos é que governam. Perón criou uma corrente política, um partido, mas o kirchnerismo é apenas uma facção desse partido.



A partir da morte de Kirchner, o que começou, de fato, foi o governo Cristina Fernandez. Ela usa de forma indisfarçável a imagem do marido na política. Quando vivo, era fonte de atritos; morto, tem sido santificado. A presidente aprofundou algumas escolhas perigosas que haviam sido feitas pelo casal: aumento de gastos para manter o país crescendo em qualquer conjuntura, uso das reservas para pagamento de dívidas, estatização dos fundos de pensão, e também protecionismo para agradar à indústria.



Esse crescimento turbinado e inflacionado tem fôlego curto e os primeiros anos do próximo governo serão difíceis, como disse ontem aqui neste jornal o jornalista argentino Joaquim Morales Solá.



Uma das decisões mais perigosas foi a de usar os recursos dos fundos de pensão, tanto de empresas públicas, quanto de empresas privadas, como se fossem recursos do governo. É uma bomba de efeito retardado. A Argentina tem feito escolhas insensatas do ponto de vista econômico.



A oposição se fragmentou, facilitando a vida de Cristina. Como o processo eleitoral é do voto em lista, abrir mão agora de concorrer para apoiar outro candidato seria abrir mão das candidaturas para o Parlamento também.



Cristina Kirchner se preparou para ter maior poder, ao usar as listas em cada província. Os governadores foram chamados ao palácio de governo e lá receberam os nomes dos candidatos na ordem que ela queria. Os primeiros lugares na lista do vencedor são garantia de mandato, nesse sistema que fortalece os caciques partidários.



Cristina usou esse poder para pôr nas cabeças das listas provinciais jovens militantes do movimento "La Campora", comandado por seus filhos Máximo e Florencia. Isso dará a ela mais controle do Congresso, mas mais distanciamento das lideranças tradicionais do partido.



Outro fator que impulsiona o bom momento econômico, o Brasil conhece bem: é o boom das commodities.



A Argentina é a terceira maior exportadora de soja, grande exportadora de milho, trigo e carnes. A seca provocou uma quebra de 10% na safra de soja, mas isso foi compensado pela alta dos preços.



Enquanto o país cresce, o governo vai elidindo seus problemas fiscais ou com a inflação ou com decisões como a estatização dos fundos de pensão. Os ricos repetem o que fizeram em outros surtos inflacionários: poupam em dólar em contas no Uruguai ou nas Bahamas.


ESQUERDA SEM MÁSCARA- RAFAEL BRASIL

A esquerda, desde sempre, quis enganar o povo como defensora da democracia. Nos tempos da ditadura militar, os integrantes dos inumeráveis g...