domingo, 25 de novembro de 2018

Peidos de lagartixas - Olavo de Carvalho



Peidos de lagartixas


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O vigor cultural de um país depende de um e um só fator: a liderança intelectual tem de pertencer aos melhores e mais capacitados, não àqueles cuja fraqueza e inépcia buscam proteção no apoio grupal, na solidariedade corporativa e na mobilização de exércitos de mexeriqueiros. A “revolução cultural” inspirada em Antonio Gramsci, com sua idéia abjeta do “intelectual coletivo”, fez com que a primeira dessas alternativas se tornasse inviável e a segunda prevalecesse necessariamente, obrigando a classe dita intelectual – acadêmica e midiática – a reduzir-se a um bando de saguis odientos e amedrontados, que fogem ao confronto intelectual de um contra um e se refugiam na maledicência coletiva, desesperadoramente uniforme, repetitiva e imbecil. Se nos anos 90 do século passado o “Imbecil Coletivo”, como o defini, era uma comunidade de pessoas de inteligência normal ou superior que, movidas por seus sonhos de dominação política, se reuniam com a finalidade precípua de imbecilizar-se umas às outras, hoje, decorridas quase três décadas, é patente que a finalidade se realizou com integral sucesso, povoando a mídia, as instituições de ensino e o mundo das artes com uma legião de imbecis “stricto sensu”, irrecuperáveis e patéticos, tanto mais arrogantes e agressivos quanto mais mergulhados até à goela nas águas turvas e fétidas do analfabetismo funcional.
O resultado está à vista de todos: a autoridade intelectual dos que pretendem representá-la na academia e na mídia tornou-se uma simulação carnavalesca, a “produção científica” dos nossos acadêmicos prima pela ausência de citações nas publicações estrangeiras, nossas universidades diplomam anualmente cinquenta por cento de formandos analfabetos funcionais, nossos estudantes do curso secundário tiram sistematicamente os últimos lugares nos testes internacionais e dificilmente se encontra uma tese de mestrado ou doutorado que não chame a atenção, desde a primeira página, por erros de gramática que em épocas normais não seriam tolerados nem em redações de ginásio.
Essa foi a obra daqueles que continuam posando de intelectuais e fingindo que o público anseia pelas suas opiniões, quando na verdade ele lhes dá menos valor do que a peidos de lagartixas.

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