sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

VIOLÊNCIA - RECORDAR É VIVER - ARTIGO DE FEVEREIRO DE 2007

A VIOLÊNCIA 
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Sempre que acontece um caso mais escabroso de violência no país, o assunto vêm à tona rapidinho. A Imprensa, os meios de comunicação, os políticos, os cientistas políticos, os sociólogos historiadores e filósofos de botequim. Todos falam se indignam, nas rua bares e igrejas afins. Depois, tudo passa, e nada é feito. Os bandidos estão soltos, porque são impunes, ora bolas, quantas vezes aqui escrevi, o que sempre achei, claro, óbvio ululante. Bandido é bandido, e a pluralidade humana faz com que tenhamos em nossa população um monte de bestas-feras. Que, quando pegos , devem ser devidamente excluídos do convívio social, para proteger a própria sociedade. Cadeia não foi feita infelizmente como insistem alguns, para recuperar ninguém, mas para afastar as pessoas que matam das piores formas possíveis, do convívio em sociedade, para que, evidentemente não repitam os males cometidos. 

A miséria pode ser um fator a mais no processo de marginalização, porém nunca o principal. Senão o Piauí seria o estado mais violento da federação, e também as regiões Norte-Nordeste. Pelo que me consta, a maioria dos pobres não são criminosos, antes pelo contrário, são uns verdadeiros heróis. Justificar a criminalidade pela pobreza, antes de ser um ato politicamente correto, é cínico e safado. Justifica os crimes dos mais hediondos, do ponto de vista do agressor, nunca da vítima. Glamuriza os crimes e os criminosos, todos vítimas do sistema, seja ele qual for. Por isso é preciso combater insistentemente esta visão distorcida dos fatos. Criminoso é criminoso e pronto. Sobretudo quem mata gente. Neste ponto sou cristão. A vida deve ser preservada, e para quem matou, nada de progressão de pena, ou coisas afins. Tem que se cumprir a pena sem atenuantes. A respeito, sou a favor da prisão perpétua, e contra a pena de morte, pois além de não resolver, filosoficamente, nem o estado tem o direito de tirar a vida de ninguém, a não ser a própria pessoa, (em caso de suicídio) ou em caso de eutanásia.
Na verdade nem sei porque estão brincando carnaval. Se o povão tivesse pelo menos um décimo de poder de mobilização política, que tem ao brincar o carnaval, quase todos os nossos problemas estariam, se não resolvidos, encaminhados. Se tivéssemos pelo menos um estadista, ou algo parecido, mas o presidente adota o discurso dos fracos e imobilistas, características suas, aliás só não vê quem não quer. Enquanto isso, ele pede calma, e foi descansar na praia durante o carnaval. Afinal, propor mudanças no judiciário, nas polícias, mudar o sistema prisional, o processual penal, e o próprio código penal dá um trabalhão danado. Além disso, tem a reforma política, a previdenciária, a fiscal e tributária, estas que, ao longo do tempo podem pelo menos diminuir a miséria no país, nem se toca no assunto. As pesquisas estão boas, o povão satisfeito, então, para quê mudar? Ademais, o povo não tem memória mesmo, depois esquece. Até o próximo acontecimento. Aliás, quando será?
O positivo desta história, se é que podemos falar assim, é que os setores mais esclarecidos da sociedade, começam a desmontar este horrendo discurso dominante, sobretudo a imprensa e muitos setores da classe média. Já era tempo. É necessário um começo. Qualquer coisa que pareça a saída do estado de inação, não só do governo, mas também de inúmeros setores da sociedade, seria importante, como a revisão completa da lei de maioridade penal. Para mim, hoje com doze anos, a pessoa pode muito bem distinguir entre o bem e o mal. Também devemos lembrar que , a impunidade é geral, para os ricos e para os pobres, pois nosso estado há muito esta mais do que falido. Prefeito que rouba da merenda escolar, devia pegar prisão perpétua, por exemplo. Quem rouba o estado está roubando de toda a sociedade, por isso estes crimes de corrupção deviam ter penas mais exemplares. Sobretudo porque a grande maioria dos corruptos não precisam. Vejam o Maluf, dono da eucatex, e roubando há décadas o estado. Foi eleito deputado, e hoje goza da patuléia com aquela cara de pau que infelizmente deus lhe deu. E outros inúmeros salafrários que já conhecemos, no presente o no passado deste enorme e triste país. Bota triste nisso. E o povão se rasgando no carnaval. Se rasgando mesmo, pois os índices da violência carnavalesca sai na quarta feira de cinzas. Como sempre em doses cavalares, mas neste país ninguém mais ouve o choro das viúvas. Nem de filhos sem pai ou pai sem filhos. Perdidos nas estatísticas, matam cerca de cinqüenta mil por ano. Guerra civil? Não. Ausência do estado, em todas as instâncias, e as sombrias perspectivas de que tudo continue como está. Portanto, cuidado para não morrer, leitores e leitoras. Quem morre é quem está mesmo lascado. 


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