sábado, 29 de outubro de 2016

O IMBECIL JUVENIL - por Olavo de Carvalho

O IMBECIL JUVENIL

por Olavo de Carvalho. Artigo publicado em 

(Publicado originalmente no Jornal da Tarde, em 03/09/98)
Já acreditei em muitas mentiras, mas há uma à qual sempre fui imune: aquela que celebra a juventude como uma época de rebeldia, de independência, de amor à liberdade. Não dei crédito a essa patacoada nem mesmo quando, jovem eu próprio, ela me lisonjeava. Bem ao contrário, desde cedo me impressionaram muito fundo, na conduta de meus companheiros de geração, o espírito de rebanho, o temor do isolamento, a subserviência à voz corrente, a ânsia de sentir-se iguais e aceitos pela maioria cínica e autoritária, a disposição de tudo ceder, de tudo prostituir em troca de uma vaguinha de neófito no grupo dos sujeitos bacanas.
O jovem, é verdade, rebela-se muitas vezes contra pais e professores, mas é porque sabe que no fundo estão do seu lado e jamais revidarão suas agressões com força total. A luta contra os pais é um teatrinho, um jogo de cartas marcadas no qual um dos contendores luta para vencer e o outro para ajudá-lo a vencer.
Muito diferente é a situação do jovem ante os da sua geração, que não têm para com ele as complacências do paternalismo. Longe de protegê-lo, essa massa barulhenta e cínica recebe o novato com desprezo e hostilidade que lhe mostram, desde logo, a necessidade de obedecer para não sucumbir. É dos companheiros de geração que ele obtém a primeira experiência de um confronto com o poder, sem a mediação daquela diferença de idade que dá direito a descontos e atenuações. É o reino dos mais fortes, dos mais descarados, que se afirma com toda a sua crueza sobre a fragilidade do recém-chegado, impondo-lhe provações e exigências antes de aceitá-lo como membro da horda. A quantos ritos, a quantos protocolos, a quantas humilhações não se submete o postulante, para escapar à perspectiva aterrorizante da rejeição, do isolamento. Para não ser devolvido, impotente e humilhado, aos braços da mãe, ele tem de ser aprovado num exame que lhe exige menos coragem do que flexibilidade, capacidade de amoldar-se aos caprichos da maioria – a supressão, em suma, da personalidade.
É verdade que ele se submete a isso com prazer, com ânsia de apaixonado que tudo fará em troca de um sorriso condescendente. A massa de companheiros de geração representa, afinal, o mundo, o mundo grande no qual o adolescente, emergindo do pequeno mundo doméstico, pede ingresso. E o ingresso custa caro. O candidato deve, desde logo, aprender todo um vocabulário de palavras, de gestos, de olhares, todo um código de senhas e símbolos: a mínima falha expõe ao ridículo, e a regra do jogo é em geral implícita, devendo ser adivinhada antes de conhecida, macaqueada antes de adivinhada. O modo de aprendizado é sempre a imitação – literal, servil e sem questionamentos. O ingresso no mundo juvenil dispara a toda velocidade o motor de todos os desvarios humanos: o desejo miméticode que fala René Girard, onde o objeto não atrai por suas qualidades intrínsecas, mas por ser simultaneamente desejado por um outro, que Girard denomina o mediador.
Não é de espantar que o rito de ingresso no grupo, custando tão alto investimento psicológico, termine por levar o jovem à completa exasperação impedindo-o, simultaneamente, de despejar seu ressentimento de volta sobre o grupo mesmo, objeto de amor que se sonega e por isto tem o dom de transfigurar cada impulso de rancor em novo investimento amoroso. Para onde, então, se voltará o rancor, senão para a direção menos perigosa? A família surge como o bode expiatório providencial de todos os fracassos do jovem no seu rito de passagem. Se ele não logra ser aceito no grupo, a última coisa que lhe há de ocorrer será atribuir a culpa de sua situação à fatuidade e ao cinismo dos que o rejeitam. Numa cruel inversão, a culpa de suas humilhações não será atribuída àqueles que se recusam a aceitá-lo como homem, mas àqueles que o aceitam como criança. A família, que tudo lhe deu, pagará pelas maldades da horda que tudo lhe exige.
Eis a que se resume a famosa rebeldia do adolescente: amor ao mais forte que o despreza, desprezo pelo mais fraco que o ama.
Todas as mutações se dão na penumbra, na zona indistinta entre o ser e o não-ser: o jovem, em trânsito entre o que já não é e o que não é ainda, é, por fatalidade, inconsciente de si, de sua situação, das autorias e das culpas de quanto se passa dentro e em torno dele. Seus julgamentos são quase sempre a inversão completa da realidade. Eis o motivo pelo qual a juventude, desde que a covardia dos adultos lhe deu autoridade para mandar e desmandar, esteve sempre na vanguarda de todos os erros e perversidade do século: nazismo, fascismo, comunismo, seitas pseudo-religiosas, consumo de drogas. São sempre os jovens que estão um passo à frente na direção do pior.
Um mundo que confia seu futuro ao discernimento dos jovens é um mundo velho e cansado, que já não tem futuro algum.

Um comentário:

  1. Afinal LULA é o maior bandido do governo brasileiro em todos tempos, não é mesmo doutor imparcial Moro?
    LULA comprou os votos de sua reeleição.
    LULA “ganhou’ uma fazenda em Minas Gerais e a empreiteira construiu um aeroporto para ele.

    LULA “ganhou” um apartamento de 450m2 no bairro de Higienópolis SP.
    LULA “ganhou” também um apartamento na Rua mais cara de Paris onde passa suas férias.
    LULA participou e ganhou muito $ na PRIVATARIA TUCANA.
    LULA foi responsável pelo Escândalo do Banestado.
    LULA doou vários bancos públicos aos seus amigos e ainda financiou suas dívidas com dinheiro público do BNDES.

    LULA doou o maior banco estadual do Brasil ao Santander.
    LULA faturou muito nas obras do ROUBANEL MARIO COVAS.
    LULA faturou muito no TRENSALÃO onde um uma reforma era mais cara que um trem novo.

    LULA faturou muito no METROLÃO PAULISTA.
    LULA tem uma filha bilionária que está na lista dos bilionários da FORBES e é sócia do maior bilionário do Brasil o dono da Ambev.
    LULA foi funcionário fantasma no gabinete do pai deputado federal e morava no RJ.
    LULA tem amigos, deputado e senador, que usam helicóptero abastecido com dinheiro publico para fazer trafico de drogas em MG.
    LULA construiu vários aeroportos em MG, no meio do mato, para facilitar as vidas de seus amigos traficantes.
    LULA “doou” a maior mina de NIÓBIO do Brasil em Araxá MG, ao$ seu$ amigo$ empre$ários.

    LULA, muitos disseram que ele faz contrabando de pedras preciosas e de nióbio.
    LULA, teve seus nome na lista de FURNAS.
    LULA, teve seu nome no famoso DOSSIÊ CAYMAN.
    LULA teve seu nome delatado várias vezes com valores e locais em Minas Gerais.

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