sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Venezuela: População Volta às Ruas Contra Ditadura Socialista - Paulo Eeas

Venezuela: População Volta às Ruas Contra Ditadura Socialista

Um dia após a aprovação do impeachment da ex-presidente brasileira, o povo venezuelano voltou às ruas em uma das maiores manifestações da história daquele país. A frente de oposição denominada Mesa da Unidade Democrática estima que cerca de um milhão de venezuelanos protestaram contra o regime de ditadura socialista de Nicolas Maduro nessa quinta-feira durante uma gigantesca manifestação descrita pelos organizadores como a Tomada de Caracas, pois reuniu venezuelanos vindos de várias regiões do país. Dias antes da manifestação, a ditadura de Nicolas Maduro mandou prender vários opositores. Nessa quinta-feira foram colocados vários bloqueios e tropas nas principais vias de acesso a Caracas, impedindo a chegada de caravanas de manifestantes que vinham de diversos pontos do país.
O objetivo da frente de oposição é pressionar o Conselho Nacional Eleitoral a convocar um plebiscito, conforme previsto na constituição do país, que possibilitará aos venezuelanos decidir pela continuidade ou não do mandato de Nicolas Maduro. O conselho eleitoral tem se recusado a convocar o plebiscito e o ditador Nicolas Maduro insiste em afirmar que não permitirá a realização da consulta ainda este ano. A sutileza reside no que diz a texto constitucional venezuelano: se o plebiscito for realizado esse ano e Maduro for derrotado, novas eleições serão convocadas. Se a consulta for realizada ano que vem e o governo for também derrotado, assumirá o seu vice-presidente, que é do mesmo partido socialista de Nicolas Maduro, e portanto nada mudará.
O partido socialista venezuelano de Nicolas Maduro, que faz parte do Foro de São Paulo assim como os petistas brasileiros e todas as demais forças políticas de esquerda latino-americanas legais e clandestinas, incluindo aquelas ligadas ao narcotráfico e guerrilha, está no poder desde 1999. Os dezessete anos de políticas socialistas iniciadas por Hugo Chaves e continuadas pelo ex-motorista de ônibus Nicolas Maduro, transformaram a Venezuela, o maior exportador de petróleo do continente e membro da OPEP, em um dos países mais pobres e violentos e repressores de todo o continente. Inflação anual de três dígitos, anos seguidos de recessão econômica e escassez generalizada de alimentos e de remédios fazem parte do cotidiano dos venezuelanos sob o regime socialista que governa o país.
As razões da crise: política econômica socialista
A desculpa oficial apresentada pelo ditador Nicolas Maduro para explicar a falência econômica do país é a mesma usada pela ex-presidente petista brasileira para explicar o descalabro de sua gestão: culpar fatores externos. No caso venezuelano, a suposta culpa pela crise seria a queda dos preços internacionais do petróleo. Esse argumento é endossado pela quase totalidade dos veículos da imprensa internacional, incluindo a brasileira. Trata-se evidentemente de um argumento falso, pois outros países que dependem fortemente das exportações de petróleo não estão necessariamente passando por uma crise das dimensões da crise venezuelana.
A raiz da crise venezuelana reside nas políticas de esquerda implementadas pelo partido socialista que governa o país. Políticas essas que estrangularam a economia através da intervenção do estado em todos os setores da atividade econômica por meio de estatizações, controle de preços, legislação trabalhista que sob pretexto de “proteger” os trabalhadores resulta no desestímulo a contratações, regulamentações e intervenções arbitrárias e diárias em todos os setores da economia. A crise resulta portanto da aplicação de todas as fórmulas econômicas sabidamente fadadas ao fracasso e que fazem parte do pensamento econômico esquerdista.
Repressão política socialista e respaldo cubano
O quadro de miséria e violência em que vivem os venezuelanos, decorrentes das políticas públicas do regime de ditadura socialista do país, é acompanhado por uma violenta repressão política: nos últimos três anos dezenas de manifestantes opositores foram assassinados pela polícia política do regime, a Guarda Nacional Bolivariana. O número de presos políticos está na casa de centenas e existem denúncias de tortura e assassinatos dentro das próprias prisões. O regime promoveu um aparelhamento completo do poder judiciário do país e exerce a censura na quase totalidade dos meios de comunicação.
A ditadura socialista venezuelana é a obra mais completa do Foro de São Paulo, razão pela qual o regime genocida de Nicolas Maduro recebe apoio ostensivo de toda a esquerda latino-americana. O chefe petista Luis Inácio Lula da Silva já afirmou inúmeras vezes que na Venezuela existe democracia até demais. A militância esquerdista nas universidades públicas brasileiras de tempos em tempos organiza eventos de apoio ao regime. Durante o governo petista, a Venezuela foi tratada como parceiro preferencial do país, em consonância com a política externa de anão implementada pelo petismo, que consistia na submissão da diplomacia brasileira aos interesses do Foro de São Paulo.
A ditadura venezuelana persiste em grande parte devido ao fato de o país ter se transformado numa espécie protetorado ou vassalo do regime comunista cubano, que por sua vez controla em parte os altos escalões das forças armadas do país, em associação com o narcotráfico. Essa situação foi reforçada nos últimos meses a partir do reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e os Estados Unidos após a visita de Barack Obama à ilha-prisão, o que fortaleceu a ditadura castrista, inclusive em termos econômicos. Desta forma, o governo do socialista e muçulmano Barack Obama legitimou e endossou o desenho geopolítico que tem prevalecido nos últimos anos na região, no qual o continente sul-americano se tornou uma zona de influência do regime comunista de Cuba.
A frente oposicionista venezuelana por sua vez reúne desde conservadores de direita até socialistas e socialdemocratas alijados do esquema de poder montado pelo chavismo. Isso explica em grande parte sua inércia. No entanto, o aprofundamento da crise e a rejeição crescente de Nicolas Maduro junto a vários segmentos da sociedade têm exercido pressão sobre os atores políticos. A manifestação dessa quinta-feira foi um marco nesse sentido, e a frente de oposição anunciou a realização de novas manifestações nos próximos dias. Não é possível hoje afirmar com segurança qual será o desfecho da situação política venezuelana. O regime de ditadura pode se aprofundar, como pode igualmente chegar ao fim. Nesse caso, seria o mais importante revés nas políticas do Foro de São Paulo até então.


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