quinta-feira, 15 de setembro de 2016

A DEFESA DE LULA: REPEAT AD NAUSEAM - FLÁVIO MONGENSTERN

Até mesmo os advogados de Lula entraram na retórica da esquerda: repetir um disco riscado que só convence os militantes mais fanáticos.
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Estamos analisando por incontáveis vezes o vocabulário diminuto da esquerda, que desde pelo menos o começo da década está cada vez mais reduzido a uma série de bordões a serem repetidos roboticamente, como o desgastadíssimo quarteto “Fascista-Racista-Machista-Homofóbico” (FRMH). Obviamente, isso valeria para a militância e para a internet, não para a defesa jurídica extremamente cara e gabaritada de uma figura como Lula, Ele Próprio. Obviamente, a palavra “obviamente” em relação ao PT só se aplica ao substantivo “propina”.
Cristiano Zanin, acompanhado dos também advogados Roberto Teixeira e Valeska Martins, explicou a tese da defesa de Lula contra a acusação do promotor Deltan Dallagnol: de que Lula está sendo perseguido. De que o apartamento não está em seu nome. De que tudo isso atenta contra o Estado Democrático de Direito.
Era para nos impressionar? Isso, de novo? Será mesmo que alguém precisa de uma trupe caríssima de advogados para repetir o que qualquer adolescente foracunhista consegue escrever em três linhas mal garatujadas no Facebook?
Toda vez que Lula é pego com a boca na botija, alguém diz que o ex-mandatário está sendo “perseguido”. É um verbo engraçado. Dá para imaginar algum bandido fugindo carregando cocaína, granadas e fuzis da polícia em velocidade cinematográfica para, assim que for alcançado, gritar para as câmeras, esperando complacência da esquerda: “Estou sendo perseguido, estou sendo perseguido!”
Por que será?
O pior é a tentativa em juridiquês (este confessadamente mais avançado) de que o triplex no Guarujá não é de Lula, porque não está em seu nome. Repetindo: não é de lula porque não está em seu nome. A acusação diz que o verdadeiro beneficiário do triplex é Lula, que o usaria caso a reforma que pediu à OAS e orquestrou de batuta própria terminasse, portanto trata-se de um caso de acobertamento. Para provar que não há acobertamento, os advogados de Lula afirmam… que ele não é dono, pois a escritura está em nome da OAS (“prova cabal”, “irrefutável”, “é golpe” etc).
Ora, não foi isso o que a própria acusação disse? Caso estivesse em nome de Lula, seria um imóvel como outro qualquer, como não se “persegue” um imóvel que Lula declare ser seu. O problema é justamente ser um imóvel da OAS. Pode causar alguma sensação de inocência em desatentos, em blogueiros militantes lobotomizados, em jornalistas que replicam declarações como se fatos fossem. Não é algo que faça algum raio de sentido.
E para coroar o bolo cerejosamente, afirmar que é “incompatível com o Estado Democrático de Direito”? De novo? De novo? D-E  N-O-V-O?! Será que alguma coisa contra o PT (sei lá, verificar se Celso Daniel foi realmente vítima de um “assalto comum”, como só os petistas acreditam, ou se foi celsodanielizado sem nenhum petista responder por isso) pode ser feita sem ser “incompatível com o Estado Democrático de Direito”?
Alguém precisa avisar aos petistas, inclusive aos seus advogados, que uma mentira monga, se repetida muitas vezes, ao invés de se revelar uma verdade, só enche ainda mais o saco. Será que o PT não aprendeu nada com os refrões de funk que pulularam durante o seu reinado no poder?
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