quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

“O país do futuro que se foi” e outras quatro notas de Carlos Brickmann


Um notável escritor, Stefan Zweig, publicou em 1941 o livro “Brasil, País do Futuro”. Zweig, austríaco (seu país tinha sido anexado pela Alemanha nazista) e judeu (que precisou fugir do nazismo), se maravilhou com um país mestiço, pacífico, lindo, cheio de recursos naturais, com Carnaval e um povo feliz a cantar.
A presidente Dilma Rousseff também aposta, a partir de amanhã, num país do futuro. Reúne o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e apresenta as novas diretrizes econômicas de seu governo ─ elaboradas, aliás, por Nelson Barbosa, o ministro que elaborou as velhas diretrizes que não deram certo. É uma reunião chique, com boa parte do PIB nacional, no Palácio do Planalto. E a primeira das quatro que, segundo Dilma, se realizarão neste ano. O Conselho funciona, no caso, como representante de todos os setores econômicos: industriais, banqueiros, sindicalistas, produtores agrícolas, políticos. Nem todos, claro: bom número de políticos e empresários integrantes do Conselhão em seu último encontro, em 2014, está impedido de comparecer, por compromissos inadiáveis em Curitiba ou em casa, com dificuldades para retirar a tornozeleira. Presidentes e executivos de empreiteiras, empresários agrícolas como José Carlos Bumlai e tantos outros ficam privados de dar sua colaboração à presidente.
Enfim, essa história de país do futuro já é passado. Não deu certo nem com o ótimo livro de Stefan Zweig. Em fevereiro de 1942, convencido de que o mundo era como era e o Brasil também era como era, ele se matou ao lado da esposa.
Os donos do Friboi
O Ministério Público Federal de São Paulo acaba de denunciar sócios e executivos do grupo JBS (controlador da Friboi) e do Banco Rural, por crime contra o sistema financeiro. Nove pessoas fazem parte da lista, entre elas Joesley Batista, sócio do JBS, e a banqueira Kátia Rabelo, do grupo Rural (que cumpre pena, condenada no processo do Mensalão). De acordo com a denúncia, houve operações ilegais de empréstimo conhecidas no mercado como “troca de chumbo”, envolvendo R$ 80 milhões.
A denúncia foi aceita pela Justiça Federal
O Brasil de hoje
Crise econômica? Falta de dinheiro para internações nos hospitais públicos? Besteira: o BNDES aprovou verba de R$ 10 milhões, que não precisam ser devolvidos, para criar o Memorial da Anistia Política do Brasil, em Belo Horizonte. O Museu funcionará no antigo prédio do Colégio de Aplicação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais.
O Brasil de amanhã
Os governadores do Espírito Santo, Paulo Hartung, PMDB, e Minas Gerais, Fernando Pimentel, PT, acertaram com a presidente Dilma a criação do Fundo de Recuperação do Rio Doce, com recursos das multas à Samarco (cuja represa cedeu, destruindo a região) e outras envolvidas nos danos ambientais.
Só há um problema: até hoje, enormes multas são cobradas de empresas que cometem irregularidades, mas pagá-las é outro assunto. Fica para depois, um dia desses.
Quem sabe não sabe
De Fred Monteiro, do “Jornal da Besta Fubana” (http://www.luizberto.com/) a respeito da viva alma mais honrada que já surgiu em toda a história do mundo:
“Não tem santo, nem beato de igreja/ não tem virgem tão pura, nem tão casta; Uma vestal na minha frente é uma nefasta/ Prostituta, fim de rua, que sobeja, a imundícia de quem sua boca beija/ Pois eu sou o homem mais puro que nasceu; neste vasto país sou o apogeu/ da pureza, do bem, da honestidade/ E duvido que em toda a humanidade/ HAJA ALMA MAIS HONESTA DO QUE EU”.

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