domingo, 20 de setembro de 2015

Os economistas que previram a crise


Eles passaram quatro anos repetindo: as pirotecnias da política econômica do governo Dilma estourariam depois das eleições

Por: Leandro Narloch  
O mais triste da crise atual é que ela foi anunciada. Desde 2011, quando Dilma deu uma rasteira no tripé macroeconômico e passou a desdenhar o câmbio flutuante e o controle de gastos e da inflação, economistas previram que daria tudo errado. Não só previram, mas passaram os últimos anos afirmando, repetindo e se esgoelando que daria tudo errado.
“A troca de crescimento por inflação não é estável; com o tempo, o resultado é apenas inflação mais alta”, disse o economista Alexandre Schwartzman em janeiro de 2012.
“O mais grave do quadro atual é que este governo não demonstra que conhece – ou que concorde – com a importância da preservação do tripé macroeconômico. Portanto, ele corre o risco de desabar”, afirmou a jornalista Beatriz Ferrari na Veja de 18 de abril de 2011.
“Risco é que grau de investimento seja retirado em 2015”, diz uma reportagem do Valor Econômico de novembro de 2013. Paulo Vieira da Cunha, um dos economistas ouvidos pelo Valor, disse: “quem está rodando modelos de análise da dívida pública já vê que ela não é sustentável em um horizonte mais longo, entre 2015 e 2016”.
Há três anos, o economista Adolfo Sachsida descreveu o cenário atual com uma exatidão incrível:
Em 2014, como sempre acontece em ano de eleições, o gasto público dará um salto. Inclua nesse cenário a avalanche de medidas provisórias e intervenções governamentais na economia de todo tipo, inclusive as do BNDES, que aumentam o gasto público e favorecem setores eleitos pelo governo em detrimento do restante da sociedade.
Em 2015, primeiro ano do novo governo eleito, será o momento de pagar a conta da irresponsabilidade fiscal e monetária do passado. Economizem dinheiro, pois quando a crise chegar quem tiver liquidez (dinheiro em caixa) vai conseguir fazer excelentes negócios. A partir de 2015 o Brasil amargará o mesmo tipo de cenário que já enfrentou no começo dos anos 1980.
Esses economistas acertaram em cheio, mas não era preciso ser um vidente ou um grande gênio da economia para fazer essas previsões. Bastava ser um pouco mais inteligente que a equipe econômica do primeiro mandato de Dilma.
@lnarloch

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