segunda-feira, 11 de maio de 2015

IMPERDÍVEL - A VIDA DUPLA DE FIDEL CASTRO - DO BLOG DE FELIPE MOURA BRASIL


A vida dupla de Fidel Castro (5)

Fidel secretoAbaixo, o último dos cinco trechos do livro do ex-guarda-costas de Fidel Castro. Acrescento ao fim mais uma notinha sobre Lula. Tudo tão parecido.
Enquanto Cuba sofre
Fidel Castro era um excelente mergulhador e adorava pesca de arpão.
O ritual de retorno era imutável. As numerosas presas de Fidel eram enfileiradas no quebra-mar e separadas por espécie: as bremas ficavam juntas, as lagostas ficavam juntas, e assim por diante.
Os peixes pescados por Dalia, que pescava separadamente sob a proteção de dois mergulhadores de combate, eram arrumados ao lado, para ela e Fidel passar em revista ao banquete que viria a acontecer sob os comentários admirados e divertidos do séquito.
“Comandante, ¡es otra una pesca milagrosa! [outra pesca milagrosa!],” eu dizia, certo de que meu comentário arrancaria sorrisos dos principais interessados, bem como de todos os outros presentes.
Essa dolce vita representava enorme privilégio, comparada com o estilo de vida dos cubanos comuns, cuja vida espartana se tornou consideravelmente mais difícil desde a queda do Muro de Berlim e o colapso da União Soviética.
Subsídios de Moscou, que sustentaram certo nível de prosperidade, se esgotaram. A economia cubana, que dependia em quase 80% do comércio exterior com o bloco oriental, estava desmoronando como um castelo de cartas e as famílias sobreviviam em filas para conseguir pão enquanto o PIB despencava 35% e o fornecimento de eletricidade era gravemente inadequado.
Enquanto isso, Fidel Castro bebericava uísque com gelo e comia peixe fresco na sombra da ilha secreta.
* Tradução de Claudia Costa Chaves a pedido deste blog.
** Nota:
Enquanto o Brasil sofre, Lula bebe uísque Black Label, como noticiou a Folha hoje mesmo, em festa regada a champanhe Barons de Rothschild Brut e vinho tinto Chateau Lafite Monteil.
lula bebe

11/05/2015
 às 16:53 \ América LatinaBrasilCulturaMundo

A vida dupla de Fidel Castro (4)

marquez_castro
Ser comunista assim é fácil, Gabriel García Márquez
Abaixo, o quarto trecho do livro do ex-guarda-costas de Fidel Castro. O que o dono de uma emissora esquerdista e um aclamado escritor comunista tinham em comum? Hospedagem na ilha VIP de Fidel Castro.
A lista de convidados
Fora vários homens de negócios estrangeiros cujos nomes eu já esqueci e vários ministros cubanos escolhidos a dedo, os únicos visitantes da ilha dos quais eu consigo me lembrar, foram:
- o presidente colombiano Alfonso López Michelsen (1974-1978), que foi passar um fim de semana lá com a mulher, Cecilia, por volta de 1977 ou 1978;
- o negociante francês Gérard Bourgoin, conhecido como o Rei do Frango, que a visitou por volta de 1990, na época em que exportava o know-how para produção avícola para o mundo todo;
- o dono da CNN, Ted Turner;
- a estrela apresentadora do canal de TV americano ABC, Barbara Walters;
- e Erich Honecker, líder comunista da República Democrática Alemã (RDA) de 1976 a 1989.
Eu nunca vou me esquecer da visita de 24 horas a Cayo Piedra deste último, in 1980. Oito anos antes, em 1972, Fidel Castro havia rebatizado a ilha de Cayo Blanco del Sur como Ilha Ernst Thälmann. Melhor ainda: em uma demonstração de amizade simbólica entre as duas “nações irmãs”, ele ofereceu à RDA aquele pedaço de terra desabitado com 15 quilômetros de comprimento e 500 metros de largura, situada uma hora de barco da ilha particular de Fidel.
Ernst Thälmann foi um líder histórico do Partido Comunista alemão sob a República de Weimar e que acabou executado pelos nazistas em 1944. Em 1980, durante uma visita oficial de Honecker a Cuba, o líder da Berlim Oriental deu uma estátua de Thälmann a Fidel. Logicamente, Fidel resolveu colocar a obra de arte da ilha de mesmo nome — razão pela qual eu estive presente naquela inacreditável cena em que dois chefes de estado chegaram no Aquarama II e desembarcaram no meio de lugar nenhum para inaugurar a estátua de um sujeito esquecido em uma ilha deserta, testemunhada apenas por iguanas e pelicanos.
Que eu saiba, a enorme estátua de Thälmann, de dois metros de altura, foi derrubada do pedestal pelo furacão Mitch em 1998.
Na verdade, os únicos dois frequentes visitantes à ilha de Cayo Piedra que não eram membros da família foram o escritor colombiano Gabriel García Márquez e o antropólogo e geógrafo Antonio Núñez Jiménez, dois dos amigos mais íntimos de Fidel e principais habitantes da casa de hóspedes de Cayo Piedra.
(Mais no próximo post.)
* Tradução de Claudia Costa Chaves a pedido deste blog.


11/05/2015
 às 16:36 \ América LatinaBrasilCulturaMundo

A vida dupla de Fidel Castro (3)

FIdel 3Eis o terceiro trecho do livro do ex-guarda-costas de Fidel Castro. O autor continua falando da ilhota particular do ditador cubano, onde ele gostava de passar férias burguesas.
Golfinhos e churrascos
No lado oeste da ilha, virado para o poente, os Castro mandaram construir uma doca de 60 metros para o iate particular.
O Aquarama II, inteiramente decorado com madeiras exóticas importadas de Angola, tinha quatro motores próprios para barcos-patrulha soviéticos, um presente do russo Leonid Brezhnev.
Quando em força total, eles impulsionavam o Aquarama II à fenomenal, invencível velocidade de 42 nós, ou cerca de 80 quilômetros por hora.
Para permitir a ancoragem do Aquarama II, Fidel e Dalia também mandaram escavar um canal de 800 metros, sem o qual a flotilha não conseguiria chegar até a ilha, que é rodeada por bancos de areia.
O quebra-mar é o epicentro da vida social em Cayo Piedra.
Uma plataforma flutuante de sete metros de comprimento foi anexada a ele e, na plataforma, eleva-se uma cabana de sapê com um bar e churrasqueira.
A partir desse bar e restaurante flutuante, todos podem admirar uma minúscula baía onde, para deleite de adultos e crianças, tartarugas (algumas com mais de um metro de comprimento) são criadas.
Do outro lado da doca, havia um “dolfinário” que abrigava dois golfinhos domesticados que animavam o passar dos dias com brincadeiras e saltos.
Fidel Castro também deu a entender e, por vezes, chegou a declarar, que a revolução não lhe deu nenhuma chance de ter folga ou lazer e que ele não conhecia e mesmo desprezava o conceito burguês de “férias”.
Nada poderia ser mais falso.
De 1977 a 1994, eu o acompanhei em centenas de visitas ao pequeno paraíso que é Cayo Piedra, onde participei de outras tantas pescarias ou expedições de caça submarina.
A vida privada do Comandante era o segredo mais bem guardado de Cuba.
Fidel Castro sempre garantiu que as informações a respeito da família fossem mantidas em segredo, de modo que, ao longo de seis décadas, quase nada foi descoberto sobre os sete irmãos e irmãs da família Castro.
A separação entre a vida pública e a vida privada, herança do período em que ele viveu na clandestinidade, atingiu proporções inimagináveis.
Nenhum dos irmãos de Fidel jamais foi convidado ou colocou os pés em Cayo Piedra. Raúl, a quem Fidel era mais chegado, pode ter estado lá na ausência dele, se bem que eu jamais o encontrei pessoalmente.
Aqueles que podem se orgulhar de ter visto a ilha misteriosa com os próprios olhos e que não fizessem parte do núcleo familiar, em outras palavras, Dalia e os cinco filhos, são poucos e raros.*
(Mais nos próximos posts.)
Lula pesca
Qualquer semelhança não é mera coincidência


11/05/2015
 às 16:13 \ América LatinaBrasilCulturaMundo

A vida dupla de Fidel Castro (2)

Fidel 2Se Lula tem fazenda reformada pela OAS, Fidel Castro tem a sua ilhota. Segue o segundo trecho do livro do ex-guarda-costas do ditador cubano.
A Ilhota de Pedra
Talvez a maior extravagância é Fidel Castro ter uma ilha secreta particular.
Ironicamente, ele deve agradecer a John F. Kennedy. Em abril de 1961, um grupo de exilados cubanos treinados pela CIA aportou na Baía dos Porcos e tentou derrubar o governo cubano. Foi um retumbante fracasso.
Nos dias subsequentes ao ataque fracassado, Fidel foi explorar a região e encontrou um pescador de rosto encarquilhado que todos chamavam de El Viejo Finalé. Ele pediu que o Velho Finalé o guiasse pela área e o pescador imediatamente o levou, a bordo do pesqueiro, a Cayo Piedra, uma pequena “joia” situada a dezesseis quilômetros do litoral e conhecida apenas pelos habitantes do local.
Fidel se apaixonou na hora pelo lugar de beleza selvagem digna de Robinson Crusoé e decidiu tomá-la para si. O faroleiro foi mandado embora, o farol foi fechado e, mais tarde, demolido.
Para ser exato, Cayo Piedra é formado não por uma ilha, mas por duas, pois um ciclone a dividiu ao meio. Entretanto, Fidel resolveu o problema construindo uma ponte de 215 metros ligando as duas partes.
A ilha mais ao sul era um pouco maior que a correspondente mais ao norte e foi ali, no local do antigo farol, que Castro e a mulher, Dalia, mandaram construir a casa: um bangalô de cimento em forma de L colocado em um planalto virado para o leste, para o mar aberto.
Enquanto os cubanos comuns sofriam, era ali que Castro ia descansar.*
(Mais nos próximos posts.)
* Tradução de Claudia Costa Chaves a pedido deste blog.


11/05/2015
 às 15:54 \ BrasilCultura

A vida dupla de Fidel Castro (1)

image003.jpgPor 17 anos, Juan Reinaldo Sanchez serviu a Fidel Castro como guarda-costas.
Quando ele se desiludiu com a hipocrisia do ditador cubano e tentou se aposentar em 1994, Castro mandou jogá-lo na prisão.
Sanchez tentou fugir da ilha dez vezes, finalmente chegando aos EUA em 2008.
Agora, ele revela tudo em um novo livro: A vida dupla de Fidel Castro (St. Martin’s Press).
O New York Post divulgou no domingo cinco trechos em que Sanchez expõe a vida de privilégios do “El Jefe’s”, o Comandante.
Pedi que Claudia Costa Chaves os traduzisse aqui para o blog. Segue o primeiro.
******
Para os cubanos, Fidel Castro se apresenta como um homem do povo, declarando ganhar apenas 900 pesos por mês (cerca de US$ 38) e não possuir qualquer outro imóvel além de uma modesta “cabana de pescador” em algum local da costa.
Na verdade, El Jefe tem uma fortuna de centenas de milhões e é dono de 20 propriedades, incluindo um chalé onde ele costuma caçar patos todo ano e uma marina particular na Baía dos Porcos.
A residência principal é Punto Cero, o esconderijo da família dele. Ninguém sabia, até recentemente, que ele teve uma esposa, Dalia, com quem gerou cinco filhos, todos com nomes começando com a letra “A”: Alexis, Alex, Alejandro, Antonio e Angelito.
O próprio irmão de Fidel, Raúl, só foi apresentado a eles quando os filhos já eram adultos.
Enquanto isso, poucos sabem que Fidel teve pelo menos três filhos fora do casamento, inclusive um com a intérprete pessoal e amante de longa data, Juanita.
Castro pode não ostentar tanto quanto Kadafi ou Saddam Hussein, mas ele é rico como muita gente sonha ser.
A aparência pessoal simples se deve mais à preguiça do que à austeridade. Castro, que raramente acorda antes das 10 ou 11 da manhã, fica feliz por não usar terno e confessa que a maior razão para cultivar a barba é não precisar se barbear todo dia.
Mas há muitos benefícios quando se é o depositário da riqueza de Cuba. Ele tem uma quadra de basquete particular onde jamais perdeu um jogo. E tem um hospital particular que abriga duas pessoas em tempo integral só porque elas têm o mesmo tipo sanguíneo que ele.
Em Punto Cero, cada membro da família tem uma vaca pessoal para satisfazer os gostos individuais, pois a acidez e cremosidade do leite fresco variam de uma vaca para a outra. Assim, o leite chega à mesa em garrafas numeradas com um papelzinho colado, correspondendo à vaca pessoal de cada um.
Antonio era o No. 8; Angelito, No. 3, e Fidel, No. 5, o mesmo número que ele usava na camiseta de basquete.
Não havia possibilidade de enganá-lo: Fidel tinha paladar apurado e podia identificar de imediato se o sabor do leite não correspondesse ao da garrafa anterior.
(Mais nos próximos posts.)

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