segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Braço direito de Youssef faz acordo de delação com MP - DO BLOG DE REINALDO AZEVEDO


Por Laryssa Borges, na VEJA.com:
Responsável por distribuir propina da quadrilha que fraudou os cofres da Petrobras, o braço direito do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopez, assinou com o Ministério Público Federal um acordo de delação premiada. Em troca de benefícios judiciais como os já obtidos pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa e pelo próprio Youssef, Lopez se comprometeu a revelar detalhes sobre os beneficiários do esquema do petrolão e deve ajudar os investigadores a descobrir novos figurões envolvidos com o escândalo da Petrobras. Ele tinha anotado todos os comprovantes das transações criminosas, incluindo os políticos que eram destinatários finais do propinoduto.
Chamado de “o homem das boas notícias”, Lopez funcionava como uma espécie de “disque-propina” e distribuía o dinheiro a deputados, senadores e ex-governadores, muitas vezes utilizando camadas de cédulas presas no próprio corpo para conseguir que as remessas de propina chegassem a Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió e São Luís. Conforme revelou reportagem de VEJA, em 2012, em pelo menos duas vezes ele entregou propina, acomodada em malas de viagem, na sede do PT em São Paulo.
A assinatura de um acordo de delação premiada com Rafael Ângulo Lopez foi consolidada após o próprio Alberto Youssef ter celebrado um termo de colaboração e considerado que, para manter a mesma linha de defesa, seu auxiliar imediato também deveria revelar o que sabe, especialmente o nome e as circunstâncias em que políticos receberam dinheiro do petrolão. Em outubro, VEJA revelou que parte da delação premiada de Youssef coloca o PT no centro do propinoduto, já que o próprio doleiro admitiu ter realizado pagamentos para o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, usando notas fiscais com indicativos de fraude e em favor da Toshiba.
Ao longo da negociação sobre o acordo de delação de Youssef, o doleiro pediu que o próprio Ministério Público negociasse com Lopez as condições para que ele também pudesse contar detalhes sobre o esquema do petrolão. Ele se comprometeu a apresentar dados e planilhas sobre os beneficiários de propina e pode ser a chave para que se descubram ramificações da trama criminosa no exterior. Rafael Ângulo Lopez tem cidadanias brasileira e espanhola e utilizava passaporte europeu para transitar por aeroportos sem levantar suspeitas. Ao analisar o que o auxiliar do doleiro teria a dizer, os procuradores que atuam nas investigações da Operação Lava Jato consideraram que as informações do braço direito do doleiro poderiam ser úteis para chegar a mais autoridades envolvidas no esquema de fraudes em contratos com a Petrobras.
Foram entregues, por exemplo, 500.000 reais ao tesoureiro petista João Vaccari Neto, 50.000 reais ao senador Fernando Collor (PTB-AL), 900.000 reais à então governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) e 150.000 reais ao ex-ministro das Cidades Mario Negromonte (PP).
Por Reinaldo Azevedo

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