quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MARCO ANTONIO ROCHA: DONA DILMA, USE O SEGUNDO MANDATO PARA GOVERNAR!

Dona Dilma, use o 2° mandato para governar! - MARCO ANTONIO ROCHA

O Estado de S. Paulo - 15/08

Como o ex-presidente Lula proclamou, em Brasília, do alto da sua visão privilegiada ou de algum palanque comemorativo que ele sempre arranja para nunca estar fora das manchetes e das TVs, que dona Dilma já está reeleita "e isso incomoda uma parte da sociedade elitista brasileira", resta à sociedade elitista se bater pelo que dona Dilma deve fazer no seu segundo mandato, quando já não precisará pensar na costura do terceiro.

Sim, porque ela só não está fazendo o governo dos sonhos do PT, dela própria e do Lula porque teve de compor de tal maneira o seu governo e o seu ministério, inchá-lo de tal modo, poluí-lo com tantos corpos estranhos remanescentes da era em que Lula prometia "acabar com tudo isso que está aí", sem conseguir, que se viu enredada numa espécie de teia de aranhas peludas da política, cada uma perseverando para abocanhar fatias, por menores que sejam, da pizza governamental brasileira - principalmente dos seus orçamentos fiscais, monetários, bancários, publicitários e empresariais.

Pensando, portanto, no segundo mandato que dona Dilma terá de suportar ainda, antes de começar a cuidar do seu netinho, que parece ser seu maior desejo, como já proclamou, achamos que a primeira providência que ela pode e deve tomar ao ser reeleita - uma vez que não dependerá mais da corte de aproveitadores que a cerca - seria, justamente, cortar rente o cordão de puxa-sacos que cada vez aumenta mais. De uma boa tesourada no ministério e penduricalhos adviriam vantagens imediatas, outras, mediatas, e terceiras fundamentais para o futuro da Nação.

Entre as primeiras estaria, logo de saída, o aplauso do povo em geral, até mesmo de toda "a sociedade elitista" brasileira, que não comunga com a luzidia elite que verdadeiramente temos neste país, cujo povo é infenso a elites: a "elite" política, ou seja, a legião de envernizados luminares do Congresso, do Executivo e do Judiciário que, do altar isolado da Pátria, chamado Brasília, nos oferece diariamente um ritual cediço de ademanes, fingimentos e deboches a que se dá o nome de atos de governo, infelizmente com o apoio interessado de grande parte da mídia.

Esta, que o presidente do PT insiste em controlar, como se já não fosse controlada, quase nada mais faz durante todo o dia e grande parte da noite a não ser transmitir ao povo brasileiro os recados do poder, daquele dia ou daquela semana: "O governo pensa em...; o governo estuda fazer...; o governo nomeia uma comissão...; o governo quer resolver de uma vez por todas...; o governo monta um esquema para...; o governo diz...; o governo não diz...". Experimente, o leitor, abrir qualquer jornal, de qualquer dia, e contar quantas frases desse tipo aparecem em cada edição. Anote-as. Depois, espere um mês, ou duas semanas, abra de novo o mesmo jornal e conte qual, ou quais, daqueles projetos, estudos, pensatas, providências tiveram pelo menos alguma sequência ou consequência. Ficará perplexo ao ver que na grande maioria das vezes não se fala mais do assunto. Pode-se tentar inventariar também quantos e quais problemas foram resolvidos. O governo brasileiro é o mais estudioso do mundo - campeão na criação de estudos que levam a nada, de projetos, planos, comissões, grupos de trabalho e forças-tarefa, e um enorme fracasso na criação de soluções.

Então, a segunda séria providência que dona Dilma (já reeleita, como disse Lula) pode tomar no seu segundo mandato é mandar o seu governo - os poucos ministros e órgãos que restassem (só os que fossem minimamente eficientes e necessários) - parar de estudar e de pensar, e começar afazer. A trabalhar em coisas que são necessárias. Mesmo que as faça erradas. É melhor ter erro para corrigir do que não ter nada para fazer.

A terceira é deixar de governar para a imprensa e governar para o povo; deixar de combater tucanos e PSDB (que já acabaram mesmo) e cuidar do Brasil, este, sim, a perigo.

São meus tímidos conselhos a dona Dilma (já reeleita).

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