terça-feira, 13 de agosto de 2013

FÁBIO PANNUNZIO: 'TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LAMA'

POLÍTICA

Todos são iguais perante a lama, por Fábio Pannunzio

Fábio Pannunzio
A safra de escândalos nunca foi tão democrática quanto agora. Temos o do Mensalão, o clássico da categoria, o do Metrô paulistano e agora o da Petrobras. O arco partidário abarcado pelas denúncias vai da direita à esquerda, não distingue legendas e iguala novamente todos os políticos. É uma generalização ? É, mas faz todo sentido.
A diferença entre os dois ‘cases’ criminais que os brasileiros começam a entender e os demais é a origem: agora, são os corruptores que denunciam os corrompidos, uma novidade desconcertante para as máfias que se formam a partir dos legislativos e executivos em todos os níveis. Mesmo que um deles se declare louco e diga, arrependido, que faltou medicação tarja preta para manter sua boca fechada. É presumível que tenha faltado bem mais do que isso.
Em Mato Grosso, estado em que corruptos se ufanam abertamente do que roubam dos contribuintes, a propina ganhou até um apelido: bereré. Pergunte a qualquer cuiabano o que significa que ele te dirá sem pestanejar. “Vou faturar uns beberés com esse projeto”, é o que dizem os caras-de-pau da política quando se vêm diante da chance de amealhar algum dinheiro praticando o crime em nome do povo.
Se o quadro já é desalentador para quem se acostumou a ser tungado historicamente, pior ainda é o que está na iminência de acontecer a partir desta semana: uma anistia do Supremo aos mesmos canalhas que haviam sido condenados no ano passado.

Foto: Agência Brasil

Anote aí, é isso o que você vai ver. A justiça brasileira é “garantista”. Garante aos que metem a mão no erário que eles nunca, jamais, vão ser afrontados com uma punição. Cadeia, então, nem pensar.
Continua vigorando a lei dos três pês: Cadeia é coisa de pobre, preto e puta, e não de petista, pessedebista e peemedebista. Esses aí são outros pês que se enquadram melhor no Congresso do que em estabelecimentos como a Papuda.
A crise moral que assola o país coloca claramente para o cidadão que o Estado é uma engrenagem construída não para gerir o bem coletivo, mas para conspurcá-lo. Não há remédio para cessar a roubalheira no ambiente da Instituições, é 0 que se constatará tristemente.
Quando tudo isso ficar mais claro, será possível finalmente fazer uma autocrítica e dar razão aos anarquistas que surgiram de carona das manifestações de junho.
Se não há o que fazer, talvez não reste alternativa sensata a não ser quebrar tudo.

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