sexta-feira, 16 de agosto de 2013

EGITO: TUTELA MILITAR E GOLPE - RAFAEL BRASIL


A chamada primavera democrática egípcia enganou muita gente, muitas ingênuas, outras completamente desinformadas. A democratização levou ao poder a irmandade mulçumana, que através da democracia, almejava, como almeja, criar no Egito um estado teocrático. A irmandade atua há mais de oitenta anos, no, digamos, Egito profundo. Em outras palavras entre os pobres e desvalidos daquele país ainda miserável, sobretudo no que se relaciona a assistência social, dente outras coisas, tudo isso ancorado numa intensa pregação religiosa fundamentalista. O grande paradoxo da democracia nos países mulçumanos é justamente que não foi feita a separação da religião do estado, que numa democracia deveria ser essencialmente laico. A democracia leva à hegemonia estes grupos religiosos, muitas vezes radicais, e com sonhos totalitários. Derruba-se ditaduras militares, e o povo coloca no poder estas forças religiosas de fundo no mínimo autoritário. Assim aconteceu na acanhada abertura argelina, quando a chamada frente islâmica de salvação ganhou as eleições, mesmo promovendo banhos de sangue, e foi contida por um golpe militar, com o recrudescimento da já corrupta ditadura - aliás, toda ditadura leva a mais corrupção, vide os regimes totalitários do sangrento século XX. Para conter a vitória da frente, os militares argelinos promoveram um verdadeiro banho de sangue. A chamada frente islâmica não ficou atrás, promovendo uma serie, ainda não finda, de massacres em muitas cidades, sobretudo as do interior do país. 
No Egito, a democratização foi feita com a devida tutela militar. Todo o aparato militar e repressivo do governo anterior foi mantido em sua essência. Só àqueles mais ligados a Mubarak, foram afastados ou mesmo eliminados. E o interessante é que, as forças laicas, e mais proximamente democráticas e liberais do país, apoiaram majoritariamente o golpe militar. 
Realmente é muito complicado o processo de democratização das sociedades islamitas de uma forma geral. Também no oriente , tem-se uma tradição despótica. No Japão, a democracia foi, digamos praticamente imposta pelos vencedores norte-americanos, como também na Coréia do Sul. Bem, mas tem muita gente pelo menos na América Latina e no Brasil sonhando, não com uma simples ditadura, mas com o estado totalitário, o que faria nossa finada ditadura militar um passeio no parque para criancinhas. É como diz um velho ditado popular: "Deus limitou a inteligência dos homens , só não limitou a imbecilidade e a burrice". É isso aí. 

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