quarta-feira, 24 de julho de 2013

RATZINGER, JOÃO PAULO E FRANCISCO - RAFAEL BRASIL


Ainda antes de se tornar papa, Ratzinger, o então futuro papa Bento VI, participou de um rico debate com o filósofo alemão Habermas. Habermas , um defensor do que poderíamos chamar de neo-iluminismo, declara que o distanciamento entre ciência e religião deveria acabar. Que a ciência teve como base para o seu desenvolvimento as idéias religiosas, que afinal, introduziram o pensamento humanista. Ratzinger, então principal articulador contemporâneo da doutrina católica, aponta que a igreja, por sua parte, reconhecendo a diversidade do mundo, sobretudo religiosa e cultural, aponta como alternativa ao multiculturalismo contemporâneo, o que ele chama de transculturalismo. Em vez de ressaltar a diversidade religiosa e cultural, Bento VI propõe que sejam abertas pontes de diálogo entre todas as religiões, e também com a ciência. Que o diálogo entre todas as religiões e formas de pensamento contribuiria para o que ele chama de busca do que seria verdade universal. A volta para o OIKOUMENE, ou seja, todos de volta à casa.
Como não tinha forças para continuar o papado, e controlar sua sucessão, Bento VI teve a felicidade de nos ofertar com este papa jesuíta (o primeiro), com ares de um autêntico franciscano. Um papa simpático, mas firme em seus ideais, e bem posicionado para a retomada espiritual da Igreja Católica, tendo como base a América Latina. Se João Paulo foi fundamental no processo de mudanças ocorridas no leste europeu, quem sabe se Francisco não terá um papel semelhante na nossa pobre América Latina, sempre de costas para o mundo?
Ao chegar em nosso país, a mensagem de Francisco foi eminentemente espiritual, diferente de uma igreja contaminada pela ideologia política esquerdista, característica básica da chamada teologia da "libertação". Também como uma boa estratégia para oxigenar a igreja num país onde existe um grande avanço das chamadas igrejas evangélicas. 
Esta busca de diálogo, de pontes de entendimento entre todas as religiões e a intelectualidade científica já se faz presente quando se aventa a possibilidade de o Papa realizar um grande encontro ecumênico aqui mesmo no Brasil. Aliás, um dos grande amigos do papa é um rabino que reside em São Paulo. Que as idéias de Bento VI prosperem e que o catolicismo realmente tenha uma grande renovação numa América Latina carente de desenvolvimento, não só econômico e social, mas sobretudo político e espiritual.

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