quarta-feira, 3 de julho de 2013

EXÉRCITO DERRUBA PRESIDENTE FUNDAMENTALISTA NO EGITO


Exército derruba presidente do Egito e anuncia governo de transição

Opositores do presidente Mohammed Morsi protestam na praça Tahrir, no Cairo
Opositores do presidente Mohammed Morsi protestam na praça Tahrir, no Cairo - Amr Nabil/AP
Mohamed Mursi não é mais presidente do Egito. O chefe do Exército, Abdel Fattah Al Sisi, anunciou a criação de um governo de transição e a convocação de eleições. Os planos anunciados preveem a suspensão temporária da Constituição, a formação de um governo tecnocrata e a transferência da administração dos assuntos de estado e da preparação de eleições presidenciais para uma Corte Constitucional. O chefe dessa corte assumirá as funções do presidente. O anúncio foi recebido com festa por milhares de manifestantes que ocupavam a Praça Tahrir, no Cairo.

Entenda o caso


  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
“O Exército vê que o povo egípcio está pedindo a ele para ajudá-lo, não tomar o poder ou para reinar, mas para servir ao interesse público e proteger a revolução. Essa é a mensagem que as Forças Armadas receberam de todos os cantos do Egito”, disse o general, que também é ministro da Defesa. “O discurso do presidente na noite de ontem foi contrário às aspirações e demandas do povo. Foi necessário que as Forças Armadas consultassem figuras nacionais – políticas, religiosas e da juventude – e as que responderam concordaram em um roteiro que construirá um Egito forte uma sociedade egípcia unida”.
Pouco antes do pronunciamento, a agência estatal Al Ahram afirmou que Mursi havia sido comunicado que não era mais presidente. As Forças Armadas egípcias mobilizaram tanques e soldados nas imediações do palácio presidencial, no Cairo, onde Mursi estaria entrincheirado depois do término do prazo de 48 horas estabelecido pelo Exército para que o presidente atendesse às demandas dos manifestantes que se reúnem aos milhares há uma semana pedindo sua renúncia.
Na terça-feira, o Exército vazou alguns detalhes de seu plano para o "futuro do Egito”, que incluíam eleições presidenciais, a suspensão da Constituição aprovada em dezembro passado e a dissolução do Parlamento. 
Ao mesmo tempo, centenas de milhares de pessoas estão reunidas neste momento na Praça Tahrir, em volta dos dois palácios presidenciais no Cairo, aguardando a saída de Mursi. Em sua conta no Twitter, o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad Al Haddad, disse que um golpe militar está em andamento no Egito - o Exército havia ameaçado uma intervenção militar caso Mursi não chegasse a um acordo com a oposição para partilhar poderes. “Tanques começaram a se mover nas ruas”, escreveu al Haddad.
Mobilização - As manifestações atingiram o mais alto nível de participação no último domingo, quando Mursi completou um ano no poder e milhões foram às ruas para pedir sua renúncia. Há um ano, o membro da Irmandade Muçulmana assumiu o poder, que estava nas mãos de uma Junta Militar desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro de 2001.

No período em que os militares estavam no comando do país, os manifestantes os acusavam de minar os esforços para a construção da democracia. Mas, antes mesmo de largar o poder, a junta negociava para manter alguma relevância dentro do novo governo. Mursi assumiu a Presidência, mandou para a reserva os generais mais influentes e substituiu-os por outros simpáticos à Irmandade.

O Egito sob Mohamed Mursi

1 de 12

30 de junho de 2012

Mohamed Mursi toma posse após vencer as eleições presidenciais com mais de 50% dos votos, superando o general Ahmed Shafiq, último primeiro-ministro do regime de Hosni Mubarak. A revolta popular derrubou a ditadura de três décadas de Mubarak em fevereiro de 2011 e uma Junta Militar tendo à frente o chefe das Forças Armadas, Mohamed Hussein Tantawi, comandou o país até a posse de Mursi. 

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