Muito a melhorar - CELSO MING
O Estado de S.Paulo - 27/07
Há duas semanas, uma matéria da revista The Economist dava conta de que grandes redes varejistas mundiais começam a se ressentir da forte migração de consumidores para as compras pela internet.
No Brasil, apesar dos avanços, isso está longe de ocorrer, porque problemas não equacionados ainda afastam clientes e contribuem para emperrar as vendas online.
Embora só metade da população (46,5%) tenha acesso à internet, como mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) colhidos em 2011, as perspectivas são promissoras. Nos últimos cinco anos, o número de compradores triplicou no País e a estimativa é de 8 milhões de novos clientes em 2013, o que perfará 50 milhões de consumidores. A consultoria e-bit, especializada na área, também prevê um faturamento de R$ 28 bilhões para o setor até o final deste ano (veja o gráfico).
Além de frete gratuito e preços mais baixos, alguns fatores têm atuado para aumentar o atrativo do varejo online. Um desses fatores é a comodidade de fazer compras sem ter de sair de casa e enfrentar exasperantes congestionamentos de trânsito e problemas de estacionamento. Outro, a vasta oferta de informações disponíveis na internet, que permitem comparações quase instantâneas de preços, fornecedor por fornecedor, com a vantagem adicional de dar acesso à opinião de outros compradores sobre a qualidade do produto.
Mas há problemas. Apenas no primeiro semestre de 2013, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) recebeu 23 mil reclamações contra o setor de comércio eletrônico, das quais 43% se referem a atrasos ou entregas nunca realizadas.
Entre as explicações do presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Ludovino Lopes, para esses problemas estão as péssimas condições de infraestrutura e falta de segurança das estradas, sujeitas a roubos e desvios de mercadorias no trajeto até o consumidor.
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