quinta-feira, 14 de março de 2013

PAPA NÃO COLABOROU COM DITADURA ARGENTINA



Nobel da Paz nega que Bergoglio tenha colaborado com ditadura argentina

PUBLICIDADE
DE SÃO PAULO
Sucessão PapalO ativista argentino de direitos humanos Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do prêmio Nobel da Paz em 1980, negou nesta quinta-feira que o cardeal Jorge Mario Bergoglio, o novo papa Francisco, tenha vínculos com a última ditadura militar do país sul-americano (1976-1983).
Em entrevista ao portal BBC Mundo, o ativista disse que alguns bispos foram cúmplices da ditadura, mas não foi o caso do novo pontífice.
"Questionam Bergoglio porque dizem que ele não fez o necessário para tirar dois sacerdotes da prisão, sendo ele o superior da congregação de jesuítas. Mas eu sei pessoalmente que muitos bispos pediam à junta militar a liberação dos presos e sacerdotes e não eram atendidos".

Papa Francisco

 Ver em tamanho maior »
Alessandro Bianchi/Reuters
AnteriorPróxima
Papa Francisco saúda fiéis e jornalistas ao chegar à basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para reza
A rede britânica relaciona as acusações de participação da ditadura com reportagens do jornal "Página/12" que o acusavam de colaborar com os ditadores da época.
As notícias, de um dos donos da publicação, Horacio Verbitsky, acusavam Bergoglio de ter tirado a proteção de dois padres jesuítas, Orlando Yorio e Francisco Jalics, que faziam trabalhos sociais em bairros pobres.
No mesmo ano, ele negou as acusações, em sua autobiografia "O Jesuíta". "Fiz o que pude com a idade que tinha e as poucas relações com as que contava, para advogar pelas pessoas sequestradas".
PERFIL
Bergoglio nasceu na capital argentina e, depois de cursar o seminário no bairro Villa Devoto, entrou para a Companhia de Jesus aos 19 anos, em 1958. Foi ordenado padre pelos jesuítas um ano depois, quando estudava teologia e filosofia na Faculdade de San Miguel.
De 1973 a 1979, ele foi provinciano pela Argentina e, a partir de 1980, reitor da faculdade de San Miguel --cargo que ocupou por seis anos. O papa obteve o título de doutor na Alemanha.

Jorge Mario Bergoglio

 Ver em tamanho maior »
Cortesia de Sergio Rubin/Associated Press
AnteriorPróxima
Jorge Mario Bergoglio (à dir.) posa para foto com colegas do colégio preparatório em imagem do início da década de 1950, em Buenos Aires
Foi nomeado bispo em 1992 e elevado a arcebispo em 1997, passando a chefiar a arquidiocese de Buenos Aires desde então. O argentino ingressou no Colégio de Cardeais em 2001.
Na Santa Sé, participava de diversos órgãos: era membro da Congregação para o Culto Divino e para a Disciplina dos Sacramentos, da Congregação para o Clero e da Congregação para os Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica, além do Conselho Pontifício para a Família e da Comissão Pontifícia para a a América Latina.
Ele era considerado "papável" desde o conclave que elegeu o alemão Bento 16 para suceder o polonês João Paulo 2º, em 2005. Com a renúncia do primeiro, o nome do arcebispo de Buenos Aires voltou a ficar entre os mais cotados ao posto de papa.
Em 2010, quando a modalidade foi permitida pela legislação argentina, o então arcebispo de Buenos Aires --que já disse que a adoção de uma criança por um casal gay é uma forma de discriminação ao jovem-- entrou em confronto com o governo de Cristina Kirchner. A presidente argentina, por sua vez, replicou dizendo que a posição da Igreja evocava a época medieval.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O ESTADO POLICIAL AVANÇA - RAFAEL BRASIL

O estado policial do consórcio PT STF avança contra a oposição. Desde a semana passada, dois deputados federais tiveram "visitas" ...