Já sabia da corrupção em Caetés. Funcionários ganhando
salários e sendo obrigados a repartir com outros, sem nenhum critério. Outros
recebendo sem trabalhar. Alguns recebiam até mais de três mil reais. Era a
elite do mensalão municipal, digamos assim. A maioria ganhava merrecas,
variando de cento e cinquenta, até mil reais. Um aluno meu me confessou que
votou no candidato encarnado porque ganhava duzentos reais por mês. Estes não
trabalhavam. Os que trabalhavam também ganhavam salários que obrigavam a
dividir com alguém. Geralmente com alguns funcionários mais graduados e que
operavam o, digamos, sistema de corrupção em larga escala, embora num município
tão pequeno. Quantos foram envolvidos no esquema? Só Deus sabe. Porém, ao que
parece, estavam massificando a corrupção, pois cada vez mais pessoas
abocanhavam algo da prefeitura. E eram obrigados a participarem das eleições
como “militantes”. Apesar de saber das falcatruas, nunca tivemos a dimensão do
problema. Como a justiça deixou a situação chegar a este absurdo? Ademais, nos municípios de baixa cidadania,
sobretudo pela miséria da população, a justiça deveria ser ,
digamos, o ponto de partida da cidadania. A guardiã da constituição e do estado
democrático de direito. Mas não. As falcatruas mil são operadas abertamente,
com a complacência da justiça. UM ABSURDO!
CONSTRUÇÃO APRESSADA
Estão fazendo uma obra em Caetés, ao que parece um parque ao
lado da casa de eventos. Parece que desviaram a verba. Agora estão tendo que entregar a obra, a por
isso trabalham dia e noite. Será que vai dar tempo? A corrupção é endêmica. É
preciso uma auditoria URGENTE. A cidade está inteiramente entregue às baratas.
Teme-se agora pelo saque puro e simples do patrimônio da prefeitura.
CIDADE PARALISADA
O transporte dos estudantes não funciona mais. Os
funcionários, mesmo os contratados, temem não receber no mês que vem. Os motoristas
dos paus de arara que “carregam” os alunos, também. Muitos donos de estabelecimentos
comerciais estão sem receber. Compraram milhões de reais de feiras, e materiais
de construção para comprar votos. Muitos faziam feira na conta da prefeitura há
anos. Também tinha muita gente que tinha carro e não sabia há muito tempo o
preço da gasolina. Já flagrei diversos vagabundos botando gasolina no posto de
Capoeiras, onde a prefeitura tinha conta. Tudo era feito abertamente, como se
fosse absolutamente normal. Realmente, banalizaram a corrupção. Este era o “estilo”
deste grupo de “governar”.
CONTAS REJEITADAS
As contas do candidato derrotado nas eleições de Caetés,
relativas ao ano de 1998, foram rejeitadas pelo tribunal de contas do estado.
Aliás, todas as contas deste grupo também foram. Quando eu afirmava que a
corrupção em Caetés era proporcionalmente uma das maiores do país, não estava
brincando. Todavia, a coisa era bem pior do que esperava. E olha que deve ter
muito mais coisa feia por aí. Vamos esperar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário