sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Os EUA e o Pacífico.

É, ele admitiu!
Se havia alguma dúvida de que os Estados Unidos vão olhar cada vez mais para o Oriente ao invés de olhar para a América Latrina como uma prioridade, eis que notícias dos últimos dias vêm jogar um balde de água fria nessa expectativa. Primeiro, o presidente Obama (O Lula diria Obrahma!) disse na reunião de cúpula Ásia-Pacífico (APEC), realizada no começo de novembro no Havaí, que “Os Estados Unidos da América são um país do Pacífico e vieram para ficar”, num claro recado às pretensões chinesas, é claro.  E ele acrescentou: “Nenhuma região será mais importante para determinar nosso futuro econômico em longo prazo do que a região da Ásia-Pacífico.'' Em segundo lugar, pouco antes de viagem de Obama, a secretária de Estado Hillary Clinton, publicou um texto na revista Foreign Policy, intitulado “O século dos Estados Unidos no Pacífico”. Neste artigo ela afirma que o futuro econômico dos EUA dependerá da sua capacidade para conquistar os mercados asiáticos. Não sem razão. A Ásia é o continente que mais diminui a pobreza, desde a década de 1970.  Além disso, um estudo sobre o intercâmbio de estudantes de vários países com os Estados Unidos revela que há um enorme crescimento do número de estudantes asiáticos nas universidades norte-americanas e uma queda no número de estudantes latino-americanos. Mas não é novidade essa posição americana. Sempre a América Latrina foi relegada pelo Tio Sam, daí terem surgido figuras patéticas misturando comunismo, populismo e guerrilha, e fazendo da região um campo fértil para o atraso, para o ganho de espaço de ideologias da lata do lixo, como diria Rafael Brasil. Penso que Obama está buscando aumentar a presença dos EUA na Ásia, tanto pelo rápido crescimento econômico da região, como pelo fato de que Washington quer conter a ascensão chinesa. Países como Japão (esse sempre esteve debaixo do arsenal americano desde o fim da II Guerra Mundial, não é surpresa), Coreia do Sul, Tailândia, Taiwan, Índia e, acreditem, o Vietnã, buscam proteção dos EUA diante da influência chinesa. Parece que o país do dragão não inspira muita confiança na vizinhança, não!  Na semana passada, li que Obama assinou acordo com a primeira ministra australiana para o envio de marines para uma nova base militar em Darwin, no norte da Austrália. Os americanos parecem buscar criar um cordão sanitário em torno da China, tal qual aquele que foi feito com a URSS na Guerra Fria. Para isso, já usam o Havaí, Guam, Ilhas Marianas, Atol Johnston, Midway e outros arquipélagos, todos com bases militares no Pacífico e com vários tipos de armas nucleares, de grandes a pequenas. Isso é compreensível, mas os EUA deveriam, no mínimo, olhar tanto para Oriente como para o Sul. Os Estados Unidos exportam três vezes mais para a América Latrina do que para a China. E considerando que as economias latino-americanas estão crescendo, pode não ter sido muito prudente definir os EUA como “um país do Pacífico”, deixando a interpretação de que não estão interessados no seu quintal. Se há o vácuo de poder, alguém vai ocupá-lo. Ou como vocês acham que surgiu um Hugo Chávez, um Foro de São Paulo, ou a ampliação de partidos e ideias de esquerda nessa parte do continente? Que falta faz um Ronald Reagan...

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